ATIVIDADE NOTURNA DO
ESPÍRITO - DESDOBRAMENTO :::
Aluney Elferr Albuquerque
Silva
Durante o sono o Espírito
desprende-se do corpo; devido aos laços fluídicos estarem mais tênues. A noite
é um longo período em que está livre para agir noutro plano de existência.
Porém, variam os graus de desprendimento e lucidez. Nem todos se afastam do seu
corpo, mas permanecem no ambiente doméstico; temem fazê-lo, sentir-se-iam
constrangidos num meio estranho (aparentemente).
Outros se movimentam no
plano espiritual, mas suas atividades e compressões dependem do nível de
elevação. O princípio que rege a permanência fora do corpo é o da afinidade
moral, expressa, conforme a explanação anterior, por meio da afinidade
vibratória ou sintonia.
O espírito será atraído para
regiões e companhias que estejam harmonizadas e sintonizadas com ele através
das ações, pensamentos, instruções, desejos e intenções, ou seja, impulsos
predominantes. Podendo assim, subir mais ou se degradar mais.
O lúbrico terá
entrevistas eróticas de todos os tipos, o avarento tratará de negócios
grandiosos (materiais) e rendosos usando a astúcia. A esposa queixosa
encontrará conselhos contra o seu marido, e assim por diante. Amigos se
encontram para conversas edificantes, inimigos entram em luta, aprendizes farão
cursos, cooperadores trabalharão nos campos prediletos, e, assim, caminhamos.
Para esta maravilhosa
doutrina, conforme tais considerações, o sonho é a recordação de uma parte da
atividade que o espírito desempenhou durante a libertação permitida pelo sono.
Segundo Carlos Toledo Rizzini, interpretação freudiana encara o sonho como
apontando para o passado, revelando um aspecto da personalidade.
Para o Espiritismo, o
sonho também satisfaz impulsos e é uma expressão do estilo de vida, com uma
grande diferença: a de não se processar só no plano mental, mas ser uma
experiência genuína do espírito que se passa num mundo real e com situações
concretas. Como vimos o espírito, livre temporariamente dos laços orgânicos,
empreende atividades noturnas que poderão se caracterizar apenas por satisfação
de baixos impulsos, como também, trabalhar e aprender muito. Nesta experiência
fora do corpo, na oportunidade do desprendimento através do sono, o ser, poderá
ver com clareza a finalidade de sua existência atual, lembrar-se do passado,
entrevê o futuro, todavia a amplitude ou não dessas possibilidades é relativa
ao grau de evolução do espírito.
Verifiquemos três
questões do Livro dos Espíritos, no capítulo VIII, perguntas: 400, 401 e 403.
P-400 “O Espírito
encarnado permanece de bom prazer no seu corpo material?
- É como se perguntasse a
um presidiário, se gostaria de sair do presídio. O espírito aspira sempre à sua
libertação e tanto mais deseja ver-se livre do seu invólucro, quanto mais
grosseiro é este.
P-401 “Durante o sono a
alma repousa como o corpo”?
- Não, o espírito jamais
está inativo. Durante o sono, afrouxam-se os laços entre corpo e espírito e,
ele se lança pelo espaço e entra em relação com os outros espíritos
sintonizados por ele.
P-403 “Como podemos
julgar a liberdade do espírito, durante o sono”?
- Pelos sonhos.
O sono liberta
parcialmente a alma do corpo, quando adormecido o espírito se acha no estado em
que fica logo a morte do seu corpo.
O sonho é a lembrança do
que o espírito viu durante o sono. Podemos notar, que nem sempre sonhamos. Mas,
o que isso quer dizer? Que nem sempre nos lembramos do que vimos, ou de tudo o
que havemos visto, enquanto dormimos. É que não temos ainda a alma no pleno
desenvolvimento de suas faculdades. Muitas vezes somente nos fica a lembrança
da perturbação que o nosso Espírito experimentou.
Graças ao sono os
Espíritos encarnados estão sempre em relação com o mundo dos Espíritos. As
manifestações, que se traduzem muitas vezes por visões e até mesmo,
“assombrações” mais comuns se dão durante o sono, por meio dos sonhos. Elas
podem ser: uma visão atual das coisas, futuras, presentes ou ausentes; uma
visão do passado e, em alguns casos excepcionais, um pressentimento do futuro.
