domingo, 24 de abril de 2016

Paulo e Estevão - breve resumo


Breve Notícia – Introdução

   Emmanuel nomeia a introdução desta obra de "Breve Notícia", onde adverte que muitas obras tratam a respeito do Convertido de Damasco (Paulo de Tarso), e que não deseja reescrever a linha temporal deste grande apóstolo, mas sim, apresentar a figura do cooperador fiel a Jesus.
   Deseja o autor mostrar, também, que não existiria Paulo de Tarso sem Estevão e que a vida de ambos esta entrelaçada de modo a forjar o caráter destes missionários que servem como exemplo a todos nós.
    Estêvão o primeiro grande mártir do Cristianismo e Paulo de Tarso o Apóstolo dos gentios.

      "Sem cooperação não poderia existir amor; e o amor é a força de Deus que equilibra o Universo" - Emmanuel

PRIMEIRA PARTE

Cap. I - Corações Flagelados – resumo

    Este capítulo mostra o flagelo dos corações de Jeziel, Abigail e Jochedeb.
    Jochedeb é judeu, pai de Jeziel e Abigail, e como todo judeu no ano de 34, vivendo na cidade de Corinto, sofre com a opressão dos dominadores, os romanos. É espancado por não saudar os tribunos romanos, ao cruzar com estes na rua, e pouco depois é espancado, novamente, por ter a audácia de saudar outro grupo de tribunos.
   Jochedeb teve a maior parte de seus bens confiscadas pelo questor do Império na província, Licínio Minúcio, alguns anos antes. Nesta mesma época enviuvara e seus dois filhos constituíam toda sua fortuna, viviam em um pequeno sítio.
    Abigail cuidava dos afazeres domésticos e Jeziel da lavoura e pequenos animais que geravam o sustento necessário aos três. O patriarca carregava em seu íntimo uma revolta contra os desígnios divinos, para com seu povo e sua família. Revolta esta que se confrontava, em seu íntimo, com os estudos dos velhos testamentos que exortavam à resignação.
       Licínio Minúcio, tentando abafar qualquer revolta entre os dominados, abre uma sessão pública para reclamatórias, para aqueles que se julgarem injustiçados. Apesar das advertências de seu filho Jeziel, que demonstra grande fé nas escrituras, Jochedeb decide comparecer a esta audiência pública.
    Jeziel, pressentindo a armadilha romana, busca alertar seu pai com a leitura aleatória de um dos textos sagrados, e lê: "Filho meu, não rejeites o corretivo do Senhor, nem te enojes de sua repreensão; porque Deus repreende aquele a quem ama, assim como o pai ao filho a quem quer bem”. (Provérbios III,11-12)
       No dia marcado Jochedeb vai até a audiência pública, e após expor sua inconformidade com os fatos ocorridos ouve a sentença que o condena a entregar seu único bem, o pequeno sítio, no prazo de três dias. Protesta e é espancado novamente.
      No caminho de retorno ao lar, machucado, revoltado, decide atear fogo as pastagens de Licínio Minúcio, o que resulta em grande incêndio na propriedade do questor romano.
      Chegando ao lar e confessando aos filhos queridos o que acabará de fazer, gera grande opressão nos corações de todos, certos que o crime seria energicamente punido. Algumas horas após os soldados romanos levam a jovem Abigail, seu irmão e seu pai para a prisão.

REFLEXÕES

    Quantas vezes em nosso dia a dia não travamos a mesma luta íntima que Jochedeb travou, entre a fé racionalizada e os sentimentos de revolta ou injustiça que alimentamos.
    Não existem injustiças nos desígnios divinos, tudo que ocorre possuí uma causa justa, mas para a maioria de nós a lei de ação e reação se aplica somente aos outros.
    Em todas as família existe um elemento um pouco mais evoluído moralmente, que já construiu algumas paredes na fortaleza da fé que nos resguarda dos erros. Este é Jeziel que chama atenção de seu velho pai para que permita que a lei de Deus atue na vida familiar cobrando erros do passado e aplicando as lições necessárias.
     Jeziel tenta alertar a todos nós para que deixemos que se cumpra aquilo que não podemos modificar, e ainda mais, que se for acionado o mecanismo da revolta, sob a desculpa de sermos injustiçados, aumentaremos nossa parcela de sofrimento.
    Sempre temos um alarme que soa em nossa consciência alertando-nos dos caminhos errados que escolhemos, mas em geral, preferimos ignorar estes alertas.

Cap II - Lágrimas e sacrifícios – resumo

    Como qualquer construção da época as prisões eram casas de pedras com grades em poucas janelas existentes, e por isso guardavam grande umidade em seu interior. Recolhidos pelos guardas durante a escuridão noturna tudo parecia mais triste.
    Jochedeb muito abatido pelo longo dia, e também pelo remorso de colocar os filhos em situação critica, adormece no duro chão da cela. Jeziel tenta consolar sua irmã Abigail, que para ele é um tesouro vivo, ao qual se dedica desde a morte da mãe zelosa.
    Abigail e Jeziel, certos que o julgamento que os espera pela manhã será duríssimo, buscam na justiça divina o fortalecimento da fé, e Jeziel diz a irmã amada que pretende assumir o crime cometido pelo velho pai, mesmo que isto custe sua própria vida.
    Licínio Minúcio aguarda o trio na sala destinada à punição de malfeitores e assim que entram ouvem a sentença proclamada pelo próprio romano. Jochedeb foi visto por escravos de Licínio ateando fogo as pastagens e é condenado a vinte chibatadas a serem aplicadas no mesmo instante. Jeziel apela ao romano se colocando como autor do crime, o procurador romano, inesperadamente, condena ambos à mesma sentença.
    Durante a aplicação das duras chibatadas um servo de Licínio aproxima-se para comunicar que em decorrência do combate as chamas um de seus melhores servidores acaba de morrer. O questor romano dobra a punição para quarenta flagelações e condena ambos a se tornarem escravos nas galés.
    Abigail assiste a tudo ajoelhada em prantos, seu pai se esvai em sangue, sua morte é iminente e Jeziel roga a irmã que ore o cântico que sua mãe os havia ensinado. Com a bela voz juvenil enfraquecida pela forte emoção Abigail comove os presentes entoando os versos...

“Senhor Deus, pai dos que choram,
Dos tristes, dos oprimidos,
Fortaleza dos vencidos,
Consolo de toda a dor,
Embora a miséria amarga
Dos prantos de nosso erro,
Deste mundo de desterro
Clamamos por vosso amor!

Nas aflições do caminho,
Na noite mais tormentosa,
Vossa fonte generosa
É o bem que não secará.
Sois, em tudo, a luz eterna
Da alegria e da bonança,
Nossa porta de esperança
Que nunca se fechará.”

    O mal estar provocado por uma criança que canta enquanto seu pai morre, leva Licínio Minúcio a pedir que retirem a jovem do local e a libertem imediatamente.
   Jochedeb expira pela última vez e Jeziel é recolhido de volta à cela bastante ferido.
    Abigail é jogada à rua e segue perturbada sem saber aonde ir, sem o irmão, com o pai morto, sem lar para retornar, o que fazer?
     Segue para casa de Zacarias e Ruth que tiveram um jovem filho assassinado pelos romanos e que desejam retirar-se da cidade, Abigail roga ao casal que a levem junto, e estes comovidos pela narrativa de Abigail decidem acolhê-la como uma filha que preencherá os corações sofridos de todos.

REFLEXÕES

    Jeziel toma uma atitude comum a todos nós, quando tentamos retirar de nossos entes queridos suas responsabilidades para que não sofram as consequências de seus atos. Não podemos viver as expiações de outrem sem aumentar nossa própria carga de sofrimento. Lógico que Jeziel fazia isto buscando poupar a saúde física de seu velho pai, mas estamos fazendo reflexões que tragam os ensinamentos para o nosso dia a dia.
    Jochedeb, com seu ato impensado de atear fogo às terras alheias, aumenta as provas que já seriam duras para si e para sua família. Nossa revolta, filha do orgulho que todos carregamos, não permite que aceitemos as provas que são impostas pela lei divina, produzindo um tempero ainda mais amargo para a situação vivida, se fossemos capazes de atuar com resignação as provas seriam mais suaves.
    Na linda passagem em que Abigail abre seu coração em prece, entoando lindo cântico, percebemos o valor da oração, que atrai os bons espíritos e ilumina o ambiente. O amor acionado nas duas esferas da vida paralisa os verdugos, não importando a dureza de seus corações. A prece em todos os momentos da vida é um canal para a luz e para o amor. Saibamos valorizar mais estes momentos.

Cap III - Em Jerusalém – resumo

    Jeziel contemplou a morte do pai, no tronco ao seu lado, e a irmã foi largada na rua sem destino ou pouso certo; nunca lágrimas tão doloridas haviam cortado a face do jovem judeu.
    Após um mês na prisão suas feridas estavam cicatrizadas e Jeziel foi transferido para as galés, o trabalho duro nos remos da embarcação, foi encarado como oportunidade divina de cooperar com a obra de Deus. A fé e a bondade de Jeziel acalmavam os ânimos de todos os remadores escravizados pelos romanos.
     Em certa viagem a embarcação de Jeziel recebeu um passageiro ilustre, Sergio Paulo, possuía influencia política e estava em missão oficial. Alguns dias após seu embarque adoeceu vitima de peste que deixava o corpo em chagas. O comandante da nau, com receio do contagio geral, colocou Jeziel para servir o romano Sergio Paulo.
     Muitos dias, e longas noites, Jeziel dedicou-se a saúde de Sergio como se este fosse seu familiar, aplicando-lhe pomadas e essências, alimentando-o até sua recuperação. Como consequência Jeziel começa a manifestar os sintomas da peste, o encarregado da galé decide jogar Jeziel ao mar para evitar a contaminação de outros homens. Sergio Paulo não permite.
     O eminente romano pede ao comandante que faça o registro de que Jeziel foi jogado ao mar, para evitar o contagio geral, mas que o liberte no próximo porto, e assim foi feito. Na noite seguinte, quando Jeziel é libertado em Jope, Sergio Paulo lhe pede que troque de nome e parta para o interior. Jeziel promete que assim o fará.
    Jeziel é abandonado febril à margem do mar mediterrâneo, em Jope, onde pede ajuda a um homem chamado Irineu, que diz que pode guiá-lo até os "homens do caminho" que são os únicos capazes de acolhê-lo.
      Efraim recebe Jeziel chamando-o de "irmão" como faziam os primeiros cristãos, e devido a seu estado de saúde, decide levá-lo até Jerusalém onde haveria condições de tratar de Jeziel.
     Em Jerusalém Pedro e Tiago recebem Jeziel naquele que era o primeiro grande núcleo humanitário. Recebia velhos, doentes, paralíticos, enfermos de toda ordem e famintos do corpo e da alma. Jeziel ocupou leito singelo, mas asseado recebendo todos os cuidados necessários.
     Jeziel, durante os delírios de febre, recita os escritos de Isaías, chamando a atenção dos apóstolos. Este por sua vez se afeiçoa a Pedro e por seu extremado cuidado com os doentes.
     Algumas semanas se passam e Jeziel se recupera. Em momento oportuno, Pedro indaga sobre as citações do profeta Isaías que Jeziel proferiu durante o delírio, e este diz a Pedro, que gosta dos escritos do profeta pela beleza das promessas da vinda de um Messias, que Jeziel aguarda desde a infância.
    Pedro conta a Jeziel que o Messias já veio, narrando ao jovem algumas passagens de Jesus até o momento da crucificação. O jovem de Corinto bebe as palavras de Pedro, ligando o exemplo de Jesus às descrições de Isaías e reconhecendo o Messias prometido. Pedro dá a Jeziel as anotações de Mateus para que ele as estude.
     Jeziel narra para Pedro toda sua história desde Corinto até o porto de Jope, lembrando-se da amada irmã Abigail, e rogando a Pedro que o ajude a manter o anonimato, pois em Jerusalém é enorme o número de romanos.
      Pedro mostra a Jeziel que há muitas tarefas a serem executadas na Casa do Caminho e que deste momento em diante ele se chamará Estevão. 
     A bondade, que antes já havia curado o romano Sergio Paulo, agora iluminada pelo Evangelho do Messias, recobra a saúde de tantos quantos são recolhidos. Estevão tem o verbo inflamado e prega o perdão e o amor ao próximo sem medo de ferir velhos costumes judaicos. Em poucos meses o nome de Estevão já é venerado pelos desvalidos e já é reconhecido como apóstolo ao lado de Pedro, João e Tiago nos trabalhos diários de caridade.

