terça-feira, 19 de maio de 2015

MAIS VALE



Mais vale sofrer que gerar o sofrimento, de vez que todos quantos padecem arremessados à vala da provação pela crueldade dos outros encontram em si mesmos os necessários recursos de reconforto e de reajuste, ao mesmo tempo em que os empreiteiros do mal suportarão as lesões mentais que impõem a si mesmos, nos conflitos da consciência.
Mais vale arrastar os constrangimentos do escárnio que se nos atirem em rosto que zurzir contra o próximo os láteos da ironia, porque as vítimas da injúria facilmente se apoiam na fé com que renovam as próprias forças, ao passo que os promotores do sarcasmo transportarão consigo o fel e o vinagre com que acidulamos sentimentos alheios.
Mais vale ser enganado que enganar, no trato da vida, porquanto as pessoas enganadas denotam almas simples e sincera, compreendendo-se que os enganadores andarão embrulhados na sombra a que se empenham toda vez que procurem enevoar a estrada dos semelhantes.
Mais vale ser criticado em serviço que criticar, de vez que os perseguidos por zombaria ou maledicência no trabalho respeitável a que se afeiçoam estão produzindo o bem que são capazes de realizar, entendendo-se que os censores ficam naturalmente na obrigação de fazer mais e melhor do que aqueles aos quais intentam levianamente reprovar.
Em matéria de decepções se desilusões, sempre que te vejas à frente daqueles que te ludibriam a confiança, lembra-te de Jesus e ora por eles, porque enquanto os que choram lavam os olhos espirituais para a descoberta de novas trilhas de progresso e renovação, no campo da vida, os que fazem as lágrimas carregarão as correntes invisíveis à culpa, não se sabe até quando.

Emmanuel
Chico Xavier
Paz e Renovação 

sábado, 16 de maio de 2015

UM OBSESSOR NO CENTRO ESPÍRITA


Num centro espírita famoso e muito frequentado, senhor Raimundo estava iniciando os trabalhos de desobsessão. Seu Raimundo, como bom doutrinador espírita há mais de 30 anos, fez uma prece de abertura e pediu a Jesus que ajudasse a libertar todos os irmãos que viessem a sala de desobsessão do sofrimento que atravessavam.
Raimundo viu o médium incorporar um espírito que dizia estar no umbral, sofrendo muito por conta da raiva e mágoa que sentia de um desafeto. Senhor Raimundo iniciou então os procedimentos da desobsessão clássica e disse que o espírito deveria perdoar o desafeto, pois a lei do amor é a nossa salvação.
O espírito incorporado, com olhar penetrante, disse:
– E porque devo confiar em você?
– Ora meu irmãozinho – disse Seu Raimundo – Estamos aqui num centro espírita, onde os ensinamentos de Jesus são praticados. Nós aqui ajudamos todos os espíritos sofredores e necessitados.
– E você também ajuda a si mesmo, ou só pensa em ajudar os outros? Perguntou o espírito. Seu Raimundo ficou surpreso com pergunta, mas como doutrinador experiente sabia que não podia cair nas artimanhas dos obsessores, e disse:
– Irmão… não estamos aqui para falar de mim. Você está no umbral e precisa de ajuda. Você não quer sair do umbral?
– Sim, eu quero. – disse o obsessor – Eu só fico me perguntando como existem tantas pessoas vivendo no nível ou no estado umbralino e não percebem, mesmo estando encarnados. Pois afinal, como o senhor mesmo ensina em suas palestras aqui no centro, o umbral é um estado de consciência e não um lugar ou espaço físico. Alguns espíritos vivem no umbral porque não conseguem se desprender da raiva e mágoa que sentem de um desafeto. Mas o senhor, seu Raimundo, perdoa todas as pessoas? Não sente também raiva e mágoa de alguém?
Senhor Raimundo estava ficando irritado com o obsessor. Estava pensando numa resposta, mas o espírito completou:
– Não é verdade que o senhor também sente raiva e mágoa da sua ex-esposa, que te traiu com um dos seus amigos há aproximadamente 10 anos? Não é verdade que até hoje você não consegue perdoa-los?
Senhor Raimundo ficou assustado com aquelas colocações. “Como o espírito poderia saber disso?” pensou. Começou a sentir raiva do obsessor, e não muito confiante, disse:
– Não vou entrar na sua cilada. Você como obsessor experiente deve atacar as pessoas em seus pontos fracos. Portanto, saiba que…
– Eu sou um obsessor, senhor Raimundo? – perguntou o espírito interrompendo seu Raimundo. – Eu me pergunto se todos nós não somos um pouco obsessores das pessoas que dizemos amar, mas que no fundo as tentamos controlar e ganhar seu afeto a força. Não é verdade que você tem sido quase um obsessor da sua filha adolescente? Quantas vezes por dia você liga pra ela perguntando onde ela está? Quantas vezes você proibiu os namoros dela? Quantas vezes você tolheu a liberdade da sua menina por conta dos próprios medos e incertezas que guarda em seu íntimo? Você pode estar sendo um grande obsessor encarnado dela e nem perceber…
Seu Raimundo ficou atônito com aquelas revelações. Aquele espírito parecia saber tudo a seu respeito, e estava ali desnudando seus defeitos um a um. Seu Raimundo ainda não queria dar o braço a torcer e ficou com mais raiva. Resolveu fazer uma oração, dizendo:
– Senhor Jesus, peço que sua equipe conduza esse irmãozinho perturbado a um local de tratamento no plano espiritual. O espírito disse:
– Por que me chamas de irmãozinho, se nesse momento você quer, na verdade, pular no meu pescoço? De que adianta fazer uma oração a Jesus com toda essa raiva que quase transborda de você? Não, Jesus não vai te atender nesse momento… Você precisa, Seu Raimundo, parar de fugir dos seus problemas e emoções, olhar para as impurezas do seu ser, e parar de achar que é o outro sempre o sofredor e você é o “salvador”. Na verdade, todos nós precisamos de ajuda, todos somos sofredores em maior ou menor grau. E orientar o outro a praticar aquilo que nós mesmos não realizamos em nossa vida é, nada mais nada menos, do que hipocrisia. É da hipocrisia que o ser humano precisa se libertar… Ensinar aquilo que pratica, ou apenas praticar, sem precisar orientar os outros a fazer aquilo que nós mesmos não fazemos. Quando se vive a vida espiritual, nem precisamos ficar ensinando-a a outros, nossos atos já demonstram os princípios que desejamos transmitir…
Seu Raimundo sentiu uma imensa vontade de chorar e desabou em prantos… O espírito incorporado veio falar com ele. Colocou as mãos em seu ombro e disse:
– Calma meu irmão. Você precisava dessa terapia de choque para poder enxergar a si mesmo e parar de ver os defeitos apenas nos outros. Precisava também parar de se ver como o “salvador” e os outros como “sofredores”, pois isso nada mais é do que uma forma de orgulho e soberba; é uma forma de se sentir superior e de ver os outros como inferiores. Chore, coloque tudo isso que você sente para fora, faça uma revisão desses pontos que eu te apresentei, e a partir de agora você poderá se tornar um verdadeiro ser humano, renovado, e pronto para ajudar ao próximo, realizando a verdadeira caridade… E dessa vez, sem hipocrisia.
Seu Raimundo, após alguns minutos de choro intenso, olhou para o espírito e perguntou:
– Quem é você?
O espírito olhou para seu Raimundo com todo o amor e carinho e disse:
– Meu filho, você não pediu a Jesus, em sua prece de abertura dos trabalhos, que libertasse os espíritos dessa sala do sofrimento? Então meu filho, Jesus me pediu que viesse aqui e mostrasse tudo isso a você, para que você pudesse ver a si mesmo, saísse do “umbral” de sua mente, e se libertasse de tudo aquilo que te causa sofrimento. Sou um enviado de Jesus, e a partir de agora, você será um novo homem…
Seu Raimundo chorou ainda mais. Agradeceu imensamente a Deus e a Jesus aquela sagrada lição de autoconhecimento… Depois desse episódio, tornou-se uma pessoa muito melhor…


Autor: Hugo Lapa

Missão dos profetas



Atribui-se comumente aos profetas o dom de adivinhar o futuro, de sorte que as palavras profecia e predição se tornaram sinônimas. No sentido evangélico, o vocábulo profeta tem mais extensa significação. Diz-se de todo enviado de Deus com a missão de instruir os homens e de lhes revelar as coisas ocultas e os mistérios da vida espiritual. Pode, pois, um homem ser profeta, sem fazer predições. Aquela era a ideia dos judeus, ao tempo de Jesus. Daí vem que, quando o levaram à presença do sumo-sacerdote Caifás, os escribas e os anciães, reunidos, lhe cuspiram no rosto, lhe deram socos e bofetadas, dizendo: “Cristo, profetiza para nós e dize quem foi que te bateu.” Entretanto, deu-se o caso de haver profetas que tiveram a presciência do futura, quer por intuição, quer por providencial revelação, a fim de transmitirem avisos aos homens. Tendo-se realizado os acontecimentos preditos, o dom de predizer o futuro foi considerado como um dos atributos da qualidade de profeta.

