segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Redução da maioridade penal e o espiritismo



Quando alguém tiver um filho contumaz e rebelde, que não obedecer à voz de seu pai e à voz de sua mãe, e, castigando-o eles, lhes não der ouvidos, Então seu pai e sua mãe pegarão nele, e o levarão aos anciãos da sua cidade, e à porta do seu lugar; E dirão aos anciãos da cidade: Este nosso filho é rebelde e contumaz, não dá ouvidos à nossa voz; é um comilão e um beberrão. Então todos os homens da sua cidade o apedrejarão, até que morra; e tirarás o mal do meio de ti, e todo o Israel ouvirá e temerá. (Deuteronômio 21:18-21)
“Uma sociedade depravada certamente precisa de leis severas. Infelizmente, essas leis mais se destinam a punir o mal depois de feito, do que a lhe secar a fonte. Só a educação poderá reformar os homens, que, então, não precisarão mais de leis tão rigorosas.” (Resposta à questão 796 em "O Livro dos Espíritos", Allan Kardec)

A questão da redução da maioridade penal tem diversas perspectivas possíveis:
A perspectiva do cidadão que com razão não se sente seguro com a escalada da violência alimentada por fluxo de jovens precocemente educados no crime;
A da justiça, que é obrigada a lidar com milhares de processos criminais de jovens envolvidos com a criminalidade;
A das mães e famílias dos jovens em ligação com o crime desde cedo, e que também têm a tarefa de zelar pela educação desses jovens;
A do Estado, que executa e é obrigado a definir políticas públicas para reduzir ou controlar a violência crescente, bem como prover educação apropriada aos jovens criminosos;
A perspectiva do próprio jovem criminoso que, conforme suas tendências internas e situações a que for exposto, talvez deixe de ser um criminoso, mas fatalmente deixará de ser jovem e terá que lidar com o estigma de ter sido classificado como criminoso um dia.
A polarização se explica pela disputam de prioridade entre cada uma dessas perspectivas que são representadas por diversos grupos na sociedade. Mas, qual delas é a mais relevante? Faz sentido definir uma como mais relevante? Por que uma seria mais prioritária sobre a outra? Ainda assim, cada uma dessas perspectivas têm detalhes que nos parecem ainda mais complexos. Por exemplo: há indivíduos que amadurecem precocemente, enquanto outros nunca amadurecem. Do ponto de vista das ciências psicológicas, até que ponto seria possível determinar o grau de maturidade de um adolescente ou criança e, conforme esse grau, definir medidas educacionais versus punições mais apropriadas? Qual seria o impacto da adoção de uma redução na maioridade na mente infantil precocemente ligada ao crime?
Tais são as questões que devem ser respondidas antes que possamos nos posicionar. Além dessas, há o problema de usar princípios ou fundamentos de religiões ou doutrinas filosóficas para decidir a questão. Esse seria um outro ponto de vista ou perspectiva possível na lista acima. Por exemplo, religiões que aceitam a tradição literal do Velho Testamento podem entender que a morte ou sacrifício de menores são atos naturais e concebíveis segundo a concepção de Deus que se encontram nesses textos. Um exemplo que nos parece abominável hoje é o sacrifício do filho de Isaque em Gênesis 22:2 (1):
E disse: Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá, e oferece-o ali em holocausto sobre uma das montanhas, que eu te direi.
Ou, o que dizer de Deuteronômio 21:18-21 citado no início deste texto? O que esperar de doutrinas que acreditam piamente nessa noção de justiça divinamente inspirada? Hoje, mais do que nunca, é estranho ouvir falar de grupos religiosos que se movimentam para vetar ou propor leis conforme a crença que esposem. Como se acham investidos de poder divino, acreditam que a divindade fala por eles e assim determina que suas regras sejam impostas à sociedade.
Com o esclarecimento dos povos (desenvolvimento científico, técnico e moral), religião e sociedade apartaram-se. Leis se apresentam como expressões de consenso da sociedade em uma determina época, seus valores, aspirações e crenças momentâneas de como cada indivíduo deve se comportar e de quais seriam os direitos correspondentes aos deveres. A tarefa da religião a partir de agora é melhorar os homens para que eles, por sua vez, melhorem suas leis. Assim, quanto mais evoluída for uma religião ou sistema de crença, tanto maior será o efeito benéfico que trará à sociedade, pela educação (essa sim induzida por crenças superiores) de seus seguidores.
O objetivo desses post é apresentar alguns desses valores e crenças esposados pela Doutrina Espírita que considero relevantes para o posicionamento do espírita ante a mudança nas leis que regulam a maioridade penal. A referência fundamental é "O Livro dos Espíritos" complementado pelo "Evangelho Segundo o Espiritismo". Importante ressaltar: o que foi explicado nessas obras sobre a justiça, a governar a relação entre os encarnados, pode ser dividida em duas componentes: a "lei natural" - sempre presente e a "lei humana" condicionada ao estado de sociedade. Ao Espiritismo coube a tarefa de elucidar aspectos da lei natural.