Reflexões

     A bondade e a resignação de Jeziel quando é colocado a remar nas galés é desconcertante para todos nós. Em situações mesquinhas de nosso dia a dia não conseguimos ver a oportunidade de cooperar com a obra divina, mas Jeziel em situação extrema, não só coopera como interfere positivamente no ambiente, contagiando companheiros de remo, escravos como ele, a se comportarem melhor. Sem reclamações ou revolta, este homem, chama para si a responsabilidade de ser fiel ao bem em qualquer circunstância.
     Esta é a mesma lição que retiramos do comportamento do escravo cuidando da saúde do escravizador, que se entrega a tarefa de salvar uma vida, não se importando se é romano, judeu, pobre ou rico.
     O encontro de Jeziel com Pedro na Casa do Caminho deve ser lido no original, para que todos possamos resgatar a beleza das cenas ali descritas. Jeziel descobre que o Messias anunciado já veio, e literalmente bebe as palavras de Pedro, como quem bebe a água da vida - aquela que mata a sede da alma - como ensinado pelo Mestre na beira do poço de Jacó à mulher samaritana.
      Estevão nasce deste encontro com Pedro - que na verdade é um encontro com Jesus. A bagagem espiritual deste cristão que já estava carregada pela fé em Deus, recebeu então, a luz excelsa da Boa Nova, que somou o perdão e o amor ao próximo fazendo nascer Estevão.
     Que bom se todos nós pudéssemos trocar de nome ao encontrar com Jesus!

Cap IV - Nas Estradas de Jope - resumo

O ano é 35. Zacarias e Ruth, levando a filha do coração Abigail, mudam-se para Jope, onde Zacarias arrendou terras para o cultivo de frutas e verduras. Um ano depois já é um próspero fazendeiro, vendendo pequenos animais para sacrifício no templo e atendendo tribunos e senadores das redondezas.
Saulo esta contando 30 anos de idade é belo e viril, falando também o grego, já que fora educado pelos mestres das escolas de Atenas e Alexandria, está em Jerusalém para assumir um cargo de destaque no tribunal romano.
Três meses antes Saulo foi recebido em festa íntima na propriedade de Zacarias ben Hanan, aonde veio a conhecer Abigail. A sintonia entre os dois foi imediata; enamoraram-se. Abigail contou a Saulo toda sua história, a saudade do irmão Jeziel e a esperança de reencontrá-lo.
Enquanto Saulo prepara-se para assumir novas funções, no tribunal do Sinédrio de Jerusalém, ouve notícias dos Homens do Caminho, e de um tal de Estevão que teria curado Filodemos da cegueira. Saulo acha perigoso que estes seguidores do carpinteiro morto estejam a macular os costumes e a doutrina de Moisés.
Saulo, com sua biga romana, corre pelas estradas que ligam Jerusalém a Jope para encontrar Abigail nas belas tardes à beira do mar Mediterrâneo. Estas tardes cheias de amor e promessas, intensificam os laços do casal, e Saulo diz para Abigail que espera que em seis meses possam estar casados. Abigail por sua vez desejaria encontrar Jeziel para apresentá-lo a Saulo e receber o consentimento do irmão para o matrimônio. Sendo Saulo influente no patriciado romano, Abigail pede a ele que localize seu irmão, e recebe deste a promessa de que fará tudo para encontrá-lo.

Reflexões

    O programa reencarnatório é desenhado de forma que cada espírito encarnado possa atingir seus objetivos de crescimento e facultando a possibilidade de cumprir sua missão na existência terrena.
      Saulo de Tarso tinha que conhecer Abigail, assim como cada um de nós tem um grupo familiar ao qual tem que se ligar para construir ou reconstruir laços afetivos que irão nos levar ao aprendizado necessário.
      O amor entre estes três personagens, Abigail, Saulo e Estevão será o arado que abrirá os sulcos nos corações que receberão o Evangelho de Jesus.
      Aprendemos aqui que não devemos fugir da convivência daqueles irmãos que são enviados pela providência divina, pois sempre teremos que aprender algo com eles. Isolados não poderemos evangelizar nossos corações.

Cap V - A Pregação de Estevão – resumo

    Saulo e Sadoc decidem investigar de perto as atividades dos "homens do caminho". Eles chegam em um grande galpão sem imagens, sem ornamentos, uma humilde igreja, na visão dos doutores da lei de Jerusalém.
      Pedro, Tiago e João se mostram surpresos com a visita, mas recebem muito bem aos dois. Saulo de início avalia que as crianças sujas, velhos doentes, e pobres galileus, sem nenhuma instrução, não representarão problemas para a lei de Israel.
     O jovem magro e pálido adentra, por entre as filas extensas, passa pelos assistidos que sussurram "Estevão, Estevão....". Este representa para eles o desdobramento do amor do Cristo que partiu.     
     Estevão faz uma prece e lê um trecho dos textos de Mateus iniciando sua pregação. Descreve as angústias do povo de Israel, que esperava o Messias, e anuncia que este já chegou. Relembrando as escrituras do profeta Isaías ensina que na morte infamante do Cristo a sagrada causa divina prosperaria para sempre.
       O falar de Estevão é o consolo da alma que reconhece um novo reino, não feito por guerras, ou por reis, mas sim, pela consciência reta, pelo coração puro, pelo amor ao próximo, como ensina Jesus.
        "A Lei é humana; o Evangelho é divino. Moisés é o condutor; O Cristo, o Salvador. Os profetas foram mordomos fiéis; Jesus, porém, é o Senhor da Vinha. Com a Lei, éramos servos; com o Evangelho, somos filhos livres de um Pai amoroso e justo!...” depois desta citação Estevão é interrompido por Saulo, que deseja eliminar certas distorções. Questiona como colocar o carpinteiro morto acima de Moisés, como alguém que não salvou a si próprio pode salvar o povo de Israel.
     Estevão mantém a serenidade e agradece a Deus pelo Messias ser carpinteiro, já que assim a humanidade não ficaria sem abrigo, o Abrigo da Paz e da Esperança!
         Saulo deseja continuar o debate, mas Estevão explica que o Cristo recomendou não perdessem tempo com discussões improdutivas. Quando os ânimos se acirravam e poderia haver violência no ambiente, eis que, uma mulher chega até Estevão rogando que curasse sua filha que há mais de um ano estava muda. Em prece Estevão roga o auxilio do Mestre Jesus, que atende ao pedido da sofrida mãe.
       Saulo fica irado e promete corrigir os pregadores do Caminho.
       Encontrando Abigail, Saulo descreve os simpatizantes do Caminho e a pregação de Estevão. Abigail fica assombrada pela distorção da lei mosaica apresentada por estes homens. Afirma que se Jeziel estivesse ao lado de Saulo iria ajudá-lo na defesa dos interesses de Israel.
        Saulo deseja que seja feita uma denúncia ao tribunal do Sinédrio, sobre as pregações de Estevão, e para que tal ocorra busca o auxílio de Neemias que procede de acordo com o desejo de Saulo.

Reflexões

    A pregação de Estevão traz sentimentos renovadores para todos os leitores relembrando valores importantes. Quando Jesus é comparado a um perdedor, que não conseguiu salvar a si próprio, e Estevão descreve a verdadeira vitória, qual seja, a vitória dos valores retos, do amor, da caridade e a marca que a Boa Nova imprime nas almas; é como se estivéssemos lá dentro daquele galpão.
    O exemplo de Saulo também nos ensina como é difícil mudar nossas crenças, abrir a mente e deixar de lado os valores que acreditamos serem verdade. A verdade não precisa defesa, com o passar do tempo ela se impõe naturalmente.
    O momento de cada um também deve ser respeitado, Estevão não continua o debate, e não tenta converter Saulo ou provar que tem razão. Sabe que cada pessoa chega ao ponto em que perceberá novas verdades.
    Outro ponto interessante é quando Estevão ensina que todos teremos responsabilidades sobre a tragédia do Calvário, já que todos gozamos dos benefícios do sacrifício do Cristo.
     
Para quem chegou até aqui, nesta verdadeira viagem por esta obra maravilhosa, recomendo que clique na figura do livro, na página inicial do blog e baixe a versão em pdf, para ler a pregação de Estevão.

