segunda-feira, 23 de novembro de 2015

BIOGRAFIA DE DIVALDO FRANCO



Divaldo é um verdadeiro apóstolo do Espiritismo. Dos seus oitenta e quatro anos, sessenta e quatro foram devotados à causa Espírita e às crianças excluídas, das periferias de sua Salvador. Nasceu em 5 de maio de 1927, na cidade de Feira de Santana, Bahia e, desde a infância, se comunica com os Espíritos. Cursou a Escola Normal Rural de Feira de Santana, recebendo o diploma de professor primário, em 1943. Trabalhou como escriturário no antigo IPASE, em Salvador, aposentando-se em 1980.
É reconhecido como um dos maiores médiuns e oradores Espíritas da atualidade e o maior divulgador da Doutrina Espírita por todo o Mundo.
Seu currículo revela um exímio e devotado educador com mais de seiscentos filhos adotivos e mais de duzentos netos e bisnetos, atendendo atualmente a cerca de três mil crianças, adolescentes e jovens de famílias de baixa renda, por dia, em regime de semi-internato e externato.
Orador com mais de treze mil conferências, em mais de duas mil cidades em todo o Brasil e em sessenta e cinco países dos cinco continentes, tendo concedido mil e quinhentas entrevistas para rádio e TV, no Brasil e no Exterior.
Em 2010 esteve em algumas cidades, por primeira vez, como Dublin, capital da Irlanda; Elche Sur-Azette, em Luxemburgo; Schwarzach, na Alemanha e Villach, na Áustria.
Em meados de 2010, esteve na Rússia, por primeira vez, fazendo contatos com amigos e tentando encaminhar a criação de um núcleo espírita.
 Recebeu mais de seiscentas homenagens, de instituições culturais, sociais, religiosas, políticas e governamentais.
Como médium, publicou duzentos e cinquenta e cinco livros, com mais de oito milhões de exemplares, onde se apresentam duzentos e onze Autores Espirituais, muitos deles ocupando lugar de destaque na literatura, no pensamento e na religiosidade universais. Dessas obras, houve versões para dezessete idiomas (alemão, albanês, catalão, dinamarquês, espanhol, esperanto, francês, holandês, húngaro, inglês, italiano, norueguês, polonês, tcheco, turco, russo, sueco e sistema Braille). Existem, ainda, dezessete livros escritos por outros autores, sobre sua vida e sua obra. A renda proveniente da venda dessas obras, bem como os direitos autorais foi doada, em cartório, à Mansão do Caminho e outras entidades filantrópicas.
Espírita convicto fundou o Centro Espírita Caminho da Redenção em 7 de setembro de 1947.
Dois anos depois, iniciou a sua tarefa de psicografia. Diversas mensagens foram escritas por seu intermédio. Sob a orientação dos Benfeitores Espirituais guardou o que escreveu, até que um dia recebeu a recomendação para queimar tudo o que escrevera até ali, pois não passava de simples exercício. Com a continuação, vieram novas mensagens assinadas por diversos Espíritos, dentre eles: Joanna de Ângelis, que durante muito tempo apresentava-se como Um Espírito Amigo, ocultando-se no anonimato à espera do instante oportuno para se identificar. Joanna revelou-se como sua orientadora espiritual, escrevendo inúmeras mensagens, num estilo agradável repassado de profunda sabedoria e infinito amor, que conforta as pessoas necessitadas dando diretriz espiritual.
Em 1964, Divaldo, sob orientação de Joanna de Ângelis, selecionou várias mensagens de autoria da mentora e enfeixou-as no livro Messe de Amor, que se tornou o primeiro livro psicografado por Divaldo. 

MANSÃO DO CAMINHO
Divaldo Pereira Franco é emérito educador. Fundou em 1952, na cidade de Salvador, Bahia, com Nilson de Souza Pereira, a Mansão do Caminho, instituição que acolheu e educou crianças sob o regime de Lares Substitutos.
Em vinte Casas Lares, educou mais de seiscentos filhos, hoje emancipados, a maioria com família constituída.
Na década de sessenta, iniciou a construção de escolas, oficinas profissionalizantes e atendimento médico.
Hoje, a Mansão do Caminho é um admirável complexo educacional com 83.000 m2 e cinquenta e duas edificações que atende a três mil crianças e jovens de famílias de baixa renda, na Rua Jaime Vieira Lima, n° 1, Pau da Lima, um dos bairros periféricos mais carentes de Salvador. O complexo atende a diversas atividades socioeducacionais como: enxovais, Pré-Natal, Creche, escolas de ensino fundamental e médio, Informática, Cerâmica, Panificação, Bordado, Reciclagem de Papel, Centro Médico, Laboratório de Análises Clínicas, Atendimento Fraterno, Caravana Auta de Souza, Casa da Cordialidade e Bibliotecas.
Mais de trinta e cinco mil crianças passaram, até hoje, pelos vários cursos e oficinas da Mansão do Caminho. A obra é basicamente mantida com a venda dos livros mediúnicos e das fitas gravadas nas palestras, seminários, entrevistas e mensagens por Divaldo.
        Divaldo, desde jovem, teve vontade de cuidar de crianças. Educou mais de 600 "filhos", hoje emancipados, a maioria com família constituída e a própria profissão, no magistério, contabilidade, serviços administrativos e até medicina, tem 200 "netos". Na década de 60 iniciou a construção de escolas-oficinas profissionalizantes e de atendimento médico. Hoje a Mansão do Caminho é um admirável complexo educacional que atende a 3.000 crianças e jovens carentes. A obra é basicamente mantida com a venda de livros mediúnicos e das fitas gravadas nas palestras.
O Centro Espírita Caminho da Redenção administra, dentre outros, os seguintes órgãos assistenciais:

* Mansão do Caminho (semi-internato para crianças e jovens carentes), fundado em 15 de agosto de 1952;
* A Manjedoura (creche para crianças carentes de 2 meses a 3 anos de idade);
* Escola Jesus Cristo (ensino fundamental), fundada em março de 1950;
* Escola Allan Kardec (ensino fundamental), fundada em 1965;
* Escola de Informática;
* Escola de Educação Infantil Alvorada Nova, fundada em fevereiro de 1971 com o nome de Esperança;
* Escola de Evangelização (ensino espírita para público infantil);
* Juventude Espírita Nina Arueira (evangelização e ensino espírita para o público jovem);
* Caravana Auta de Souza (auxilia idosos e pessoas inválidas portadoras de doenças irrecuperáveis e degenerativas);
* Casa de Assistência Lourdes Sayad (distribuição diária de sopa e pão);
* Casa da Cordialidade (assiste a famílias carentes);
* Centro de Saúde J. Carneiro de Campos;
* Evangelização Neste Moacyr (evangelização de crianças);
* Grupo Lygia Banhos (esclarecimento e consolo a comunidades carentes);
* Livraria Espírita Alvorada (editora e gráfica).