Não cabe aqui estabelecer uma posição espírita para a questão da redução da maioridade penal (2), já que isso seria contrariar o que afirmamos acima. Que o leitor julgue por si, com base em possíveis motivos já listados (3), favoráveis ou contrários à redução da maioridade penal.
Começamos pelo começo: a regra áurea.
Em "O Livro dos Espíritos", a justiça a que um encarnado está sujeito é regulada pela "lei natural" e pela "lei humana" (ver subquestão (a) da questão # 875). Os questionamentos feitos por Kardec dizem respeito, portanto, apenas à lei natural, já que a lei humana é específica conforme a sociedade. Assim, no que diz respeito a essa lei, a diretriz máxima está exposta na questão #876 "Queira cada um para os outros o que quereria para si mesmo". A questão # 877 complementa a anterior com relação ao primeiro dever que é "respeitar os direitos de seus semelhantes".
O direito mais fundamental do homem e a missão da paternidade
Ainda segundo a lei natural, explicam os Espíritos na questão # 880, o primeiro de todos os direitos naturais do homem: “O de viver. Por isso é que ninguém tem o de atentar contra a vida de seu semelhante, nem de fazer o que quer que possa comprometer-lhe a existência corporal.”
A esfera de ação da sociedade no encaminhamento da criança e do adolescente (segundo a lei natural) está toda sob a tutela da paternidade. Aqui encontramos o campo de maior efeito sobre os atos das crianças. Por causa disso, a questão 582 (na II Parte, Capítulo X) qualifica a paternidade e maternidade como uma missão:
582. Pode-se considerar como missão a paternidade?
“É, sem contradita possível, uma verdadeira missão. Constitui ao mesmo tempo grandíssimo dever, que empenha, mais do que o pensa o homem, a sua responsabilidade quanto ao futuro. Deus colocou o filho sob a tutela dos pais, a fim de que estes o dirijam pela senda do bem, e lhes facilitou a tarefa dando àquele uma organização física débil e delicada, que o torna propício a todas as impressões. Muitos há, no entanto, que mais cuidam de endireitar as árvores do seu jardim e de fazê-las dar bons frutos em abundância, do que de endireitar o caráter de seu filho. Se este vier a sucumbir por culpa deles, suportarão os desgostos resultantes dessa queda e partilharão dos sofrimentos do filho na vida futura, por não terem feito o que lhes estava ao alcance para que ele avançasse na estrada do bem.”
Portanto, segundo a lei natural, a educação dos filhos é de responsabilidade dos pais. É pela falta ou ausência desses, porém, que a criminalidade infantil pode se tornar um problema da sociedade (como condições necessárias, mas não suficientes, para manifestação dessa criminalidade). Ainda no segundo essa responsabilidade natural, a justiça verdadeira, quando outro é o caso, é ressaltada na questão seguinte:
583. São responsáveis os pais pelo transviamento de um filho que envereda pelo caminho do mal, apesar dos cuidados que lhe dispensaram?
“Não; porém, quanto piores forem as propensões do filho, tanto mais pesada é a tarefa e tanto maior o mérito dos pais, se conseguirem desviá-lo do mau caminho.”
Indiretamente a resposta implica a existência de Espíritos rebeldes, precocemente ligados ao mal e que, provavelmente, poderão reincidir em delinquência, se limites não forem estabelecidos a partir do lar.
Evolução do direito e justiça.
Finalmente, não deixa de ser elucidativa a questão # 796 que aparece na III Parte do Capítulo VIII do "Livro dos Espíritos":
796. No estado atual da sociedade, a severidade das leis penais não constitui uma necessidade?
“Uma sociedade depravada certamente precisa de leis severas. Infelizmente, essas leis mais se destinam a punir o mal depois de feito, do que a lhe secar a fonte. Só a educação poderá reformar os homens, que, então, não precisarão mais de leis tão rigorosas.”
Essa resposta explica duas coisas: o estado anterior da lei humana e o foco que se deve buscar - segundo os Espíritos - no desenvolvimento das leis futuras. Deixa claro que apenas a educação é capaz de modificar os homens, de forma de forma a se dispensar o rigor das leis no futuro.
Finalmente, a multiplicidade de pontos de vista (como apresentados no início deste post e que é a causa de polêmicas infindáveis como a da redução da maioridade penal) já teve sua causa explicada pela questão #974:
874. Sendo a justiça uma lei da Natureza, como se explica que os homens a entendam de modos tão diferentes, considerando uns justo o que a outros parece injusto?
“É porque a esse sentimento se misturam paixões que o alteram, como sucede à maior parte dos outros sentimentos naturais, fazendo que os homens vejam as coisas por um prisma falso.”

