Casamento:
progresso na marcha evolutiva da humanidade - Na poligamia não há afeição real
– Sexo e responsabilidade – Classificação dos casamentos: acidentais,
provacionais, sacrificiais, afins, e transcendentes – Compromissos esposados no
lar.
Como
se sabe, o ser humano é uma criatura sociável que necessita do convívio com
outros seres para desenvolver-se e por em prática os ensinamentos adquiridos
numa permuta constante de experiências, e isso é feito em sociedade. A
sociedade como a conhecemos é composta de várias outras sociedades menores que
são as famílias, e elas principiam no casamento.
O
resultado natural do amor entre pessoas de sexos diferentes é o casamento,
quando se tem por meta o relacionamento sexual e afetivo, geradores da família
e do companheirismo. O casamento representa um alto estágio de evolução do ser,
quando se reveste de respeito e consideração pelo cônjuge, firmando-se na
fidelidade e nos compromissos da camaradagem, independente do tempo de duração
deste casamento.
POLIGAMIA
Na resposta à questão 701 de O Livro dos Espíritos, os Espíritos afirmaram a Allan Kardec que “a poligamia é lei humana, cuja abolição marca um progresso social”. Eles disseram que “o casamento, segundo as vistas de Deus, tem que se fundar na afeição dos seres que se unem, porque na poligamia não há afeição real. O que há é apenas sensualidade e nada mais”.
A
ligação sexual entre dois seres na Terra, segundo Emmanuel, Guia Espiritual de
Chico Xavier, na obra Vida e Sexo, envolve a obrigação de proteger a
tranquilidade e o equilíbrio de alguém que, no caso, é o parceiro ou a parceira
da experiência “a dois”. E, muito comumente, os “dois” se transfiguram em
outros mais, na pessoa dos filhos e demais descendentes.
Aconselha
Emmanuel que a criatura humana deve evitar arrastamentos no terreno da aventura,
em matéria de sexo, para que a desordem nos ajustes propostos ou aceitos não
venha a romper a segurança daquele ou daquela que tomamos sob nossa assistência
e cuidado, com reflexos destrutivos sobre todo o grupo em que nos arraigamos.
SEXO
E RESPONSABILIDADE
Para o Benfeitor Espiritual, as relações sexuais envolvem responsabilidade. Homem ou mulher, adquirindo parceira ou parceiro para a conjugação afetiva, não conseguirá, sem dano a si mesmo, tão somente pensar em si. Não se trata exclusivamente da ligação em base do matrimônio legalmente constituído.
Se
os parceiros da união sexual têm deveres a observar entre si, em face de
preceitos humanos, voluntariamente aceitos, no plano das chamadas ligações
extralegais, acham-se igualmente submetidos aos princípios das Leis Divinas que
regem a Natureza.
Pelo
exposto, é evidente que o casamento representa um avanço, um progresso nas
relações humanas, fazendo com que o homem cada vez mais discipline os impulsos
sexuais e desenvolva o sentimento do amor. Portanto o casamento se concretiza
pelo compromisso moral dos cônjuges e é assumido perante o altar da consciência
no Templo do Universo. Naturalmente, o casamento civil é um dever a ser
cumprido pelos espíritas, porque legitima a união perante as leis vigentes, que
asseguram ao homem e à mulher direitos e deveres.
TIPOS DE CASAMENTOS
Martins Peralva, no capítulo 18 do livro Estudando a Mediunidade, apresenta uma classificação dos tipos de casamentos na Terra, ao analisar o capítulo "Em serviço espiritual" do livro Nos domínios da mediunidade, quando André Luiz comenta as figuras de Celina e Abelardo, pelo fato do esposo desencarnado continuar ao lado da médium, confirmando, assim, alguns casos em que o matrimônio constitui alguma coisa além da união dos corpos. Em razão disso, Martins Peralva de uma forma didática classificou os casamentos em cinco tipos principais, assim compreendidos:
ACIDENTAIS: É o encontro de almas inferiorizadas sem ascendentes espirituais. Caracterizam-se pela falta de ligação afetiva. A aproximação dá-se através dos impulsos inferiores do casal e o relacionamento é desprovido de simpatia ou antipatia. Esses casamentos ocorrem em grande número e, segundo Peralva, podem até dar certo, pois é possível os cônjuges se adaptarem um ao outro, consolidando a união no tempo.
PROVACIONAIS:
Reencontro de almas, para reajustamentos necessários à evolução delas. São os
mais frequentes. É por essa razão que há tantos lares onde reina a desarmonia,
onde impera a desconfiança, onde os conflitos morais se transformam, tantas
vezes, em dolorosas tragédias. Deus permite a união deles, através das leis do
Mundo, a fim de que, pelo convívio diário, a Lei Maior, da fraternidade, seja
por eles exercida nas lutas comuns. A compreensão evangélica, a boa vontade, a
tolerância e a humildade são virtudes que funcionam à maneira de suaves
amortecedores. O Espiritismo, pelos conhecimentos que espalha, é meio
eficiente para que muitos lares em provação, se reajustem e se consolidem,
dando, assim, os primeiros passos na direção do Infinito Bem. O Espírita
esclarecido sabe que somente ele irá reparar as suas faltas, porém contando
sempre com o auxílio Divino.
