segunda-feira, 30 de maio de 2016

Fatalidade e Livre Arbítrio



Antes do regresso à experiência no Plano Físico, nossa alma em prece roga ao Senhor a concessão da luta para o trabalho de nosso próprio reajustamento.
Solicitamos a reaproximação de antigos desafetos.
Imploramos o retorno ao círculo de obstáculos que nos presenciou a derrota em romagens mal vividas...
Suplicamos a presença de verdugos com quem cultiváramos o ódio, para tentar a cultura santificante do amor...
Pedimos seja levado de novo aos nossos lábios o cálice das provas em que fracassamos, esperando exercitar a fé e a resignação, a paciência e o valor...
E com a intercessão de variados amigos que se transformam em confiantes avalistas de nossas promessas, obtemos a bênção da volta.
Efetivamente em tais circunstâncias, o esquema de ação surge traçado.
Somos herdeiros do nosso pretérito e, nessa condição, arquitetamos nossos próprios destinos.
Entretanto, imanizados temporariamente ao veículo terrestre, acariciamos nossas antigas tendências de fuga ao dever nobilitante.
Instintivamente, tornamos despreocupados, à caça de vantagens físicas, de caprichos perniciosos, de mentiroso domínio e de nefasto prazer.
O egoísmo e a vaidade costumam retomar o leme de nosso destino e abominamos o sofrimento e o trabalho, quais se nos fossem duros algozes, quando somente com o auxílio deles conseguimos soerguer o coração para a vitória espiritual a que somos endereçados.
É, por isso, que fatalidade e livre-arbítrio coexistem nos mínimos ângulos de nossa jornada planetária.
Geramos causas de dor ou alegria, de saúde ou enfermidade em variados momentos de nossa vida.
O mapa de regeneração volta conosco ao mundo, consoante às responsabilidades por nós mesmos assumidas no pretérito remoto e próximo; contudo, o modo pelo qual nos desvencilhamos dos efeitos de nossas próprias obras facilita ou dificulta a nossa marcha redentora na estrada que o mundo nos oferece.
Aceitemos os problemas e as inquietações que a Terra nos impõe agora, atendendo aos nossos próprios desejos, na planificação que ontem organizamos, fora do corpo denso, e tenhamos cautela com o modo de nossa movimentação no campo das próprias tarefas, porque, conforme as nossas diretrizes de hoje, na preparação do futuro, a vida nos oferecerá amanhã paz ou luta, felicidade ou provação, luz ou treva, bem ou mal.


Chico Xavier

A Faculdade de Curar


A faculdade de curar, para manter-se íntegra, não deve permanecer precavida tão-somente contra o pagamento em dinheiro amoedado.
Há outras gratificações negativas a que lhe cabe renunciar, a fim de que não seja corroída por paixões arrazoadas que começam nos primeiros sinais de personalismo excessivo.
Imprescindível saber olvidar o vinho venenoso da bajulação, a propaganda jactanciosa, o perigoso elixir da lisonja e a aprovação alheia como paga espiritual.
Quem se proponha a auxiliar aos enfermos, há que saber respirar no convívio da humildade sincera, equilibrando-se, cada instante, na determinação de servir.
Para curar é preciso trazer o coração por vaso transbordante de amor e quem realmente ama não encontra ensejo de reclamar.
Compreendendo as nossas responsabilidades com o Divino Médico, se queres efetivamente curar, cala-te, aprende, trabalha honrando a posição de servidor de todos a que Jesus te conduziu.
Auxilia aos ricos e aos pobres, como quem sabe que fartura excessiva ou carência asfixiante são igualmente enfermidades que nos compete socorrer.
Ampara aos amigos e aos adversários, aos alegres e aos tristes, aos melhores e aos menos bons, como quem compreende na Terra a valiosa oficina de reajuste e elevação.
Reconheçamos que toda honra pertence ao Senhor, de quem não passamos de apagados e imperfeitos servidores.
Não te afastes da dependência do Eterno Benfeitor e, movimentando os próprios recursos, a beneficio dos que te cercam, guardemos a certeza de que, curando, seremos curados por nossa vez, soerguendo-nos, enfim, para a vitória real do espírito, em cuja luz os monstros da penúria e da vaidade, da ignorância e do orgulho não mais nos conseguirão alcançar.


 Chico Xavier

FÉ ANTE A TEMPESTADE



Então Jesus entrou na barca, e seus discípulos o acompanharam. E eis que houve grande agitação no mar, de modo que a barca estava sendo coberta pelas ondas. Jesus, porém, estava dormindo. Os discípulos  se aproximaram e o acordaram, dizendo:
- Senhor, salva-nos, porque estamos afundando! Jesus respondeu:
- Por que vocês tem medo, homens de pouca fé? E, levantando-se, ordenou os ventos e o mar, e tudo ficou calmo. Os homens ficaram admirados e disseram:
- Quem é esse que até os ventos e o mar lhe obedecem?                               

(Mateus, 8:23-27)

 
Nós podemos dizer que, nossa jornada terrestre é uma longa viagem por mares desconhecidos.
Onde, às vezes, o oceano está belo e calmo, porque seguimos saudáveis e bem dispostos; finanças em ordem; estabilidade no emprego; família em paz; sentimo-nos ajustados e felizes. . .
Mas que, de repente, sopram os ventos, levantam-se ondas que nos ameaçam. É quando uma doença inspira cuidados; somos demitidos do emprego; explode a crise familiar; parte o ente querido. . .
Muitas vezes, experimentamos a dificuldade para lidar com essas situações.
Vai à coragem; chega o pessimismo; nasce o medo; falece a esperança. . .
Manifestando a perturbação, o desencanto, a revolta, a rebeldia. . .
Em casos extremos, há quem caia no álcool, nas drogas, no desatino, na depressão, e até o suicídio, essa falsa porta de fuga que apenas nos precipita em sofrimentos mil vezes maiores. 
Daí perguntamos: “Por que nos comportamos assim?”
A resposta:  “Falta de fé.”
A fé é a bússola, a segurança, o apoio para todas as situações.
Quem conquistou esta fé, nunca se perde nos balanços da vida, mesmo quando sopra o vento da infelicidade.
Porque a fé é uma conquista individual. Geralmente nos enganamos a respeito da fé. Porque julgamos possuí-la. Mas, nosso comportamento sugere o contrário, principalmente nas dificuldades da vida.
Na primeira sacudida em nosso barco, corremos para Jesus e pedimos para que Ele nos socorra, para que Ele solucione nossos problemas, como fizeram os apóstolos. Mas, a fé tem a função essencial de oferecer forças para solucionar problemas ao invés de afastá-los ou libertar o crente (pessoa que crê) dos testemunhos necessários para a nossa evolução.
Nós, dificilmente corremos para uma religião para buscarmos saber “por que sofremos”, “por que estamos aqui”, “o que Deus quer de nós”, etc. Nós não queremos saber, porque quando obtermos as respostas teremos que mudar nosso modo de pensar e agir. E isto dá trabalho. É mais fácil pedir.