Conclusão

O comentário da questão 796 nos deixa tranquilos quanto ao ponto fundamental apresentado pelos Espíritos para o abrandamento das leis humanas. Trata-se porém de uma resposta geral que explica porque as leis humanas anteriores (como no caso do Deuteronômio) eram tão severas. A que distância chegamos com o ensino dos Espíritos em comparação com aquelas regras, que hoje parecem tão ultrapassadas!
Nos tempos modernos, não compete mais a nenhuma religião ou doutrina alterar leis humanas. Isso acontecia no passado por força da importância que a religião tinha dentro do Estado e vice-versa. No caso do Espiritismo, as respostas dadas pelos Espíritos dizem respeito à lei natural e sua justiça e não poderão ser extrapoladas nem copiadas para a lei humana que, por causa de suas inúmeras necessidades adicionais, é bem diferente da regra natural. No máximo o estudo e a convicção da lei natural poderá mostrar aos encarnados o estado em que se encontrarão no futuro, caso se desvirtuem dessa lei. Então, tal como os homens que bem planejam o futuro, os encarnados poderão viver melhor em sociedade. Que essa justiça natural existe e é operante é assunto para outro post.
Ainda assim, o espírita que quiser contribuir para o debate sobre a redução da maioridade penal não deve se esquecer da importância da educação infantil, da missão da paternidade, da necessidade de aprimorar nosso conhecimento sobre a psicologia humana, da existência no mal no coração de mentes perversas recém encarnadas e da infinita capacidade do amor no resgate desses corações desviados.

Referências e notas.
(1) O Deus do Velho Testamento parece ter predileção pela morte de crianças. Ver não só Gênesis 22:2, mas também: Êxodo 4:23, Êxodo 11:5, Êxodo 12:29, Números 31:17, Oséas 13:16, I Samuel 15:3, Salmos 135:8, Salmos 137:9, Levíticos 26:29, Isaías 13:16, Jeremias 11:22 dentre outros versos bíblicos. (referência: https://www.bibliaonline.com.br/)
(2) M. Milani (2015). Redução da maioridade penal: há espíritas a favor e contra. Blog Educador Espírita.
(2) Sobre pontos favoráveis e contrários:
https://acidblacknerd. wordpress.com/2013/04/25/euvi-reducao-da-maiorida-penal10-motivos-para-ser-a-favor-10-motivos-para-ser-contra/

FONTE: http://eradoespirito.blogspot.com.br/2015/04/reducao-da-maioridade-penal-e.html

domingo, 20 de dezembro de 2015

Evangelização - Os Protetores e as Influências Espirituais


TEMA: Proteção Espiritual


OBJETIVO: Levar as crianças a compreenderem a beleza e a sublimidade dos Protetores Espirituais, a importância na proteção contra influencias negativas e no auxilio ao aprimoramento moral do protegido.

BIBLIOGRAFIA: O Livro dos Espíritos parte 2, cap. IX, Anjos de guarda, Espíritos protetores, familiares ou simpáticos – questões 489 a 521. O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XXVIII, Aos anjos guardiões e aos Espíritos protetores.
LE, 489 — “O Espírito protetor, pertence a uma ordem elevada.”
LE, 492 — “O Espírito protetor se dedica ao seu protegido desde o nascimento até a morte, e mesmo através de muitas existências.”
ESE, 28: 11 — “Deus nos deu um guia principal e superior e, nos Espíritos protetores e familiares, guias secundários.” - Ação e Reação (André Luiz / F.C.Xavier), cap. 12.