Cap VI - Ante o Sinédrio – resumo

    Estevão comparece ante o Sinédrio. Impressiona a arquitetura, a riqueza do ambiente, e o ouro das túnicas dos fariseus. Reflexiona o jovem cristão na pobreza da periferia, em quanto poderiam ajudar seus compatriotas os homens daquele templo. Percebe que é uma ocasião especial, estão ali representantes de todas as sinagogas, para assistir um grande embate de ideias, entre o jovem doutor da lei e um humilde "homem do caminho".
    Estevão foi só, apesar da insistência de João, Pedro e Tiago. Assim foi feito, pois Estevão desejava preservar as atividades da Casa do Caminho, e também aos demais apóstolos.
    O irmão de Abigail comparecia como um homem chamado a defender-se de acusações, e não como um prisioneiro comum.
    O ritual inicia-se e o sumo-sacerdote nomeia Saulo como julgador, para que possa inquirir o acusado e verificar se as acusações de blasfemo, caluniador e feiticeiro procedem.
      Saulo pergunta qual a origem de Estevão, este mesmo com temor de ser reconhecido como Jeziel, declara ser da tribo de Issacar. Como israelita Estevão tem o direito de defesa garantido.
     Interrogado por Saulo, Estevão confirma que acredita ser Jesus o messias tão esperado e por isso coloca-o acima de Moisés, o que para todos os presentes e a confirmação da acusação de blasfêmia. Informado por Saulo que poderá pagar caro por sua posição, o nobre cristão, diz que o Mestre ensinou que não se deve temer quem apenas poderá matar-lhe o corpo.
       Como Estevão efetuou a cura da menina muda, e Saulo foi testemunha do fato, foi acusado de feiticeiro. Em sua defesa Estevão citou os inúmeros feitos de Moisés como fazer jorrar água de uma pedra e abrir o mar para a passagem do povo. As respostas inteligentes e inspiradas irritavam ainda mais o futuro rabino do templo.
       É chegado o momento da defesa de Estevão, que sente a inspiração e o amparo do Mestre. Fala citando as escrituras de Isaías e o trabalho de Moisés para libertar seu povo. Tenta deste modo fazer ver que o reino de amor e tolerância já chegou. Os Fariseus, por egoísmo, preocupam-se tão somente com o apego ao cargo e o poder, buscando fugir das responsabilidades que o conhecimento das leis de Moisés trazem.
       Saulo, enfurecido pela inteligência e postura digna de Estevão, parte para cima deste aos socos. Estevão não reage e em prece pede auxílio a Jesus. O futuro rabino, como julgador, pede a sentença de lapidação, ou seja, morte por apedrejamento. Gamaliel, o sumo sacerdote, solicita mais tempo para examinar os crimes cometidos e propõe a prisão imediata do réu.
        Contrariado Saulo aceita a determinação, mas por sua vez, pede carta branca para investigar as ações dos "Homens do Caminho”, no que é atendido por Gamaliel. Estevão é preso.

Reflexões

     As reflexões de Estevão sobre a distribuição da riqueza continuam as mesmas até hoje. Com o conhecimento da Doutrina Espírita, aprendemos que cada um de nós é responsável de acordo com o conhecimento das leis divinas que possuí. Sempre olhamos para o próximo dizendo que ele poderia ajudar mais aos pobres, mas nós o que fazemos?
    A fé de Estevão é maior que a fé de Jeziel. Observamos isto quando nas suas preces vemos que ele acredita que antes já recebia proteção por temer a Deus, agora que o ama, em nome de Jesus, o que ele poderá receber. Não teme a morte, e acredita que é uma oportunidade estar diante daquela dificuldade.
   A perturbação causada pela fala de Estevão nos fariseus encontra semelhança em nossa vida em alguns momentos. Lá, Estevão ensinava o amor ao próximo, exemplificado por Jesus, a igualdade entre os povos e conceito de que somos todos irmãos; tocando na ferida egoísta dos fariseus da época.

       Aqui, hoje, somos nós que desejamos fugir de leituras, grupos de estudo e até aquela cochilada no centro espírita, durante a palestra, para não ouvirmos as verdades que nos incomodam.
     Lá foram os gritos de traidor, culpado e os socos. Aqui, hoje, são nossas desculpas, de toda ordem e espécie, para não começarmos a servir a Jesus. Devemos fazer o que estiver ao nosso alcance, mesmo que pareça pouco. Começando em melhorarmos a nós próprios.

Cap VII - As primeira perseguições – resumo

       Saulo de Tarso era admirado pelos mais altos círculos de Jerusalém, estimavam-no por sua oratória inflamada e por sua inteligência em defender a lei mosaica. Saulo deixou-se levar pelo desejo de vingança. Suas fibras mais sensíveis foram tocadas por Estevão que feriu sua vaidade e seu orgulho racial.
      Agora Saulo odiava o Cristo que não conseguia compreender. O Evangelho lhe parecia uma ato de revolta arquitetado pelo Carpinteiro de Nazaré.
      Após a prisão de Estevão foi procurar na Corte Provincial, junto ao procurador romano, obter carta branca para acabar com os homens do Caminho, no que foi plenamente atendido.
    Uma notícia ecoou como uma bomba nos círculos farisaicos. Dois compatriotas riquíssimos, Oséias Marcos e Samuel Natan, depois de ouvirem as palavras de Estevão no Sinédrio doaram grande parte de sua fortuna para a Casa do Caminho. Isto fez aumentar à ira de Saulo.
       Enquanto isto, na Casa do Caminho, Simão Pedro considerou convidar Gamaliel, sumo sacerdote do Sinédrio, para conhecer o trabalho dos apóstolos. Gamaliel aceitou e compareceu no mesmo dia as instalações simples.
       O sumo sacerdote foi bem recebido e tratou com respeito todos os apóstolos. Pedro mostrou a ele todas as instalações e o trabalho de atendimento aos pobres e abandonados tocou o coração do velho sábio. Gamaliel encontrou, em um dos leitos simples, um grande amigo, Samônio, que ao contrair a lepra foi abandonado pelos filhos e expropriado de sua fortuna.
         Samônio falou de Jesus para Gamaliel, apresentando o Messias tão esperado por seu povo. Diz a Gamaliel que estando ele saudável e rico não precisaria acreditar no Salvador, por isso o Cristo disse que viria para os doentes e aflitos. As palavras do velho leproso e abandonado tocaram fundo no coração do sacerdote.
       No dia seguinte Saulo de Tarso chega a Casa do Caminho com sua escolta armada e prende Pedro, João e Filipe. Tiago foi encontrado lendo as escrituras dos profetas de joelhos, hábito que revelava grande fé na lei mosaica, e por isso foi poupado por Saulo.
       O rabino de Tarso ficou muito impressionado com a falta de reação dos apóstolos e também com o amor dos atendidos, que abraçavam e choravam, tentando segurar Pedro, chamando-lhe de pai.
     Uma semana depois da prisão dos apóstolos ocorreu a memorável sessão no Sinédrio que decidiu o futuro de Pedro, João, Filipe e Estevão.
     Gamaliel, após estudar as anotações de Mateus, que recebeu de presente de Pedro, tornou-se o personagem principal no teatro armado. Chamando Saulo para uma conversa reservada pergunta ao jovem de Tarso qual será a punição que será pleiteada. Saulo informa que pedirá o apedrejamento dos quatro cristãos.
      Gamaliel foi um dos mestres de Saulo, que por isso o respeitava muito.
     O sumo sacerdote diz a Saulo que dentro de alguns dias deixará a função no Sinédrio, vai retirar-se para meditar no deserto. O velho sábio compreende o escândalo que ocorreria ao anunciar publicamente sua mudança de crença, mas confessa ao amigo querido sua nova posição. Saulo fica muito espantado.
     Gamaliel pede a Saulo que liberte todos os simpatizantes do Caminho, salientando que João é apenas um jovem, Pedro e Tiago possuem família e Estevão é consagrado aos pobres. Gamaliel deseja evitar um debate no sinédrio onde ele teria que tomar a defesa dos apóstolos, Saulo fica acuado.
     Saulo não abre mão de lapidar Estevão, e expulsar João da cidade, visto que este não possui família ali. Gamaliel entende que seria necessário ceder em algum ponto para evitar mal maior. Os Fariseus, após ouvirem Saulo, também ficaram satisfeitos, pois isto acalmaria a turba de pobres e doentes que se ajuntavam nas portas do Sinédrio.
     A morte de Estevão foi marcada para uma semana depois, em cerimônia pública que Saulo deveria comandar. 
Reflexões

     Neste capítulo nos chama atenção o fato, de que em qualquer meio, sempre haverem pessoas prontas para despertarem para verdades mais sublimes. 
   O povo Hebreu esteve tantos anos sob a tutela da lei de Moisés, que seus corações tornaram-se disciplinados, mas a disciplina sem amor é verdadeira violência contra a alma. Mesmo sem o saberem estavam sequiosos de amor, e de caridade, de dar e receber sem interesse.  
    Desde a primeira audiência no Sinédrio, o próprio Estevão, avaliou quantas bocas poderia alimentar com o ouro daquelas túnicas, mas ele próprio ao falar, ofereceu o verdadeiro alimento, da alma, para aqueles que já tinham "olhos de ver e ouvidos de ouvir".
    Como aprendemos com Kardec, foi à palavra amor, que na boca do Cristo, causou mais medo aos fariseus.
     A conversa de Samônio com Gamaliel, na Casa do Caminho, nos ensina que o sofrimento nos aproxima de Deus. Precisamos sofrer para deixar de lado nossa postura orgulhosa, de quem acha que dirige os próprios destinos, e não reconhece Deus como um Pai amoroso e educador.
    Outra lição, que os apóstolos seguem a risca, é dar a outra face. Não reagiram em nenhum momento contra os soldados romanos, não bradaram contra Saulo, apenas deixaram-se conduzir pelo destino justo. Porque Jesus os havia recomendado que não praticassem o mal, não continuassem o mal, não multiplicassem o mal, e só fizessem o bem.  
    Para nós, hoje, deverá ser mais fácil; afinal nenhum soldado romano esta nos arrastando para a prisão. Ou não?

Cap VIII - A morte de Estevão – resumo

     As intensas atividades de Saulo não interromperam as visitas à Abigail. O encontro com a mulher amada era, para o jovem tarsense, o refazimento das forças. Abigail era o equilíbrio emocional da disciplina ríspida que Saulo aplicava em seu dia a dia.
    Logo após a condenação de Estevão, e a libertação dos demais apóstolos, Saulo foi encontrar-se com a jovem de Corinto. Passeando juntos, sob o céu estrelado, trocavam juras de amor. Contava para sua amada que o sumo sacerdote iria se afastar, sem identificar para ela o motivo deste afastamento, e que ele seria o próximo sumo sacerdote do sinédrio. Combinaram que Abigail iria para Jerusalém, com a irmã de Saulo - Dalila - no dia anterior a lapidação de Estevão.
     Saulo pede para Abigail que esteja ao seu lado no ritual de apedrejamento de Estevão, visto que lá estarão todos seus amigos fariseus e representantes de todas as sinagogas. Abigail pede para adentrar ao pátio do templo somente no final, pois não deseja ver as tristes cenas da morte de um homem.
      Abigail pede ao seu amado que questione mais uma vez Estevão sobre seu ponto de vista, da chegada do Messias, afinal ele já estava 2 meses preso, e, poderia ter mudado de ideia. Assim agiu Saulo no dia da lapidação.
     Chegou o grande dia de triunfo para Saulo de Tarso. Na noite anterior Abigail foi apresentada a alta sociedade causando ótima impressão a todos. Fato que encheu Saulo de orgulho por sua escolhida.
     Estevão é trazido ao templo, abatido pela estada na prisão, com as roupas rasgadas e sujas, mas com olhar tranquilo e sereno. Considera que se o Messias recebeu a cruz como recompensa, o que ele poderia esperar. Entrega-se nas mãos do Mestre de Nazaré.
      Estevão atado ao tronco, mas com a alma livre. Sente cada pedrada como uma passagem para a liberdade onde encontrará o Messias. Quanto mais fraco o corpo mais livre o espírito. Até o momento em que Estevão reconhece, pelas descrições de Pedro, o próprio Mestre iluminado que lhe afaga a testa.
      Chega Dalila que entrega Abigail ao irmão e retira-se. Abigail olha aquele sofredor ensanguentado, barbudo, seminu e sujo e reconhece, é Jeziel seu irmão. O espanto, o medo, verdadeiro terror lhe toma o coração. Quase sem voz pede a Saulo para falar com seu irmão que esta ali atado ao tronco.
       Saulo acreditando ser um engano pede aos soldados que recolham o corpo, semimorto, para uma sala no interior do templo.