Richard Simonetti

Onde Passes


Quando cada dia se te apresenta, em torno de atividades a que o dever te vincula, aparecem
as tarefas com as quais não contavas.
Geralmente, são pequenos encargos que a vida te propõe em nome de Deus.
É o amigo desesperado, a mulher vergastada pelo sofrimento, o desconhecido em dificuldade,
o doente esquecido ou a criança sem rumo, a te pedirem apoio e consolação.
Não passes indiferente, diante da dor. Cede um minuto do tempo de que disponhas ou algo
do que possuis para diminuir o frio da penúria e a febre da aflição.
Uma frase iluminada de amor e qualquer migalha de socorro na bênção da compreensão operam prodígios. Pronuncia as palavras que libertem os corações encarcerados na angústia, tece um véu de esperança sobre as feridas ocultas, improvisa algum reconforto para os que carregam conflitos e lágrimas, alivia os que choram e faze sorrir de algum modo, aqueles que transitam pelos caminhos empedrados da solidão. O tempo é uma estrada que todos somos compelidos a percorrer.
Segue plantando paz e semeando alegria.
Deus não nos pede o impossível.
Tanto quanto nos sucede, onde estamos, a vida na Terra te solicita, onde passes, esse ou aquele toque de amor, a lembrar-te que o reino da felicidade começa em ti.


Meimei

Vitória



Quando a tristeza lhe bata à porta, pense nas alegrias que a vida nos proporciona constantemente.
Concentre-se no bem por fazer, a fim de que o mal não lhe perturbe as horas.
Diante de observações descabidas que lhe forem lançadas em rosto, silencie, reconhecendo que cada um de nós é responsável pelas próprias atitudes e pensamentos.
Não descreia da cooperação e auxilie aos outros, quanto possível.
Acenda a estrela da esperança nas próprias mãos, para que a luz não lhe falte no cotidiano.
Não espere dos outros aquilo que os outros ainda não possuem para dar.
Disponha-se a ceder de você mesmo o que tenha de melhor, a benefício dos companheiros de Humanidade.
Nada reclame.
Lembre-se de que se você cultivar a paciência, todos os prejuízos e desgostos da experiência terrestre se lhe farão mensageiros de bênçãos que você desconhece.
Se você sofre, trabalhe; se está doente, trabalhe. Se carregas o corpo enfraquecido, trabalhe, quanto puder e naquilo que possa fazer, porque isso resultará em auxílio a você mesmo.
Não olvide que um sorriso se reveste de imenso valor, nas mais difíceis circunstâncias.
Confie em Deus e confie em você mesmo, servindo sempre no amparo aos semelhantes e cedo você reconhecerá que carrega, por dentro do próprio coração, o seu mais belo cântico de vitória.


André Luiz

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Você pode



Carregando nos próprios ombros as aflições que fustigam a Terra, o Senhor acreditou nas promessas de fidelidade que você lhe fez, enviando-lhe ao caminho aqueles irmãos necessitados de mais amor.
Chegam eles de todas as procedências...
É a esposa fatigada esperando carinho; é o companheiro abatido implorando em silêncio, esperança e consolo.
De outras vezes, é o filho desorientado suplicando compreensão ou o parente na hora difícil,
aguardando braços fraternos.
Agora é o amigo transviado, esmolando compaixão e ternura, depois, talvez seja o vizinho atormentado em problemas esfogueantes, pedindo bondade e cooperação.
Isso acontece, porquanto você pode compartilhar
com Ele a tarefa do auxílio.
Não desdenhe deste modo, apoiar alguém.
Acendamos a luz, onde as trevas se adensem; articulemos tolerância, ao pé da agressividade; envolvamos as farpas da cólera em algodão de brandura; conduzamos a paz por fonte viva sobre a discórdia, toda vez que a discórdia se faça incêndio destruidor...
Deixe que Ele, o Mestre, se revele por sua palavra e por suas mãos. Não impeça a divina presença, através de
seu passo, no amparo às humanas dores.
E, nessa estrada bendita, depois da luta cotidiana, sentirá você no imo da própria alma, o sol da alegria perfeita repetindo, de coração erguido à
verdadeira felicidade:
- Obrigado Jesus, porque na força de Tua bênção, consegui esquecer-me, procurando servir.


André Luiz

Tempo


Todas as criaturas gozam o tempo, mas raras vezes aproveitam-no.
Corre a oportunidade espalhando bênçãos.
Arrasta-se o homem estragando dádivas recebidas. Cada dia é um país de vinte e quatro províncias. Cada hora é uma província de sessenta unidades.
O homem, contudo, é o semeador que não despertou ainda. Distraído cultivador, pergunta: “que farei”?! E o tempo silencioso responde com ensejos benditos: De servir, ganhando autoridade; de obedecer, conquistando o mundo; de lutar escalando os céus.
O homem, todavia, voluntariamente cego, roga sempre mais tempo para zombar da vida, porque se obedece, revolta-se, orgulhoso; se sofre, injuria e blasfema; se chamando as contas,
lavram reclamações descabidas.
Cientistas fogem da verdadeira ciência.
Filósofos ausentam-se dos próprios ensinos.
Religiosos negam a religião.
Administradores retiram-se da responsabilidade.
Médicos subtraem-se à Medicina.
Literatos furtam-se à divina verdade.
Estadistas centralizam a dominação.
Servidores do povo buscam interesses privados. Lavradores abandonam a terra.
Trabalhadores escapam do serviço.
Gozadores temporários entronizam ilusões.
Ao invés de suar no trabalho, apanham borboletas da fantasia.
Desfrutam a existência, assassinando-a em si próprios.
Possuem os bens da Terra acabando possuídos. Reclamam liberdade, submetendo-se à escravidão. Mas chega um dia, porque há sempre um dia mais claro que os outros, em que a morte surge reclamando trapos velhos...
O tempo recolhe, então, apressado, as oportunidades que pareciam sem fim...
E o homem reconhece tardiamente preocupado, que a Eternidade infinita pede conta do minuto


André Luiz

quinta-feira, 26 de maio de 2016

DOS CONFRADES



Ainda hoje o Espiritismo é confundido com outras crenças que também utilizam o trabalho mediúnico e que se intitulam Centros Espíritas.
Este conceito equivocado não passa da falta de informação e de um esclarecimento mais apurado sobre a Doutrina Espírita.
Sabemos que a mediunidade não é privilégio de ninguém e que pode ser exercida por pessoas portadoras de dotes sensitivos especiais, de qualquer religião.
A interpretação errônea sobre Centros Espíritas foi ilustrada de maneira bem humorada por Richard Simonetti, no livro “Endereço Certo”.
A história, chamada “O horário da macumba”, relata o caso de dois funcionários de uma mesma repartição: Gervásio e Manoel.
O fato de Manoel ser espírita intrigava muito Gervásio, que diariamente lhe perguntava:
“Qual o horário da sua macumba?”
O companheiro de trabalho, polidamente, lhe respondia o horário e o endereço.
Apesar de Manuel levar a brincadeira na esportiva, Gervásio não se cansava de “perturbá-lo” com a mesma pergunta por longo período. Como bom espírita, Manoel não se deixava abalar, pois via nele a oportunidade de praticar a paciência e a tolerância.
Após alguns meses, ao chegar ao Centro Espírita, quem Manoel vê nas primeiras cadeiras? – o próprio Gervásio! Manoel pergunta-lhe se ele viera conferir o horário da macumba, mas ele, educadamente, lhe responde que viera conhecer esta Doutrina que fez com que seu companheiro de trabalho, mesmo diante de tanta insistência, não perdesse a paciência. E de paciência era o que ele, Gervásio, mais precisava...
Este conto nos permite concluir que a desinformação leva as pessoas a confundir o Espiritismo, que é a fidelidade aos ensinamentos dos Espíritos codificados por Allan Kardec, com rituais mágicos destinados a resolver problemas corriqueiros e imediatistas.
Um Centro Espírita tem várias funções, mas a primeira e mais importante é a de Educandário para os espíritos de ambas as dimensões, encarnados e desencarnados, onde estudamos o Evangelho de Jesus. Ele é também um hospital, através do tratamento fluidoterápico, e ainda um templo, pois nos mostra o caminho do amor entre as criaturas, na grande fraternidade universal do Reino de Deus.
O nosso querido Chico Xavier também nos explica esta questão com muita simplicidade e sabedoria, afirmando que: “Um Centro Espírita é uma escola onde podemos aprender e ensinar, plantar o bem e recolher-lhes as graças, aprimorar-nos e aperfeiçoar os outros, na senda eterna. Quando se abrem as portas de um templo espírita cristão ou de um santuário doméstico, dedicado ao culto do Evangelho, uma luz divina acende-se nas trevas da ignorância humana e através dos raios benfazejos desse astro de fraternidade, os homens que dele se avizinham, ainda que não desejem, caminham, sem perceber, para a vida melhor”.
“O Espiritismo é a doutrina de Jesus, em espírito e verdade, sem fórmulas, sem ritos, sem aparências, nem representantes, nem ministros. É a religião do amor e da verdade, na qual cada um é o responsável pelos atos”, esclarece-nos Divaldo Pereira Franco em “Nos Bastidores da Obsessão”.
Se o Espiritismo busca a verdade cristã e espírita é aquele que vive o Cristianismo na sua pureza, logo o Centro Espírita é a reunião de pessoas que vivem a mensagem do Cristo na sua essência. Que possamos ser os principais divulgadores desta Doutrina reveladora, lembrando sempre das palavras de Jesus: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”.