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXI, item 4.)


DE ÂNIMO FORTE




Não faltam recursos de trabalho espiritual a todo irmão que deseje reerguer-se, aprimorar-se, elevar-se.
Lacunas e necessidades, problemas e obstáculos desafiam o espírito de serviço dos companheiros de fé, em toda parte.
A ignorância pede instrutores, a dor reclama enfermeiros, o desespero suplica orientadores.
Onde, porém, os que procuram abraçar o trabalho por amor de servir?
Com raras exceções, observamos, na maioria das vezes, a fuga, o pretexto, o retraimento.
Aqui, há temor de responsabilidade; ali, receios da crítica; acolá, pavor de iniciativa a benefício de todos.
Como poderá o artista fazer ouvir a beleza da melodia se lhe foge o instrumento?
Nesse caso. temos em Jesus o artista divino e em nós outros, encarnados e desencarnados, os instrumentos dEle para a eterna melodia do bem no
mundo.
Se algemamos o coração ao medo de trabalhar em benefício coletivo, como encontrar serviço feito que tranquilize e ajude a nós mesmos? como recolher
Felicidade que não semeamos ou amealhar dons de que nos afastamos suspeitosos?
Onde esteja a possibilidade de sermos úteis, avancemos, de ânimo forte, para a frente, construindo o bem, ainda que defrontados pela ironia, pela frieza ou pela ingratidão, porque, conforme a palavra iluminada do apóstolo aos gentios, "Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, amor e moderação".

Ditado pelo Espírito Emmanuel
Francisco Cândido Xavier

Vinha de Luz

terça-feira, 12 de maio de 2015

Oração do Livro Parnaso de Além-Túmulo


Pai Nosso, que estás nos Céus,
Na luz dos sóis infinitos,
Pai de todos os aflitos
Deste mundo de escarcéus.
Santificado, Senhor,
Seja o teu nome sublime
Que em todo o Universo exprime
Concórdia, ternura e amor.
Venha ao nosso coração
O teu reino de bondade,
De paz e de claridade
Na estrada da redenção.
Cumpra-se o teu mandamento
Que não vacila e nem erra,
Nos Céus, como em toda a Terra
De luta e de sofrimento.
Evita-nos todo o mal,
Dá-nos o pão no caminho,
Feito na luz, no carinho
Do pão espiritual.
Perdoa-nos, meu Senhor,
Os débitos tenebrosos,
De passados escabrosos,
De iniquidade e de dor.
Auxilia-nos, também,
Nos sentimentos cristãos,
A amar nossos irmãos
Que vivem longe do bem.
Com a proteção de Jesus,
Livra a nossa alma do erro,
Sobre o mundo de desterro,
Distante da vossa luz.
Que a nossa ideal igreja
Seja o altar da Caridade,
Onde se faça a vontade
Do vosso amor...


Assim seja.

REPAREMOS NOSSAS MÃOS



 “... Mostrou-lhes as suas mãos..." - João, 20:20.

Reaparecendo aos discípulos, depois da morte, eis que Jesus, ao se identificar, lhes deixa ver o corpo ferido, mostrando-lhes destacadamente as mãos...
As mãos que haviam restituído a visão aos cegos, levantado paralíticos, curado enfermos e abençoado velhinhos e crianças, traziam as marcas do sacrifício.
Traspassadas pelos cravos da cruz, lembravam-lhe a suprema renúncia.
As mãos do Divino Trabalhador não recolheram do mundo apenas calos do esforço intensivo na charrua do bem. Receberam feridas sanguinolentas e dolorosas...
O ensinamento recorda-nos a atividade das mãos em todos os recantos do Globo.
O coração inspira.
O cérebro pensa.
As mãos realizam.
Em toda parte, agita-se a vida humana pelas mãos que comandam e obedecem.
Mãos que dirigem, que constroem, que semeiam, que afagam, que ajudam e que ensinam... E mãos que matam, que ferem, que apedrejam, que batem, que incendeiam, que amaldiçoam...
Todos possuímos nas mãos antenas vivas por onde se nos exterioriza a vida espiritual.
Reflete, pois, sobre o que fazes, cada dia.
Não olvides que, além da morte, nossas mãos exibem os sinais da nossa passagem pela Terra. As do Cristo, o Eterno Benfeitor, revelavam as chagas obtidas na divina lavoura do amor. As tuas, amanhã, igualmente falarão de ti, no mundo espiritual, onde. Interrompida a experiência terrestre, cada criatura arrecada as bênçãos ou as lições da vida, de acordo com as próprias obras.

Emmanuel
Psicografia de Chico Xavier

Perda de pessoas amadas. Mortes prematuras



Quando a morte ceifa nas vossas famílias, arrebatando, sem restrições, os mais moços antes dos velhos, costumais dizer: Deus não é justo, pois sacrifica um que está forte e tem grande futuro e conserva os que já viveram longos anos cheios de decepções; pois leva os que são úteis e deixa os que para nada mais servem; pois despedaça o coração de uma mãe, privando-a da inocente criatura que era toda a sua alegria.
Humanos, é nesse ponto que precisais elevar-vos acima do terra-a-terra da vida, para compreenderdes que o bem, muitas vezes, está onde julgais ver o mal, a sábia previdência onde pensais divisar a cega fatalidade do destino. Por que haveis de avaliar a justiça divina pela vossa? Podeis supor que o Senhor dos mundos se aplique, por mero capricho, a vos infligir penas cruéis? Nada se faz sem um fim inteligente e, seja o que for que aconteça, tudo tem a sua razão de ser. Se perscrutásseis melhor todas as dores que vos advêm, nelas encontraríeis sempre a razão divina, razão regeneradora, e os vossos miseráveis interesses se tornariam de tão secundária consideração, que os atiraríeis para o último plano.
Crede-me, a morte é preferível, numa encarnação de vinte anos, a esses vergonhosos desregramentos que pungem famílias respeitáveis, dilaceram corações de mães e fazem que antes do tempo embranqueçam os cabelos dos pais. Frequentemente, a morte prematura é um grande benefício que Deus concede àquele que se vai e que assim se preserva das misérias da vida, ou das seduções que talvez lhe acarretassem a perda. Não é vítima da fatalidade aquele que morre na flor dos anos; é que Deus julga não convir que ele permaneça por mais tempo na Terra.
É uma horrenda desgraça, dizeis, ver cortado o fio de uma vida tão prenhe de esperanças! De que esperanças falais? Das da Terra, onde o liberto houvera podido brilhar, abrir caminho e enriquecer? Sempre essa visão estreita, incapaz de elevar-se acima da matéria. Sabeis qual teria sido a sorte dessa vida, ao vosso parecer tão cheia de esperanças? Quem vos diz que ela não seria saturada de amarguras? Desdenhais então das esperanças da vida futura, ao ponto de lhe preferirdes as da vida efêmera que arrastais na Terra? Supondes então que mais vale uma posição elevada entre os homens, do que entre os Espíritos bem-aventurados?
Em vez de vos queixardes, regozijai-vos quando praz a Deus retirar deste vale de misérias um de seus filhos. Não será egoístico desejardes que ele aí continuasse para sofrer convosco? Ah! essa dor se concebe naquele que carece de fé e que vê na morte uma separação eterna. Vós, espíritas, porém, sabeis que a alma vive melhor quando desembaraçada do seu invólucro corpóreo. Mães, sabei que vossos filhos bem-amados estão perto de vós; sim, estão muito perto; seus corpos fluídicos vos envolvem, seus pensamentos vos protegem, a lembrança que deles guardais os transporta de alegria, mas também as vossas dores desarrazoadas os afligem, porque denotam falta de fé e exprimem uma revolta contra a vontade de Deus.
Vós, que compreendeis a vida espiritual, escutai as pulsações do vosso coração a chamar esses entes bem-amados e, se pedirdes a Deus que os abençoe, em vós sentireis fortes consolações, dessas que secam as lágrimas; sentireis aspirações grandiosas que vos mostrarão o porvir que o soberano Senhor prometeu. — Sanson, ex-membro da Sociedade Espírita de Paris. (1863.)

(Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V, item 21.)


PERANTE PROVOCAÇÕES



Não te aflijas por problema
Que não possas deslindar...
Muita coisa só o tempo
Poderá solucionar.

Perante provocações
Que alguém te faça ao redor,
A atitude de silêncio
É a resposta melhor.

Para quem cumpre o dever
Sem rebaixar-se de nível,
A consciência tranquila
É defesa intransponível.

Não escutes palavrório
Seja em sussurro ou cochicho...
Não transforme teus ouvidos
Em uma lata de lixo.

A boca maledicente,
Muitas vezes, se compara,
No mau cheiro que extravasa,
A fossa que se escancara.