        Estevão-Jeziel é colocado sobre uma mesa, são seus últimos suspiros. Reconhecem-se mutuamente Abigail e o irmão quase morto. Saulo fica sem reação pelo inesperado, como Deus pudera pregar-lhe tamanha peça, questionava-se no íntimo.     
     Abigail pergunta como Jeziel chegara até aquele momento, porque o nome diferente, Estevão com grande esforço, responde em poucas palavras, falando do Messias que lhe transformara. Estevão, por sua vez, pergunta como Abigail ali esta, ela lhe diz que esta com o noivo, apontando para Saulo. Estevão diz para a irmã que Saulo é um ótimo rapaz, e que eles devem ser felizes.     
      Estevão pede que Abigail cante para ele o salmo de David, assim como no dia da morte do pai, esta será a imagem que Saulo nunca mais esquecerá.     
     Ali mesmo, diante do corpo quente do irmão da mulher amada, Saulo com seu raciocínio rápido, decide romper com Abigail, percebendo que será impossível conviver com ela depois deste fato inesperado. Abigail diz que não contará a ninguém o ocorrido, mas Saulo não volta atrás em sua decisão.
     Gamaliel bate na porta da sala e chama Saulo, diz a ele que já se exonerou do cargo de sumo sacerdote, e partirá para o deserto para meditar em como servirá a Jesus. Saulo esta atônito. Gamaliel pede o corpo de Estevão para entregar a Pedro na Casa do Caminho.
        Abigail cai em forte febre, assim como ocorreu na morte do pai, e é levada para a casa dos pais adotivos, onde Saulo pretende nunca mais voltar.

Reflexões

       Sacrifício, perdão, fé e renúncia são algumas palavras que resumem este capítulo.
       Estevão sabe que deve morrer pelo Cristo, que aprendeu a amar, não se revolta com seu destino. Sua fé está mais forte do que nunca. A fé dá uma clareza na alma, que nos faz perceber os caminhos antes ocultos. Os porquês da vida parecem todos ter respostas, quando nossos olhos estão sob a luz do Evangelho.
     Jesus, o espírito que nos serve como modelo, foi crucificado, então porque nós todos reclamamos de nossas pequenas dificuldades? Estevão pensou que ele, que é muito melhor do nós, era muito pequeno perto do Cristo, e por certo mereceria morrer apedrejado, logo, o que nos sobra?
     Quando Estevão pergunta para Abigail, como ela está ali naquele momento, e recebe a resposta de que ela veio com o noivo - Saulo, qual a reação de Estevão? Dizer à irmã que Saulo é um ótimo rapaz e que os dois devem ser felizes. Estevão perdoou Saulo? Não, visto que ele não estava magoado com Saulo, não precisava perdoá-lo.
    Mas como? Porque não estaria com raiva do homem que ordenara sua morte?
Porque estava vendo além, compreendendo como agiria Saulo, o defensor da Lei de Moisés, que ainda não conhecia Jesus. Estevão foi indulgente.
     Melhor do que perdoar é não ter que perdoar! Pensemos nisto.

Cap IX - Abigail Cristã – resumo

     Após a morte de Estevão agravaram-se as perseguições aos cristãos. Saulo assumiu a função de Gamaliel como sumo sacerdote. Em frente da Casa do Caminho, soldados mantinham vigilância, para que o socorro fosse prestado, mas não ocorressem palestras sobre o Evangelho.
     Sem a presença de Abigail em sua vida o coração do moço de Tarso petrificou. Sua rispidez contra todos os simpatizantes de Jesus só fazia aumentar.
     Após oito meses de sofrimentos íntimos, o orgulho de Saulo sofreu pequeno abalo, e ele decidiu ir ver Abigail. Foi recebido com ternura por Zacarias que relatou o grave estado de saúde da jovem de Corinto.
      Saulo e Abigail, ambos comovidos com o reencontro, conversam sobre o amor que os une, mas Abigail diz que não deverá casar-se com ele. Percebe a jovem que esta muito doente e que deverá deixar este plano. Abigail conta a Saulo as visitas que recebeu de um homem chamado Ananias que lhe apresentou o Evangelho de Jesus.
       Abigail descreve o consolo que encontrou nos ensinamentos do Mestre e como se sente amparada. Saulo irritado pergunta por que o Nazareno, sendo realmente o Salvador, ajuda apenas os pobres e doentes. A jovem, entre acessos de tosse e sangue, esclarece que Jesus também recebe os ricos e doutores, mas que estes, não refletem na responsabilidade que possuem de auxiliar os menos favorecidos, e só aceitarão o Messias, quando o egoísmo e o orgulho trouxerem as doenças e o sofrimento para suas vidas.
        Saulo retorna para Jerusalém com o firme propósito de visitar Abigail todas as noites. No dia seguinte é chamado com urgência ao sítio de Zacarias, pois Abigail vive seus últimos instantes.
     Na derradeira conversa entre os dois, Abigail diz que após a partida de Saulo, na noite anterior, ela recebeu a visita de Jeziel em espírito. Estevão-Jeziel informa que Saulo tem uma missão reservada por Jesus, e que os dois Abigail e Jeziel, estarão amparando o jovem neste caminho do plano espiritual.
      Abigail retorna ao plano espiritual. Saulo fica mudo e estarrecido enquanto Ruth, lavada em lágrimas, cobre de rosas o corpo da filha tão amada.

Reflexões

      Quem precisa de um Salvador? É a questão que se coloca diante de nós.
     O orgulho e o egoísmo que carregamos sempre nos levar a crer que tomamos as melhores decisões, nos caminhos da vida. Estes mesmos vícios é que trarão até nós o sofrimento. Este é o ponto onde estaremos precisando de um Salvador.
    Dos personagens desta trama, até o momento, apenas Gamaliel, converteu-se através da reflexão nos ensinamentos, os demais precisaram do empurrão da amiga "dor" para chegarem lá.
    A grande barreira do orgulho enfrentada por Saulo, que precisou de oito meses de saudades, para finalmente procurar Abigail, é o maior obstáculo para todos nós. Será que poderíamos superar em menos tempo? Ou levaríamos 8 anos?  Quantas famílias conhecemos separadas pelo orgulho?
     A fé na vida imortal aparece também como um ponto fundamental dos ensinamentos. Jesus ressurgiu ao terceiro dia para exemplificar a vida imortal, mas até hoje a humanidade pouco se preocupa com a realidade espiritual.
      Mesmo entre os espíritas é comum encontrarmos irmãos com medo da morte. Como vemos nesta obra maravilhosa os cristãos entregavam-se aos braços da morte sem receios, na certeza de que a vida continua em outra dimensão.

Cap X - No caminho de Damasco – resumo

    Saulo permaneceu três dias em companhia dos pais adotivos de Abigail. Buscando, em vão, consolo nas paisagens onde outrora trocaram juras de amor.
     Atormentava-lhe a mente o fato de encontrar todos os dias com as ideias de Jesus de Nazaré. Estevão, Gamaliel e agora Abigail, todos convertidos. Conversando com Zacarias, tenta encontrar o rumo de Ananias, que em sua visão, havia desencaminhado Abigail. Zacarias tenta demover Saulo do propósito de vingança, dizendo a ele que Ananias proporcionou o consolo derradeiro para os últimos dias de Abigail.
    Voltando a Jerusalém, o jovem rabino, tortura alguns prisioneiros para descobrir o paradeiro de Ananias. Consegue descobrir que ele fora para Damasco. Em três dias estava organizada a caravana para Damasco.
     Ao final da viagem penosa e cansativa (250 quilômetros), quando já se podia avistar o contorno de Damasco no horizonte, Saulo sentia agravar o sofrimento íntimo. Buscava entender como Abigail e Estevão morreram com a paz no olhar, e ele Saulo, que sempre buscou no cumprimento da lei, esta mesma serenidade que nunca conquistou. Atormentado por estas ideias, já admitia, que a ignorância dos admiradores de Jesus não era desculpa, visto que Estevão, Gamaliel e Abigail possuíam conhecimento sólido da Lei.
      Em dado momento, saindo das reflexões dolorosas, vê uma claridade diferente da luz solar, o ar parece abrir-se como cortina, perde o equilíbrio caindo da montaria, grita por socorro dos companheiros e vê surgir à figura luminosa que parecia descer dos céus. "Sua túnica era feita de pontos luminosos, os cabelos tocavam nos ombros, à nazarena, os olhos magnéticos, imanados de simpatia e de amor, iluminando a fisionomia grave e terna, onde pairava uma divina tristeza" que diz:

         - Saulo! Saulo! Por que me persegues?
         - Quem sois vós, Senhor? - indaga Saulo
         - Eu sou Jesus!
         - Não recalcitres contra os aguilhões, Saulo!

         Neste momento um turbilhão de emoções e pensamentos toma conta do moço de Tarso. Aquele ser divino vinha até ele com imenso amor, chamá-lo mais uma vez, os outros chamados não foram percebidos. Perdera todos os sonhos terrenos, o lar, a família com Abigail, agora se entregaria a Jesus.
          Envergonhado pelo seu passado cruel, compreendia o tamanho amor daquele ser que vinha libertá-lo do erro e da ignorância. Ele Saulo era a própria ovelha perdida, e Jesus o pastor bondoso que vinha salvá-lo. Ajoelhado e chorando Saulo responde humilde e resignado:

          - Senhor, que quereis que eu faça?
          - Levanta-te e adentra Damasco. Lá te será dito o que fazer.

          Saulo grita pelos companheiros de caravana, e lhes diz o que viu. Todos acreditam que ele está em delírio, devido à viagem e ao sol forte. Saulo está cego. Pede que lhe conduzam até a cidade de Damasco.
            Alguns homens da caravana retornam para Jerusalém para narrar o ocorrido. Apenas Jacob, guiava o chefe e amigo, impressionado com o choro incessante de Saulo.