HOMENAGENS
Divaldo Franco recebeu homenagens em diversos países e cidades da América do Norte, Central, do Sul, Europa e África:
       • 20 Comendas
• 334 Placas de prata, douradas e bronze
• 54 Medalhas
• 49 Troféus
• 43 Moções de Congratulações
• 187 Diplomas e Certificados
• 12 Títulos Honoríficos significativos.
Dentre todas essas maravilhosas homenagens, destacam-se:
• 1991 - Título Honoris Causa em Humanidades, pelo Colégio Internacional de Ciências Espirituais e Psíquicas, em Montreal, Canadá em 23.05.1991.
• 1997 - Decreto de Ordem do Mérito Militar, 31.03.1997, pelo Presidente da República do Brasil.
• 2001 - Medalha Chico Xavier, do Governo do Estado de Minas Gerais.
• 2002 - Título de Doutor Honoris Causa em Humanidades, pela Universidade Federal da Bahia.
• 2002 - Homenagem da Universidade Estadual de Feira de Santana.
• 2005 - Título de Embaixador da Paz no Mundo, junto com o amigo Nilson de Souza Pereira.

O título foi recebido em Genebra, na Suíça, em 30 de dezembro de 2005, pela Ambassade Universalle Pour la Paix.
Em junho de 2008, em Paigton, no Sudoeste da Inglaterra, recebeu do monge tibetano Kelsang Pawo, da Fundação Kelsang Pawo, que se dedica a proteção de crianças em perigo em todo o mundo, o título de Embaixador da Bondade  no mundo.
Atualizada em 02.01.2012.

 A MAIS BELA VISÃO DE DIVALDO

Contou Divaldo que estava psicografando a obra "Primícias do Reino", livro em que Amélia Rodrigues narra muitas experiências do Evangelho. Ela já tinha lhe contado que, para escrever tal obra, havia consultado registros do mundo espiritual, projeções que eles chamam "cenas vivas", como se fossem ideoplastias que reconstituem cenas (modelagem da matéria pelo pensamento). Na madrugada em que ela ia prefaciar a obra, ela o fez sair em desdobramento do corpo físico.
Disse Divaldo: “Vi-me lá na Mansão do Caminho, onde numa área muito arborizada me deparei com uma espécie de anfiteatro grego, a céu aberto, onde se encontravam muitos espíritos para assistirem a cenas que eram narradas no livro”. Naquele momento, então, chegaram entidades que eu penso serem técnicos do mundo espiritual e, movimentando as mãos dentro de verdadeiras ânforas de vidro, foram surgindo às personagens da narrativa.
Era um fenômeno, portanto, de ideoplastia. Maria de Magdala, Nicodemos, várias entidades. Menos, naturalmente, Jesus e sua mãe. Mas, de alguma forma, havia uma grande luz e, também, uma forma feminina sem detalhes que seria da Grande Senhora."
A cena era tão enriquecedora, tão transcendente, que Divaldo perdeu os sentidos, não suportando a emoção.
Ele disse que essa foi a mais bela visão psíquica da sua vida.

Do livro: Divaldo Franco - A história de um humanista
De: Jason de Camargo

O que é desdobramento?

Segundo a concepção espírita, o desdobramento trata-se do processo de exteriorização do perispírito do corpo físico. O perispírito, durante este processo, permanece ligado ao corpo por uma espécie de cordão umbilical fluídico.  É um estado de relativa liberdade perispiritual, análogo ao sono, em que podemos agir semelhantemente a um desencarnado, podendo nos afastar a distâncias consideráveis de nosso corpo físico. O desdobramento pode ser consciente ou inconsciente e, nesse último caso, pode ser iniciado através de operadores encarnados ou desencarnados (benfeitores ou obsessores). Também pode ser parcial, que é quando o perispírito não deixa o corpo físico totalmente (situação na qual as faculdades psíquicas são muito ampliadas) ou total, quando o perispírito deixa o corpo físico. Os portadores desta faculdade têm sonhos vívidos, coerentes e nítidos em que assistem a cenas que, mais tarde, descobrem terem sido fatos reais ocorridos em outros lugares. Podem também ter visões de cenas fantásticas, com muito realismo, ouvir sons e até sentir contato dos lugares onde forem. Essa faculdade pode ser desenvolvida através de exercícios metódicos. Também é chamado de desdobramento astral, exteriorização ou emancipação da alma.
                                                 