Eurícledes Formiga

(Página recebida pelo médium Carlos A. Baccelli, em reunião pública do Lar Espírita “Pedro e Paulo”, na manhã de sábado do dia 4 de abril de 2015, em Uberaba – MG). 

Meu filho é gay, e agora?



Pais e filhos - Amor em ação
Meu filho é gay, e agora?

Assunto delicado e que normalmente gera polêmica entre as pessoas, principalmente as que se dizem religiosas, pois condenam impiedosamente os que estão gays na presente encarnação.
Pode-se estar homem em uma vida, mulher em outra, informaram os espíritos a Allan Kardec.
Quantos crimes são praticados contra jovens no mundo todo por causa do comportamento homoafetivo?
Quantos pais não entram em parafuso quando descobrem que seus filhos “estão gays”?
Anos atrás, quando uma jovem engravidava, alguns pais colocavam a filha para fora de casa, como se ela tivesse praticado um crime grave.
Algumas certamente se suicidaram tomadas de desespero e dor, pois se a família vira as costas, com quem se pode contar?
Outras partiram para o aborto.
O mesmo se dá com relação aos que tem comportamento homoafetivo, muitos são postos porta afora como se fossem aberrações.
O número de suicídios nesses casos também é expressivo.
Imagine-se no lugar de alguém que vivencie essa realidade, como deve ser angustiante olhar para os lados e ser tratado como uma pessoa “anormal”?
O Espiritismo, assim como Jesus, não tem condenação a ofertar, mas dilata nossa compreensão a respeito das experiências, que cada um constrói para si ao longo de suas vidas sucessivas.
Os pais que vivenciam essas lutas com seus filhos devem saber que, eles não são gays, eles estão gays na vida atual.
Estar gay é uma condição transitória, também um aprendizado para todos.
No item 822-a de O Livro dos Espíritos, os amigos espirituais responderam o seguinte:
Os sexos só existem na organização física, pois os Espíritos podem tomar um e outro, não havendo diferenças entre eles a esse respeito.
Para aqueles que se dizem reencarnacionistas, essa questão deveria ser tratada com mais compreensão, pois não sabemos por quais estradas já transitamos em vidas passadas.
A bênção do esquecimento é de fato a expressão da Misericórdia Divina.
Não devemos julgar.
O que fica claro para todos nós é que as lições vivenciadas pelo espírito imortal, boas ou dolorosas, colaboram para a redenção da criatura em sua jornada espiritual.
Os pais devem compreender que os filhos gays já têm o mundo para lhes apedrejar publicamente a vivência homoafetiva.
Se pudéssemos conversar com Jesus agora sobre esses fatos, o que Ele nos diria?
Quando Maria Madalena foi até o Cristo, o que foi que Ele disse?
Condenou-a?
Em toda a literatura evangélica, não se encontram registros em que Jesus tenha condenado a quem quer que seja.
Jesus não condenou Maria de Madalena e também não condenaria os gays, mas certamente condenaria a promiscuidade e o comportamento mundano.
Ele diria com amor e carinho – “Vá e não peques mais!”
Jesus amorosamente chama todos à responsabilidade com os próprios atos e escolhas.
Para aqueles que não vivenciam essa situação, é muito mais fácil a condenação, mas para pais que tem filhos gays, o tema é desafiador.
Ame seu filho, não vire as costas para ele!
Quantas crianças em tenra idade apresentam gestuais e fala em contradição com seu corpo físico?
Os homens elaboram teorias, a ciência tenta explicar, mas o que se passa nos escaninhos da alma de cada um, só Deus pode saber.
Em cada uma de nossas encarnações, temos comportamentos e vivenciamos aprendizados necessários a nossa própria evolução.
Para os pais, amor e compreensão; para os filhos, amor e tolerância.
Não sabemos, ou não recordamos, porque Deus nos uniu a esse grupo familiar do qual fazemos parte, mas temos a certeza de que devemos caminhar de mãos dadas e corações unidos na grande travessia por esse mundo de provas e expiações.
Hoje estamos pais, ontem estivemos filhos, hoje estamos homens, amanhã mulheres.
A única certeza que temos é que, seja qual for a nossa condição, o amor de Deus estará olhando por nós.
Família é algo tão especial, que foi uma ideia pensada por Deus.

Por: Adeilson Salles

FONTE: http://inteliterajovem.blogspot.com.br/2015/03/meu-filho-e-gay-e-agora.html

Adolescência, vida sexual e consequência espiritual



Fui procurado por um adolescente que me fez a seguinte pergunta:
— Com quantos anos posso iniciar minha vida sexual? Lembrei-me do livro Corações Juvenis, que publiquei em 2013, com o selo da FEP – Federação Espírita Pernambucana – e da FEB – Federação Espírita Brasileira. Nesse livro, vários jovens fizeram-me perguntas sobre muitos assuntos. No capítulo que leva o título – “Jovem, amor e sexualidade” – respondi a essa pergunta com indagação semelhante; transcrevo abaixo a pergunta e a resposta da referida obra.
A partir de que idade um adolescente pode iniciar atividades sexuais?
Sabemos que na adolescência o corpo ainda se encontra em processo de formação, por isso, recomendamos que se evite iniciar a vida sexual nesse período. Não obstante essa orientação, não podemos fechar os olhos e imaginar que as práticas sexuais não estejam acontecendo cada vez mais cedo.
A mídia, em suas variadas manifestações, incentiva a sensualidade exagerada. A falta de referências positivas saudáveis, e a ausência de uma educação sexual adequada promovida desde a infância, de maneira responsável, contribuem para o caos moral instaurado em nossa sociedade. Mas o mais importante, em toda e qualquer relação, é a presença do amor. O jovem não deve se desvalorizar fazendo o sexo pelo sexo. A Doutrina Espírita nos informa que estamos na Terra para evoluir, e a evolução não se dá sem amor. A visão dos homens está, muitas vezes, equivocada quanto à verdadeira razão da vida. Não podemos nos esquecer das consequências espirituais das nossas escolhas. Os animais fazem sexo para procriação, mas necessariamente não amam. Quando nos envolvemos com alguém, não podemos nos esquecer da nossa condição de espírito imortal. Toda e qualquer atitude terá consequências nos dois planos da vida. O respeito por si e pela(o) namorada(o), e o amor sincero, devem sempre nortear o jovem em suas escolhas.
(...) ao invés da educação pela satisfação dos instintos, é imprescindível que os homens eduquem sua alma para a compreensão sagrada do sexo. (Emmanuel, O Consolador, questão 184).
Utilizei dessa resposta dada no livro Corações Juvenis, para responder à indagação daquele garoto, que me ouviu com muita atenção. Disse a ele que nós atraímos para o nosso convívio espíritos que têm os mesmos sentimentos, com isso, a relação sexual pode também servir para intercâmbio perturbador entre os dois planos da vida. Não há como criar uma barreira invisível que impeça a participação de espíritos promíscuos em uma relação que é promíscua. A única defesa e proteção espiritual, para qualquer situação vivenciada pela galera jovem, é o cultivo de bons sentimentos e pensamentos nobres. Sem contar o risco de gravidez e a possibilidade de se contrair doenças sexualmente transmissíveis. É melhor esperar pela fase mais adulta para o início da vida sexual, mas se acontecer, o jovem deve estar pronto para as implicações que a sua escolha vai lhe trazer. Nós nos abraçamos, e ele partiu. 