Reflexões

        Saulo possuía a disciplina, mas não possuía o amor, e a disciplina sem amor tornou-se tirania.
   A conversão de Saulo, sem dúvida, é um dos momentos mais belos do Cristianismo nascente. 
      Os destaques para este capítulo ficam por conta da humildade e do perdão.
    Primeiro a humildade e o perdão do Cristo - nosso exemplo - em estar pessoalmente com Saulo. Levar Seu amor até o próprio perseguidor, libertando-o do erro.
      O auto-perdão de Saulo, que não se permitiu ficar paralisado na culpa, ou no remorso. Recebeu a luz da verdade e pensou no futuro, colocou-se como servidor do Cristo. Não ressentiu erros, e sim pensou nos acertos que viriam.
     Não devemos jamais nos colocar na posição de vítimas da vida. Devemos sempre colher as lições, dolorosas ou não, de forma célere e seguir em frente. Façamos o bem possamos fazer, para amenizar a colheita dos erros que já cometemos.
     Poderíamos escrever a noite toda, mas é melhor meditarmos, para que amanhã possamos viver mais estas lições.

SEGUNDA PARTE

2°P.Cap I - Rumo ao Deserto – resumo

       Ao entrar em Damasco, o servo chamado Jacob, que conduzia Saulo, foi até a casa de Sadoc, deixando Saulo nos portões aguardando. Sadoc depois de ouvir o relato de Jacob pediu que ele levasse Saulo para a pensão da "rua direita", onde mais tarde, ele iria auxiliar Saulo. Na verdade Sadoc ficou com receio de expor Saulo aos demais rabinos, de várias sinagogas, que estavam hospedados em sua casa.
     Durante três dias Saulo ficou isolado na pensão. Foram dias de fervorosas preces a Jesus, solicitando não o desamparasse. Ao entardecer do terceiro dia o hoteleiro vem anunciar que Saulo tem uma visita. Adentra ao quarto o velho homem que diz que vem auxiliá-lo em nome de Jesus. Saulo indaga desejando conhecer seu bem feitor é Ananias.
     Ananias, que impõe as mãos sobre os olhos de Saulo, faz uma prece rogando Jesus abençoe seu novo discípulo. Saulo sente como se escamas lhe caíssem dos olhos e recupera a visão. A emoção toma conta do quarto e ambos choram abraçados.
     Saulo sente como se houvera renascido, com novas energias, e diz a Ananias que deseja pregar na sinagoga no próximo sábado. Ananias tenta demover esta ideia do entusiasmado neófito.

      A pregação de Saulo na sinagoga de Damasco é uma surpresa geral, por sua presença e por seu conteúdo. Saulo descreve a vinda do Messias aguardado por seu povo, mas é vaiado e acusado de blasfemo. Saulo sente agora o que Estevão sentiu em sua pregação no Sinédrio. Seus compatriotas lhe viram as costas e deixam a sinagoga vazia.
    Saulo com a ilusão inflada pelo orgulho pensava que bastariam as palavras do doutor da lei para converter seus pares.      
    Ananias recebe as notícias de Saulo sem espanto. O velho cristão aconselha Saulo a preparar-se melhor para a nova empreitada. Estudar e viver o Evangelho de Jesus, afim de que, sua palavra possua nova força.
     Saulo após assistir o culto do evangelho, em uma humilde casa de Damasco, sente-se fortalecido, e seguindo os conselhos de Ananias, que agora ele tem por mestre, decide seguir para o deserto encontrar Gamaliel que certamente o ajudará.

Reflexões

     Saulo começa a sentir o desprezo que Estevão e os demais Cristãos sentiam.
   Precisava, Saulo, daqueles dias de cegueira, pois era como uma gestação, para o nascimento de um novo homem. Período de intensa meditação onde o direcionamento da fé vai ser apontado para o Evangelho de Jesus.
    O orgulho de Saulo levá-o a pensar que indo até a sinagoga, pregar a vinda do Messias, seria recebido como doutor da lei.
   Todos nós, quando estamos nos esforçando por mudar nossos maus hábitos, por varias vezes cometemos este mesmo erro. Achamos que uma solução que adotávamos anteriormente ainda serve nos dias de hoje.
   Outra reflexão importante é o complexo de "salvador". Quando encontramos nosso caminho na fé cristã, queremos de qualquer forma arrastar nossos amigos e parentes. Esquecidos que a verdade chega para cada pessoa quando ela está pronta.
   Ananias faz às vezes de consciência para Saulo. Recomendando que antes de tentar salvar os outros tente viver os ensinamentos do Messias. É o que devemos fazer. Modificarmos nossos hábitos porque assim o exemplo falará por si só.

2°P.Cap.II - O tecelão – resumo

      Saulo viajou até Palmira, pequena cidade no deserto. Lá seria fácil encontrar o irmão de Gamaliel, seu antigo mestre no templo. Ao encontrar a família de Gamaliel, seu irmão Ezequias, informa a Saulo que ele é tratado como homem velho e senil.
    A senilidade à que se refere, são as falas de Gamaliel relacionadas ao Evangelho de Jesus. Incompreendido pelos seus, Gamaliel, prefere morar distante da cidade em pequeno casebre, onde faz suas meditações e estudos. Recebendo da família os cuidados e a vigilância necessária.
    Saulo vai até Gamaliel, e percebe que ele está muito lúcido. Conta-lhe o encontro com Jesus nas portas de Damasco. Ambos ficam emocionados por estarem irmanados pela mesma fé novamente.
      O ex-rabino divide suas apreensões com Gamaliel, diz ao amigo que deseja servir ao Messias, mas não sabe como fazer, e que também não possui mais recursos financeiros.
    A sugestão de Gamaliel, inspirado nos ensinamentos de Jesus, é que ele trabalhe como tecelão, ofício de infância de Saulo, e isole-se por um tempo no deserto para fortalecer sua convicção. Gamaliel pede a Ezequias, seu irmão, que contrate Saulo para a tecelagem no "Oásis de Dan".
     Antes da partida Gamaliel presenteia Saulo com a cópia dos textos de Mateus, o Evangelho que Pedro havia dado para o antigo sumo sacerdote, em Jerusalém. Seria este o último abraço entre os dois.
      No oásis de Dan, Saulo encontra um casal que cuida do local, eram Áquila e Prisca. Logo o ex-rabino percebe que seria uma benção estar no convívio daqueles irmãos. Revelam-se seguidores de Jesus e estudam, como Saulo uma cópia do Evangelho de Mateus.
     Áquila e Prisca, fugiram de Jerusalém e vieram se isolar no deserto em função das perseguições aos cristãos ocorridas naquela cidade. O pai de Áquila foi morto por um subalterno de "Saulo de Tarso" - que por coincidência possui o mesmo nome do novo amigo.
     Quase três anos se passaram. Os três amigos viveram na aspereza do deserto estudando, meditando e orando. Grande amizade nasceu entre eles. Certo dia Saulo confessou ser o próprio "Saulo de Tarso".
       Espantados e comovidos, o casal teve oportunidade de exercitar os ensinos do Messias de perdoar e compreender. A amizade só fez aumentar. A visão do Messias, nas portas de Damasco, era o presente que faltava para Áquila e Prisca que ouviram a história do ex-rabino com as lágrimas represadas.
      Agora, com a certeza de que Jesus continuava vivo, zelando por seus seguidores, Áquila e Prisca decidem tornar realidade um antigo sonho: pregar o Evangelho em Roma. Convidam Saulo para seguir com eles, mas Saulo sente que seu destino deve ser Jerusalém.

Reflexões

    Mais uma vez observamos a beleza do programa reencarnatorio de cada um de nós. Não foi coincidência o encontro no Oásis de Dan com um casal de seguidores de Jesus. Precisava o novo apóstolo do fortalecimento da fé, do estudo e da disciplina daqueles três anos para a preparação das pregações que viriam.
    O próprio Emmanuel diz que o perdão de Áquila e Prisca, representaram para o coração de Saulo, o perdão de todos os perseguidos em Jerusalém. O alívio de um fardo necessário para as novas caminhadas.
    A disciplina também foi muito valorizada neste capítulo. O deserto e o trabalho de tecelão exigiam rigorosa disciplina dos três cristãos.   
   Valorizemos nosso trabalho, fonte de disciplina, tão necessária para nossa defesa espiritual. Quantas vezes observamos companheiros que se perturbam em períodos de férias, justamente por que perdem os limites impostos pelo exercício profissional.
    Joanna de Ãngelis, no livro Leis Morais da Vida, diz que o momento perigoso para o cristão decidido é o do ócio.
   O período de estudo e meditação, que Saulo empreendeu, é outro ensinamento claro para todos nós. Temos que desenvolver a paciência que previne a ansiedade, pois esta, sempre deseja nos lançar de ímpeto na tarefa. É preciso preparação para fazer o bem. A caridade também necessita estudo.