DIVALDO  E  SEU  OBSESSOR

Em uma das palestras de Divaldo Pereira Franco, ele narra o caso de um obsessor que o perseguiu anos a fio. Divaldo nos conta que tentou todas as formas de prece e de doutrinação para tentar ajudar aquele irmão sofredor, mas nada surtia o efeito desejado. Até que um dia, um dos membros da Mansão do Caminho (instituição modelo, criada e presidida por Divaldo Franco, que abriga crianças órfãs), foi chamá-lo porque uma criança recém-nascida fora encontrada na lata de lixo. Divaldo correu até o local e, no momento em que subia as escadas com a criança nos braços, o irmão obsessor se fez visível no alto da escada e perguntou a ele:
-       Você ama essa criança feia e suja desse jeito?
Divaldo respondeu:
-       Ainda não amo, mas pretendo aprender a amá-la.
Prosseguiu o irmão desencarnado:
-      Então, a partir de agora, eu vou deixar você em paz, porque essa criança é minha mãe.
Os Espíritos amigos tiveram que atingir as fibras mais íntimas do obsessor para que ele se comovesse e deixasse Divaldo em paz.
Os maus espíritos não vão senão onde acham com o que satisfazerem a sua perversidade; para afastá-los, não basta pedir-lhes nem mesmo ordenar: é preciso despojar de nós o que os atrai. Os maus espíritos farejam as chagas da alma, como as moscas farejam as chagas do corpo; do mesmo modo que limpamos o corpo para evitar a bicheira, limpemos também à alma de suas impurezas para evitar os maus espíritos.
Jesus quando expulsava o “demônio” dizia: “Vá, e não peques mais”; ou seja, “vá e não erre mais”, para não atrair novamente estes “demônios.”
Nas sessões de descarrego, nas casas “Evangélicas”, o Espírito é afastado porque as pessoas erguem as mãos, dizendo: “sai demônio”. Não é pelo grito ou ordem que ele se afasta, mas sim porque das mãos das pessoas saem magnetismo, e o Espírito não consegue ficar ali. Só que este Espírito voltará, enquanto não limparmos a casa (mental) das coisas ruins.
Em Lucas cap. 11, v. 24 a 27 diz: “Quando um espírito mau sai de um homem, fica vagando em lugares desertos à procura de repouso, e não encontra. Então diz: ‘Vou voltar para a casa de onde saí. ’ Quando ele chega, encontra a casa vazia, varrida e arrumada. Então ele vai, e traz consigo outros sete espíritos piores do que ele. Eles entram e moram aí; no fim, esse homem fica em condições pior do que antes. É o que vai acontecer com esta geração má.”
Se limparmos da nossa casa as coisas boas, certamente ficarão as ruins. Assim, a casa estará de acordo com o gosto de certos Espíritos.
Um Espírito perverso, ignorante, numa sessão de descarrego, sendo xingado, imagine qual será a reação dele. . .  Geralmente ele irá querer revidar. Se nós discutirmos com o Espírito, nós estaremos entrando na sintonia dele. A autoridade que devemos ter é a autoridade moral. Temos que falar com energia, porém, com amor. Respeitando seus sentimentos. Quem nos garante que não fomos, ou não somos obsessores?
Na verdade, o obsessor não é nosso inimigo, ele é nosso amigo. Porque pede reforma, boa conduta, amor. Ele, indiretamente, nos leva a vigiar nossos pensamentos, sentimentos, palavras e atos, “para não cairmos em tentação.” Ele é como o médico que nos pede um regime, para que nos curemos ou controlemos uma doença. O regime é chato, duro, mas necessário para uma boa saúde. Ele é uma pessoa que de alguma forma está reivindicando amor, coisa que faltou no passado. Por isso, ele age como uma criança que bate o pé e quer ser amado.
O obsedado não é o coitadinho, ele é o culpado. O obsessor, evidentemente, é alguém que não conseguiu perdoar, e que deve ter sofrido muito nas mãos dessa pessoa. Então, ele vem com o propósito de se vingar. Emmanuel diz que não existem “coitados”, existem “culpados”.
Mas, este “demônio”, nada mais é que nosso irmão. Não é um arcanjo que se rebelou. Se formos criados simples e ignorantes, como dizem os Espíritos, prova que todos nós temos a mesma criação. Allan Kardec fala que desde o átomo até o arcanjo, ou seja, todos nós passamos pela mesma fieira evolucionista. Ninguém foi criado para o mal, e nem perfeito como os anjos.