Por: Adeilson Salles 

O filho adotivo do carpinteiro




Para se anunciar ao mundo Deus não construiu palácios e tampouco se fez representar por um rei poderoso e rico. Preferiu a candura de uma criança indefesa, para ser criada, amada e instruída por uma família humana. O plano divino para se anunciar ao mundo passou por uma mãe e um pai comuns, escolhidos no meio do povo.
Sempre que celebramos o Natal, para além dos presentes, das celebrações e dos banquetes, estamos unidos em torno desta criança, nascida sem conforto, em meio a um estábulo. Sua vocação já se revelava nesta cena, uma família abrigada precariamente, cercada de animais, para o nascimento daquele que seria o revelador de uma nova aliança de caridade e amor. Entre humildes pastores e reis do Oriente, estava o menino a usufruir de sua tenra existência.
A escolha de Deus por este casal, um carpinteiro e sua noiva quase menina, demonstra que, para se criar uma criança, ainda que esta seja o próprio Deus feito humano, não é necessário que hajam condições financeiras acima da média de uma instrução erudita. O condimento para se fazer uma criança feliz e colaborar para sua formação pessoal é o AFETO. O afeto é o bálsamo que salva o homem de sua barbárie histórica. O afeto pode ser notado quando estão presentes os atos com ele coerentes, praticados por quem o sente.
Os que militam para que as crianças tenham famílias de verdade, com direito a este afeto salvador e formador, lutam pela reintegração familiar e pela adoção de crianças e adolescentes que vivem aos milhares em instituições. A face oculta do abandono, varrida para de baixo do tapete, não tem nenhuma afinidade com o espírito cristão.
Este estado de coisas se mantém em função de preconceitos e interpretações demagógicas da lei, que transformam as crianças em coisas e atribuem sua propriedade à família biológica. Quando há afeto real é viável a convivência da criança com sua família de origem. Mas, quando não há, e muitas vezes não há, deve-se optar pela adoção, em curto espaço de tempo, para que traumas não se multipliquem com o abandono prolongado e doloroso.
Destarte, o que resta é proclamar o amor de José e Maria por aquela criança. O Filho de Deus foi filho adotivo, unigênito. Um filho adotivo para transformar a humanidade e proclamar o amor como a forma de vida. Um filho adotivo para mostrar que o que realmente importa é o amor que se sente, é o encontro de almas. Um filho adotivo que só precisou de uma família afetiva e cuidadosa para que se desabrochasse em luz divina sobre a humanidade.
Quando, ainda nos dias de hoje, se ouve alguma dúvida sobre o amor que se pode sentir por um filho adotivo, repetida através dos tempos de forma insistente, pode-se perceber o quanto as pessoas se apegam ao fator biológico como pressuposto do afeto paternal, É como só se fosse possível amar quem deriva do sêmen e do óvulo, da nossa porção animal, limitada, fraca e finita. No fundo, trata-se de amor a si próprio mal disfarçado, que deseja ver perpetuadas no filho as características do próprio pai.
Esta reflexão é necessária. Deus, em sua sabedoria infinita, soube escolher pai e mãe para Jesus. Escolheu o afeto e o cuidado, o amor incondicional. Preferiu achar estas qualidades entre pessoas humildes, demonstrando que o que importa é a atitude adotiva amorosa. É tempo de esperança: que esta atitude se apodere dos corações e mentes de todas as pessoas. Que esta adoção de Jesus possa inspirar a adoção de todas as crianças que não tem família.

Sávio Bittencourt

Evangelização: Pai Nosso


Atividade 1:

Iniciar a aula propondo que alguns alunos representem com mímica as palavras que representam o tema do estudo da aula, para sensibilizá-los.

Exposição: Oração do Pai Nosso

Relembrar que podemos orar em qualquer lugar e momento. Falar das características da prece: sinceridade, humildade, amor e fé em Deus. A prece é uma conversa com Deus, onde comungamos com Ele. Podemos utilizar da prece para pedir, louvar e agradecer.

Da mesma forma que o corpo não pode subsistir sem o alimento, o Espírito não consegue manter-se em equilíbrio sem a força da oração.

Quando no extasiamos com as belezas naturais, as estrelas do céu, com o sol, com a lua, é uma forma de oração: a glorificação. Podemos louvar a Deus por Sua sabedoria infinita, Sua bondade, Sua providência, Sua grandeza, Seu amor, Sua força, Sua presença, Sua criação, etc.

Também podemos dirigir ao Pai a fim de rogarmos paciência, auxílio espiritual, consolo, iluminação, paz, oportunidades de serviço, perdão pelos enganos cometidos, amparo para terceiros, para os inimigos, etc.

O Pai sempre ouve as nossas rogativas, mas é preciso discernimento para compreender as respostas Dele e aproveitá-las.

Devemos agradecer a Deus pela existência física, por termos uma família, por todas as nossas faculdades e habilidades, pelo alimento, pelo abrigo, pela presença dos amigos, pela saúde, pelo trabalho, por podermos estudar, por todas as coisas boas, e mesmo aquelas que não julgamos tão boas, mas que são, para nós, estímulos ao progresso.

Atividade 2: Atividade em Grupo

 Os alunos serão convidados a formarem 3 ou 4 pequenos grupos (dependendo do número de Evangelizandos presentes). Levar em uma caixinha e pedir que eles peguem de dentro dela 8 papéis dobrados, contendo na parte de cima números de 1 a 8. Nos papéis dobrados estarão as frases da oração Pai Nosso. Pedir a cada grupo que pegue dois destes papéis. Cada grupo, um de cada vez,
elabora a explicação dos versos que lhe couberem, seguidos de elucidações dos evangelizadores.

Em seguida, convidar os alunos para sair da sala e se dirigir a um espaço verde, distribuindo a eles o texto explicativo de cada frase (do livro Pai Nosso do Espírito Meimei, psicografado por Francisco Xavier), para que os evangelizandos comparem com o seu trabalho e comentem. Após cada comentário, os Evangelizadores complementam as ideias, tiram as dúvidas e relacionam os dizeres da oração com as obras de Deus, a natureza que os cerca, a vida, as árvores, os insetos e pássaros.

Atividade 3: Elaboração de cartazes

Os Evangelizadores convidam a turma para voltar ao ambiente interno da aula, convidando os grupos a elaborarem cartazes que expliquem o que aprenderam com relação à Oração do Pai Nosso, apresentando, depois, ao restante dos Evangelizandos, suas conclusões.


Tente Não Chorar 2 { A Carta }

Nada na vida é por acaso

SE EU MORRER ANTES DE VOCÊ.....CHICO XAVIER

NINGUÉM SE ENCONTRA POR ACASO

domingo, 10 de maio de 2015

Entrevista com Raul Teixeira



“Se bem compreendida e orientada, toda e qualquer criança que chega a Terra mudará a vida do planeta”.
Problemas e questões da atualidade O Consolador: Como você vê a oficialização do casamento entre homossexuais e a adoção de filhos por parte deles? Consideramos que qualquer oficialização que se estabelece no mundo corresponde à formalização de situações que já existem, ou que precisam ser normalizadas para evitar distorções nos julgamentos de diversificadas situações, em respeito ao conceito formal de justiça. Assim, se se fala de oficialização de casamentos entre pessoas do mesmo sexo é que essas pessoas já estão se unindo sem qualquer formalização, deparando-se, a partir disso, com problemas cujas soluções exigem um pronunciamento da lei que regulamenta a vida de um povo ou de uma sociedade.


Independentemente do nome que se deseje dar a essas uniões, a realidade é que tais uniões existem. Seus parceiros podem conviver pouco ou muito tempo juntos; podem fazer aquisições de variada índole em nome da dupla ou durante o período em que estão juntos os indivíduos. Como ficará, perante a sociedade organizada, a situação de um e de outro parceiro? Em caso de falecimento de um deles, há ou não há direitos a pensões e outros benefícios, após uma vida passada em comum? Todos os quadros com os quais nos defrontamos e que tomam corpo na sociedade precisam ser estudados e disciplinados pela legislação. Não há como fazer vistas grossas e fazer de conta que tal coisa não existe. Logo, não há como fugirmos dessa oficialização em nome de qualquer tradição ou preconceito, uma vez que os fatos aí estão afrontando os tempos e exigindo um posicionamento oficial das autoridades, pois não há lei que possa impedir de fato que duas pessoas do mesmo sexo tenham vida em comum, que se entendam, que se cuidem ou que se amem. No que respeita à adoção de filhos, estamos diante de uma questão de bom senso. O que será melhor para uma criança: viver nas ruas, ao abandono, sujeito a todos os perigos que inundam as ruas - ou em instituições que, por mais respeitáveis que sejam, não conseguem se converter num lar para nenhuma criança abandonada - ou ser amparada pela generosidade e pelo carinho de duas pessoas do mesmo sexo e que vivem juntas? O Espírito Camilo sempre me ensinou que o amor, em si mesmo, não tem sexo e que é muito valorosa a atitude de quem quer que seja que se decida a adotar uma criança. Somente a hipocrisia ou a indiferença para com a criança órfã ou abandonada pode criar impedimentos para tal adoção.