2°P.Cap. III - Lutas e humilhações – resumo

    Saulo retorna a Damasco. Durante a viajem sente energias interiores até então desconhecidas para ele. Ocorre que no plano espiritual, Estevão, passa a acompanhá-lo. Quis Jesus que se irmanassem o algoz e a vítima.
   Chegando a Damasco encontra Ananias, com grande alegria, e percebe que, o movimento de perseguição tornou-se menos violento e mais perspicaz. Agora os seguidores do Caminho deviam seguir os rituais judaicos para não serem mais incomodados.
    Saulo decide ir novamente a sinagoga pregar a vinda do Messias. O Chefe da Sinagoga de Damasco, após poucas palavras de Saulo, dá-lhe ordem de prisão, mas o ex-rabino invoca seus direitos de cidadão romano e não acata a ordem.
    Aconselhado por Ananias, Saulo decide deixar a cidade rumo a Jerusalém, para que não fosse preso ali em Damasco sem avistar-se com os apóstolos da Casa do Caminho.
    A viagem foi dura e penosa, obrigando Saulo a inúmeras paradas para descanso. Passando por Cafarnaum procurou Levi (Mateus) que lhe mostrou as paisagens onde o Mestre houvera pregado, e a casa de Simão Pedro. Foram dois dias de recomposição de forças.
    Chegando a Jerusalém foi em busca do antigo companheiro do Sinédrio, Alexandre, que ouvindo seus relatos sobre a visão de Jesus às portas de Damasco, tentou despertar Saulo do que ele julgou uma demência mental passageira. Para tal, deu-lhe notícias chocantes, como a morte da mãe, a fuga da irmã Dalila para Tarso onde o pai vive em profunda tristeza.
      Saulo agora tem o coração ralado de angústia, compreendendo que os amigos e a família eram tesouros de outra época de sua vida.
     Saulo já esta fraco, doente e febril, devido ao esforço da viagem e a pouca alimentação. Dirigiu-se para a Casa do Caminho, chegou lá profundamente emocionado pelas lembranças de Estevão. Bateu à porta e pediu que chamassem Pedro, em nome Jesus, para falar com Saulo de Tarso. Lá dentro os apóstolos discutem se devem ou não recebê-lo, temendo que a conversão de Saulo fosse apenas uma farsa. O emissário retornando à porta diz que Pedro esta muito ocupado e pede que retorne em outro momento.
      A amargura de Saulo não tem tamanho, abandonado pelos antigos amigos, e temido pelos novos.
      No dia seguinte, os apóstolos reunidos, decidem enviar até Saulo o irmão Barnabé, já que este não é conhecido de Saulo. Barnabé em poucos minutos de conversação com  Saulo, percebe a conversão do ex-rabino, conduzindo-o de volta a Casa do Caminho. Lá chegando, quase sem forças, após os cumprimentos iniciais, Saulo roga ajuda, no que é prontamente atendido.
     Saulo emociona a todos quando pede para ocupar o mesmo leito que Estevão ocupou quando foi socorrido naquela Casa.
    Alguns dias de caldos e boa comida bastaram para recuperar o convertido de Damasco. Assim que pode foi ouvir as pregações, e percebeu o mesmo que  em Damasco, a casa do caminho funcionava agora como se fosse uma sinagoga, com uma diferença, que em uma sala ao lado, o apóstolo Pedro atendia individualmente os necessitados.
     Saulo tenciona começar um movimento de defesa do cristianismo nascente, para não permitir que as ideias do messias se misturem as leis de Moisés. Vai ao templo onde recordando o sacrifício de Estevão ouve a voz que lhe diz "retira-te de Jerusalém!". Saulo ouviu Estevão, mas achou que ouvira o próprio Cristo.
      Saulo conta a Pedro o ocorrido, e este concorda com a retirada da cidade, já que ele não é bem visto por alguns servidores da Casa do Caminho, e tão pouco, pelos sacerdotes que desejam prendê-lo.
      Decidido, Saulo parte em direção à Tarso. Encontrando com seu velho pai, recebe o tratamento já esperado de um fariseu para com um convertido. O pai de Saulo pede que escolha entre o desprezível carpinteiro de Nazaré e ele. Saulo deixa seu pai para trás, que apenas lhe alcança uma bolsa de moedas como se fosse uma esmola.
      Saulo caminha sem destino, com o coração oprimido pela tristeza. Não pode mais contar com a família, nem com os amigos do Sinédrio e tão pouco com os apóstolos desconfiados de Jerusalém. O que fazer? É a interrogação que acompanha o ex-rabino.
     Nas redondezas de Tarso, adormece Saulo nas cavernas em que buscou abrigo. Durante o sono sente sua alma guindada a paisagens belíssimas, onde encontra, vestidos de luz, os espíritos de Estevão e Abigail. Neste encontro de profundas emoções, Abigail passa a Saulo uma nova diretriz em quatro palavras: "Ama, trabalha, espera e perdoa!"
      Meditando no encontro da noite anterior, o tecelão, decide comprar um tear e estabelecer uma tenda para manter-se em Tarso. Durante três anos permanece dando exemplo de humildade, amando, trabalhando e esperando que Jesus o convocasse para novos labores.

2°P.Cap.IV - Primeiros labores apostólicos

       Saulo de Tarso viveu de forma austera. O programa de Abigail constituiu guia seguro para seu comportamento. Amando a todos, trabalhando sempre, esperando o chamado do Messias e perdoando os conterrâneos de Tarso que o mal diziam.
    Barnabé chegou a Tarso para convidar o ex-rabino a seguir com ele para a igreja fundada em Antioquia. Saulo aceitou feliz o chamamento. A instituição de Antioquia era muito mais organizada que a de Jerusalém. Não havia exigências dos círculos farisaicos. A igreja só fazia crescer e felicitar seus servos fiéis. O ambiente espiritual era tão harmonioso que o fenômeno das vozes diretas era comum nas reuniões de estudo do evangelho.
     Foi neste período que Lucas conhece Saulo, e sugere que os seguidores do Cristo chamem-se "cristãos", sugestão que foi de pronto aceita pelos cristãos de Antioquia.
     Pedro escreve uma carta, aos companheiros de Antioquia, dando noticias tristes. Tiago (irmão de João) fora condenado à morte, por sua pregação sincera, que não consentiu misturar as crenças judaicas com o tom libertador do Evangelho. A igreja de Jerusalém também necessitava de socorro financeiro.
     Partiram para Jerusalém, Saulo e Barnabé, que lá chegando encontraram Pedro escondido, após fuga da prisão. Fora preso ao solicitar o cadáver de Tiago para sepultamento.
        Tiago (filho de Alfeu) coordenava os trabalhos na ausência de Pedro. Sem Pedro a estrutura da casa Evangélica estava transformada em Sinagoga que atendia aos pobres e necessitados. Barnabé e Saulo não foram convidados a pernoitar ali, causando surpresa em ambos.
      Buscaram abrigo na casa de Maria Marcos, irmã de Pedro, onde encontraram um núcleo de estudos evangélicos sinceros e belo. Ali João Marcos, sobrinho de Pedro, e filho de Maria Marcos, juntou-se ao grupo para retornar com eles à Antioquia e servir a Jesus.
     Na viagem de retorno, Saulo recebe a inspiração de dar novos rumos ao Cristianismo nascente. Observa que se os Cristãos ficarem insulados em Jerusalém dentro de poucos anos o Evangelho será esquecido, e Jesus será apenas um desordeiro crucificado entre ladrões. Lembra que o Messias havia dito que seus seguidores viriam do oriente e do ocidente, então seria justo levar o Evangelho aos gentios. 
      Barnabé explanou aos demais cristãos de Antioquia a situação crítica de Jerusalém e o plano de Saulo. Apesar de algumas resistências iniciais todos acordaram com a importância de semear o Evangelho em novas terras.
     Após a decisão tomada, os presentes àquela reunião, ouviram as vozes espirituais que aprovavam a nova demanda. Para Saulo isto foi o reencontro com Jesus; desde a cegueira de Damasco, buscava uma forma de servir o Mestre e agora sentia que sua missão realmente começava.
    A ilha de Chipre foi à escolhida, por primeiro objetivo, por ser a terra natal de Barnabé. Foram bem recebidos em todas as cidadelas de Chipre, mas foi em Nea-Pafos que foi fundada a igreja. Lá o procônsul romano do local mandou chamar Saulo e Barnabé e expôs sua doença aos cristãos recém chegados à ilha.
     O proconsul romano era Sérgio Paulo, o mesmo romano que libertara Jeziel (Estevão) da escravidão das galés salvando sua vida. Saulo disse ao político romano que ele já havia sido salvo por Jesus uma vez, descrevendo o episódio na galé. Sérgio Paulo ficou impressionado, já que ninguém sabia desta história. A conversão e a cura de Sérgio Paulo foi o estopim de um grande movimento cristão na ilha de Chipre.
    Sérgio Paulo proporcionou todo apoio material para a construção da igreja cristã em Nea-Pafos.
    Barnabé muito impressionado com o ocorrido, pergunta a Saulo se quando Ananias o batizou não sugeriu um novo nome. Saulo após reconhecer que o benfeitor romano na ilha era um marco em sua história de vida, decidiu começar a assinar seu nome à moda romana, passando a assinar PAULO  de Tarso.
     Depois de Nea-Pafos partiram para Atália, onde pregaram ao ar livre, depois foram para Perge. Sempre com grandes dificuldades para se alimentarem, durantes as viagens, e trabalhando para se sustentarem, Paulo como tecelão e Barnabé como oleiro.
      No caminho para Perge, ao dormirem no relento, são assaltados por dois homens, que ouviram a conversa sobre um Mestre e um tesouro, e apontando para os rolos do papiro os bandidos questionam se este documentos levam ao tesouro, ao que Paulo responde: "Quem encontrar esse tesouro nunca mais sentirá necessidades." E assim os ladrões roubam o evangelho de Mateus. Paulo considerou ótima oportunidade de divulgação do evangelho!
       Em Antioquia de Psídia (ainda na ilha de Chipre) Paulo foi preso e torturado pelos judeus que não aceitaram a pregação do Cristianismo.
       Em Listra foi apedrejado como ocorreu à Estevão, e mesmo muito ferido escapou da morte.
       Após muito tempo na ilha de Chipre pregando em sua principais cidades resolveram retornar à Antioquia.

2°P.Cap. V - Lutas pelo Evangelho

     Paulo e Barnabé foram recebidos em Antioquia com grande alegria geral da comunidade. Logo perceberam que a harmonia na igreja não era mais a mesma. A influência judaizante estava agora dividindo os novos cristãos, parte desejava manter o ritual da circuncisão e os demais não. Paulo via o Evangelho livre de qualquer influência, mas decide chamar Simão Pedro, que atendendo o pedido por carta vem até Antioquia.
     Pedro é muito respeitado por todos os cristãos, visto que o próprio Messias havia dito que ele seria a pedra inicial de sua igreja, mas mesmo Pedro, não consegue resolver a questão. Foi então marcada uma reunião com os apóstolos e discípulos em Jerusalém.
       Havia grande preconceito dos judeus para com os gentios, alguns consideravam que este "povo idolatra era como gado". Paulo levou Tito para a reunião em Jerusalém, e este precisou ser circuncidado para poder participar da reunião. Nesta reunião memorável, Pedro demonstrou a todos que o evangelho é para alma e não para o corpo, e assim os gentios convertidos ao cristianismo ficaram liberados da circuncisão.

          A igreja de Jerusalém estava enorme, e dependia financeiramente das sinagogas, por isso a influência judaizante era tão forte. Assim ficou resolvido que Paulo iria recolher valores, para a igreja mater, enquanto viajava em pregação pelas novas comunidades fundadas por ele e por Barnabé.