“O Aprendiz”, informativo do Centro Espírita Maria Angélica (Rua Odilon Duarte Braga, 240 – Recreio dos Bandeirantes – CEP 22790-220 Rio de Janeiro, RJ – telefone (21) 2437-5947 – www.cema.org.br). O CENTRO ESPÍRITA - Maria Lúcia Silva Rodrigues

ENDEREÇO CERTO


Há dois dias, Lucinha conservava sob sua guarda, para adoção por terceiros, encantadora menina recém-nascida. Três casais que ainda ignoravam sua existência aguardavam por aquela oportunidade, com a ansiedade de quem, após infrutíferos esforços no propósito de ter seus próprios filhos, decidiu acolher filhos alheios. Porem havia um problema: Lucinha não se inclinava por nenhum deles.
Em qualquer daqueles lares, a criança estaria bem. Eram famílias bem constituídas, gente boa, excelente condição financeira, ambiente saudável... Por que, então, a dúvida? Impossível definir. Apenas sentia assim...
O tempo corria célere. Imperioso definir rápido ou teria problemas em sua própria casa, porquanto uma de suas filhas tomara-se de amores pela menina. Pensara em ficar com ela. Adoraria fazê-lo. Mais forte, entretanto, era o sentimento de que era outro o destino daquela criança.
À noite, ao se deitar, alma em conflito, orou pedindo ajuda a Deus. Estava consciente da enorme responsabilidade que tinha em suas mãos. Queria acertar! Para tanto, empenhava-se em apurar a sensibilidade! Era preciso estender antenas espirituais, captar orientação segura!...
Brando sono pôs fim às suas angústias. Em sonho muito nítido, viu-se entregando a menina a Maitê, sua prima, que a recebia emocionada e feliz.
Despertou com a lembrança plena do inesperado contato, guardando a convicção de que o Céu atendera suas rogativas. Mas, por que a prima? Ela e o marido estavam ainda traumatizados com a morte de Pedrinho, o filho mais novo que falecera a alguns meses, vitimado por leucemia no verdor de seus cinco anos. Não cogitavam de uma adoção...
Bem, o jeito era verificar como estavam. Tomou o telefone e fez a ligação.
– Oi, Maitê, tudo bem?
– Muito bem, Lucinha! Bem mesmo, graças a Deus!
– Você está animada! Fico feliz!
– É verdade, estou animadíssima, como não me sentia há anos!
– Ganhou na Loteria?
– Vou ganhar, mas é algo mil vezes mais importante!...
– Quem bom! Posso saber?
– Claro prima! Há várias noites, venho sonhando com o Pedrinho. Ele se aproxima de mim e me entrega um bebê, explicando: "Mamãe, trouxe-lhe uma irmãzinha para você cuidar".
Maitê estabelece pequena pausa, contendo a emoção, e conclui:
— Como sabe Lucinha, não posso mais ter filhos, mas, em face dos sonhos, combinei com o João: vamos adotar uma menina. Daí a minha alegria. Sinto que vai "pintar" uma criança em minha vida!
Pausa mais longa interrompe o diálogo.
— Oi, Lucinha, ainda está aí?
Uma voz trêmula, embargada pela emoção, responde do outro lado:
— Sim, Maitê, estou aqui e tenho uma surpresa para você: a criança já "pintou"! Sua filhinha está aqui comigo!
***
A adoção de filhos não obedece a circunstâncias fortuitas. Há uma ampla mobilização da Espiritualidade no sentido de encaminhar órfãos aos lares a que se destinam.
Ficaríamos surpresos se tivéssemos noção plena do trabalho desenvolvido pelos mentores espirituais nesse sentido. Quando encontram instrumentos dóceis na Terra, eles realizam prodígios para colocar filhos que precisam de pais no endereço certo de pais que precisam de filhos.

Richard Simonetti


domingo, 22 de maio de 2016

Não se turbe o vosso coração



"Não se turbe o vosso coração; crede em Deus, crede também em mim."
(JOÃO, 14:1.)


O coração humano vive inquieto e aflito, precisamente porque carece de fé, a virtude que gera e mantém a serenidade de espírito, a segurança inabalável, qualquer que seja a conjuntura em que nos encontremos.
Por isso, o médico do corpo e da alma preceitua o remédio que cura todas as tribulações: "Crede em Deus, crede também em mim".
Crer em Deus é crer na vida, no testemunho positivo, concreto e real do Universo, desse Universo do qual fazemos parte integrante; é crer na infinita criação, nos mundos e nos sóis de todas as grandezas cujo número é incontável; é crer, em suma, nas realidades externas e internas, isto é, na vida que nos cerca e na vida que palpita em nosso eu, onde fala a inteligência, onde se manifesta a vontade, onde vibra o sentimento.
Crer em Jesus é crer no Enviado de Deus, naquele através de cujo verbo nos é dado conhecer a verdade e em cujos exemplos podemos perceber e sentir o reflexo do maior e do mais excelente dos atributos divinos — o amor; crer em Jesus é crer na imortalidade comprovada na sua ressurreição e na ressurreição de todos os que tombam ao golpe inexorável da morte; crer em Jesus é crer na máxima sublimidade da vida, expressa em sua consagração em prol do bem e da felicidade de outrem.
A fé, portanto, que o Mestre inculca a seus discípulos é aquela que se funda na aprovação de fatos incontestáveis, visíveis e palpáveis, que afetam os sentidos e a razão, as restritas possibilidades do homem e as imensas possibilidades do espírito. Essa fé nos conduz ao caminho da verdadeira Vida em sua expansão infinita e em sua eterna manifestação.
Nessa infinita expansão da sua eterna manifestação, a Vida revela o seu objetivo, que consiste em conduzir a criatura ao Criador, mediante a lei incoercível da evolução.
Semelhante fé, em realidade, redime o pecador, elevando, enobrecendo e santificando as almas.
Não se turbe, pois, o nosso coração. Conquistemos paz e serenidade, firmeza e perseverança, crendo em Deus e no seu Cristo, através das provas animadas e veementes que a Vida mesma nos proporciona.

