segunda-feira, 31 de outubro de 2022

MEDO DA MORTE

 

A primeira dúvida que a Doutrina Espírita nos esclarece é a ideia do fim, o final da existência corpórea e o regresso à pátria espiritual.

Os Espíritos são imortais, o desconhecido é o que nos deixa em insegurança.

O desencarne é único e individual, não existe uma regra ou processo correto para a passagem ao plano espiritual.

A alma se liberta com o rompimento dos laços que a mantinham presa ao corpo; o desenlace se dá conforme sua passagem terrena. Pessoas ligadas aos bens materiais, vícios no geral, sofrem mais ao desenlace que pessoas que são mais desapegadas a bens materiais, possuem conhecimento sobre a espiritualidade, pois o apego é menor. Nós somos os juízes e é a nossa própria consciência que nos cobra atitudes corretas. As leis divinas ficam gravadas em nosso inconsciente e será nós mesmos que faremos o balanço de aproveitamento de nossa evolução.

No momento da passagem geralmente familiares, amigos e antepassados são designados e com muito amor trabalham nesse processo de desprendimento emanando amor e tranquilidade, para assim quando o espírito acordar ter mais paz e reconhecimento de alguém conhecido em seu regresso. As lembranças e consciência voltam aos poucos e conforme seu merecimento, é resultado particular de cada um conforme suas obras na Terra em sua encarnação, então, aqueles que não se atentaram a verdadeira missão e a sua evolução moral e espiritual tornando a sua passagem mais proveitosa, no futuro irão encontrar dificuldades.

As reencarnações são bênçãos para a evolução e lapidação dos espíritos, tudo está interligado.

O sentimento de medo é um dos bloqueios para a evolução espiritual, sentir medo é um estado de alerta para o nosso organismo físico, mas quando esse medo começa a afetar de alguma forma a vida, isso se torna não só um problema cotidiano, mas enfraquece o espírito.

Não sinta medo, se fortaleça através dos estudos da Doutrina Espírita, há várias obras que nos ensinam e abrem nosso horizonte para a verdadeira missão de vida e realidade para a verdadeira vida.

Em O Livro dos Espíritos é nos explicados alguns questionamentos que são válidos para o estudo de hoje.

A separação da alma e do corpo é dolorosa?

— Não; o corpo, frequentemente, sofre mais durante a vida que no momento da morte; neste, a alma nada sente. Os sofrimentos que às vezes se provam no momento da morte são um prazer para o Espírito, que vê chegar ao fim do seu exílio. (Questão 154)

Allan Kardec explica ainda que na morte natural, que se verifica pelo esgotamento da vitalidade orgânica em consequência de idade, o homem deixa a vida sem perceber: é uma lâmpada que se apaga por falta de energia.

Os miasmas vão se desfazendo e os fluidos materiais sendo retirados o espírito vai se desprendendo do corpo e sendo livre para seguir o lugar que lhe cabe no momento.

Há uma linha divisória bem marcada entre a vida e a morte?

“Não; a alma se desprende passo a passo, não se escapa como um pássaro cativo a que se restitua subitamente a liberdade. Aqueles dois estados se tocam e confundem, de maneira que o Espírito se solta pouco a pouco dos laços que o prendiam. Estes laços se desatam, não se quebram.” (Questão 155)

Durante a vida, o Espírito se acha preso ao corpo pelo seu envoltório semimaterial — o períspirito. A morte é somente a destruição do corpo, não a desse outro invólucro, que se separa do corpo quando acaba neste a vida orgânica. A observação demonstra que o desprendimento do períspirito no instante da morte não se completa subitamente; que, ao contrário, se opera gradualmente e com uma lentidão muito variável conforme os indivíduos.

Lembrando também que o desprendimento, depende da encarnação da pessoa no planeta. Se foi uma pessoa, totalmente material que nunca cuidou de seu espírito, irá ser lento e pode sentir a falta do seu corpo. Levando assim, a um sofrimento totalmente desnecessário e que poderia ter sido evitado.

Por conta disso, é sempre necessário que nós tenhamos consciência que essa vida aqui não é para sempre e muito menos nosso corpo e bens materiais. Tudo irá se acabar o que fica é apenas nosso espírito, então cuidemos dele.

A princípio da morte, na passagem, tudo é muito confuso para a alma, pois ela precisa se reestabelecer, o espírito volta de um sono profundo procurando se orientar sobre tudo. A lucidez dos pensamentos e memória do passado voltam à medida que o espírito consegue se desprender da matéria.

O conhecimento do Espiritismo exerce alguma influência sobre a duração, mais ou menos longa, da perturbação?

“Exerce uma influência muito grande, por isso que o Espírito já antecipadamente compreendia a sua situação. Mas, a prática do bem e a consciência pura são o que exercem maior influência.” (Questão 165)

Nessa questão vemos o quanto o conhecimento é fundamental não só para o fortalecimento do espírito, mas como todos os ensinamentos servirão para uma passagem tranquila.
Por: Jéssica Araújo


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Referência:

KARDEC, Allan, O Livro dos Espíritos, são Paulo ,1º edição eletrônica, editora EME.

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