Os diversos sentimentos e emoções, positivos ou
negativos, cultivados pela humanidade terrena se transferem para o Mundo dos
Espíritos. Isso já se deduz de tudo quanto vimos em temas aqui tratados
anteriormente. O ódio, o orgulho, a inveja, a avareza, a luxúria, a dedicação,
a tristeza, a fraternidade, a alegria entre outros. Até mesmo lágrimas os desencarnados
derramam para manifestar o que lhes vai no íntimo.
Os Espíritos comunicantes insistem em
esclarecer aos que ainda permanecem na Terra sobre a situação dos desencarnados
no Mundo Espiritual. Já Foi dito que a diversidade de caracteres é infinita, a
depender de cada indivíduo, de suas vidas anteriores, das atitudes e hábitos
que conservou. Encontramos, na Revista Espírita, de Allan Kardec, em seu n° 4,
de abril de 1859 os seguintes esclarecimentos:
Há sensações que têm por fonte o próprio estado
dos nossos órgãos. Ora, as necessidades inerentes ao corpo não e podem
verificar desde que não exista mais corpo. Assim, pois, o Espírito não experimenta
nenhuma fadiga, como nenhuma das nossas enfermidades. As necessidades o corpo
determinam necessidades sociais, que para eles não existem. Assim não mais
existem as preocupações dos negócios, as discórdias, as mil e umas tribulações
do mundo e os tormentos a que nos entregamos para nos proporcionarmos às
necessidades ou as superfluidades da vida. Eles têm pena do esforço que fazemos
por causa de futilidades. Entretanto, quanto mais felizes são os Espíritos
elevados, tanto mais sofrem os inferiores.
Mas esses sofrimentos são angústias; e, embora
nada tenham de físico, nem por isso são menos pungentes: eles têm todas as
paixões e todos os desejos que tinham em vida (referimo-nos aos Espíritos
inferiores) e seu castigo é o de não poder satisfazê-los. Isto é para eles uma
tortura que julgam eterna, porque sua própria inferioridade não lhes permite
ver o término, o que é para eles um castigo.
Faz parte do aprendizado dos estudantes
desencarnados a observação de comportamento dos Espíritos na erraticidade. Há os
que alcançaram um equilíbrio e se dedicam à obras beneficentes, como, também,
os apegados aos locais de opróbrio e de vícios. Os que abusam do álcool rondam
as tabernas terrenas, imantados a encarnados que abusam da bebida. Outros arrastam,
durante longos períodos, sofrimentos intoleráveis, criados pela própria mente
dementada. Conservam sentimentos vis; continuam a mentir e a instigar conflitos
entre os encarnados.
Suas feições, assim como todo o corpo, tomam
características hediondas que, segundo informações do Mundo Espiritual, causam
pavor. São Espíritos malignos que espalham a sua perversidade, contaminando os
desavisados que se encontram, de qualquer forma, impregnados de sentimentos
inferiores e paixões repugnantes. Alimentam-se eles de emanações venenosas
desprendidas da excitação colérica e dos fluidos animalizados dos seus
semelhantes. Esses Espíritos necessitam, quase sempre, de um tratamento nos
dois planos — espiritual e terreno — através de uma doutrinação segura e constante.
Yvonne A. Pereira, em Recordações da
Mediunidade, dedica o capítulo 10 ao problema das obsessões resultantes do
assédio dos Espíritos sobre os encarnados e alerta para a importância do
trabalho e esclarecimento e reabilitação que deve ser realizado por
especialistas no assunto. Diz ela que:
Um dos mais belos estudos que o Espiritismo
faculta aos seus adeptos é, certamente, aquele a que os casos de obsessão nos
arrastam. Temos para nós que esse difícil aprendizado, essa importante ciência
de averiguar obsessões, obsessores e obsidiados deveria constituir especialidade
entre os praticantes do Espiritismo, isto é, médiuns, residentes de mesa,
médiuns denominados passistas, etc. assim como existem médicos pediatras, oculistas,
neurologistas, etc., etc., também deveriam existir espíritas especializados nos
casos de tratamento de obsessões, visto que a estes será necessária uma
dedicação absoluta a tal peculiaridade da Doutrina, para levar a bom termo o
mandato.
Tal ciência, porém, não se poderá limitar à
teoria, e querendo antes paciente e acurada observação em torno dos casos de
obsessão que se apresentem no limite de Ação de cada um, pois é sabido que a
observação pessoal, a prática no exercício do sublime mandato espírita enriquece
de tal forma os nossos conhecimentos em torno de cada caso com que nos
defrontamos que, cada um deles, ou seja, cada obsidiado que se nos depare em nossa
jornada de espíritas, constituirá um tratado de ricas possibilidades de
instrução e aprendizado, visando à cura, quando a cura seja possível.
O Espírito David Hacht, em Cartas de um Morto
Vivo, apresenta um caso de avareza; espetáculo repulsivo que presenciara de um
desencarnado. Narra o fato e analisa as consequências da ambição no Mundo
Espiritual. Assistiu ele a um... (...) avarento a contar o seu dinheiro, e vi
os olhares terríveis dos Espíritos espreitando avidamente o seu menor
movimento. O ouro possui uma influência especial além do seu poder de aquisição
e de tudo que se lhe acha ligado. Há Espíritos que amam o ouro como o avarento,
com a mesma paixão avassalante, ambiciosa, que nada satisfaz.
Entretanto, no Além-Túmulo há, também, aqueles
que dedicam seu tempo ao auxílio e ao progresso geral, pois já cultivam bons
sentimentos, como o Amor, a Caridade e a Fraternidade. Entre eles não há lugar
para a inércia e a preguiça. A prece, o trabalho, a alegria e os ideais
superiores fazem parte do seu cotidiano. São os benfeitores do Espaço, aliados
das Esferas Superiores, que recebem a tarefa de instruir Espíritos mais
atrasados e aspiram à dignidade do Mestre Jesus.
Lúcia Loureiro
Fonte: A Casa do Espiritismo
Fonte: A Casa do Espiritismo
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