(Na Seara do Mestre. Vinícius)
      

sábado, 21 de maio de 2016

O AMOR


O amor é substância criadora e mantenedora do Universo, constituído por essência divina.
É um tesouro que, quanto mais se divide, mais se multiplica, e se enriquece à medida que se reparte.
Mais se agiganta, na razão que mais se doa. Fixa-se com mais poder, quanto mais se irradia.
Nunca perece, porque não entibia nem se enfraquece desde que sua força reside no ato mesmo de doar-se, de tornar-se vida.
Assim como o ar é indispensável para a existência orgânica, o AMOR é o oxigênio para a alma, sem o qual a mesma se enfraquece e perde o sentido de viver.
É imbatível, porque sempre triunfa sobre todas as vicissitudes e ciladas.
Quando aparente - de caráter sensualista, que busca apenas o prazer imediato - se debilita e se envenena, ou se entorpece, dando lugar à frustração.
Quando real, estruturado e maduro - que espera, estimula, renova - não se satura, é sempre novo, ideal, harmônio, sem altibaixos emocionais. Une as pessoas, porque reúne as almas, identifica-as no prazer geral da fraternidade, alimentando o corpo e dulcificando o eu profundo.
O prazer legítimo decorre do AMOR pleno, gerador da felicidade, enquanto o comum é devorador de energias e de formação angustiante.
O estado de prazer difere daquele de plenitude, em razão de o primeiro ser fugaz, enquanto o segundo é permanente, mesmo que sob a injunção de relativas aflições e problemas-desafios que podem e dever ser vencidos.
Somente o AMOR real consegue distingui-los e os pode unir quando se apresentem esporádicos.
A ambição, a posse, a inquietação geradora de insegurança - ciúme, incerteza, ansiedade afetiva, cobrança de carinhos e atenções - a necessidade de ser amado, caracterizam o estagio do amor infantil, obsessivo, dominador, que pensa exclusivamente em si antes que no ser amado.
A confiança, suave-doce e tranquila, a alegria natural e sem alarde, a exteriorização do bem que se pode e se deve executar, a compaixão dinâmica, a não posse, a não dependência, não exigência, são benesses do AMOR pleno, pacificador, imorredouro.
Mesmo que se modifiquem os quadros existenciais, se alterem as manifestações da afetividade do ser amado, o AMOR permanece libertador, confiante, indestrutível.
Nunca se impõe porque é espontâneo como a própria vida e irradia-se mimetizando, contagiando de júbilos e paz.
Expande-se como um perfume que impregna agradável, suavemente, porque não é agressivo nem embriagador ou apaixonado...


Joana de Ângelis

O engano de considerar-se invencível



O engano de considerar-se invencível, superior, provando o desconhecimento da fragilidade e da impermanência do conjunto que o constitui, especialmente de seu corpo, faculta, ao ser, prazer mentiroso, que o desperta sob grande sofrimento.
Ninguém escapa às conjunturas que constituem a vida.
A maioria dos sofrimentos decorre da forma incorreta por que a vida é encarada.
Jamais desejando para o seu próximo o que não gostaria de experimentar, assumem-se compromissos de prosperidade, sem prejuízo de natureza alguma para si ou para os outros.
No interior do diamante bruto, escuro e informe, fulgura uma estrela que aguarda ser arrancada a golpes de cinzel e lâminas lapidadoras.
Não há ninguém que não possua bondade interior. Há, nos refolhos da alma, a presença de Deus como luz coagulada, aguardando os estímulos da fora, a fim de brilhar com alta potência.
A bondade é um pequeno esforço do dever de retribuir com alegria todas as dádivas que o homem frui, sem dar-se conta, sem nenhum esforço, por automatismo - como o sol, a lua e as estrelas, o firmamento, o ar, as paisagens, a água, os vegetais, os animais...
Certamente, algo de fantasia emoldura a vida e dá-lhe estímulo. Entretanto, firmar-se nos alicerces frágeis da ilusão, buscando aí construir o futuro, é pretender trabalhar sobre areia movediça ou solo pantanoso coberto por água tranquila apenas na superfície.
Aquele que cede ante ao obstáculo, que desiste diante da dificuldade já perdeu a batalha sem a ter enfrentado. Não raro, o obstáculo e a dificuldade são mais aparentes que reais mais ameaçadores do que impeditivos. Só se pode avaliar após o enfrentamento. Ademais, cada vitória conseguida se torna aprimoramento da forma de vencer e cada derrota ensina a maneira como não se deve tentar a luta. Essa conquista é proporcionada mediante o esforço de prosseguir sem desfalecimento e insistir após cada pequeno ou grande insucesso. O objetivo deve ser conquistado, e, para tanto, a coragem do esforço contínuo é indispensável.
Muitas vezes será necessário parar para refletir, recuar para renovar forças e avançar sempre. É uma salutar estratégia aquela que faculta perder agora o que é de pequena monta para ganhar resultados permanentes e de valor expressivo depois.
Como se medem a grandeza ou a pequenez das criaturas graças aos ideais que possuem, é na ação que se avalia a excelência das suas aspirações, pois que aí, ao operá-las, trazê-las ao mundo objetivo, é que elas experimentam a intensidade dos fornos onde são lançadas antes de se tornarem realidade.
O seu hoje representa as ações antes realizadas e o seu amanhã defluirá das suas atividades hoje desenvolvidas.
Vive de tal forma que deixes pegadas luminosas no caminho percorrido, como estrelas apontando o rumo da felicidade e não deixes ninguém afastar-se de ti sem que leve um traço de bondade, ou um sinal de paz da tua vida.
Mantém-se equilibrado a qualquer preço, para que não pagues o preço da culpa.
Não sejas aquele que se faz o mal exemplo.
Sê discreto e aprende a superar-te.
Vence os pequenos problemas e percalços com dignidade, a fim de superares os grandes desafios da vida com honradez.
Podes o que queres.
Resolve-te em definitivo, por ser cristão não te permitindo o que nos outros censuras, sem desculpismos nem uso de medidas infelizes com as quais esperas do próximo àquilo que ainda não podes ser.

A arte de ouvir é, também, a ciência de ajudar.

Joana de Ângelis

Nascimento dos espíritos



1 – Como nascem os Espíritos?

Questões dessa natureza são inabordáveis para a frágil inteligência humana. Não obstante, sabemos que o Espírito não é criado num átimo, instantaneamente, no momento da concepção, como sugere a teologia ortodoxa.

2 – O ser humano nasce a partir de uma gestação no ventre materno, que se estende por nove meses. E o Espírito?

Diríamos que há uma “gestação” no ventre da Natureza, com prolongado estágio entre os seres inferiores, envolvendo milhares de anos, sob orientação de técnicos da espiritualidade e os estímulos do instinto.

3 – Isso significa que animais e vegetais têm Espírito?

Possuem um princípio espiritual. Ao perpassar de longas eras ele desenvolve-se em complexidade, até atingir o estágio que lhe permita exercitar a razão. Paralelamente, conquista o livre arbítrio e passa a desdobrar suas experiências evolutivas não mais sob o domínio dos instintos, mas a partir de suas próprias iniciativas.