SACRIFICIAIS:
Deus permite, aí, o reencontro de alma iluminada com alma inferiorizada, com o
objetivo de redimir a que se perdeu pelo caminho. Reúnem almas possuidoras de
virtude a outras de sentimentos opostos. Acontece quando uma alma esclarecida,
ou iluminada se propõe ajudar a que se atrasou na jornada ascensional.
Como
a própria palavra indica, é casamento de sacrifício, para um deles. E o
sacrificado tanto pode ser a mulher como o homem. Quem ama não pode ser feliz se
deixou na retaguarda, torturado e sofredor, o objeto de sua afeição. Volta,
então, e, na qualidade de esposo ou esposa, recebe o viajor retardatário, a fim
de, com o seu carinho e com a sua luz, estimular-lhe a caminhada.
O
Culto do Evangelho no Lar, como em toda a parte, funciona à maneira de
estimulante da harmonia e construtor do entendimento. Um exemplo desta
categoria é o de Lívia com o senador Publio Lêntulus, transcrito no livro Há
Dois Mil Anos. O senador, embora evoluído intelectualmente, era moralmente
inferior à Lívia, devido ao seu orgulho.
AFINS: Pela lei da afinidade, reencontram-se corações amigos, para consolidação de afetos. São os que reúnem almas esclarecidas e que muito se amam. São Espíritos que, pelo casamento, no doce aconchego do lar, consolidam velhos laços de afeição.
AFINS: Pela lei da afinidade, reencontram-se corações amigos, para consolidação de afetos. São os que reúnem almas esclarecidas e que muito se amam. São Espíritos que, pelo casamento, no doce aconchego do lar, consolidam velhos laços de afeição.
TRANSCENDENTES: São
Almas engrandecidas no Bem que se buscam para realizações imortais. São
constituídos por almas que se reencontram, no plano físico, para as grandes
realizações de interesse geral. A vida desses casais encerra uma finalidade
superior. O ideal do Bem e do Belo enche-lhes as horas e os minutos
repletando-lhes as almas de doce ventura, acima de quaisquer vulgaridades
terrenas, acima das emoções inferiores, o amor puro e santo.
Todos
nós passamos, ou passaremos ainda, segundo o caso, por essa sequência de casamentos:
acidentais, provacionais e sacrificiais, até alcançarmos no futuro, sob o sol
de um novo dia, a condição de construirmos um lar terreno na base do idealismo
transcendental ou da afinidade superior. E enquanto caminhamos, o Espiritismo,
abençoada Doutrina, cumulará os nossos dias das mais santas esperanças…
É
evidente que o matrimônio, sagrado em suas origens, tem reunido sob o mesmo
teto os mais variados tipos evolutivos, o que vem demonstrar que a união, na
Terra, funciona, às vezes como meio de consolidação de laços de pura afinidade
espiritual, e, noutros casos, em sua maioria, como instrumento de reajuste.
Algumas
vezes o lar é um santuário, um templo, onde almas engrandecidas pela legítima
compreensão exaltam a glória suprema do amor sublimado. Porém, a maioria dos
lares funcionam como oficina e hospital purificadores, onde, sob o calor de
rudes provas e dolorosos testemunhos, Espíritos frágeis caminham, lentamente,
na direção da Vida Superior.
Muito
raro é o encontro de almas iluminadas com objetivos elevados para trabalharem
juntas com fins altamente construtivos. Um exemplo de casamento transcendente é
o do próprio Allan Kardec com Amélie-Gabrielle Boudet, que embora seu nome não
seja citado na Codificação, sua participação e apoio na vida de Kardec foram
fundamentais para o cumprimento de sua missão.
CONCLUSÃO
O Espiritismo nos esclarece, portanto, que a instituição do casamento é uma importante oportunidade concedida pela Misericórdia Divina para o nosso aperfeiçoamento, e também dos espíritos de nossos familiares, na jornada ascensional de nossa evolução. Por isso mesmo vale lembrar a recomendação de Emmanuel no livro A Fé, Paz e Amor:
O Espiritismo nos esclarece, portanto, que a instituição do casamento é uma importante oportunidade concedida pela Misericórdia Divina para o nosso aperfeiçoamento, e também dos espíritos de nossos familiares, na jornada ascensional de nossa evolução. Por isso mesmo vale lembrar a recomendação de Emmanuel no livro A Fé, Paz e Amor:
“Se
encontrastes em casa, o campo de batalha, em que sentes compelido a graves
indenizações do pretérito, não te detenhas na dúvida! Suporta os conflitos à
própria redenção, com valor moral do soldado que carrega o fardo da própria
responsabilidade, enquanto se desenvolver a guerra a que foi trazido. Não te
esqueças de que o lar é o espelho, onde o mundo contempla o teu perfil e, por
isso mesmo, intrépidas e tranquilas nos compromissos esposados, saibamos
enobrecê-los e santificá-los.”
Por:
Gerson Simões Monteiro
FONTE:
http://www.correioespirita.org.br/categoria-de-materias/artigos-diversos/1366-confira-se-seu-casamento-e-provacional-ou
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