Nós, durante a caminhada erramos, uns mais outros menos. Podemos ficar um longo período dentro do erro, mas um dia teremos que sair dele.
Criar um Espírito com este poder tão grande que pode enfrentar Deus, será tirar todo poder de Deus, seria pôr um igual a Ele. Seria um combate eterno entre Deus e o Diabo, o que seria um absurdo.
Diabo é um símbolo, é uma luta entre o bem e o mal, simbolicamente falando.
Agora, “diabinho” somos todos, porque até alcançarmos uma evolução maior, temos uma ligeira tendência, uns mais outros menos. E através da reencarnação vamos nos depurando, e aprendendo que vale a pena ser Bom.
                                      
DIVALDO  E  SEU  IRMÃO  DESENCARNADO

Fui sacristão, participei da Cruzada Eucarística e queria ser sacerdote. Recebi até uma bolsa de estudos num seminário de Santa Tereza. Foi nesse ínterim que morreu um irmão, vítima de ruptura de aneurisma. Com isso fiquei muito doente e uma senhora foi à minha casa levada por uma prima. Aplicou-me passes e, de súbito, fiquei bom. Dissera que o meu irmão falecido estava me perturbando, que ele se localizara psiquicamente junto a mim e me causava grande transtorno.
Esse foi o meu despertar, porque até então me achava um alucinado - "via e ouvia" e todos diziam não ser isso possível.
Eu tinha um primo, médium, considerado "macumbeiro" na minha terra, e sempre que me olhava, dizia:
-      Você é meu colega.
Tinha muito medo dele porque era “feiticeiro”. Coitado, não era feiticeiro nada, era médium, atendia aos pobres. Um dia mamãe fez-lhe uma consulta, e ele respondeu:
-      Tia é inevitável, Di é médium e vai trabalhar muito.
Mas quando a tal senhora que me assistiu disse-me ter visto meu irmão e o descreveu, fiquei surpreso, porque encontrara alguém como eu. Ela também "via"! E perguntei-lhe:
-      Como à senhora sabe sobre meu irmão?
-      Eu o estou vendo.
-      Mas a senhora vê os mortos?
-      Vejo, mas os mortos não estão mortos.
Foi um alívio, pois constatei não ser nenhum demente.
Em uma sessão mediúnica, meu irmão "incorporou" em mim e falou com mamãe. Ao término, ela me relatou os fatos e julguei-a desequilibrada, porque a tradição católica estava tão embutida em mim que tudo aquilo me parecia impossível.
-      Meu filho, disse ela - você desconhecia o que Zeca me falou; ele era mais velho que você 20 anos! Como podia saber?
Eu não podia duvidar dela.
Toda pessoa que sente a influência dos Espíritos, em qualquer grau de intensidade, é médium. Essa faculdade é inerente ao homem. Por isso mesmo não constitui privilégio e são raras as pessoas que não a possuem pelo menos em estado rudimentar. Pode-se dizer, pois, que todos são mais ou menos médiuns. Usualmente, porém, essa qualificação se aplica somente aos que possuem uma faculdade mediúnica bem caracterizada, que se traduz por efeitos patentes de certa intensidade, o que depende de uma organização mais ou menos sensitiva.
Deve-se notar, ainda, que essa faculdade não se revela em todos da mesma maneira. Os médiuns tem, geralmente, aptidão especial para esta ou aquela ordem de fenômenos, o que os divide em tantas variedades quantas são as espécies de manifestações. As principais são: médiuns de efeitos físicos, médiuns sensitivos ou impressionáveis, auditivos (audientes), falantes (receberam a designação de incorporação e atualmente de psicofônicos), videntes, sonâmbulos (anímicos), curadores, pneumatógrafos (escrita direta), escreventes ou psicógrafos.
Sensitivos ou impressionáveis: são as pessoas capazes de sentir a presença dos Espíritos por uma vaga impressão, uma espécie de arrepio geral que elas mesmas não sabem o que seja. Essa faculdade se desenvolve com o hábito e pode atingir uma tal sutileza que a pessoa dotada reconhece, pela sensação recebida, não só a individualidade, como o cego reconhece, por um certo não sei que, a aproximação desta ou daquela pessoa. Ela se torna, em relação aos Espíritos, um verdadeiro sensitivo. Um bom Espírito produz sempre uma impressão suave e agradável; a de um mau Espírito, pelo contrário é penosa, angustiante e desagradável; tem como que um cheiro de impureza.