4 – Um rato, um cachorro, um inseto, uma ave, um peixe ou qualquer vegetal, todos possuem um princípio espiritual em evolução? E todos serão um dia Espíritos?

Exatamente. Não há vida sem a contraparte espiritual. O princípio espiritual, que a todos anima, será Espírito, o ser pensante, um dia. Há uma unidade de vistas na obra da Criação. Deus não admite privilégios. Estamos todos a caminho de gloriosa destinação.

5 – Isso explica por que há indivíduos que guardam um jeito animalizado, agressivos como um leão, covardes como uma hiena, venenosos como uma cobra… Estagiaram por lá há pouco?

Comportamentos dessa natureza revelam nossa natureza ainda mais próxima da animalidade, distante da angelitude. Todavia, não revelam uma influência próxima, porquanto a transição do princípio espiritual, a alma dos seres inferiores, para o ser pensante, não ocorre na Terra, mas em outros planos do Infinito, demandando largo tempo.

6 – Há uma escala a ser observada pelo princípio espiritual em evolução, envolvendo espécies e raças, no reino vegetal e animal? Arbusto, árvore, inseto, peixe, ave, mamíferos…

A lógica nos diz que existe esse escalonamento, mas não sabemos como se opera e não deve envolver todas as espécies e todas as raças, mesmo porque, no dinamismo da evolução, surgem e desaparecem espécies ao longo de milhões de anos que sustentam os processos evolutivos.

7 – Se o princípio espiritual passa por vários estágios nos reinos inferiores, isso significa que ele está submetido à reencarnação?

Sim, faz parte do processo. O princípio espiritual desdobra experiências reencarnatórias, sempre conduzido pelo instinto, desenvolvendo-se em complexidade, conquistando estágios superiores, até atingir condições para transformar-se num Espírito.

8 – Se o princípio espiritual que anima um cachorro é imortal e irá para a espiritualidade quando morrer seu corpo, isso significa que poderemos reencontrar animais de estimação, quando partirmos para o Além?

É possível, mas improvável, já que, normalmente, a “alma” dos animais permanece pouco tempo na espiritualidade, logo sendo reconduzida à vida física.

Livro Espiritismo, Tudo o que Você Precisa Saber

Irmã Scheilla, a enfermeira do amor


Peixotinho, em Macaé-RJ, iniciou um trabalho de orações para as vítimas da Segunda Grande Guerra. Foi então que, de repente, chegou lá e se materializou um espírito chamado Rodolfo (nas primeiras vezes em que psicografou mensagens, assinava "O Fuzilado"), que contou que era de uma família legitimamente espírita, morando na Alemanha. Ele teve que servir na guerra como oficial-médico e o pai dele, Dr. Fritz, muito reservado, educado, severo, muito autêntico, que passou muitas ideias humanitárias aos filhos, havia lhe dito:
- Matar nunca.
Ao que Rodolfo respondeu:
- Pai, não é isso, vou servir como médico.
Pois bem, em certa ocasião, o Dr. Rodolfo foi chamado como oficial para integrar um pelotão de fuzilamento. Ele, então, disse:
- A minha missão é salvar, não matar.
E, de acordo com o regulamento militar, ele passou a ser considerado criminoso, porque deixou de servir à pátria, pois a pátria pedia a ele que matasse alguém e ele se negou. Então, disseram-lhe:
- Já que você não vai executar esse homem, você vai ficar junto dele para morrer como um traidor.
E ele foi fuzilado na mesma hora. A essa altura, manifestou-se (espiritualmente) ao pai e disse:
- Pai, já estou na outra dimensão da vida. Cumpri a palavra empenhada: não matei, preferi morrer.
Para que não continuasse no ambiente de guerra, foi amparado espiritualmente aqui, no Grupo Espírita Pedro (Macaé-RJ). Peixotinho, por ter sido militar, em razão justa, como espírita, tinha esse trabalho de preces em benefício das vítimas de guerra e pela paz. E esses fatos se deram no auge da Segunda Guerra Mundial, quase no final. Certo dia, Rodolfo (espírito) disse, assim, no Grupo de Oração do Peixotinho:
- Orem por minha irmã, ela está correndo perigo.
E como a voz do alemão, através da voz direta por ectoplasmia, não era bem nítida, um sotaque carregado, a pronúncia do nome da sua irmã não saía boa, ao invés de Scheilla, saía Ceila. Passado alguns dias ele disse:
- Minha irmã acabou de desencarnar. Foi vítima de bombardeio da aviação. Ela e meu pai desencarnaram.
Dias depois, para agradável surpresa da equipe, materializou-se uma jovem loura e disse:
- Eu sou Scheilla.
Foi muita alegria! Os irmãos ficaram cheios de júbilos espirituais.
Têm-se notícias apenas de duas encarnações de Scheilla: uma na França, no século XVI, e a outra na Alemanha, onde desencarnou em 1943 (como Scheilla). Na existência francesa, chamou-se Joana Francisca Frémiot, nascida em Dijon, a 28/01/1572 e desencarnada em Moulins, a 13/12/1641. Ao entrar na história, ficou mais conhecida como Santa Joana de Chantal (canonizada em 1767) ou Baronesa de Chantal. Casou-se aos 20 anos com o barão de Chantal. Tendo muito cedo perdido seu marido, abandonou o mundo com seus 4 filhos, partilhando o seu tempo entre as orações, às obras piedosas e os seus deveres de mãe. Em 1604, tendo vindo pregar em Dijon, o bispo de Genebra, S. Francisco de Salles, submeteu-se à sua direção espiritual. Fundaram em Annecy a congregação da Visitação de Maria (1610), que contava, à data de sua morte, com 87 conventos e, no primeiro século, com 6.500 religiosos. A baronesa de Chantal dirigiu, como superiora, de 1612 a 1619 a casa que havia fundado em Paris, no bairro de Santo Antônio. Em Paris, instalaram-se em pequena casa alugada em bairro pobre. Passaram por grandes necessidades, mas a Ordem da Visitação (de Paris) foi aumentando e superou as dificuldades. Em 1619, São Vicente de Paulo ficou como superior do Convento da Ordem da Visitação. Santa Joana de Chantal deixou o cargo de superiora da Ordem da Visitação e voltou a Annecy, onde ficava a casa-mãe da ordem. A Santa várias vezes tornou a ver São Vicente de Paulo, seu confessor e diretor espiritual.
É um espírito esplendoroso pela luz que esparge, e sua presença é notada por ondas perfumadas que imprime ao local.
Ela era enfermeira e trabalhava no socorro às vítimas da Segunda Guerra Mundial.
Sua morte aconteceu aos 28 anos em decorrência do mais violento ataque aéreo em julho ou agosto de 1943, na cidade de Hamburgo, no campo de batalha, enquanto socorria os feridos.
Depois disso, o espírito de Scheilla vinculou-se a grupos espirituais que atuam em nome de Jesus.
A característica do seu trabalho é na área humana, assistindo aos doentes.