Harmonização com música

Prece inicial

Primeiro momento: Exposição
A Providência Divina está em todas as situações e lugares, proporcionando-nos sua proteção. Como reconhecer essa proteção? Esse amparo acontece de infinitos modos... E hoje falaremos de como dá-se essa proteção por intermédio dos protetores espirituais, conhecidos no meio espírita, pelo nome de guia espiritual, mentores ou simplesmente anjo da guarda.
A Doutrina nos ensina que existem Espíritos protetores e os guias auxiliares. Os Espíritos auxiliares são Espíritos familiares como avós, pais, parentes e amigos.
O objetivo do Espírito Protetor é guiar, orienta e aconselhar, ele é um espírito pertencente a uma ordem elevada, que se liga particularmente a uma pessoa, desde o seu nascimento até à sua desencarnação e muitas vezes no plano espiritual, depois da morte, ou mesmo através de muitas existências corpóreas. É um Espírito desencarnado destinado por Deus para nos auxiliar e dar bons conselhos nesta existência.
Ele está sempre atento trabalhando em benefício de seu protegido, sua missão é auxiliar com os seus conselhos, consola-o nas suas aflições, levanta-lhe o ânimo nas provas difíceis para não recair em novos erros, a elevar-se moralmente e, quando seu protegido se eleva moralmente superando imperfeições para ele é motivo de muita felicidade.
Eles são almas que já trilharam as experiências terrenas de diferentes reencarnações - as mesmas pelas quais estamos passando -, e hoje são possuidores de muitas virtudes, pois as conquistaram por esforço próprio na prática do amor do respeito da caridade para com o seu semelhante.
Existem também grupos de protetores que cuidam de um bairro, cidade, estado, País, enfim, uma legião que cuida da humanidade ou do planeta Terra e que é comandos por Jesus. Eles são de diversas ordens de evolução.
Essa é a Proteção e o amparo divino que Deus dispensa a cada ser existente. Ninguém está sozinho, todos têm alguém velando por ele.
 Quem é o nosso anjo da guarda não é sempre possível saber, não conhecemos seu nome, mas podemos chamá-lo de Anjo da guarda, anjo guardião, mas é um Espírito amigo, que nutre amor pelo seu protegido.
Como nosso anjo da guarda entra em contato conosco? Ele nos fala através da intuição, é uma voz interior que nos dá uma ideia no caminho do bem. Ele também pode se manifestar através dos sonhos durante a noite quando dormimos. Às vezes ele procura nos falar através dos conselhos de um amigo (lembrar que amigo verdadeiro só dá conselhos para o bem), da palavra de consolo de um colega de sala de aula ou de alguém próximo a nós, de uma leitura, história, entre outras maneiras. 

Os Protetores Espirituais estão presentes em momentos como:
No CULTO DO EVANGELHO NO LAR: atraímos a assistência dos bons espíritos. Nesses momentos, evangelizam-se encarnados e desencarnados que convivem conosco na nossa casa. É à noite em que Jesus vem pernoitar em nossa casa. Quem faz o Evangelho no Lar tem a companhia e o auxílio dos bons amigos da espiritualidade.
Nas BOAS ações que praticamos: toda vez que nos dispomos a fazer algo em benefício do outro, uma tarefa assistencial, por exemplo, atraímos a companhia desses bons amigos que vem em nosso auxilio para que possamos auxiliar.
Na ORAÇÃO: quando buscamos momentos de prece e reflexão, é um momento que os atraímos para nossa companhia. Em oração estamos sempre em ligação com Deus, Jesus e os bondosos Espíritos.
MOMENTOS DIFICEIS: não apenas em momentos virtuosos que os bondosos benfeitores veem até a nós, mas principalmente nos momentos de angústia, tristezas, nas dificuldades nossas, quando nos desviamos da estrada do bem, o nosso anjo guardião vem nos socorrer, inspirar as melhores atitudes, o melhor proceder.