2ºP. Cap VI - Peregrinações e Sacrifícios

   Em companhia de Silas, Paulo parte em direção à Tarso. Durante a viagem, em qualquer oportunidade, o Evangelho era ensinado. Seguiram sempre com viagens ásperas e duras. Chegando a Derbe reencontraram a comunidade cristã fundada por Paulo e Barnabé, onde o jovem filho de Eunice, Timóteo, era o novo pregador que espalhava a Boa Nova e fazia curas em nome de Jesus.
   O mesmo ocorreu em Listra. O crescimento das comunidades cristãs causava imensa alegria em Paulo e Silas. Desde Listra, Timóteo juntou-se a caravana. Silas considerou que Timóteo deveria ser circuncidado para não provocar, ainda mais, a raiva dos judeus.
   A voz de Estevão, sempre ao lado de Paulo, indica que devem seguir adiante, pregando em novas cidades. Seguiram então para Mísia, Bitínia e Trôade. Em sonho Paulo recebe a informação que deve ir à Macedônia, mas como ir sem gastar os recursos arrecadados para a igreja de Jerusalém? É então que encontram Lucas, o médico que se tornara discípulo de Paulo em Antioquia. O prestativo médico decide pagar todas as despesas da viagem de navio, e junta-se também a caravana, que agora conta com Silas, Paulo, Timóteo e Lucas.
   Desembarcando os missionários decidem dividir-se em duas duplas para espalharem mais rapidamente as sementes da Boa Nova. Lucas e Timóteo iriam por um caminho e Silas e Paulo por outro, ao final da jornada se encontrariam em Tessalônica. Em Felipes, Paulo funda uma igreja que ocupa espaço especial em seu coração, onde encontra apenas mulheres e crianças orando. Lembra-se então que no momento do calvário apenas "elas" estavam ao lado do Messias.
   Em Felipes, Paulo é preso e torturado após expulsar um espírito de uma pitonisa. Na prisão enquanto fazem uma prece fervorosa, as pesadas portas das celas se abrem sem fazer ruído. Paulo aproveita para pregar aos presos que reconhecendo a autoridade moral de Paulo não fogem. O carcereiro narra o fato as autoridades locais que decidem libertar os cristãos, com a condição de que deixem a cidade. Paulo também impõe uma condição: que as senhoras que fundaram a igreja não sejam incomodadas, e assim fica acordado.
    Lutas também em Beréia. Após o encontro dos quatro pregadores, doentes e muito abatidos, Paulo decide dar uma pausa nas viagens, e seguir sozinho até Atenas. Chegar à Atenas era antigo sonho de Paulo, que pensava como seria belo pregar o Evangelho na cidade dos filósofos, dos templos e do Aerópago. Grande surpresa aguardava o convertido de Damasco. Foi a primeira cidade que deixou para trás sem fundar um núcleo cristão. Atenas estava cheia de cientistas e pensadores que não deram ouvidos as belezas de um Evangelho que vinha de um homem ressuscitado. A inteligência bloqueava o amor. Ao sair da cidade Paulo chorou copiosamente.

2°P.Cap.VII - As Epístolas

    O grande apóstolo saía de Atenas muito abatido, mas Timóteo trazia boas notícias. Havia encontrado em Corinto com Áquila e Prisca, o mesmo casal que acolhera Paulo por três anos no deserto. Corinto provocava boas lembranças em Paulo, já que era a cidade natal de Jeziel e Abigail.
     Paulo diz aos amigos do "oásis de Dan" que gostaria de fundar uma igreja em Corinto, e o casal se prontificou em servir ao lado do ex-rabino.
     Tito Justo, com auxílio de outros simpatizantes do Evangelho, adquiriu uma casa para o início dos labores apostólicos, logo a igreja de Corinto começou a produzir os mais ricos frutos da espiritualidade.
    A todo momento chegavam emissários com pedidos de ajuda e esclarecimentos das igrejas da Galácia, Pisídia, Icônio, Listra, Chipre e Jerusalém. Assim Paulo sentiu-se incapaz de atender todos os pedidos e rogou a Jesus, em prece, que não lhe faltasse com o socorro para o cumprimento da tarefa. Mais uma vez sentiu-se envolvido por luzes, que lhe falaram sobre a possibilidade de atender a todos escrevendo, e a voz amorosa, ainda afirmou, que daquele momento em diante Estevão estaria sempre ao seu lado.
    Em Corinto, como em toda parte, as igrejas prosperavam, mas as sinagogas esvaziavam. Isto despertava a fúria dos Fariseus. Tramaram contra Paulo e mais uma vez ele foi preso e torturado.
     No dia do julgamento, o procônsul da Acaia, Júnio Gálio, ouviu as acusações de Sóstenes, representando a sinagoga, e a defesa foi feita por Tito Justo, o romano generoso que auxiliou na fundação da igreja de Corinto. Os gregos presentes ficaram impressionados com a história do convertido de Damasco, e várias vezes Tito Justo foi aplaudido. Assim Paulo foi libertado.
    As perseguições prosseguiriam, mas Paulo já sabia disto, e comunicou aos cristãos de Corinto que partiria para Éfeso, na Ásia, para atender aos chamados de João que tinha dificuldades de fundar a igreja naquela localidade.
     Depois de auxiliar João e instalar Áquila e Prisca que foram juntos para Éfeso, Paulo retornou para Jerusalém a fim de entregar a pequena fortuna arrecadada durante as viagens.
     Pedro recebe a doação muito comovido, e comenta que as cartas de Paulo são copiadas e estudadas assim como o próprio Evangelho. Pedro diz a Paulo que as cartas são inspiradas pelo Mestre Jesus, a afirmação sincera de Pedro comove o apóstolo.
     Retornando à Éfeso Paulo ajuda João a firmar a igreja ali fundada. As vozes que se manifestavam em outras igrejas ali se manifestaram na praça pública enquanto Paulo pregava, isto causou enorme repercussão entre os israelitas que perdiam terreno. Naquela cidade havia todos os anos uma festa de culto para a deusa Diana, e os ourives vendiam grande quantidade de estatuetas. Agora com a visão modificada pelo Evangelho a deusa estava esquecida e a revolta dos ourives se somou aos outros inimigos do Cristo, o que causou perseguições a todos: Áquila, Prisca e João. Depois de conseguir a liberdade dos amigos Paulo resolve voltar para Corinto.
    Em Corinto, após escrever várias outras cartas, Paulo recebe uma mensagem de Tiago informando que Simão Pedro fora expulso de Jerusalém e as perseguições aos cristãos haviam recomeçado. Tiago pedia a presença de Paulo, visto que o Sinédrio desejava obter esclarecimentos. Justamente Tiago que nunca se aproximara de Paulo agora pedia sua ajuda.
        Paulo estava preparando a viajem à Roma, para novas pregações, juntos aos cristãos que Áquila e Prisca haviam convertido com suas palavras. Naquela noite adormece e recebe a visita de Estevão e Abigail, que em sonho, lhe avisa que deve voltar a Jerusalém para o testemunho necessário e depois irá até Roma, não como espera, mas como Deus determina, e então poderão se reencontrar.
     Assim Paulo decide voltar à Jerusalém, a pé, para que possa se despedir das igrejas pelo caminho que fará.
      Seus abraços e suas pregações, em todo o caminho, foram em tom de despedida, em Éfeso a cena foi marcante, pois Paulo não quer desembarcar para não gerar novas perseguições, mas a comunidade inteira vai até a praia despedir-se do apóstolo dos gentios. Inclusive Maria, mãe do Messias prestigia a passagem de Paulo de Tarso.

2°P.Cap.VIII - O Martírio em Jerusalém

      Paulo de Tarso chegando a Jerusalém recebe os informes de Tiago, que fez o possível para atenuar os rigores dos rabinos, do sinédrio, em sua punição. Assim, os israelitas, concordaram que Paulo deveria apenas pagar as despesas de quatro homens pobres que fizeram votos de nazireu. Seria necessário pagar as despesas dos animais, para o sacrifício, e orar ao lado deles no templo, durante sete dias consecutivos.
     Durante os dias em que Paulo sacrificou seu orgulho pela paz que desejava alcançar, não para si, mas para a igreja de Jerusalém, o tumulto no templo foi crescendo. As pessoas não acreditavam que o ex-rabino, convertido ao cristianismo, estava frequentando o templo. No sexto dia da purificação judaica dos nazireus, a turba já estava enfurecida, e aos berros de traidor, Paulo foi arrastado para o pátio da lapidação, no mesmo lugar em que Estevão foi apedrejado.
     Lucas percebendo a confusão que ocorria no interior do templo, chamou a guarnição romana. O tribuno Claudio Lísias mobilizou alguns soldados e protegendo Paulo conseguiu conduzi-lo a prisão. Paulo foi jogado em uma cela úmida, bastante ferido pelas pedradas que recebeu. Quando os soldados se preparavam para torturá-lo Paulo invocou a condição de cidadão romano e disse que nada havia feito para ser tratado daquela maneira.
      Paulo, alguns dias depois, foi reconduzido ao sinédrio, mas os romanos observando que não havia condições para um julgamento justo, levaram Paulo novamente para a prisão. O tribuno romano após ouvir Paulo no sinédrio começou a nutrir simpatia pelo homem e pela Doutrina do Evangelho. Claudio Lísias ficou sabendo que o sinédrio estava pagando para que assassinos matassem o apóstolo, e atendendo o pedido de Tiago, transfere o prisioneiro para Cesaréia, onde o governador da província poderia cuidar do caso.
       O governador Félix, no primeiro encontro entre os israelitas do sinédrio e Paulo de Tarso, para apreciar o caso, percebeu o valor do apóstolo e decidiu adiar a sentença indefinidamente.
      Durante dois anos permaneceu preso, e aproveitou para comunicar-se com as igrejas através de cartas.
     O governador Félix foi transferido para outra província e assumiu em seu lugar Pórcio Festo. Assim que assumiu o cargo com toda pompa, foi procurado pelos fariseus do templo que desejavam matar o antigo inimigo. Planejavam reconstituir a cena do calvário crucificando Paulo entre dois ladrões. Paulo ao saber desta ideia fica muito abalado. Não acredita na ousadia dos rabinos, e diz a Lucas que não pode aceitar em qualquer hipótese morrer como o Cristo, mas sim morrer pelo Cristo.
    No novo julgamento, o novo governador, também fica impressionado com a lucidez e a cultura do apóstolo, que dá uma lição de justiça e uma aula de moral e ética no tribunal. Ao final Paulo decide apelar para César - a suprema corte de Roma - e Pórcio Festo aceita a apelação.
    Antes de ser enviado a Roma, o governador recebe em seu palácio a visita de 
Herodes Agripa, o rei da Judéia, que pedindo para ouvir o apóstolo ficou muito impressionado com seu discurso, chegando a afirmar que quase se converteu ao Cristo.
    A figura do apóstolo já era então muito conhecida e muito amada por tudo que havia feito, por isso a multidão no porto, no embarque para Roma era enorme. Muitos choravam, beijavam suas mãos, chamavam-lhe de pai. Sem distinção gentios, judeus e romanos, especialmente as crianças, queriam segurá-lo ali para sempre. A emoção tomou conta de todos. Quando embarcados Lucas diz á Paulo que escreverá sobre este momento, mas o apóstolo pede que registre apenas o que é do Cristo e para a glória do Cristo, deixando de lado qualquer laivo de vaidade.