O Consolador: Há muitos debates sobre células-tronco embrionárias. Considerando como são formados os embriões resultantes da fertilização in vitro, é-nos difícil entender que a todos eles estejam ligados Espíritos, visto que, para um mesmo casal, produzem-se diversos embriões, dos quais alguns são implantados e outros mantidos em baixíssima temperatura. Se tudo correr bem na gestação, é comum que os embriões congelados sejam esquecidos e, por conseguinte, jamais utilizados. Em alguns países, como a Inglaterra, a lei estipula um prazo, findo o qual eles são eliminados. Ainda que não se tratando de uma posição do Espiritismo, e sim um argumento pessoal, como você vê essa questão? Sendo uma pessoa vinculada às ciências, vejo como muito delicada essa questão, tendo em vista muitos posicionamentos extremadamente apaixonados e que nos remetem aos tempos distantes das posições ultramontanas em relação ao progresso científico. É comum que os religiosos, em geral, evoquem para si o direito de atuar nas suas crenças como bem o desejem - ainda que toda a sociedade se depare incontável número de vezes, com posicionamentos argumentativos e práticas ardilosos, antissociais e mesmo criminosos contra o povo -, sem admitirem qualquer intromissão de cientistas, nenhuma opinião que se oponha aos seus intentos ou que não façam parte dos seus quadros, quase sempre distanciados dos verdadeiros fins dos ensinamentos imortais deixados por Jesus Cristo e por outros Missionários espirituais da humanidade. Contudo, quase sempre os mesmos religiosos arrogam-se o direito de não somente opinar mas de determinar sobre as reflexões e práticas da Ciência, como se fossem detentores da absoluta verdade. Afora os posicionamentos políticos, laboratoriais, comerciais e demais interesses particulares que se atiram nos caminhos dos cientistas-pesquisadores - que costumam estar presentes nessas discussões, fazendo lobbies em favor de empresas ou de grupos, com os quais se deve ter muita cautela pelo cinismo e pelas pressões com que atuam -, sou de parecer que aos religiosos caberia ressaltar e propagar a realidade espiritual do ser humano, trabalhar na educação moral dos indivíduos, o que lhes possibilitaria tomar as melhores decisões diante do mundo e diante da Espiritualidade, deixando àqueles que assumiram responsabilidades perante a Ciência o labor que lhes cabe, oferecendo, quando solicitados, os seus mais lúcidos pareceres que deverão ser tão lúcidos quão desapaixonados. O que não me parece coerente é que os religiosos desejem governar todos os ângulos de visão da sociedade, como se tivessem o privilégio da verdade sobre os demais pensadores. Indiscutivelmente, encontraremos abusos que à justiça caberá questionar e corrigir, evocando os preceitos éticos imponentes. O que creio não ser razoável é partirmos do princípio de que, por adotar posições muitas vezes materialistas ou ateístas (em relação aos preceitos e dogmas das religiões institucionais), devam os cientistas ser considerados como não sérios ou como irresponsáveis. Entendo que deveremos respeitar esse grande pugilo de pesquisadores que têm oferecido suas vidas em prol de uma sociedade melhor, permitindo que realizem seus empreendimentos, seus trabalhos, suas pesquisas. Tenho ouvido do Espírito Camilo que muitos desencarnados, retidos em situações de complexos conflitos e sofrimentos no além, são visitados e indagados quanto ao interesse que tenham de servir de instrumentos ao progresso da Ciência no mundo, apresentando-se para animarem embriões que se prestarão às pesquisas. Findadas as experiências, essas entidades que reencarnariam em delicadas situações de enfermidades físicas, mentais ou socioeconômicas, ou todas conjugadas, logram obter melhorias significativas nos processos em que estão incursas. São muitas as que aceitam e que são levadas a tais lidas nas esferas do trabalho científico. É real que nem todos os embriões, tendo-se em vista as fases iniciais em que são tomados, estão ligados a inteligências espirituais, mas outros tantos estão, sim, animados por essas entidades referidas, ou seja, as que se apresentam para servir de “cobaias” nas atividades de pesquisas científicas. Há, por outro lado, uma questão que se quer calar. Por que há defesas tão extremadas dos possíveis embriões com ligações espirituais, enquanto que não há a mesma paixão pelas crianças já reencarnadas, malnascidas, abandonadas nas ruas ou nos orfanatos? O que deve passar pela mente geral relativamente a tais crianças e os citados embriões? Por que não costumamos ver ninguém solicitar aos laboratórios detentores dos embriões algum deles como filho? Diante das quantidades que são atiradas fora, após os períodos exigidos por lei, é de estranhar que ninguém reclame uns dois ou três para serem cuidados, implantados na condição de filhos, de modo a salvá-los da destruição...

O Consolador: A eutanásia, como sabemos, é uma prática que não tem o apoio da doutrina espírita. Surgiu, no entanto, ultimamente, a ideia da ortotanásia, defendida até mesmo por alguns médicos espíritas. Qual a sua opinião a respeito? O mais importante na esfera da ortotanásia será sempre o uso do bom-senso, pois uma coisa é deixar o indivíduo morrer naturalmente, quando se veja que sua vitalidade vai baixando de nível como uma chama que se apaga. Outra situação, porém, será ver alguém sofrendo e cruelmente não lhe aplicar qualquer sedativo ou medicamento, deixando que morra em meio ao desespero ou à dor intensa. Nem a eutanásia nem a ortotanásia, quando fuja ao bom-senso e se aproxime da crueldade. Que os conhecimentos médicos vigentes possam ajudar os que se acham à beira da desencarnação, facilitando-lhe um tranquilo retorno ao Invisível sem comprometimento negativo de médicos, enfermagem ou familiares.

O Consolador: Como você vê o nível da criminalidade e da violência que parece aumentar em todo o país e no mundo, e como os espíritas podemos cooperar para que essa situação seja revertida? Nada obstante as informações dos Imortais de que estão renascendo no planeta muitos Espíritos ainda inferiorizados, no que se relaciona às suas condições morais, não deveremos perder de vista a proeminência da educação como bem frisou Allan Kardec, em O Livro dos Espíritos. Faz-se necessária uma educação moral capaz de bem formar os caracteres dos indivíduos. Como espíritas, torna-se fundamental a observância dos cuidados com a autoeducação (a partir dos esforços pelo autoconhecimento), a fim de que nos capacitemos para orientar e educar os próprios filhos que são vítimas, muitas vezes, da incúria ou do desmazelo dos seus pais que estão mais preocupados com o sucesso social dos filhos do que com a sua felicidade. A educação, contudo, é um processo que terá êxito em longo prazo, visto que corresponde a uma modificação gradual de mentalidade e à adoção e fixação de novos valores por parte das criaturas. Há, no entanto, providências que podem ser tomadas por quem de direito, no sentido de diminuir a gravidade dos quadros de violência vigentes atualmente no mundo, e isso tem a ver com a legitimidade, maturidade e respeitabilidade moral das autoridades constituídas e que estão à frente das sociedades, assim como tem relação com a necessidade de imputar-se responsabilidades aos cidadãos e fazer com que aqueles que cometem desatinos sejam levados aos trabalhos de quitação perante suas vítimas, sejam indivíduos ou grandes grupos sociais. Enquanto persistir, em nome de escusos interesses e criminosos desinteresses, o clima de impunidade, como se nada estivesse acontecendo, pela falta de coragem de pôr-se o guizo no pescoço do gato, é certo que a situação tanto do Brasil quanto do restante do mundo não sofrerá significativas alterações.

O Consolador: A preparação do advento do mundo de regeneração em nosso planeta já deu, como sabemos, seus primeiros passos. Daqui a quantos anos você acredita que a Terra deixará de ser um mundo de provas e de expiações, passando plenamente à condição de um mundo de regeneração, em que, segundo Santo Agostinho, a palavra amor estará escrita em todas as frontes e uma equidade perfeita regulará as relações sociais? Muito embora possamos desenvolver alguma ansiedade em torno desse futuro anunciado pelos Imortais, o certo é que não temos nenhuma possibilidade de datar essas ocorrências, uma vez que estarão sempre pendentes dos movimentos dos progressos humanos. As bases geológicas do planeta estão dando seus passos na direção do amadurecimento ciclópico do mundo. Contudo, o aspecto moral, grande definidor de tudo, depende das disposições morais da humanidade. Não nos cabe nenhuma tormenta com relação a esses tempos. Cada um de nós deverá assumir a parte que lhe corresponde nesse esforço individual e coletivo para a construção desse mundo melhor que anelamos. Então, trabalhemos com dedicação e verdade, cuidando de realizar o que nos compete, e deixemos tudo o mais nas mãos de Deus, pois só Ele sabe a respeito dos tempos, como o afirmou nosso Mestre Jesus.

O Consolador: Em dados citados no livro O Clamor da Vida, da Dra. Marlene Nobre, afirma-se que são feitos cerca de 60 milhões de abortamentos por ano no mundo. A vida, como se vê, não é valorizada como devia. Qual é sua avaliação sobre o assunto e como os espíritas poderíamos contribuir para diminuir esses números assustadores? Acredito que esse quadro gritante se deve à cultura materialista que vemos ganhar corpo a cada dia em nossas sociedades. Mesmo famílias de rotulagem cristã e, em particular, cristã-espírita, entram nessa excitação materialista. Tudo o que tem sentido e valor são o salário que se ganha, as coisas que se consomem, os títulos que se conseguem ou as posições sócio-político-econômicas que se desfrutam no mundo. Se nessas coisas estão os maiores valores do indivíduo, claro fica que tudo o mais estará em segundo ou em terceiro plano, inclusive o filho que se leva no ventre. A visão materialista do mundo tem levado muitas inteligências a menoscabar a excelência da vida terrestre, impulsionando muita gente para o consumo desassisado de drogas variadas, de buscas de “adrenalinas” suicidas, de homicídios sem nenhum propósito e do suicídio propriamente dito. O dever dos espíritas não é tomar para si a renovação do mundo, dando péssimo exemplo de insustentável messianismo, uma vez que a mensagem de Jesus Cristo foi dirigida a todos que dela puderam tomar conhecimento. Vivendo como pessoas de bem e fazendo esforços para dominar as más inclinações, conforme a definição kardequiana de verdadeiro espírita, indubitavelmente estaremos dando uma importante quota das nossas vivências para contribuir na diminuição desse horrendo espetáculo de desapreço pela vida.