Segundo momento:
IMPORTANCIA DO PROTETOR ESPIRITUAL NAS INFLUENCIAS NEGATIVAS
O PENSAMENTO é sempre o responsável pelo que atraímos. Ele altera sentimento e atitudes, e atrai tanto os bons quanto os maus. Pensamentos bons atrairão os bons espíritos e os maus pensamentos os maus espíritos, portanto, seremos influenciados tanto por um quanto pelo outro dependendo da qualidade de nossos pensamentos/sentimentos/ações.
 No dia a dia recebemos influencias de encarnados e desencarnados, e sintonizamos com as influências negativas quando damos abertura mental através das atitudes e dos pensamentos, como por exemplo, o ciúme, a inveja, tirar coisas escondidas, etc.
A sintonia espiritual (encarnados e desencarnados quem pensam e sentem de modo parecido) é lei pela qual cada criatura atrai as companhias espirituais segundo a natureza de seus pensamentos e sentimentos, um dos motivos da importância do Espírito que nos auxiliam na nossa caminhada.
Exemplificar a sintonia espiritual mostrando diferentes tomadas (uma de telefone e duas de luz elétrica). As tomadas que se encaixam são como os nossos pensamentos que se ligam a outros pensamentos na mesma sintonia. Assim, bons pensamentos irão sintonizar com outros pensamentos também bons. Da mesma maneira, pensamentos e atitudes negativas irão atrair sintonia na mesma vibração.
Estamos sujeitos a influências porque somos todos espíritos imperfeitos. Também é importante pensar nos momentos que sentimos raiva, tristeza, qualquer emoção negativa, a fim de que possamos nos conhecer melhor e transformar sentimentos ruins em atitudes de amor e caridade com os outros e conosco mesmos.
         Por exemplo, quando estamos nervosos ou com raiva não devemos falar palavrão, mas sim tentar se acalmar e procurar emoções e pensamentos positivos, fazer uma prece, substituir pensamentos ruins por outros de harmonia, pois se não o fizermos nos conectamos mentalmente a espíritos infelizes e maus que nos estimulam a fazer o mau.
         Mas, é importante entender é que quando agimos errado, não significa necessariamente que um espírito esteja nos influenciando, pois muitas atitudes nossas são reflexos das nossas imperfeições, pois somos espíritos em evolução, sujeitos a errar e a acertar.
Há desencarnado que, aproveitando de nossas falhas, nos induzem em experiências menos felizes, com as quais se comprazem. Para que isto não venha acontecer, é preciso que mantenhamos a vigilância; e toda vez que cairmos na tentação da irritação, procuremos nos lembrar de que, junto de nós, existe um amigo, um anjo guardião, como chamamos, atuando efetivamente para nos ajudar, e que desdobra esforços incessantemente para nosso reequilíbrio.

O GUIA ESPIRITUAL E O LIVRE ARBITRIO
É preciso perceber, que ao nosso guia não é permitido interferir em nosso livre-arbítrio e que, portanto, eles agem por amor. Eles aconselham e inspiram, e quando agem é realmente necessário em situação que vamos cometer erros graves.
Velam por nós quando estamos dormindo, quando estamos acordados, para o nosso equilíbrio físico e psíquico. Falam à nossa consciência, insuflando amor e compreensão. Quanto de nós poderia imaginar os cuidados que recebemos a cada instante de nossas vidas? Em O Livro dos Espíritos, Kardec pergunta sobre a influência dos Espíritos em nossa vida. E a resposta nos diz que ela é muito maior do que poderíamos supor e que, na maioria das vezes, são eles que nos governam.

Terceiro momento:
Relaxamento: encontro com o anjo da guarda. Explicar que visualizar é imaginar, ver com a mente. Lembrar que neste momento não devem mexer em nada (pedir para que as crianças guardem o material, colocando em outro lugar, a fim de que não fique nada em cima da mesa), devem ficar com o corpo em uma posição confortável e fechar os olhos (não devem abrir os olhos durante o relaxamento). Explicar que vamos conduzi-los, através da imaginação, a um belo lugar e que eles precisam confiar nos evangelizadores e fazer a sua parte, deixando-se conduzir, a fim de que a atividade dê o resultado esperado.

         O evangelizador deve colocar uma música bem suave, orquestrada e em volume baixo. Ler pausadamente e com calma a sugestão de relaxamento abaixo. Após a visualização o evangelizador pode perguntar, com suavidade, se alguém sentiu uma emoção especial, um sentimento de paz interior. Lembrar que aqueles que não conseguiram, com o tempo e o exercício (através da prece, boas atitudes, preparo para o sono do corpo físico, meditação, visualização) esse contato se torna cada vez mais fácil e perceptível.

Terceiro momento - atividade: Escrever uma carta ou prece ao seu protetor espiritual.


PRECE FINAL

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SUGESTÃO: Relaxamento

         Neste momento, vamos todos fechar os olhos e ir fazendo e imaginando aquilo que eu for dizendo...

         Vamos respirar fundo uma vez... Duas vezes... Sentindo o ar entrar e sair dos pulmões... Mais uma vez, respirando fundo.

         Agora vamos contar até três.

         Um, sentindo os braços e as pernas relaxadas... Dois, sentindo a barriga, o pescoço e a cabeça sem nenhuma pressão... Três, sentindo todo o corpo relaxado e muito bem.

         Agora imagine um lugar bonito, cheio de plantas e pássaros e um belo jardim. Veja as árvores, as flores e um lago, com águas tranquilas e limpas.