Também muitas vezes são quadros alegóricos que os Espíritos nos põem sob as
vistas, para dar-nos úteis avisos e salutares conselhos, se trata de Espíritos
bons, e para induzir-nos ao erro, à maledicência, às paixões, se são Espíritos
imperfeitos.
O sonho é uma expressão
da vida real da personalidade. O espírito procura atender a desejos e intenções
inconscientes e conscientes durante esse tempo de liberdade temporária.
Conforme o grau, tipo de sintonia e harmonia gerada pela afinidade moral com
outros Espíritos, direciona-se automaticamente para a parte do mundo espiritual
que melhor satisfaça essa sintonia e suas metas e objetivos, ainda que não
lícitos; e aí conta com amigos, sócios, inimigos, desafetos, parentes,
“mestres” etc.
Contamos ainda com mais
dois tipos de sonhos. O primeiro é o premonitório, quando se toma algumas
informações ou conselhos sobre algum acontecimento futuro. O segundo é o
pesadelo, ou seja, o sonho ansioso, em que entra o terror. É também uma
experiência real, porém, penosa; o sonhador vê-se pressionado por inimigos ou
por animais monstruosos, tem de atravessar zonas tenebrosas, sofrer castigos,
que de fato são vivências provocadas por agentes do mal ou por desafetos desta
ou de outras vidas.
Preparação para o Sono
Verificando o lado físico
da questão, vamos ver a importância do sono, pelo fato de passarmos 1/3 de
nosso dia dormindo, nesta atividade o corpo físico repousa e liberta toxinas.
Para o lado espiritual, o espírito liga-se com os seus amigos e intercambia
informações, e experiências.
Façamos um preparo para o
nosso repouso diário:
Orgânico – refeições
leves, higiene, respiração moderada, trabalho moderado, condução de nosso corpo
quanto à postura sem extravagâncias.
Mental Espiritual -
leituras edificantes, conversas salutares, meditação, oração, serenidade,
perdão, bons pensamentos.
Todavia não nos
esqueçamos que toda prece se fortifica com atos voltados ao bem, pois então,
atividades altruístas possibilitam uma melhor afinidade com os bons espíritos.
Perispírito e Desdobramento
Embora, durante a vida, o
Espírito seja fixado ao corpo pelo perispírito, não é tão escravo, que não
possa alongar sua corrente e se transportar ao longe, seja sobre a terra, seja
sobre qualquer outro ponto do espaço. (Allan Kardec , A Gênese, Cap. XIV, It
23).
Gabriel Delanne, em “O
Espiritismo perante a Ciência”, conclui: A melhor prova de existência do
perispírito é mostrar que o homem pode desdobrar-se em certas circunstâncias.
Desdobramento
É o nome que se dá o
fenômeno de exteriorização do corpo espiritual ou perispírito.
O perispírito ainda
ligado ao corpo distancia-se do mesmo, fazendo agora parte do mundo espiritual,
ainda que esteja ligado ao corpo por fios fluídicos. Fenômenos estes, naturais
que repousam sobre as propriedades do perispírito, sua capacidade de
exteriorizar-se, irradiar-se, sobre suas propriedades depois da morte que se
aplicam ao perispírito dos vivos (encarnados).
Os laços que unem o
perispírito ao corpo temporal afrouxam-se por assim dizer, facultando ao espírito
manter-se em relativa distancia, porém, não desligado de seu corpo. E esta
ligação, permite ao espírito tomar conhecimento do que se passa com o seu corpo
e retornar instantaneamente se algo acontecer. O corpo por sua vez, fica com
suas funções reduzidas, pois dele foram distanciados os fluidos perispirituais,
permanecendo somente o necessário para sua manutenção. Este estado em que fica
o corpo no momento do desdobramento, também depende do grau de desdobramento
que aconteça.