O Consolador: O fanatismo religioso atinge quase todas as religiões e, infelizmente, parece que não é diferente no meio espírita. Qual é a sua mensagem àqueles que incorrem nesse erro? O fanatismo de qualquer natureza está comumente vinculado à ignorância. Quanto menos as pessoas se interessam pelo estudo do Espiritismo, tanto mais facilidade encontrarão para fanatizar-se, uma vez que o fanatismo costuma ser consequência da crença irracional de quem não sabe, mas que bate no peito admitindo saber. Um pouco mais de dedicação à leitura atenciosa, às reflexões e aos esforços por vivenciar os elementos conhecidos, ao propiciar maior utilização da razão crítica, menos possibilitará alguém de tornar-se fanático no Movimento Espírita. O Consolador: Como deve agir o espírita diante das solicitações de esmola, nas ruas, particularmente por parte de crianças? Sempre cri que bom-senso e água fluidificada não fazem mal a ninguém. Cabe sempre uma visão mais global sobre o momento do pedido. Muitas vezes pode-se levar a criança a comer ou beber algo, pois a criança não precisa de dinheiro. Quando ela pede dinheiro está atendendo à determinação de algum adulto que a explora, seja pela necessidade desatendida,  seja pelo vício. Importantíssimo é que a sociedade da qual fazemos parte conseguisse se mobilizar e cobrar das autoridades político-administrativas as providências para os casos que testemunhamos na cidade, diariamente. Assim, seria sempre mais significativa a contribuição para com as instituições sociais que se incumbem de cuidar dessas crianças que vivem quase sempre em situação de grandes riscos. O Consolador: O desmatamento da floresta amazônica caminha a largos passos, e dentre as causas que o acentuam está a pecuária. Aliás, o Brasil é um dos maiores exportadores de carne bovina do mundo. Como deve o espírita posicionar-se ante a alimentação baseada em carne bovina, haja vista que, entre outras coisas, ela também contribui para esse desmatamento? O espírita agirá como um cidadão comum, tratando de cumprir os seus deveres sociais e políticos com seriedade, levando em conta que o problema do desmatamento amazônico não tem por vilões os rebanhos de gado, mas o egoísmo e o cinismo de vastas lideranças políticas do nosso país, que fazem vistas grossas para a situação, uma vez que seus interesses pessoais podem estar em jogo nesse lance. Observemos que tanto se desmata para criar rebanhos de gado quanto para plantar soja e outros produtos. A ser levado tudo ao pé da letra do que dizem as diversas mídias – quase nunca apresentam a real situação ou o que está por detrás dela – teríamos que deixar de usar tanto carnes como vegetais. Enquanto os governantes fizerem de conta que não estão sabendo que os habitantes da floresta, sempre os mais espertos, é claro, mancomunados com políticos inescrupulosos e gente envolvida nos respectivos órgãos públicos, é que extraem a madeira nobre da Amazônia, que permitem a extração ilegal de minérios do subsolo regional de suas nações indígenas, e que permitem muito da biopirataria existente em nosso país, a tendência será ficar tudo como está... tendendo a piorar. Enquanto nossos governos fizerem vistas grossas para essa quantidade enorme de ONGs plantadas na Amazônia, aculturando a seu modo nossos nativos, doutrinando-os a seu bel-prazer (de olho em suas/nossas riquezas diversas), mas que não têm nenhum interesse por “prestar serviços” no Marajó, por exemplo, onde existe muitíssima necessidade e abandono governamental, nenhum interesse em se instalar no sertão nordestino, onde a seca, a fome e a esperteza de alguns “coronéis” imperam, essas dificuldades não serão sanadas. Acusar pontualmente o gado ou a soja nos faria atacar o lado frágil da questão, deixando de lado o fulcro mais grave do problema. Temas de natureza doutrinária

O Consolador: As divergências doutrinárias em nosso meio reduzem-se a poucos assuntos. Um deles diz respeito ao chamado Espiritismo laico. Para você, o Espiritismo é uma religião? Sim. Indubitavelmente, para mim o é.

O Consolador: Você acha válida a proposta de Kardec pertinente à atualização periódica dos ensinamentos espíritas, em face do avanço da ciência? Em caso afirmativo, como devemos implementar essa medida? Acho estranho que Kardec haja feito essa proposta de atualização periódica dos ensinamentos espíritas - uma vez que os referidos ensinamentos não são da cogitação científica, já que a Ciência formal vem se mantendo sob a égide do materialismo por meio da grande massa dos seus representantes encarnados -, por ter ele mesmo escrito na Introdução de O Livro dos Espíritos, parte VII: Vede, portanto, que o Espiritismo não é da alçada da Ciência. Na medida em que avança a Ciência, maiores confirmações temos encontrado para as teses que fundamentam o Espiritismo. Até hoje, nenhuma das descobertas científicas conseguiu abalar os alicerces da formosa Doutrina que, ao contrário, mais se fortifica diante dos espíritas estudiosos e da mentalidade geral dos que a acompanham à distância. No bojo desses avanços contemporâneos da Ciência, temos encontrado muitas mudanças de entendimentos científicos, muitas trocas de nomenclaturas, incontáveis descobertas que enriquecem o terreno das investigações. Porém, nenhum desses valores que nos hão chegado em razão das humanas pesquisas tem arranhado o pensamento fulgurante e vanguardista do Espiritismo. Qualquer informação mediúnica assinada, ínsita na Codificação, não é maior que o corpo doutrinário do Espiritismo, que se fundamenta na existência de Deus, na existência e imortalidade da alma, na pluralidade das existências (reencarnação), na pluralidade dos mundos habitados e na comunicabilidade dos Espíritos (mediunidade). Nenhuma ciência conseguiu ferir esses princípios. Há muitos confrades afoitos, mal informados, ou sem muita intimidade com o pensamento científico - refiro-me ao pensamento científico acadêmico e não de livros jornalísticos de informações científicas -, que estão sempre “ouvindo dizer” isso ou aquilo e que se mostram muito apressados em efetuar mudanças no corpo da Doutrina Espírita, pautados em suas crenças de que a Ciência já tenha superado o Espiritismo... É uma pena! Isso demonstra que podem ter alguma leitura das obras kardequianas mas não o entendimento aprofundado que se espera de quem pretende fazer modificações no trabalho alheio. Há pessoas que propõem e até publicam propostas de se alterar, por exemplo, o termo fluido, usado por Kardec em suas obras, pelo termo energia, utilizado cientificamente. Sem dúvida seria uma aberração tal modificação, caso fosse implementada. Por suas características e definições, fluido e energia nas ciências têm significados teóricos muito diferenciados. Um se define, a outra não. Por outro lado, o que Kardec chama de fluido, no Espiritismo, não é o mesmo fluido da físico-química, e assim por diante. O melhor em tudo isso será o nosso maior estudo e aprofundamento das questões e teses espíritas, a fim de que, compreendendo melhor o ensino dos Imortais, a ele nos ajustemos, procurando modificar-nos para assumir a posição de sal da Terra da qual nos incumbiu Jesus.

O Consolador: O tema anjos de guarda vez por outra é focalizado na mídia. Em que momento e de que maneira eles agem em favor dos seus protegidos? Como é a relação deles conosco? Muitas vezes, vemos esse tema dos Anjos de Guarda ser tratado nas diversas mídias empobrecido por místicas deformantes ou por fantasias de tal modo ingênuas que conseguem diminuir o sentido divino dessas presenças junto às criaturas encarnadas. Pelo que nos ensinam os Imortais, em O Livro dos Espíritos, esses Anjos atuam sobre nossas vidas desde o nascimento até à morte e muitas vezes nos acompanham na vida espiritual, depois da morte, e mesmo através de muitas existências corpóreas. Entendemos que, para estarem ligados aos seus tutelados desde o berço, é que, antes dele, na erraticidade, já auxiliavam os seus protegidos na ponderação e preparo das existências que deveriam vivenciar no planeta. A relação desses Anjos conosco é a de um pai com relação aos filhos; a de guiar-nos pela senda do bem, auxiliar-nos com seus conselhos, consolar-nos nas nossas aflições, levantar-nos o ânimo nas provas da vida.