2ªP.Cap IX - O Prisioneiro do Cristo

    Após um dia de navegação o navio tocou o porto de Sídon, onde se repetiram as mesmas cenas da véspera. O apóstolo dos gentios tem a intuição de que a embarcação, muito carregada, deveria evitar a viagem direta e parar no porto de  Kaloi-Limenes, mas o comandante não aceita a ideia.
    Após alguns dias a embarcação foi levada por uma tormenta para longe do curso normal, todo sobrepeso foi jogado ao mar, e permaneceram perdidos por duas semanas. Deste momento em diante Paulo foi visto por todos abordo com um misto de veneração e medo. Consolou e pregou o evangelho para todos abordo.
     Catorze dias de tormenta levaram o barco até a ilha de Malta. Os naturais da ilha e alguns romanos fizeram o possível para socorrer os náufragos. O centurião romano Julio, responsável pelos prisioneiros, já havia se convertido através da palavra de Paulo. Ao desembarcar Paulo é picado por uma serpente venenosa e sobrevive, aumentando o respeito que todos tem por ele.
    Através de curas e pregações o apóstolo funda uma igreja em um salão cedido pelo preposto do império, que teve seu pai curado por Paulo.
     Embarcaram em outro navio rumo a Roma, o centurião Julio já era um amigo do apóstolo, e em todas as paradas, verificava se haviam cristãos nas cidades, e mandava avisar que Paulo ali estava. Cartas e palestras reforçavam a fé dos primeiros cristãos, que viam em Paulo um emissário do Messias.
     Na cidade de Pouzzoles encontraram uma igreja já há muito instalada e o líder cristão do templo era Sexto Flácus, que recebeu o apóstolo beijando-lhe as mãos que lavava com as lágrimas da emoção. Mostrou-lhe ali mesmo, a cópia da epístola aos romanos, lida e estudada naquela igreja. O centurião amigo permitiu que ficassem ali uma semana. Nestes sete dias a comunidade bebeu diretamente da fonte - o coração do convertido de Damasco.
     Paulo se aproxima de Roma, os cristãos da cidade já estão aguardando a sua chegada. O ex-rabino toma conhecimento das torturas e sacrifícios dos cristãos nas arenas.
     O centurião Júlio ao entregar o prisioneiro no quartel de Roma, na Via Nomentana, recomendou todos os cuidados ao general local, que observou curioso aos abraços emocionados dados pelo centurião e seus guardas no apóstolo.
     Lucas, Aristarco e Timóteo permaneceram hospedados próximos ao quartel. Após uma semana foi concedida a prisão domiciliar ao apóstolo. Fato curioso: sempre havia um guarda na frente do casebre alugado pelos apóstolos, e este posto era disputado pelos soldados que ali queriam servir.
     Paulo pregava na prisão, onde buscava sua comida, já que não podia trabalhar, e escrevia cartas e recebia os rabinos de Roma que desejavam entender a nova doutrina. Também recebia os emissários de todas as igrejas que levavam suas cartas como verdadeiros tesouros.
     Já haviam se passado quase dois anos que o convertido de Damasco aguardava o julgamento de César. Em certo dia recebeu a visita de político influente, chamava-se Acácio Domício, e que havia ficado cego a algumas semanas. Paulo impondo suas mãos roga em nome de Jesus a cura do político romano, que no mesmo momento grita "Vejo, Vejo!!"
       Acácio Domício promete à Paulo que resolverá sua situação, e apenas quatro dias depois, Paulo é chamado ao tribunal de juízes que antecede ao julgamento de César. Os juízes impressionados com as respostas de Paulo e os pedidos de Acácio instruíram o processo solicitando a César a absolvição do apóstolo. E alguns dias depois César assinava a ordem de soltura de Paulo.
       O grande apóstolo viajante não viu nisso motivo para descanso, era preciso pregar. E durante um mês visitou as igrejas de todos os bairros de Roma. Sua presença era disputada.
       O ano era 63. Decidido a seguir espalhando o Evangelho, resolve ir para a Espanha. Todos tentaram demovê-lo da ideia, mas foi inútil o apóstolo desejava morrer convicto de haver levado o Evangelho aos confins do mundo.

2ª P. Cap X - Ao encontro do Mestre

    Preparava-se Paulo de Tarso para partir para a Espanha quando recebe uma carta de Corinto, enviada por Pedro, dando-lhe conta que chegaria na capital do império dentro de 10 dias. Paulo lança mão de todos os conhecidos em Roma e arruma uma pequena casa para Pedro.
    Pedro chega com a esposa e filhos, justo no momento, que as perseguições aos cristãos em Roma, estão aumentando assustadoramente. A prefeitura de Roma trabalhava com a guarda pretoriana, que não possuía escrúpulos na prisão de cristãos.
    O filho de Zebedeu, o apóstolo João, preparava-se para regressar para Ásia, quando foi preso pelos pretorianos. Pedro já estava só em Roma, pois alguns dias após a sua chegada, Paulo havia partido para à Espanha. O grupo de amigos, liderados por Pedro, resolveu enviar um emissário para a Espanha atrás de Paulo, visto que ele, possuía amigos influentes, no meio político de Roma, e poderia libertar João.
    Paulo retorna para Roma assim que é encontrado, e procura Ácacio Domício, que marca um encontro com Popéia Sabina (esposa de Nero), que promete soltar João dentro de 3 dias. O que realmente ocorreu.
    João embarcou de volta para Ásia, onde suas igrejas o aguardavam para inúmeros trabalhos importantes.
     Em Julho de 64 ocorreu o grande incêndio planejado secretamente por Nero para reformar a cidade. O incêndio destruiu muito mais que o previsto pelo imperador, e a população estava revoltada. Em público, Nero interpretou o papel que comoveu o povo. Prometeu punir os responsáveis, e a massa ensandecida começa a gritar: "Cristãos às feras!". Estava decretada a desgraça dos cristãos romanos, pois o imperador achava a desculpa para distrair o povo e aliviar sua própria culpa.
     Os cristãos passam a ser perseguidos e mortos. Encontram-se somente escondidos nas catacumbas dos cemitérios distantes do centro da capital. Foram centenas de cristãos atirados as feras somente na inauguração do Grande Circo.
      Após um destes encontros nas catacumbas, onde Paulo pregava aos cristãos corajosos, todos foram presos. Na prisão além das torturas habituais, Paulo chama seus amigos influentes, para tentar uma audiência com Nero. Desejava defender os cristãos diante do imperador. fato que ocorreu em alguns dias.
      Nero estava curioso com a figura do ex-rabino, já que ele havia conseguido a interseção de vários amigos para chegar até aquele momento.
      Paulo faz um discurso eloquente, defendendo a justiça e os cristãos de Roma. Mostra a Nero que o dever de consciência é importante, visto que todos retornam ao plano espiritual, sendo responsabilizados pelos seus atos.
      Nero muito impressionado com a fala do convertido de Damasco, manda libertá-lo, e que fosse seguido de perto pelos guardas.
      Paulo já não encontra mais os amigos em Roma, todos partiram, ou estão presos ou mortos. Apenas Lucas esta com Paulo. Paulo escreve sua última carta (Epístola ao Timóteo) onde deixa importantes instruções ao discípulo querido.
     O apóstolo se instala em humilde residência de Lino e Cláudia, onde permanece algumas semanas. Sempre vigiado pelos soldados de Nero. Certo dia foi preso e jogado em uma cela escura por dois dias. Retirado da prisão e escoltado para longe do centro de Roma ouviu do soldado pronunciar a sentença: Fostes condenado a morte, e tua execução foi marcada para um dia após a morte dos cristãos no circo de Roma, que foi ontem. Lastimo ter sido designado para este feito e intimamente não posso deixar de lamentar-vos.
     Paulo de Tarso observando que seu algoz esta tremendo diz: "Não tremais! Cumpri vosso dever até o fim!"
       Um golpe rápido de espada e seu corpo cai ao solo.
       Acordou no plano espiritual, e nada via além de trevas, mas orando a Jesus concluiu que mesmo em densas trevas cabia servir ao Mestre, mesmo que fosse tateando no escuro. Ergueu-se e ouviu passos, interpelou "Quem sois?" e a resposta foi "irmão Paulo" reconheceu a voz de Ananias e caiu de Joelhos em pranto.
     Como outrora Ananias pede que Paulo veja em nome de Jesus, e então, ele descortina os olhos para as belezas espirituais.
     Todos os cristãos sacrificados em Roma se aproximam cantando o hino dos prisioneiros libertados, Paulo esta muito comovido, e Ananias pergunta o que ele gostaria de fazer agora, ao que Paulo diz que deseja rever Jerusalém, e imediatamente a caravana luminosa se desloca para lá. Seguindo o pensamento do Apóstolo dos gentios a caravana de luz passa por todas as igrejas por ele fundadas até chegar ao monte calvário.
    No calvário Paulo se ajoelha e ora pedindo perdão ao Mestre pelos erros cometidos, é então que o horizonte se rasga como se uma cortina de luz se abrisse revelando a figura do Mestre que surgiu ladeado pela direita de Estevão e a sua esquerda por Abigail.
     Paulo deseja jogar-se nos braços dos amigos, mas procura o olhar do Mestre e ouve: "Sim Paulo, sê feliz! Vem agora, a meus braços, pois é da vontade de meu pai que os verdugos e os mártires se reúnam, para sempre, no meu reino!"
     Assim deslocaram-se unidos e ditosos os trabalhadores do Cristo para às esferas da Verdade e da Luz.

      FIM.

Reflexões Finais

      Esta obra é um grande presente da espiritualidade para todos nós.
    A forma como vive o Apóstolo dos gentios, sempre desejando servir à Jesus, em todas as ocasiões, é um exemplo que toca o mais duro dos corações.
   Parafraseando Emmanuel eu diria que o lema de Paulo é persistência, persistência e persistência!
    Os erros cometidos por Saulo, são todos resgatados por Paulo, e ainda com o acréscimo de cumprir com a missão programada, colhendo os erros semeados anteriormente.
     Realmente esta obra é um manual de como deve se portar um servidor do Cristo. Todos nós reclamamos demais das condições que desejamos para espalhar algumas sementes do Evangelho, aguardando condições ideais para fazê-lo.
      Temos também a oportunidade de conhecer a história de Estevão e como sua presença amorosa modifica a vida de Saulo de Tarso. A luta íntima de Paulo para aceitar a presença de um Messias que parece persegui-lo, até a transformação que ocorre pela observação do exemplo de Estevão e Abigail, no encontro com Jesus nas portas de Damasco.
     Queridos leitores, a partir desta data vou começar uma revisão destes conteúdos, que foram publicados apressadamente, conforme avançava minha releitura deste livro.
        Muito mais pode ser dito e escrito, mas o objetivo inicial, de resumir a obra foi atingido. Espero que tenha gostado da leitura e compartilhe nas redes sociais.

        L. Gustavo Roman
        Porto Alegre, 07/Junho/2012


Um comentário:

  1. Pofundas reflexões, de um livro tão abençoado pela espirirtualidade.

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