         Agora você vai se imaginar sentado, pode ser em uma cadeira, neste belo lugar. Você está calmo e tranquilo, ouvindo os passarinhos e sentindo o vento nos cabelos.

         Você está esperando alguém chegar. De repente você sente que uma alegria o invade e você olha e vê aquele olhar calmo, sereno, aquele sorriso contagiante. Você reconhece seu anjo da guarda, seu espírito protetor.

         Ao vê-lo, você se sente envolvido por um abraço cheio de energias positivas. Vocês dois sentam-se para conversar e suas palavras cheias de amor e sabedoria invadem o seu coração... Você sabe que ele lhe ama muito e quer o seu bem, acompanha você desde antes de ter reencarnado, protege você e te dá bons conselhos.

         Ele diz que você pode conversar com ele sempre que quiser, através da prece. Diz também que ele vai continuar te aconselhando a seguir no caminho do bem. Você está ouvindo tudo com muita atenção. A conversa é calma e tranquila.

         Antes de ir embora, ele te dá um último conselho: um conselho para o bem, mas que só você sabe o que é. Neste momento você está ouvindo este conselho...

         Seu anjo da guarda então se despede de você com um abraço especial e diz que estará sempre com você, te auxiliando.

         Você, então, vê ele se afastar e observa novamente o lugar onde está: um jardim muito bonito. Foi um encontro muito especial, mas agora é preciso retornar para a sala de aula.

         Devagar, você vai se espreguiçar enquanto eu conto de um a três. Um, espreguiçando os braços... Dois, espreguiçando as pernas... Três, dando um grande bocejo... Você está novamente se sentindo bem, e nesta sala de aula. Pode abrir levemente os olhos e se espreguiçar mais uma vez. Para dizer que está tudo bem, dê um sorriso.


ATIVIDADE - escrever uma carta ou prece ao seu protetor espiritual




Evangelização - A OBSESSÃO


OBJETIVO: Explicar a importância de manter o pensamento harmonizado para ficar equilibrado e manter sintonia com os bons espíritos. Explicar que a pessoa desarmonizada esta sujeita à influência dos maus espíritos através do pensamento, mas que não somos como marionetes e que é o nosso livre-arbítrio que determina se tal influência tem ou não efeito.

BIBLIOGRAFIA: Livro dos médiuns de Kardec; André Luiz - Estude e Viva; Allan Kardec - A Gênese; Vinícius - Nas Pegadas do Mestre; Suely Caldas Schubert - Obsessão/Desobsessão.

Harmonização com música

Prece inicial

Primeiro momento: Exposição

O que é sintonia?
É a identidade ou harmonia vibratória, o grau de semelhança do padrão vibratório mental, ou seja, a afinidade moral entre pessoas.
E como entramos em sintonia com os outros? Basta estarmos pensando em um dado tema ou assunto, para, de imediato, atrairmos os espíritos em sintonia com o tema. Basta termos o mesmo interesse.
O pensamento é o meio de sintonia entre os espíritos encarnados e desencarnados. Atraímos Espíritos que se identificam com nossas ideias.
Por exemplo, um estádio de futebol – quem será atraído por ele? Somente vai a um estádio de futebol quem gosta de futebol.
Afinidades nos fazem mal? Na realidade, não há. O que ocorre é que nossas imperfeições, que atraem espíritos que se aproveitam dessa imperfeição para nos causarem danos.
Allan Kardec pesquisou através de observações e perguntas feitas a vários espíritos, sobre a intervenção dos espíritos no mundo corporal, e os Espíritos superiores responderam que estes estão sempre em contato conosco, observando-nos e influenciando-nos, através de nossos pensamentos e ligando-se a nós através de nossas tendências e gostos afins.
Se nossas tendências e gostos estão em desarmonia vamos encontrar espíritos que se ligarão a nosso pensamento que pensam como nós.
Essa LIGAÇÃO DO PENSAMENTO começa com uma sugestão simples, como, por exemplo, “Jogue pedra naquela vidraça! Vai ser divertido!”, se quem é inspirado com esse pensamento ruim tem sentimentos iguais, ele aceita a ideia e a cumpre. Ele então recebeu a INFLUENCIA ESPIRITUAL de um espírito voltado para o mal, e pode ser ele encarnado ou desencarnado.
Pode acontecer destes espíritos quando encontram um encarnado que sempre lhe atenda as sugestões passam a influenciar aquele mesmo individuo por muito tempo, até que ele mude sua forma de sentir e pensar.
A essa influencia persistente de um espírito dá-se o nome de OBSESSÃO. A obsessão é a escravização temporária do pensamento, e a ação persistente que um espírito exerce sobre outro espírito encarnado ou desencarnado sempre com a finalidade de “dominar”.
“A uma simples vibração de nosso ser, a um pensamento emitido, por mais secreto que pareça, evidenciamos de imediato a faixa vibratória em que nos situamos que terá pronta repercussão naqueles que estão na mesma frequência vibracional. Assim, atrairemos aqueles que comungam conosco e que se identificam com a qualidade de nossa emissão mental.”
A obsessão começa desde a simples influência moral, sem sinais exteriores que não se percebem, até a perturbação completa das faculdades mentais e orgânica.
A essa ação insistente de um espírito sobre outro pode ter vários fatores como vingança (outras vida) ou um apego muito grande e descontrolado.
O espírito fica junto à pessoa influenciando em sua vida atrapalhando seus relacionamentos, com isso a pessoa passa a sentir as dores que o espírito sente tendo sintomas de algumas doenças que a medicina não consegue ver.
As dores físicas são tratadas pela medicina, as dores causadas por obsessores são tratadas com água fluída, passes, oração, mas a cura depende principalmente do doente, ele que tem que modificar seus sentimentos e pensamentos, no bem e no amor.
Por isso devemos fazer uma higiene mental, ou disciplinar e edificar o pensamento através da fixação da mente em ideias superiores da vida, do amor, da arte elevada, do bem, da imortalidade, constitui objetivo moral da reencarnação, de modo que a plenitude, a felicidade sejam a conquista a ser lograda.
Atitudes que auxiliam no tratamento e cura da obsessão:

·         Harmonizar-se na prece; prece pelos perseguidores;
·         Passe e água fluidificada;
·         Seguir o tratamento espiritual indicado;
·         Fazer o culto do evangelho no lar;
·         Assistir palestras públicas com frequência;
·         Reforma moral: procurar renovar-se transformando pensamento e sentimento para ideias elevadas;
·         Leituras edificantes; estudo constante do evangelho;
·         Ação no bem;
·         Mudar hábitos como: livros, jogos, filmes e músicas deprimentes, violentos, sensuais, etc.
Como conseguem realizar semelhantes proezas os assaltantes do além? Simples: exploram as deficiências morais da vitima, a fim de submetê-las a tensão e precipitá-la ao desajuste.

TIPOS DE OBSESSÃO

1- OBSESSÃO SIMPLES:- Onde a vítima é perturbada por ideias infelizes.
"Fechou a porta do estabelecimento?”; "O dinheiro foi trancado no cofre ou esqueci?"; "Será que desliguei a luz?”
Rendendo-se as primeiras sugestões, que logo serão seguidas de outras, infindavelmente, o comerciante breve estará repetindo intermináveis cuidados e verificações; Conduta irregular e absurda - ele sabe disso - mas não consegue evitar, pois está sendo explorada sua grande paixão: o apego aos bens materiais. E após exaustivas "conferências", chegará a casa com um tremendo "mau humor" (O obsessor conseguiu o que queria).
Se o comerciante fosse menos comprometido com a avareza, se suas motivações girassem em torno de temas mais edificantes, aquelas ideias jamais seriam assimiladas. Não haveria nem sintonia nem receptividade para elas.
O obsessor só consegue semear a obsessão em terreno fértil, formado pelo objeto de nossas cogitações, de nossos desejos, quando exagerados.

2- FASCINAÇÃO:- Onde a vítima acredita e está convencida na veracidade das ideias infelizes.
Em casos de suspeitas infundadas relacionadas à traição por parte de sócios, cônjuge, etc. Muitas vezes com finais trágicos.
Pensando... Por que os Espíritos amigos (Anjos da guarda, Mentor?) não promoveram o afastamento do obsessor? Não pode o BEM sempre mais?
Simples: a Fascinação não é unilateral. 
O obsediado não foi vítima de um assalto, simplesmente rendeu-se às ideias que lhe eram sugeridas. 
E se chegou ao extremo da fascinação, refugou todos os recursos de auxilio mobilizados pelos benfeitores espirituais em seu favor. Infelizmente o indivíduo obsediado cristalizou a ideia sugerida e nada mais o convenceria do contrário.