O Consolador: Em alguns meios divulga-se a tese de que as crianças índigo representam uma nova geração, a que Kardec se teria referido em A Gênese. Em sua opinião, o tema crianças índigo enquadra-se na seriedade e racionalidade com que devem ser tratados os conceitos espíritas? É muito conhecido o impulso que temos nós, os humanos, pelas novidades que vão surgindo ao nosso redor, e tudo o de que gostamos, julgamos importante ou especial, desejamos de modo velado ou declarado trazer para o universo do Espiritismo. Foi o que ocorreu com a tese dos psicólogos americanos Dr. Lee Carrol e Dra. Jan Tober. Muito embora os referidos autores americanos tenham feito questão de afirmar que seu trabalho era um relatório inicial e não a palavra final sobre certo tipo de crianças que vinham nascendo, o fato é que isso já chegou em nosso meio popular, e não foi diferente no meio espírita, como algo pronto, acabado e “espírita”. Lastimável! Vale a pena verificar como é que os supracitados psicólogos americanos definem uma criança índigo (Dra. Jan Tober informa ter chamado assim a esse tipo de crianças, por ser a cor índigo a que via ao redor delas): é aquela que apresenta um conjunto de características psicológicas incomuns e um padrão de comportamento ainda não classificado pela ciência. Esse tipo de comportamento faz com que todos os que interagem com ela (principalmente seus pais) tenham de se adaptar a circunstâncias diferentes e a um tipo específico de criação. Até aqui, não vemos nada que seja diferente do que observamos em nossas crianças, aquelas com as quais temos tido contato diariamente, dando-nos conta de que são, de fato, crianças diferentes, não importando os nomes com que as rebatizemos. Contudo, todas elas estão no mundo sob cuidados pater-maternais para evoluírem para Deus. Todos sabemos que não é fácil entender, nortear, corrigir, educar, enfim, esses pequenos, tendo em vista as bagagens que trouxeram de outras vivências reencarnatórias. O psicólogo argentino Egídio Vecchio, que se radicou em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, também dedicou-se aos estudos dessas crianças índigo, somando seus esforços aos de notáveis estudiosos como Ingrid Cañete e Teresa Guerra. Afirma ele num dos seus livros que na década de 1970 vieram ao mundo seres humanos muito especiais, portadores de uma mudança potencial em seu DNA. Descobriu-se que têm uma missão a cumprir e um grande potencial a desenvolver. Como nós, também dotados do livre-arbítrio, portanto podem não aceitar esse encargo. Não são predestinados. Nenhuma diferença vemos nos dizeres de Vecchio daquilo que temos aprendido, há mais de 150 anos, nos ensinamentos espíritas. Todos nós chegamos ao mundo com uma missão a cumprir, seja de grande ou de pequeno porte, seja em nível do grupo familiar ou em termos sociais e mesmo missões mundiais. Reencarnamos, exatamente, para fazer brilhar a nossa luz, conforme orientou Jesus Cristo, ou seja, para desenvolver nossos potenciais espirituais, ou intelecto-morais, se assim o quisermos. Notemos como continua Vecchio a falar sobre os índigos: Essas crianças, fruto dessa evolução genética que está acontecendo, necessitam de apoio para adaptarem-se e desenvolverem-se entre nós. Para elas é necessária uma pedagogia adequada ao seu grau de evolução, porque são portadoras de ferramentas psicológicas e espirituais muito além daquelas que a psicologia tradicional conhece. Se bem compreendidas e orientadas, as crianças índigo mudarão a vida do planeta de forma assombrosa e nunca imaginada até hoje. Não há nenhuma novidade nisso, para quem lida com ensino-aprendizagem, para quem lida com crianças e escolaridade. É gritante o atraso em que se encontra a instituição escolar, mundo afora. Chegamos a constatar que das instituições do mundo a que mais resiste a mudanças é exatamente a escolar. Parece um afrontoso paradoxo. As nossas crianças que são tão mal cuidadas pela escola contemporânea com suas características velhas, com suas metodologias, suas provas, suas notas, etc., antiquadas, que conseguem matar o poder criador dos alunos pelas atitudes ingênuas, laissez-faire, excessivamente diretivas ou ditatoriais de profissionais malformados, caso tivessem esses recursos aos quais se refere Egídio Vecchio, com certeza não teríamos os altos índices de êxodo escolar, as altas taxas de reprovações; não veríamos o horror com que grande número de crianças se vê obrigado a ir à escola, a alegria com folgas, feriados ou com a ausência dos professores. Num mundo de computadores e internets, de blogs e orkuts, desejar manter as crianças presas a um espaço físico por meio de “cuspe e giz”, convenhamos que não precisarão ser tão índigos para viverem “indignadas” (o trocadilho é proposital) com o sistema. No século XIX, Kardec já falava da transição por que passava o mundo. Logo, não é um fenômeno novo. Possivelmente, somente agora os psicólogos americanos se deram conta de que deveriam estudar tal coisa. Mas, com certeza, não foi a partir de 1970 que essas coisas começaram a acontecer no planeta. Leiamos o que nos diz o livro A Gênese, publicado em 1868: A época atual é de transição; confundem-se os elementos das duas gerações. Colocados no ponto intermédio, assistimos à partida de uma e à chegada da outra, já se assinalando cada uma, no mundo, pelos caracteres que lhes são peculiares. Têm ideias e pontos de vista opostos às duas gerações que se sucedem. Pela natureza das disposições morais, porém, sobretudo das disposições “intuitivas” e “inatas”, torna-se fácil distinguir a qual das duas pertence cada indivíduo. Observemos como continua Kardec: Cabendo-lhe fundar a era do progresso moral, a nova geração se distingue por inteligência e razão geralmente precoces, juntas ao sentimento “inato” do bem e a crenças espiritualistas, o que constitui sinal indubitável de certo grau de adiantamento “anterior”. Não se comporá exclusivamente de Espíritos eminentemente superiores, mas dos que, já tendo progredido, se acham predispostos a assimilar todas as ideias progressistas e aptos a secundar o movimento de regeneração. Aprendemos, assim, desde a época de Allan Kardec, que, se bem compreendida e orientada, toda e qualquer criança que chega a Terra mudará a vida do planeta, de maneira bastante significativa, jamais imaginada atualmente. Quando o lar e a escola se tornarem locais de satisfação, de aprendizado e de segurança para as nossas crianças de agora e para as que virão, conseguiremos auxiliar a todos os Espíritos que, chegados ao mundo para desempenhar seus papéis missionários, de homens e mulheres de bem, possam realizar com êxito aquilo que vieram fazer sobre o solo do mundo. O que lamento é que, com tantos ensinamentos do Espiritismo, desde O Livro dos Espíritos até A Gênese, a respeito do conduzimento educacional das nossas crianças, sem que nunca tenha isso provocado qualquer furor educacional, nenhuma emoção ou frisson social, bastou que chegasse ao nosso país a tradução do livro de Carrol e Tober para que o Movimento Espírita, em consideráveis expressões e localidades, se sentisse abalado em suas crenças e práticas, sem dar-se conta de que o que vinha acontecendo, e ainda ocorre, é uma agigantada defasagem entre a nossa confissão labial de fé espírita e a nossa integração ao espírito do Espiritismo.

O Consolador: Há controvérsias com relação às medidas que podem ser tomadas no sentido de protelar ou de acelerar o processo desencarnatório. Têm os encarnados meios de prolongar a vida física, a ponto de interferir no procedimento dos Espíritos? Aprendemos com os nobres Benfeitores Espirituais que, como as nossas existências planetárias estão sob os cuidados de entidades sublimadas, que respondem junto a nós em nome de Jesus Cristo, a protelação (a moratória) ou a aceleração (a antecipação) do processo de nossa desencarnação estão, do mesmo modo, sob essas divinas responsabilidades. Temos sabido de incontáveis circunstâncias que podem levar os Guias Espirituais a interceder a favor da permanência física de alguém no mundo, assim como de outras que os fazem atuar em prol da antecipação do período da reencarnação, desde que haja interesses superiores em jogo, significando uma contribuição para o progresso de quem deverá permanecer ou de quem deverá partir. Indivíduos que, na época prevista para seu desenlace, estejam realizando processos espirituais renovadores junto a familiares de relacionamentos complexos; que estejam conseguindo se libertar de difíceis conflitos ou dependências tormentosas, o que lhes permitirá grandes arrancadas espirituais, ou que se encontrem executando atividades em benefício de alguma obra de formosa expressão, o que lhes propiciará feliz contributo ascensional, esses costumam receber o beneplácito de abençoadas moratórias. Muitos que estejam se enredando em situações comprometedoras, planeta afora, fascinados com as liberdades que ninguém consegue frear; muitos que chegaram à Terra com bagagem espiritual respeitável, mas que se estão deixando levar por certos níveis de orgulho e vaidade comprometedores de seu valor espiritual; os que vieram para operacionalizar determinadas missões, para o que foram investidos anos e anos de preparativos no Mundo Invisível, e que estão atirando fora as oportunidades, costumam ser “chamados de volta” ao Grande Lar, a fim de que reavaliem suas condutas terrenas, para que não comprometam seus valores conquistados e para que refaçam os planejamentos quanto ao futuro, de tal modo que, então, não se perturbem nos mesmos caminhos e situações que os puseram em perigo. Tanto as moratórias quanto as antecipações não costumam ser do conhecimento direto do beneficiado. As leis do nosso Criador funcionam silenciosamente e atendem os Seus filhos, em suas variadíssimas necessidades, sem qualquer alarde. Assim, é improvável que os encarnados, de maneira consciente, consigam esses resultados, tornando-se capazes de interferir na programação do Benfeitores da Vida Maior, desenvolvida sobre nós  sob o comando de Jesus.