Do livro: O Livro dos Médiuns

 NINGUÉM  MATA  NINGUÉM

Conta Divaldo: "Terminado o trabalho que realizávamos alguém chegou até nós e disse:
- Gostaríamos que o senhor lesse a mensagem de minha filha recebida pelo Chico, que nos foi entregue num dos dias mais tristes da minha vida. Para que o senhor tenha ideia da grandeza dessa comunicação, deverei fazer um retrospecto.
Sou casada. Este é o meu marido. Éramos felizes e pais de seis filhos. A nossa filhinha Margarette contava seis anos quando nosso casamento começou a experimentar alguns tormentos, naturais numa vida em comum.
Nesse período, uma terceira personagem apareceu em nossas vidas.
Meu marido, homem sempre bom, atencioso, excelente pai, não reagiu às circunstâncias e, lentamente, trocou o nosso lar por outro. Começou a visitar essa criatura, a diminuir a constância para conosco, enquanto aumentava a sua presença junto a ela. Deixou de vir a casa. Passou a estar conosco apenas periodicamente.
Nossa Margarete, a quem ele tanto amava, passou a murchar como uma flor de estufa que perdesse a vitalidade. Um ano se passou terrível. Iniciamos o processo de desquite para o futuro divórcio. A nossa menina perguntava-me:
-      Mamãe, papai não vai voltar mais?
-      Sim, meu bem, ele voltará. Papai agora viaja muito, não pode estar ao nosso lado. Ele encontrou uma pessoa a quem necessita ajudar.
Ela chorava e não dizia nada. Quando ele chegava, tomava-lhe as mãos pequeninas e dizia-lhe:
-      Meu bem, quando você crescer, quando compreender o mundo e souber de todas as coisas duras da vida, se não puder perdoar alguma coisa má, ao menos desculpe, sim? Você me promete?
-      Prometo papai.
-      O perdão é muito difícil, mas a desculpa é o caminho pelo qual se chega lá.
-      Paizinho venha de novo dormir em casa.
No tormento em que se debatia nos conflitos de consciência, meu esposo iniciou o retorno. Vinha aos sábados e ia-se aos domingos à tarde. Depois já aparecia no meio da semana. Passou a dormir e a fazer as refeições em casa. Fez a viagem de volta, o retorno ao lar. Até que me pediu:
-      Se você não me puder perdoar, desculpe-me. Voltei, enganei-me. Todos nós somos um pouco criança. Ajude-me! Você pode ajudar-me?
-      É lógico, porque amo você. Sempre o amei.
Aquele homem austero, semblante carregado, chorava envergonhado, sem dizer uma palavra.
Foi neste meio tempo, como um raio que em noite de tempestade nos fulminasse a todos, que a nossa Margarete, já com cinco anos, desaparecera. Voltava do Jardim de Infância, quando sumira, como se a terra se abrisse e a absorvesse. Nenhuma notícia. Percorremos a cidade enlouquecidos. Pronto-socorro, hospitais, necrotérios, rodoviária, nada. . .
Dias após, crianças encontraram o corpo de nossa filhinha Margarete em matagal. Despedaçado, em putrefação.
-      Quem poderia ter feito isso à nossa filha? Um pervertido?
Mas não foram constatados sinais de violência sexual. Um degenerado!
A polícia instaurou inquérito. Quem poderia ser? De suspeita em suspeita chegou-se à antiga companheira de meu marido. Levada a interrogatório severo, confessou:
-      Matei! Mataria outra vez, mil vezes, porque ela me desgraçou. Tomou de mim o homem a quem eu amava. Para vingar-me, raptei-a e matei-a, para ela nunca mais fazer isso com ninguém.
O senhor pode imaginar a nossa dor? O senhor pode imaginar o ódio que de nós tomou conta?
Enlouquecido e desesperado, meu marido queria ir ao cárcere decepar as mãos da criminosa e matar-se depois. . .
Foi neste estado de ódio, que ouvimos falar de um homem bem como a água refrescante da fonte. Mas ele vivia tão longe! Era tão difícil! Mesmo assim fomos a Uberaba. Lutamos tenazmente e logramos, numa sexta-feira, entrar na fila, tocar-lhe as mãos, ver-lhe o rosto triste. Aqueles que carregam a dor do mundo tem sempre o semblante penalizado, mesmo quando sorriem. Disse-lhe:
-      Chico mataram minha filha! - e não pude falar mais nada.
Ele me passou a mão na minha cabeça e disse:
-      Meu bem, ninguém mata ninguém. Sua filhinha vive. Nossa Margarete está aqui. Foi trazida pela avozinha. Acalme-se. Você não confia em Deus?
Sentei-me. Na madrugada de sábado, chamaram pelo meu nome e pelo do meu marido. Era uma mensagem de nossa filha Margarete. Não sei até hoje o que senti.
A mensagem dizia: “Mãezinha, meu querido papai”! Vim para dizer-lhes que estou viva! Se alguém pensou em me magoar, não conseguiu papai. Não sei explicar a vocês como tudo aconteceu. Eu me recordo que saía do Jardim de Infância, quando uma pessoa me chamou. Segurou-me, fez-me entrar no carro. Eu não sei o que me aconteceu, mas ninguém me magoou. Não fique triste, papai. Não senti nada. Só saudade. Eu dormi. Se cortaram o meu corpo, não vi. Soube depois. Se ficou todo quebradinho, também não vi. Dormi e quando acordei vovó Felicidade me acarinhava, dizendo:
-      Margarete, acorde.
-      Vovó, o que você faz aqui?
-      Margarete, fui eu que a trouxe para cá.
-      Onde estão papai e mamãe?
-      Você não vai poder vê-los por enquanto. Você está num hospital recebendo tratamento. Depois voltará para casa.
-      Mas eu quero ir agora - falei.
Ah, Papai! Chorei tanto com saudade de você! Chorei muito com saudade de mamãe e dos meus irmãos (e citou pela ordem decrescente de idade o nome dos irmãos).
Naquele momento, entrou uma moça bonita, bem vestida, parecendo professora.
-      Margarete, eu sou a tia Lídia. Aqui estou para substituir sua mãe, que era minha irmã. Eu também já "morri".
-      Também já morreu? E eu?
-      Você "morreu" meu bem. Na verdade ninguém morre, Margarete. Agora você precisa dormir. Durma para sonhar.
Voltei a dormir. Quando acordei, titia e vovó me disseram que vocês estavam sofrendo muito. Eu pedi para vê-los, para abraçá-los e vi você com ódio, papai.
Paizinho, você se lembra do que me dizia? - 'Se não puder perdoar, pelo menos desculpe'. Paizinho, desculpe! Ninguém nos fez nenhum mal. Eu tinha que voltar para cá e voltei. Mas nunca, nunca mais nos separaremos. Vovó Felicidade está dizendo que devemos perdoar, e se não pudermos, temos o dever de desculpar. Voltarei outro dia, papai. Eu vim pedir-lhes que desculpem. Paizinho, até já! Mamãe querida, você que é mãe, me compreende melhor, portanto, perdoe! “Beija-os a sempre sua, Margarete.”
-      O senhor pode imaginar o que sentimos. . . Demo-nos as mãos. Voltamos para casa. É ainda difícil perdoar, mas pelo menos, a gente está tentando desculpar.
Essa mensagem de esperança e consolação leva o homem à incursão pela meditação e pela paz.
Só a reencarnação explica fatos de tal porte. O conhecimento das vidas sucessivas pode ajudar a compreender, a desculpar e por fim a perdoar.
Nesse contexto, surge a missão da família, cuja realização é agora, antes que seja tarde demais.
A Doutrina Espírita é mensagem para o lar e por essa razão, devemos fazer a viagem para dentro de nós, a princípio, para depois realizá-la para dentro do ambiente doméstico.
Quando a família desmorona, a sociedade rui. . .
É necessário estruturar os alicerces da família nos pilares do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. Jesus é a base; Allan Kardec é a construção.
A imortalidade da alma, hoje comprovada exaustivamente, demonstrada cientificamente com clareza, é a razão para superar as paixões e encontrar a felicidade.
Vencer é muito fácil. Para vencer os outros basta caluniar, usar maledicência, suspeita, traição, covardia. . . Mas, para vencer-se, é necessário muita vontade. Viajar para dentro, porém, é muito difícil.
Mas não adiemos esse tentame. Quem crê, tudo pode.
"Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens."     (Cor., 15:19)