Os desdobramentos podem
ser:
a) conscientes: Este
se caracteriza pela lembrança exata do ocorrido, quando ao retornar ao corpo o
ser recorda-se dos fatos e atividades por ele desempenhadas no ato do
desdobramento. O sujeito é capaz de ver o seu “Duplo”, bem próximo, ou seja, de
ver a ele mesmo no momento exato em que se inicia o desdobramento. Facilmente
nestes casos, sente-se levantando geralmente a cabeça primeiramente e o
restante do corpo, depois. Alguns flutuam e veem o corpo carnal abaixo deitado,
outros se veem ao lado dos corpos, todavia esta recordação é bastante profunda
e a consciência e altamente límpida neste instante. Existe uma ligação ainda
profunda dos fluidos perispirituais entre o corpo e o perispírito, facilitando
assim, as recordações pós-desdobramento.
b) inconscientes: Ao
retornar o ser de nada se recorda. Temos que nos lembrar que na maioria das
vezes a atividade que desempenha o ser no momento desdobrado, fica como
experiências para o próprio ser como espírito, sendo lembrado em alguns
momentos para o despertar de algumas dificuldades e veem como intuições, ideias.
Os fluidos perispirituais
são neste caso bem mais tênues e a dificuldade de recordação imediata fica um
pouco mais árdua, todavia as informações e as experiências ficam armazenadas na
memória perispiritual, vindo à tona futuramente.
Em realidade a palavra
inconsciente, é colocada por deficiência de linguagem, pois, inconsciência não
existe, tendo em vista o despertar do espírito, levando consigo todas as
experiências efetivadas pelo mesmo, então colocamos a palavra inconsciente
aqui, é somente para atestarmos a temporária inconsciência do ser enquanto
encarnado.
c) voluntários: Se a
própria pessoa promove este distanciamento. Analisemos algo bastante singular,
nem todos os desdobramentos voluntários há consciência, pois como dissemos
acima poderão haver algumas lembranças do ocorrido, existem ainda muitas dificuldades,
no momento em que o espírito através de seu perispírito aproxima-se novamente
de seu corpo, pela densidade ainda dos órgãos cerebrais é possível haver
bloqueio dessas experiências. É necessário salientar que o ser encarnado na
terra, ainda se encontra distante de controlar todos os seus potenciais, e por
isso também há este esquecimento. Haja vista, algumas pessoas até provocarem o
desdobramento e no momento de consciência terem medo e retornarem ao corpo
apressadamente, dificultando ainda mais a recordação.
Os desdobramentos podem
também ocorrer nos momentos de reflexões, onde nos encontramos analisando
profundamente nossos atos e cuja atividade nos propicia encontrar com seres que
nos querem orientar para o bem, parte de nosso perispírito expande-se e vai
captar as experiências e orientações devidas.
d)
provocados: Através de processos hipnóticos e magnéticos, agentes
desencarnados ou até mesmo encarnados podem propiciar o desdobramento do ser
encarnado. Os bons Espíritos podem provocar o desdobramento ou auxiliá-los
sempre com finalidades superiores. Mas espíritos obsessores também podem
provocá-los para produzir efeitos malefícios. Afinizando-se com as deficiências
morais dos desencarnados, propiciamos assim, uma maior facilidade para que os
espíritos malfeitores possam provocar o desligamento do corpo físico atraindo o
ser encarnado para suas experiências fora do corpo. A lei que exerce esta
dependência é a de afinidade.
e) emancipação
Letárgica: Decorre da emancipação parcial do espírito, podendo ser causada
por fatores físicos ou espirituais. Neste caso o corpo perde temporariamente a
sensibilidade e o movimento, a pessoa nada sente, pois os fluidos
perispiríticos estão muito tênues em relação à ligação com o corpo. O ser não
vê o mundo exterior com os olhos físicos, torna-se por alguns instantes incapaz
da vida consciente. Apesar da vitalidade do corpo continuar executando-se.
Há flacidez geral dos
membros. Se suspendermos um braço, ele ao ser solto cairá.
f) emancipação
Cataléptica: Como acima, também resulta da emancipação parcial do
espírito. Nela, existe a perda momentânea da sensibilidade, como na letargia,
todavia existe uma rigidez dos membros. A inteligência pode se manifestar
nestes casos. Difere da letárgica, por não envolver o corpo todo, podendo ser
localizado numa parte do corpo, onde for menor o envolvimento dos fluidos
perispirituais.
Fonte: Portal do Espírito
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