Livros de Irmã Scheilla:
"A mensagem do dia" - de Scheilla para você, autor: Clayton B. Levy
"Novas mensagens" - de Scheilla para você, Autor: Clayton B. Levy
"Materializações Luminosas", Autor: R. A. Ranieri

Desânimo


Quando você se observar, à beira do desânimo, acelere o passo para frente, proibindo-se parar.
Ore, pedindo a Deus mais luz para vencer as sombras.
Faça algo de bom, além do cansaço em que se veja.
Leia uma página edificante, que lhe auxilie o raciocínio na mudança construtiva de ideias.
Tente contato de pessoas, cuja conversação lhe melhore o clima espiritual.
Procure um ambiente, no qual lhe seja possível ouvir palavras e instruções que lhe enobreçam os pensamentos.
Preste um favor, especialmente aquele favor que você esteja adiando.
Visite um enfermo, buscando reconforto naqueles que atravessam dificuldades maiores que as suas.
Atenda às tarefas imediatas que esperam por você e que lhe impeçam qualquer demora nas nuvens do desalento.
Guarde a convicção de que estamos caminhando para adiante, através de problemas e lutas, na aquisição de experiência, e de que a vida concorda com as pausas de refazimento das nossas forças, mas não se acomoda com a inércia em momento algum.

Espírito: André Luiz
Médium: Francisco Cândido Xavier


O DESCUIDO IMPENSADO


No orfanato em que trabalhava, Irmã Clara era o ídolo de toda gente pelas virtudes que lhe adornavam o caráter.
Era meiga, devotada, diligente.
Daquela boca educada não saíam más palavras.
Se alguém comentava faltas alheias, vinha solícita, aconselhando:
— Tenhamos compaixão...
Inclinava a conversa em favor da benevolência e da paz.
Insuflava em quantos a ouviam o bom ânimo e o amor ao dever.
Além do mais, estimulava, acima de tudo, em todos os circunstantes a boa vontade de trabalhar e servir para o bem.
— Irmã Clara - dizia uma educadora -, tenho necessidade do vestido para o sábado próximo.
Ela, que era a costureira dedicada de todos, respondia contente:
— Trabalharemos até mais tarde. A peça ficará pronta.
— Irmã - intervinha uma das criadas -, e o avental?
— Amanhã será entregue - dizia Clara sorrindo.
Em todas as atividades, mostrava-se a desvelada criatura qual anjo de bondade e paciência.
Invariavelmente rodeada de novelos de linha, respirava entre a agulha e a máquina de costurar.
Nas horas da prece, demorava-se longamente contrita na oração.
Com a passagem do tempo, tornava-se cada vez mais respeitada. Seus pareceres eram procurados com interesse.
Transformara-se em admirável autoridade da vida cristã.
Em verdade, porém, fazia por merecer as considerações de que era cercada.
Amparava sem alarde.
Auxiliava sem preocupação de recompensa.
Sabia ser bondosa, sem humilhar a ninguém com demonstrações de superioridade.
Rolaram os anos, como sempre, e chegou o dia em que a morte a conduziu para a vida espiritual.
Na Terra, o corpo da inesquecível benfeitora foi rodeado de flores e bênçãos, homenagens e cânticos e sua alma subiu, gloriosamente, para o Céu.
Um anjo recebeu-a, carinhoso e alegre, à entrada.
Cumprimentou-a. Reportou-se aos bens que ela espalhara, todavia, sob impressão de assombro, Irmã Clara ouviu-o informar:
— Lastimo não possa demorar-se conosco senão por três semanas.
— Oh! Por quê? - interrogou a valorosa missionária.
— Será compelida a voltar, tomando novo corpo de carne no mundo - esclareceu o mensageiro.
— Como assim?
O anjo fitou-a bondoso, e respondeu:
— A Irmã foi extremamente virtuosa; entretanto, na posição espiritual em que se encontrava não poderia cometer tão grande descuido. Desperdiçou uma enormidade de fios de linha, impensadamente. Os novelos que perdeu, por alhear-se à noção de aproveitamento, davam para costurar milhares de vestidos para crianças desamparadas.
— Oh! Oh! Deus me perdoe! - exclamou a santa desencarnada - e como resgatarei a dívida?
O anjo abraçou-a, carinhoso, e reconfortou-a dizendo:
— Não tema. Todos nós a ajudaremos, mas a querida irmã recomeçará sua tarefa no mundo, plantando um algodoal.

Neio Lúcio
Francisco Cândido Xavier
Da Obra: Alvorada Cristã

Pais


A responsabilidade de educar é vossa.
Seus filhos serão formados e moldados por suas ações.
Seus exemplos serão a melhor lição.
Suas palavras, a afirmação de suas atitudes.
Pais
Deem o que puderem para seus filhos.
Valorizem os bens morais.
Ensinem sobre a importância do dinheiro para viver.
Ensinem que o sim é dito com amor, e que o não, com muito mais amor.
Pais
Coloquem Deus em suas vidas.
Coloquem Deus na vida de seus filhos.
Apresentem Jesus desde sempre.
Façam de Jesus o melhor amigo de seus filhos.
Assim, a responsabilidade será cumprida.
E no futuro haverá felicidade e prazer por saber que fizeram o melhor, dando não o que seus filhos apenas queriam, mas o que realmente eles necessitavam.
Que assim seja!
De um Amigo.


Mensagem Recebida pelo Grupo de Estudos da Psicografia da Sociedade Espírita Francisco de Assis

Estados da Alma



Essa melancolia profunda que chega sorrateira, e se enraíza no coração, é saudade de regiões mais felizes, onde a dor não mais tem razão de ser, e o espírito aspira por ali viver. Imanado ao corpo, como se estivesse encarcerado em cela estreita, as forças se lhe diminuem, fazendo-o cair em abatimento.
Essa tristeza inexplicável, que derrama sombras nas paisagens íntimas, resulta, algumas vezes, de recordações de fatos ditosos, ora distantes, que parecem não mais se repetirão. O Espírito, sentindo-se impedido de fugir das algemas carnais, entorpece-se e tomba em desânimo.
Esse desencanto insistente, que tira o coração de lutar e leva à depressão, provém da consciência do degredo que o Espírito experimenta, na terra, longe dos afetos e da paz que não consegue reencontrar. Sabendo-se em situação penosa, de provação necessária, receia não conquistar a liberdade para voar.
Tais acontecimentos podem tomar a existência mais amarga, extenuando o ser em luta, que lentamente se entrega e exaure.
Há outros motivos de deperecimento emocional, que resultam dos problemas naturais da atual existência, contribuindo para a infelicidade, especialmente quando considerada do ponto de vista imediato.
Surgem assim, distúrbios psicossociais, desarranjos graves quão funestos.
Resiste com todo vigor às sortidas desses estados da alma.
Eles terminarão, se perseveram, rompendo as forças da tua vontade e dos elos que mantêm o Espírito ligado ao corpo.
Recorda-te de que, após a noite, esplende, luminoso, o dia, como à enfermidade sucede a saúde benfazeja.
É natural que aneles por mais largas conquistas.
Para isso, aqui estás, em luta contínua, ao lado de outros espíritos também necessitados, a fim de que evoluam qual ocorre contigo mesmo.
Quando concluídas as tuas provações, que deves enfrentar com resolução, librarás, ditoso, nesses lugares de plenitude, que nos aguardam após necessárias aflições terrenas.