Divaldo Pereira Franco   -  Do livro: Seara de Luz

DIVALDO VISITA AMIGO NO PLANO ESPIRITUAL

 "Numa certa data, desencarnou um amigo muito querido, que nos deixou contristado. A família ficou desolada. Algum tempo depois, Joanna de Ângelis me apareceu e orientou-me:
-      Hoje deite-se mais cedo, pois preciso conduzi-lo ao recinto onde se acolhe o nosso irmão recém-desencarnado, que irá despertar na Estância nova.
Normalmente, deito-me muito tarde mas, naquela ocasião, recolhi-me ao leito à hora recomendada. Fiz o relax, a Benfeitora me desdobrou e, de repente, me senti no Mundo Espiritual.
Joanna de Ângelis, muito atenciosa, falou-me:
-      Vou recomendar-lhe algo importantíssimo; por favor, faça silêncio!
Pensei: mas não é possível que ela acredite que eu me apresentarei extrovertido, barulhento!
Contestei-lhe, algo surpreso:
-      Minha irmã, desculpe-me, porém acho essa recomendação desnecessária, em razão da minha conduta habitual!
Ela sorriu, discreta, e insistiu:
-      Por favor, faça silêncio quando chegar lá, está bem?
-      Sim senhora! - anuí, constrangido.
Subitamente - não sei explicar como ocorreu o fenômeno - senti-me em uma região, na qual havia o que chamaríamos de um "edifício", mas não de tijolo, de vidro, de metais . . . Como explicarei a um cego sobre a diferença de cores? Tenho que usar imagens conhecidas que, para ele, serão poucas.
Era, portanto, um "edifício" hexagonal. Dava-me a impressão de ser de cristal. Tudo era transparente. Entramos. O corredor me permitia ver várias enfermarias e, lá dentro, alguns recém-chegados da Terra, internados, recebendo assistência especializada.
Adentramo-nos e seguimos andando, quando, adiante, vi meu amigo no colo de uma dama que supus ser sua mãezinha, uma senhora de idade, que eu não conhecera, mas que, de imediato assim identifiquei. Ela o amparava no colo, acarinhava-lhe a cabeça. Ele dormia. Quando o vi, gritei mentalmente: Jorge! Ele estremeceu. Ato contínuo, Joanna me advertiu:
-      Pedi-lhe silêncio . . . mental!
É muito difícil ver algo desse porte sem emocionar-se; ser uma testemunha imparcial. Quem é capaz de ver um crime, imparcialmente? Ver alguém maltratando uma criança, ou um animal, até matá-lo, e - como observador - não se envolver? É muito difícil a disciplina mental . . . O oposto também é verdade: identificar a beleza, a misericórdia, o amor, sem se manifestar!
Naquele momento controlei-me, mas ele se agitou. A mãe, acariciando-o, disse-lhe:
-      Acorde, Jorge! Está na hora, meu filho!
Ele, sonolento, foi abrindo os olhos. Olhou para ela e gritou:
-      Mamãe!
-      Meu filho!
Abraçaram-se.
-      Onde estou, mamãe?
-      Está em paz! Está em casa, meu filho.
-      E Ângela? (a esposa).
-      Ângela ficou na Terra.
-      Mas onde estou?
-      Está internado para tratamento do coração. As dores que ainda lhe afligem vão passar.
-      Mas, mamãe, você já . . . morreu!
-      Já, sim, meu filho, mas você também! Só que não existe a morte. Estamos vivos, meu filho.
Ele teve uma expressão de grande júbilo, e, chorando, olhou em derredor, identificando-me.
Muito emocionado, perguntou-me:
-      Divaldo, você também já morreu?
-      Ainda não! - respondi-lhe -, estou visitando-o.
Após alguns minutos de vivas emoções, Joanna de Ângelis convidou-me ao retorno ao corpo.
Ele voltou a adormecer.
Terminada a tarefa, a bondosa Amiga esclareceu:
-      Agora, vamos. Daqui a meia hora, mais ou menos, ele voltará a despertar, como qualquer pessoa depois de uma anestesia.
Retornei ao corpo. Às 8h da manhã, telefonei para a família e informei que o amigo Jorge já houvera despertado e que se encontrava muito bem.
Daí a uma semana voltei a visitá-lo mantendo um contato mais demorado. Ainda se encontrava com dores, porque o perispírito, que é o campo de energia semimaterial, que decodifica a emoção e a sensação do Espírito para o corpo e vice-versa, ainda estava impregnado pelos fluidos mantidos durante a jornada terrestre.
Chico Xavier contou-me, oportunamente que seu irmão José - que morreu de um derrame cerebral - dois anos depois do óbito, ainda guardava resquícios do problema orgânico que o levara à desencarnação que eram as dores de cabeça.
E, no entanto, fora um homem bom, severo cumpridor dos seus deveres, dedicado trabalhador espírita.
Desencarnar não é fácil. Morrer, sim: ocorre a parada cardíaca e sobrevém a morte, mas a criatura não se liberta dos sintomas do corpo com facilidade, porque ficam as impressões que decorrem do fenômeno da morte física. (Maiores detalhes ler o livro "Temas da vida e da morte", de Manoel P. de Miranda, pág. 77 e 78).
José, segundo o Chico, somente se recuperou totalmente no dia 26 de julho, quando recebeu a visita de uma Entidade veneranda: São Luís Gonzaga.
Naquele dia, que é o de seu aniversário, periodicamente esse nobre Espírito vem em visita à Terra.
José foi levado à presença de São Luís, que o tocou e lhe tirou as últimas impressões materiais. (Note-se como o campo de energia fica impregnado pelas sensações da matéria, mesmo quando no Mundo Espiritual. Ele, portanto, estava, ainda, com essas sensações).
Disse-me, então, o querido Chico:
-      Divaldo, trabalhe muito na Terra, porque com seu problema cardíaco, se não trabalhar muito - mesmo com dores -, quando você seguir no rumo da Imortalidade, poderá continuar com as dores . . .
Conversei muitas vezes com o amigo Jorge, ali havendo retornado em diversões ocasiões. Em uma delas, fui acompanhado pelo Espírito Manuel Philomeno de Miranda, que me elucidou:
-      Tudo aquilo que impregnamos no corpo, demoramos para desintoxicar no Mundo Espiritual.
Quem fuma, por exemplo, mesmo esse denominado "cigarrinho inocente" de alcatrão e outros conservantes químicos do tabaco, poderá sofrer de câncer na boca, na língua, no pulmão ou enfisema. O tempo que se demorou fumando, ao desencarnar fumante, permanecerá no Além sentindo a sua falta por um tempo correspondente.
Quem fumou, por exemplo, durante vinte anos, ficará no Além sofrendo a falta da dependência do tabaco por um período correspondente. Quem se entregou à bebida alcoólica ou se permitiu drogas aditivas e perturbadoras, permanecerá, no Além, uma temporada correspondente a esse período a que se entregou na viciação com a mesma problemática de sofrimento. O físico é o mundo de pregnância, quando ficamos impregnados. No Mundo Espiritual, por conseqüência, ninguém se desimpregna de um momento para outro.
José, para libertar-se da dor, permaneceu por anos, razão pela qual, nas nossas reuniões mediúnicas, os Espíritos se apresentam conforme desencarnaram para, ao se incorporarem nos médiuns, deixarem-lhes os resíduos, e desvinculando-se sem as sensações, que são liberadas, quando são doutrinados. Os médiuns funcionam, desse modo, como se fossem esponjas, eliminando essas sensações e o mal-estar pela sudorese, pelo bocejo, pelos passes ou pelos Mentores, que no final da reunião desencharcam seus sensitivos (médiuns).
O Mundo Espiritual é uma realidade causal, é a nossa fonte original. Somos a continuação das ações de onde viemos, e voltaremos com os recursos resultantes de como agirmos.