3- SUBJUGAÇÃO:- Pouco importa o que a vítima pensa.
A subjugação é uma constrição que paralisa a vontade daquele que a sofre e o faz agir a seu malgrado.
Numa palavra: O paciente fica sob um verdadeiro jugo.
"A subjugação pode ser moral ou corporal. No primeiro caso, o subjugado é constrangido a tomar resoluções muitas vezes absurdas e comprometedoras que, por uma espécie de ilusão, ele julga sensatas; é uma como fascinação. No segundo caso, o Espírito atua sobre os órgãos materiais e provoca movimentos involuntários." (Livro dos médiuns de Kardec).
A subjugação física pode levar uma pessoa aos mais ridículos atos.
Conhecemos um homem que sendo vítima de uma obsessão dessa natureza, sentia uma força irresistível de ficar de joelhos a uma mulher que não tinha interesse algum. Outras vezes sentia uma pressão forte em seu corpo, obrigando-o a beijar o chão nos lugares públicos na presença de multidões. Todos consideravam louco esse homem, porém ele sabia que não o era, porque tinha plena consciência do ridículo ao qual passava.
Acredito que fazendo uma análise de suas vidas passadas, encontraremos a explicação do "porque" dos espíritos obsessores o obrigarem a fazer isso.
(Atenção - a Possessão vai além da Obsessão; ela está mais ligada à mediunidade).

Finalizando: não se enganem amigos, não são somente os tolos e ignorantes que sofrem o assédio dos obsessores.
A razão é simples:
1- Os obsessores são pessoas, portanto também podem ser (e são) inteligentes.
2- Moralidade independe do avanço intelectual.
3- Como dito acima: Para dar acesso à obsessão, basta ser simpático a "pensamentos infelizes" e isso não depende de inteligência.





OS MEIOS DE SE COMBATER A OBSESSÃO?
O FORTALECIMENTO DA ALMA

“Para se evitar as doenças, fortifica-se o corpo; para se garantir contra a obsessão, é mister fortalecer a alma. Daí a necessidade de o obsidiado trabalhar pelo seu próprio melhoramento.” Allan Kardec - A Gênese

HÁBITO DA PRECE
“Em todos os casos de obsessão, a prece é o mais poderoso meio de que se dispõe para demover de seus propósitos maléficos o obsessor.” Allan Kardec – A Gênese

AUTOEDUCAÇÃO
“Nossas mentes, como nossos corações devem estar sempre ocupados com o que é puro e bom, de modo que não haja lugar para o que é impuro e mau.”
Vinícius - Nas Pegadas do Mestre


DIAGNOSTICANDO A OBSESSÃO

“Seja claro consigo para auxiliar os Mentores Espirituais a socorrer você. Essa é a verdadeira ocasião da humildade, da prece, do passe.” André Luiz - Estude e Viva.

“Sempre que você experimente um estado de espírito tendente ao derrotismo, perdurando há várias horas, sem causa orgânica ou moral de destaque, avente a hipótese de uma influenciação espiritual sutil.”
André Luiz - Estude e Viva.
COMO IDENTIFICÁ-LA?
Dificuldade de concentrar em motivos otimistas.
Ausência de ambiente íntimo para elevar os sentimentos em oração ou concentrar-se em leitura edificante.
Indisposição inexplicável, tristeza sem razão aparente e pressentimento de desastre imediato.
Pessimismo.
Irritações surdas, queixas, exageros de sensibilidade e aptidão para condenar quem não tem culpa.
Interpretação forçada de fatos e atitudes suas ou dos outros, que você sabe não corresponder à realidade.
Hipermotividade ou depressão.
Ânsia de investir no papel de vítima.
Teimosia em não aceitar que haja influenciação espiritual consigo.

QUEM É O OBSESSOR?
Não é um monstro saído das trevas.
Não é um ser diferente que só vive de crueldades, nem um condenado sem remissão pela Justiça Divina.
O obsessor é uma pessoa como nós.
Não é um ser estranho a nós. Pelo contrário, é alguém que se privou de nossa intimidade, por vezes com estreitos laços afetivos.
É alguém, talvez, a quem amamos outrora. Ou um ser desesperado pelas crueldades que recebeu de nós...”
O obsessor é um irmão, a quem os sofrimentos e desenganos desequilibraram, certamente com a nossa participação.
(Suely Caldas Schubert - Obsessão/Desobsessão)

“Vinde a mim, todos vós que estais aflitos e sobrecarregados, que eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei comigo que sou brando e humilde de coração e achareis repouso para vossas almas, pois é suave o meu jugo e leve o meu fardo”. Jesus - Mateus 11 : 28 a 30

 Segundo momento: Vamos fazer um desenho de sintonia positiva e negativa!
O que vocês mais fazem quando estão numa roda de amigos.
Se você pudesse escolher, você gostaria de sintonizar com quais espíritos?
Você pode escolher! Como?

HARMONIZAÇÃO FINAL / PRECE