Pelo espírito: Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Franco

Do livro: Luz da Esperança

quarta-feira, 18 de maio de 2016

A GLÂNDULA PINEAL


UMA ANÁLISE SOB A ÓTICA MÉDICA E ESPÍRITA DESTA GLÂNDULA QUE REGULA DESDE O FUNCIONAMENTO HARMÔNICO DO CORPO AO PROCESSO MEDIÚNICO

No séc. XVII Descartes ensinava que a glândula pineal ou epífise era a sede da alma. No entanto, até há pouco tempo, essa estrutura cerebral era considerada simplesmente um órgão vestigial, um resquício do fotorreceptor dorsal ou terceiro olho presente em certos vertebrados inferiores.
Conhecida das religiões orientais, ela era particularmente festejadas entre os hindus como um dos componentes dos chacras coronário, a flor de mil pétalas.
Mas somente a partir de 1945, com o lançamento do livro Missionários da Luz, recebido pelo médium Chico Xavier, tivemos mais amplas revelações quanto às funções da pineal no complexo mente corpo espírito.
Nele, o autor espiritual André Luiz, pseudônimo de respeitado médico e cientista do início do
século, falecido no Rio de Janeiro, expressando-se mais na condição de repórter do que de pesquisador, explica as funções, até então desconhecidas, da
pineal.
“Não se trata de órgão morto, mas poderosa usina” esclarece. Essas e outras informações preciosas podem ser resumidas em cinco itens:

a) A pineal segrega hormônios psíquicos ou “unidades força” que controlam as glândulas sexuais e todo o sistema endócrino. Na puberdade, acordam no organismo do homem as forças criadoras. Aos 14 anos, aproximadamente, deixa a ação frenadora que exercia durante o período infantil e recomeça a funcionar como fonte criadora e válvula de escapamento.
A partir da adolescência promove, portanto, a recapitulação da sexualidade, faz com que a criatura examine o inventário de suas paixões vividas em outras existências, que reaparecem sob fortes impulsos.
Tanto os cromossomos da bolsa seminal como os do ovário recebem sua influência direta e determinada.
Desse modo, sua posição na experiência sexual é básica e absoluta;

b) Preside os fenômenos nervosos da emotividade, como órgão de elevada expressão do corpo espiritual;

c) Comanda as forças subconscientes sob a determinação direta da vontade, graças à sua ligação com a mente, através de princípios eletromagnéticos do campo vital;

d) Supre de energias psíquicas todos os armazéns autônomos dos órgãos;

e) É a glândula da vida mental, um dos principais constituintes do centro coronário, o mais importante centro vital do psicossoma ou corpo espiritual, instalado
no diencéfalo.

Como vemos, em 1945, André Luiz revelou funções extremamente especializadas e importantes da pineal na economia orgânica, não suspeitadas ainda pela pesquisa médica terrestre, e foi além, afirmando que estamos plugados a outras dimensões da vida através
dela.
Durante a tarefa mediúnica, a epífise torna-se extremamente luminosa. Nesse momento, entram em jogo vibrações sutilíssimas não detectadas por aparelhos comuns.

A providência divina dotou essa pequenina estrutura, semelhante a uma ervilha e com
o formato de um cone, que não pesa mais de 100 mg, de uma extraordinária potencialidade laboratorial que permite traduzir estímulos psíquicos em reações de ordem somática e vice-versa, colocando o ser encarnado em permanente contato com o mundo espiritual que é eterno, primitivo, preexistente.



SONO E ENVELHECIMENTO

Muitos estudos foram feitos para se determinar, no homem, quais os efeitos da luz sobre a produção de melatonina (hormônio do sono). Concluiu-se que a luz do sol ou uma forte luz artificial determina a supressão da secreção de melatonina. Normalmente, o organismo tem um padrão constante de atuação, em que há altos níveis de secreção da melatonina à noite e baixos durante o dia.
A luz exerce, portanto, papel primordial na regulação do hormônio pineal e atua em ciclos de 25 ou 26 horas. Os estudos cronobiológicos de Wurtman a respeito da melatonina levaram, inclusive, à utilização da luz artificial intensa para alguns casos de depressão, com bons resultados.
O escuro influencia, portanto, elevando a taxa de produção da melatonina. É possível que, intuitivamente, o homem sempre soubesse disso, porque desde os tempos imemoriais, desde as cavernas primitivas, ele tem procurado realizar seus intercâmbios com o outro lado da vida em ambientes muito pouco iluminados.
Mas não somente a luz, também o polo magnético da Terra tem influência direta sobre o seu funcionamento.
Foram demonstradas a variação de melatonina conforme as estações do ano e sua influência na reprodução sazonal dos animais e nos fenômenos de hibernação. No homem também está presente essa variação sazonal. Nos velhos há uma redução desse processo hormonal, mas os pesquisadores não acreditam que ela esteja relacionada com a calcificação, mas a outros fatores.
A produção máxima de melatonina é alcançada durante o sono e coincide com os períodos de maior escuridão.
Observou-se que pacientes com jet-lag têm desordens dos ritmos circadianos, com perturbação nos níveis de produção da melatonina: picos em horários anormais e falta de sincronização. Há, nesses casos, um distúrbio do sono, da concentração, da fadiga, da capacidade de concentração etc.

SISTEMA IMUNOLÓGICO

Sabe-se que o sistema imunológico apresenta ritmo circadiano e sazonal no cumprimento de suas funções, o que indica que ele, provavelmente, tem a sua atividade regulada pela pineal. Já se constatou essa dependência em experiências com animais.
Do mesmo modo, verificou-se que a retirada da pineal provoca um crescimento do tecido do tumor canceroso, enquanto que a administração de melatonina produz efeito contrário. Sobretudo, no câncer de mama, parece que a secreção baixa de melatonina pode influir no seu desenvolvimento.
Tudo indica que ela também tenha um papel no estresse. Já se constatou relação direta entre níveis de produção de melatonina com fadiga e sonolência em indivíduos submetidos à constante privação do sono e de informação quanto ao período claro-escuro.
Em ratos pinealecomizados (privados de pineal) houve indução da hipertensão arterial que foi bloqueada com a administração da melatonina. É provável também a sua influência nas alterações da mielina e no glaucoma.
Há ainda relatos de influência da pineal em doenças neurológicas, como a epilepsia, doença de
Parkinson, esclerose lateral aminotrófica e em distúrbios endócrinos, como a síndrome de Turner, hipogonadismo etc.

