O dia de Finados leva sempre a algumas
reflexões, naturais da condição humana carnal. Surgem perguntas: onde estarão
nossos "mortos"? Continuarão existindo?
Saberão ainda quem são, quem somos? O que aconteceu com os sentimentos que
tinham por nós em vida? Os veremos outra vez? Quando?
Muitas religiões afirmam a continuidade da vida
após a morte, mas nem todas conseguem fazer entender como acontece. Há as que
mencionam um sono considerado eterno, que cessará num julgamento final que não
se sabe quando ocorrerá; outras citam a possibilidade do retorno ao Todo
Universal, esgotando nossa individualidade; outras falam do céu e do inferno, separando
para sempre os que um dia se amaram, mas escolheram rotas distintas. Há,
portanto, N possibilidades segundo N religiões, do que pode ocorrer após a
morte.
O Espiritismo, esse bendito Consolador, veio de
forma clara dar algumas respostas, e mesmo que não convença a todos, ao menos
faz pensar quão bom será se as coisas acontecerem como ele explica.
Sim, a morte não é o fim, é somente uma etapa,
um momento de passagem de um estado material para um estado espiritual, com
objetivo evolutivo.
Sim, nossos mortos continuam existindo com a
energia, a vida que antes possuíam, e que nos fez amá-los: não perdem sua
individualidade.
Sim, eles sabem quem são, porque viveram,
porque partiram naquele momento e daquele modo, sabem quem somos e a
importância que temos em suas existências... Sentem saudades, pensam em nós
assim como sentimos o mesmo por eles.
Sim, seus sentimentos permanecem bons ou maus
conforme os alimentaram, pois a morte não faz milagres nem santifica ninguém, a
desencarnação dá uma nova perspectiva e novas oportunidades para o ser, assim
como o renascimento também o faz.
Sim, os veremos outra vez, muitas vezes, se
entre nós e eles houverem sentimentos verdadeiros, interesse sincero, afetos
reais - e os veremos quando for o momento apropriado, o que pode ser hoje,
amanhã, daqui a décadas, jamais teremos que esperar uma eternidade para revê-los.
A morte liberta a alma assim como a gaiola
aberta liberta o pássaro.
O pássaro voa para céus mais altos.
A alma voa para lugares de sua afinidade.
A alma voa para lugares de sua afinidade.
O pássaro pode voltar à gaiola.
A alma pode renascer.
A alma pode renascer.
Se a alguém convém mentalizar seus
"mortos" no cemitério, será lá que eles responderão à saudade e
preces, indo ao encontro dos pensamentos afetuosos. Contudo, que ninguém se
equivoque, lá não é a sua morada, seu lugar preferido, ou espaço físico em que
preferem estar.
Ao sentir saudade, pensar neles, orar por eles
em casa, na praça, no ponto de ônibus, será nesses lugares que eles virão ao
nosso encontro para nos abraçar. Não existem barreiras senão as vibracionais, a
impedirem os espíritos de se moverem para onde desejam. E se chamados, poderão
responder com sua presença.
Excluamos a morte enquanto fim, de nosso
entendimento.
Dia de Finados é dia de louvar a Vida, de
comemorar a Imortalidade, é mais um dia em que podemos mandar nosso afeto atravessar
o Universo para chegar até os que queremos bem.
Vania
Mugnato de Vasconcelos
Nenhum comentário:
Postar um comentário