DIVALDO  E  O  PADRE

Certa vez, fui a um padre confessar (antes de tornar-me espírita). Contei-lhe sobre minhas comunicações com os mortos. Para ele eram forças demoníacas tentando me afastar da Igreja. Veio-me uma mágoa de Deus e comecei a questionar:
-      Sou um bom católico, bom sacristão, adoro a Igreja, faço jejum, passo a semana da Páscoa sem comer até o meio-dia. Se Deus não pode com o diabo, eu vou agüentar? O diabo vai me vencer. Como um garoto de 17 anos, do interior, ingênuo, pode vencer o diabo se nem Deus consegue?
Entrei em depressão e fiquei com mágoa de Deus. Confessei-me ao padre:
-      Eu vou me matar. Nossa Senhora do Carmo vai ter pena de mim, vai me colocar o escapulário e me tirar do inferno.
Ele me olhou demoradamente e respondeu:
-      Não tome nenhuma atitude agora. O demônio às vezes nos perturba para testar a nossa fé; quando não consegue, abandona. Volte para a Igreja.
Era um homem honesto, acreditava piamente em suas idéias.
Um dia, ao confessar-me a ele, vi aproximar-se um Espírito. Tive outro conflito:
-      Como pode o diabo entrar na sacristia?
Aliás eu via sempre os Espíritos. no momento da eucaristia a hóstia tornava-se luminosa quando colocada na minha boca. Às vezes, em Feira de Santana, via o cônego Mário Pessoa aureolado. No meu entendimento (católico), ele era um santo. As pessoas na hora da fé se iluminavam e eu julgava tudo alucinação.
Quando o Espírito entrou, exclamei:
-      Olha, o diabo está vindo, e é mulher!
-      Você vê algum sinal particular no rosto dela? - indagou-me o padre.
-      Vejo uma verruga acima do lábio.
-      E o que mais?
-      O cabelo está partido ao meio, penteado com um coque atrás.
-      E o que mais?
-      Vejo um xale sobre os ombros, com pontas, um xale negro de xadrez.
-      Pode ficar tranqüilo, é mamãe.
Ela "incorporou" e conversou com o padre. Quando despertei, ele me esclareceu:
-      Divaldo, mamãe veio me alertar. A sua missão não é aqui, vá seguir a tarefa que Deus lhe confiou, porque o bem está em todo lugar.
Fiquei mais tumultuado, porque eu não era espírita, tinha medo, sentia-me de certo modo alijado da Igreja, mas continuava a freqüentá-la e ao Centro Espírita.
Tinha conflitos de fé, principalmente quando morreu minha irmã, por suicídio. Mamãe foi encomendar missa a esse mesmo sacerdote, um homem bom, e ouviu dele:
-      Dona Ana, não posso celebrar, porque o suicida está no inferno e Deus não o tira de lá.
Foi quando aprendi a primeira lição de lógica e de psiquiatria, com uma mulher iletrada - a minha mãe:
-      Padre, então eu renego o seu Deus. Se Ele não é capaz de perdoar não é digno de ser Deus. Sou lavadeira modesta e analfabeta, mas a filha que perdi, eu a perdôo; como é que Deus, que a tem, não a perdoa? Digo mais, quem se mata não está no seu juízo.
Mais tarde eu viria saber que muitos portadores de psicose maníoco-depressiva PMD, vão ao suicídio.
Aprendi muito com esse homem, com mamãe, e quando eu lhe disse que não iria mais à igreja, ela me respondeu:
-      Deus está em todo lugar. Se você for justo e agir com retidão, Ele estará com você. Faça o bem, meu filho, porque a verdadeira religião é aliviar o sofrimento alheio.
A partir desse acontecimento integrei-me lentamente ao Espiritismo. Foi quando a senhora que me havia notado a mediunidade voltou para Salvador e me convidou a ir com ela receber orientação mediúnica. Dona Ana Ribeiro Borges - seu nome - conhecida como Nanã, merece uma homenagem do meu coração. Fui com ela para Salvador, fiz concurso para o IPASE - Instituto de Previdência e Assistência aos Servidores do Estado e fui aprovado.
Na sua casa, iniciamos as reuniões. Ela orientava-me e pôs-me a ler as obras espíritas, entre elas O Livro dos Espíritos. Dois anos após, em 1947, criamos o Centro Espírita Caminho da Redenção, onde estamos até hoje e, assim, adquiri a consciência espírita. Antes, eu era um médium do Espiritismo, a partir daí passei a ser um espírita na mediunidade. A mediunidade é um instrumento, a Doutrina é a diretriz. Aprendi que a finalidade da vida é ser feliz através da felicidade proporcionada aos outros.

Como nos advertiu o Mestre Jesus:
Nem todos que dizem: “Senhor! Senhor! Entrarão no reino dos céus, mas só aquele que faz a vontade do Pai que está nos céus.”

Porque são muitos os chamados e poucos os escolhidos, ou seja, são muitos os que se convertem à uma religião, mas poucos se transformam.
Muitos chegam à religião, submetem-se aos rituais, cultos, dogmas, etc, mas não se transformam, não buscam saber o que Deus espera  delas.
Converter-se não é só a palavra, converter-se é transformar a palavra em ação.
Porque há muitas pessoas que, na aparência, mostram seguir Jesus, mas, de fato, não o seguem; ao passo que, muitos que parecem não o seguir, estão a caminho com Ele.
Portanto, não basta dizer “Eu sou cristão” ou “Eu sou de tal religião” para seguir o Cristo, os verdadeiros cristãos são reconhecidos por suas obras, não pelo rótulo religioso. Como disse Allan Kardec, “fora da caridade que não há salvação”,  não será fora da igreja, templo ou casa religiosa.
Podemos lembrar exemplos de pessoas convertidas, que foram chamadas ao trabalho, e que fizeram a vontade do Pai em religiões diferentes como: Francisco de Assis, Martin Luther King Jr., Gandhi, Chico Xavier, Bezerra de Menezes, Madre Teresa, e tantos outros.
A palavra religião vem do latim "religare" (ligar ou religar) é, segundo a concepção universal, o caminho para Deus.
Portanto, só iniciaremos a jornada para Deus quando estivermos dispostos a ajudar o próximo. Assim, a função social da religião seria estabelecer as bases de uma sociedade solidária e participativa onde, segundo a expressão evangélica, "o maior será aquele que mais estiver disposto a servir".