CENTRO DAS EMOÇÕES

“Se pudéssemos apontar para um centro das emoções no cérebro, esse o seria o hipotálamo. Isso significa apenas que é nesse nível que os vários componentes da reação emocional são organizados em padrões definitivos”, afirma Marino Jr.. De fato, o hipotálamo faz parte de um sistema complexo responsável pelo mecanismo que elabora as funções
emotivas, o sistema límbico de Maclean.
André Luiz afirma que a pineal preside os fenômenos nervosos da emotividade. Já vimos que dois núcleos hipotalâmicos sofrem a sua ação direta. Cremos que é uma questão de tempo para a constatação científica dessa informação mediúnica.
Altschule (1957), Eldred et al. (1961) e outros autores têm realizado importantes estudos que demonstram a ação benéfica de extratos pineais sobre alguns esquizofrênicos.
Hartley e Smith (1973), com os resultados de seus trabalhos na Escola de Farmácia da Universidade de Bradford, Inglaterra, estão inclinados a admitir que, nos casos de esquizofrenia, a HIOMT, enzima responsável pela sintetização da melatonina, estaria agindo sobre substratos anormais, produzindo as substâncias implicadas na moléstia. Como a enzima age em um ritmo circadiano, é possível que na esquizofrenia ela trabalhe fora de fase com seu substrato, favorecendo uma transmetilação anormal. Há indícios de implicação da pineal na etimologia dessa moléstia, mas os estudos precisam avançar mais para que se chegue a uma conclusão definitiva.
André Luiz, o médico desencarnado, afirma que a pineal é a glândula mestra, aquela que tem ascendência sobre todo o sistema endócrino.
Neste artigo, citamos importantes pesquisadores que já detectaram a ação da melatonina
sobre o hipotálamo, estrutura nobre considerada, até a presente, como responsável pelo sistema endócrino. Vimos também a ação gonadal desse hormônio sobre a reprodução sazonal
dos animais em diversos distúrbios endócrinos.
Wurtman lembrou muito bem que nenhuma glândula foi tão exaustivamente pesquisada como a tireóide. No entanto, só muito recentemente foi detectada a tireocalciotonina, hormônio tireoideano de tão grande significado fisiológico. Com esse apontamento, ele quis ressaltar o número ainda restrito de pesquisa sobre a pineal, uma vez que elas só começaram em meados deste século, enquanto as outras glândulas endócrinas já vinham sendo alvo de investigação há muitas décadas.
Na verdade, a pesquisa médica vai evoluir muito mais no próximo milênio. Não se pode
esquecer que o perispírito ainda é um ilustre desconhecido e sua simples descoberta por parte da ciência oficial, com possibilidade de investigação laboratorial, contribuirá para a mudança definitiva do enfoque materialista-mecanicista em que ela está lastreada. Aliás, só se conhecerá o potencial integral da pineal com as pesquisas concomitantes do psicossoma.
A verdadeira usina de luz em que ela se transforma, durante o fenômeno mediúnico, segundo
descrição de André Luiz, só poderá ser detectada por lentes que alcancem a quarta dimensão.
Quanto a revelação de que ela é o centro das emoções, já vimos que é ainda o hipotálamo considerado como tal. Estudando, porém, o sistema límbico e suas conexões com a habênula (epitálamo) e as inter-relações desta glândula pineal, não é difícil prever que o aprofundamento das pesquisas determinarão mais ampla participação desta última no
mecanismo das emoções.
O autor espiritual relata ainda, em seus estudos, que a pineal comanda as forças subconscientes sob a determinação direta da vontade. Ele entende como forças subconscientes todo o arquivo da personalidade encarnada relativo a experiências de outras encarnações, desde a fase pré-racional até os dias presentes.
Este assunto é tão amplo e importante que exigiria um outro artigo muito mais extenso do que
este, inclusive com considerações psicanalíticas.
A pineal supre de energias psíquicas todos os armazéns autônomos dos órgãos. Aqui é útil lembrar que em outro livro – Evolução em Dois Mundos – André Luiz introduz o conceito de bióforos, esclarecendo que são estruturas do corpo espiritual presentes no interior da célula e com atuação marcante no seu funcionamento.
Como exemplo, ele cita os mitocôndrios que acumulam energias espirituais sob a forma de grânulos e imprimem na intimidade celular a vontade do espírito.
Desse modo, todos os estados mentais felizes e infelizes refletem-se sobre a economia orgânica.

FUNÇÃO ESPIRITUAL

Finalmente, é preciso considerá-la como glândula da vida mental. Já comentamos estudos que a colocam na etiologia de doenças como esquizofrenia.
É preciso considerar também o que Philip Lansky descreve sobre a conversão da melatonina em 10- methoxyharmalan, um potente alucinógeno. Em seu artigo – Neurochemistry and the Awakening of Kundalini – Lansky enfoca o processo pelo qual se dá a transmutação de energia sexual em psíquica, procurando explicar, neuroquimicamente, a experiência vivida por Gopi Krishna em sua autobiografia.
Esse é o trecho descrito por Krishna, denominado kundalini:
“Durante uma dessas intensas concentrações, eu subitamente senti uma estranha sensação na base da espinha, no lugar onde toca o assento, enquanto eu
sentei de pernas cruzadas em um tapete dobrado espalhado no chão. A sensação foi tão extraordinária e prazerosa que minha atenção foi dirigida forçosamente para isso. No momento em que minha atenção foi então inesperadamente para o ponto onde foi focalizado, a sensação cessou... Quando completamente imerso, de novo experimentei a sensação, mas, desta vez, ao invés de alongar minha mente até o ponto onde eu tinha fixado, eu mantive uma rigidez de atenção para fora. A sensação de novo estendeu-se para cima, crescendo em intensidade, e
eu senti a mim mesmo flutuando; mas com um grande esforço, eu mantive minha atenção centrada ao redor da lótus. De repente, eu senti uma corrente de líquido luminosa entrando em meu cérebro através da medula espinhal”.
Ao buscar explicações neuroquímicas para a experiência espiritual, Lansky faz as seguintes observações:

A) os conceitos tradicionais conhecidos revelam uma interação entre os centros sexuais dos chacras inferiores e os centros psíquicos localizados no cérebro, nos chacras superiores ;
b) a experiência de Gopi Krishna envolve a percepção subjetiva da luz. Esse fenômeno mental poderia ser chamado de “alucinatório”;
c) o chacra superior, o mais importante deles, está associado à glândula pineal.

Em seguida, Lansky faz conciderações sobre a melatonina, sobre suas funções ainda em grande parte desconhecidas, ressaltando as experiências que evidenciam o efeito inibitório sobre mamíferos, machos e fêmeas, e também o inverso, os hormônios sexuais, testosterona, estrógeno e progesterona inibindo a biossíntese da melatonina. E ressalta também o que já está muito estabelecido, que a pineal está envolvida na percepção da luz.
Nesse ponto, Lansky diz que a melatonina pode se transformar em 10-methoxyharmalan, que é um potente alucinógeno. Isso poderia explicar também as alucinações que ocorrem em diferentes desordens mentais. Como se vê, a experiência do nascimento da kundalini e de sua transformação parece envolver diretamente a pineal.
É interessante destacar também que ela permite ao homem reencarnado adaptar-se ao tempo da terceira dimensão, bem como faculta-lhe a percepção, durante o fenômeno mediúnico, do tempo em outras dimensões. O fato de que ela provê o organismo de um tempo circulante parece estar ligado à sua atividade rítmica em torno de 24 horas, que produz maior ou menor quantidade de melatonina, conforme os períodos de obscuridade e de claridade.
Na realidade, o olho humano deixa passar a informação de claro-escuro, mas só a pineal é capaz de interpretar mais amplamente os dados ambientais, inclusive aquele do pólo magnético da Terra, sob a direção da mente.
É interessante lembrarmos aqui as pesquisas da NASA sobre médiuns brasileiros do estado de Minas Gerais. Eles detectaram a aura recorde de Chico Xavier, com mais de 20 metros, e procuraram relacionar os dados sobre o magnetismo terrestre desse Estado brasileiro – os índices mais baixos do mundo – com a incidência de médiuns excepcionais.
Segundo as informações espirituais, deve haver relação direta porque a pineal funciona também com base no pólo magnético da Terra. Essas três experiências, portanto, não devem ser negligenciadas pelos pesquisadores da pineal.
Mas ela ainda tem a nobre missão de facultar ao homem a percepção de uma outra luz que
promana do mundo espiritual em fenômeno conhecido de tempos imemoriais, o da mediunidade, capaz de impulsionar o homem para as mais amplas e definitivas conquistas.


Fonte - Pineal - Glandula da Vida Mental (Marlene Rossi Severino Nobre) Associação Médico-Espírita do Brasil - AME