O Consolador: Considerando que a vivência diária da moral cristã é um dos grandes desafios dos espíritas, como superar o orgulho e o egoísmo que porventura residam em nós, evitando assim o personalismo? Aqui, devemos recordar-nos daquilo que indagou Kardec aos Imortais, desejoso de conhecer um modo prático e eficaz para melhorar-nos nesta vida e de resistirmos à atração do mal. Vejamos que o Codificador pediu aos Espíritos algo que fosse factível, ou seja, prático, ao mesmo tempo que desse resultado, quer dizer, eficaz. Obteve por resposta a instrução de um sábio da Antiguidade: Conhece-te a ti mesmo. Será muito difícil trabalhar por desfazer orgulho e egoísmo, enquanto não tivermos clara consciência de sua existência devastadora em nosso íntimo. Somente a partir dessa constatação que façamos é que, então, buscaremos caminhos, planos, no sentido de atacar o que nos seja incômodo.

Entrevista retirada da Revista O Consolador. Ano 2, número 90 FONTE: www.oconsolador.com

Crianças de uma Nova Era


Indiscutivelmente, vive-se na Terra o momento da grande transição planetária, na qual as ocorrências dolorosas, os desastres coletivos, as tragédias do cotidiano, as contínuas ondas de violência e os descalabros de toda ordem chamam a atenção de todos, apresentando momentos terríveis de aflição e de sofrimentos.
Os denominados sinais dos decantados fins dos tempos, estão presentes na civilização hodierna convidando os seres humanos às reflexões profundas, impondo-lhes a necessidade de mudança para melhor no comportamento moral e emocional.
Além das alterações que sucedem coletivamente na sociedade, outras, mais sutis, no entanto, não menos preocupantes, estão presentes nestes dias aguardando a atenção dos estudiosos: pais, psicólogos, educadores, sociólogos, religiosos e todas as pessoas interessadas na construção da sociedade feliz do futuro.
Acompanhando o inevitável processo das reencarnações, pode-se constatar facilmente a presença de uma nova geração de espíritos que se encontra no planeta em condições surpreendentes, fora do habitual. Aqui encontram-se, a fim de preparar a grande transição que vem tendo lugar lentamente, de modo a que o planeta mude de estágio evolutivo, conforme a assertiva de Jesus, na Sua memorável mensagem no Sermão profético, conforme narrativa de Marcos no capítulo XIII, versículos 1 a 32.
Facilmente podem-se identificar esses espíritos que constituem a geração nova, a que se refere Allan Kardec, em A Gênese, no item 27 do capítulo VIII, elucidando as emigrações e imigrações programadas para que ocorra a grande e inevitável mudança de evolução.
De igual maneira que os espíritos progridem, também os mundos, as suas moradas transitórias elevam-se, proporcionando os fatores mesológicos necessários ao seu desenvolvimento intelecto-moral.
A lei de destruição, bem pouco compreendida pelos seres humanos, é o mecanismo de que se utiliza a Divindade para a grande revolução que sempre ocorre, sendo através das alterações, às vezes, dolorosas para as criaturas, o meio eficaz para que se operem as grandes transformações morais e espirituais.
Observam-se, no planeta terrestre, na atualidade, mais do que noutros períodos, os sinais próprios dos acontecimentos previstos e programados, especialmente no que diz respeito aos valores éticos e morais, as convulsões sísmicas, as mudanças que se produzem em muitos países com alterações profundas no seu arcabouço econômico e financeiro, assim como nas guerras que desencadeiam para manter o predomínio, dando lugar ao seu declínio. Enquanto isso ocorre, outros, os denominados emergentes, crescem e desenvolvem-se, a fim de terem oportunidade de produzir novas culturas, nova civilização.
Simultaneamente, a onda de loucura e obsessão que assola a Terra faz parte da transição planetária, quando os espíritos que tentam obstaculizar o processo evolutivo são removidos para outros planos, de modo que as dores sejam diminuídas e o tempo menos prolongado.
O processo da evolução é inevitável e faz parte dos Divinos Planos a respeito da vida.
Desde que criado simples e ignorante, o princípio espiritual evolui através das sucessivas reencarnações, adquirindo complexidades e conhecimentos, que se expandem do íntimo, onde se encontra gravada a essência da qual procede: Deus!
Proporcionar, portanto, o desenvolvimento do Deus interno, é o objetivo sublime dos renascimentos corporais, por ensejar as oportunidades de aplicação dos valores antes adormecidos na conquista da plenitude.
É compreensível, portanto, que o ser angélico de hoje passou pela fieira dos renascimentos corporais, desde as fases mais primitivas até o estágio em que se encontra.
Os atuais guias da Humanidade estiveram nos primórdios da sua vida nas experiências primárias que lhes facultaram o desdobrar dos tesouros transcendentes da evolução.
De igual maneira, aqueles que hoje transitam em dificuldades espirituais e morais, através do burilamento logrado nas experiências reencarnatórias, alcançarão também a elevada posição dos anjos tutelares atuais. Não foi por outra razão que o Mestre de Nazaré elucidou com ênfase, que nenhuma das ovelhas que o Pai Lhe confiou se perderia, adindo, oportunamente, porém, que ninguém entraria no reino dos Céus sem pagar a dívida até o último centavo...
À medida que o espírito evolve, experiência equívocos e êxitos, sendo convidado a reparar os erros e prosseguir na ação edificante.
A atualidade espiritual do planeta na fase de transição caracteriza-se por expressivo número daqueles que retornam, missionários do bem e da verdade, do conhecimento e da beleza, da tecnologia e da ciência, da fé religiosa e da caridade, a fim de apressarem o processo evolutivo, ao tempo em que outros, ainda aferrados ao mal despedem-se da oportunidade, igualmente renascendo para terem a sua última chance no lar terrestre que não têm sabido valorizar...
Certamente que retornarão, quando se recuperarem dos delitos praticados e da teimosia do orgulho e do egoísmo exacerbado, da soberba e das paixões primitivas, quais filhos pródigos de retorno ao regaço paterno...
Não seja de estranhar-se que, de igual maneira, nobres espíritos de outra esfera evolutiva igualmente estejam reencarnando-se na Terra, a fim de contribuírem em favor do seu processo de regeneração.
A grande maioria que está chegando chama a atenção por características muito especiais, sendo que, alguns deles apresentam-se com distúrbio de déficit de atenção (DDA) ou mesmo transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), gerando situações perturbadoras na área da conduta. O fenômeno, porém, tem por objetivo convidar os estudiosos do comportamento e da educação a uma análise mais profunda a respeito da ocorrência.
Há muitos especialistas, no entanto, que negam a possibilidade do TDAH, conservando o diagnóstico apenas na classificação DDA.
Todavia, aprofundadas investigações demonstram que o TDAH tem origem nos intrincados mecanismos da hereditariedade, da convivência familiar, necessitando de cuidados especiais.
Invariavelmente têm-se aplicado nos pacientes infantis drogas denominadas como da obediência, o que constitui grave responsabilidade pelos efeitos colaterais que podem ocasionar no seu futuro, especialmente a partir da adolescência.
Ideal será uma cuidadosa análise e aplicação da moderna psicopedagogia, especialmente baseada no amor e na paciência, no diálogo e na convivência com os pais, de maneira a transmitir-se afetividade e respeito, carinho e segurança psicológica ao paciente infantil.
Quando a criança dê-se conta de que é amada e compreendida, novos estímulos contribuirão para a diminuição da desatenção e da hiperatividade, ajustando-a aos programas de ação edificante e de construção da sociedade feliz.
Quando, no sermão profético, narrado pelo Evangelista Marcos, Jesus refere-se às grávidas e às que amamentarem nos dias terríveis do Senhor, elucida gentilmente sobre as atuais ocorrências familiares, as dificuldades de convivência doméstica, os desafios educadores no lar, os relacionamentos afetivos entre os parceiros...
Ao mesmo tempo, em relação aos problemas de radioatividade que possam ocorrer, conforme já tem sucedido, com a contaminação pelo estrôncio e outras substâncias destrutivas que dão lugar ao surgimento de anomalias de vária ordem, culminando com os tormentos cancerígenos, especialmente leucêmicos...
O momento é, portanto, muito grave, propondo graves reflexões e elevação de sentimentos, de modo a contribuir-se de maneira eficaz para que esse tormentoso período seja abreviado...

Joanna de Angelis.

Do livro Liberta-te do Mal - Joanna de Ângelis / Divaldo Franco
Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, na manhã de 20 de abril de 2011, na Mansão do Caminho, em Salvador, Bahia.