DIVALDO  E  SUA  IRMà SUICIDA

Divaldo, conta que viu sua irmã suicida em desespero, após vinte anos do suicídio, dizendo estar impregnada pelo veneno que havia ingerido.
Divaldo começou a pensar no que poderia fazer para atenuar o sofrimento da irmã, tão querida ao seu coração. Ele orava muito pela irmã, mas desejava fazer mais por ela.
Osvaldo, irmão de Divaldo, exercia na cidade de Feira de Santana, no Estado da Bahia, o cargo de Delegado de Polícia.
Divaldo, certa vez, perguntou ao irmão qual o fato que mais o impressionara em sua árdua carreira.
Osvaldo contou-lhe que o quadro mais triste que havia presenciado era a situação das mulheres nos lupanares ou zona de meretrício como eram chamados naquela época. Aquelas mulheres entregavam-se ao comércio carnal, despreparadas para a vida e completamente sem proteção.
Contou-lhe que sua equipe policial, numa das “batidas” naquelas casas, verificou que as pobres mulheres colocavam os filhinhos sob a cama, cobrindo-os com lençóis e os obrigavam a ficar quietos para poderem atender os clientes sobre a cama.
Divaldo foi com o irmão até a zona de meretrício daquela cidade e reunindo as mulheres mais decadentes, já com o organismo corroído pela sífilis e outras doenças, indagou-lhes o que ele poderia fazer-lhes para atenuar a dor e a miséria em que viviam.
A grande maioria disse que gostaria de encontrar alguém que salvasse seus filhos, principalmente as filhas de seguir tal “profissão”.
Uma outra moça implorou chorando:
-      Seria tão bom se eu pudesse encontrar uma pessoa com misericórdia que nos salvasse desta desgraça.
Divaldo, enternecido, prometeu que iria cuidar dessas pobres crianças e de suas mães em homenagem à sua tão querida irmã Nair.
Pediu forças a Deus para poder levar à Mansão do Caminho todas aquelas crianças. Eram catorze. Chegaram a ter trinta e seis crianças através do tempo, filhas dessas pobres mulheres equivocadas. Algumas delas conseguiram mudar de vida, ter uma profissão digna, graças à orientação de Divaldo.
E os anos foram passando plenos de trabalho no ideal da caridade e fraternidade.
Quando dona Ana Franco, mãe de Divaldo, desencarnou em 1972, a irmã de Divaldo estava ao lado dela. E naquele momento, Nair agradeceu à Divaldo por tudo que ele havia feito pelas mães e filhos desamparados em seu nome.
Essa homenagem fez muito bem ao Espírito de Nair que passou a se preparar para uma futura reencarnação.
Hoje ela já está reencarnada. Nasceu com lábios leporinos, resultado do veneno que havia ingerido.
Nasceu debaixo de uma árvore, de uma mulher que não tinha marido.
Joanna disse para Divaldo:
-     Veja Divaldo, através do mesmo mecanismo que você à homenageou, ela veio (reencarnou) para agradecer.
Mas . . . o mais importante é que lhe foi concedida, pela misericórdia de Deus uma nova oportunidade na Escola da vida. Vale a pena viver e amar como nos ensina o Espírito Joanna de Ângelis. Vale a pena preencher com a fraternidade, a solidariedade, que são frutos amadurecidos de amor, todos os momentos da vida.
Então, se perdemos nossos entes queridos, vamos seguir este exemplo de nosso Divaldo e amar com infinita ternura todos os tristes e desamparados do caminho, tratando-os como pais, mães e irmãos queridos.

DIVALDO  E  JÉSUS  GONÇALVES

Quando eu (Divaldo) era jovem, no ano de 1949, estava orando no quintal de nossa casa, num belo dia de primavera. Tomado pelo encanto da natureza, chorava no enlevo da prece. Naquele estado, entrando em contato com o mundo parafísico, eu vi aproximar um ser espiritual, que claudicava (mancava) da perna direita e, olhando-lhe o pé, vi a deformidade oculta em trapos que o envolvia. Apoiava-se a um bordão; as vestes pareciam muito modestas, gastas e, quando lhe olhei o rosto, tive um choque; as fossas nasais estavam à mostra, a boca meio torcida, as abas das orelhas eram longas, mas, nos olhos enceguecidos aparentemente, havia uma luz mirífica que me fascinou. Na minha suprema ignorância de principiante, quando vi o Espírito com aquele aspecto, disse mentalmente:
-      Meu Deus! Deve ser algum obsessor. Eu estou orando e o atraí. Vou envolvê-lo numa onda de infinita ternura . . .
Tomado por essa emoção, comecei a falar-lhe que pensasse em Deus, que se entregasse a Deus . . . quando lhe ouvi a voz, que me pareceu um canto inesquecível:
-      Eu não sou um embaixador celeste, mas, tampouco, um obsessor. Sou teu irmão, que vem desde priscas eras carpindo as imperfeições. Venho hoje  pedir-te  ajuda  para  os  irmãos encarcerados no mal de Hansen . . .
Eu procedia de uma cidade do interior, onde a palavra lepra era um estigma tão cruel, que ninguém a pronunciava. Quando alguém era acometido do mal de Hansen, a ignorância popular dizia:
-      Está com aquela doença.
Porque se acreditava que, ao se pronunciar a palavra, a pessoa se contaminava. Eu ainda mantinha essa idéia absurda, apesar de estar com quase 20 anos.
Quando ele disse:  Eu sou portador do mal de Hansen, pensei:  Ele é um leproso! E tive medo que a enfermidade me contaminasse. Tratava-se de um mecanismo automático do meu inconsciente, leproso moral que eu era e sou, certamente.
Naquele momento, ele disse-me:
-      Venho pedir-te uma coisa, Divaldo. Os nossos irmãos, internados no sanatório de Águas Claras, estão precisando de uma palavra amiga. Eu gostaria que fosses lá para visitá-los. . .
Tomado de espanto, redargui:
-      Eu ir lá? Ir visitar o leprosário, não irei nunca! O senhor me perdoe. Não tenho coragem . . .
Ele sorriu e começou a transfigurar-se diante dos meus olhos. Onde havia aquelas deficiências, passou a formar-se um semblante de luz, que não era refulgente, mais parecendo uma claridade interior que se exteriorizava; os olhos adquiriram um brilho fascinante; ele tomou uma postura nobre; as vestes se modificaram:
-      Eu sou teu irmão Jésus Gonçalves. Desencarnei há pouco tempo na colônia de hansenianos em Piratiningui. Venho pedir-te para que vás ao leprosário . . . Queres ir?
Respondi, emocionado:
-     Quero, sim, senhor!
-      Então vá e dize-lhes que um seu irmão, que os ama, estará ao seu lado. Quando lhes fores falar, eu estarei contigo . . .
Foi assim o meu primeiro contato com os padecentes de hanseníase. A partir de então, graças a esse venerando Espírito, já visitamos, no Brasil, quase todas as colônias de que temos conhecimento, assim como em outros países . . .
Divaldo conta que conheceu dona Eunice Weaver, que se tornou a "mãe dos filhos dos hansenianos" e evitou que milhares de crianças se contaminassem. Após desencarnar, apareceu radiosa para Divaldo, onde escreveu a mensagem "Marcados na Alma", onde faz uma análise dos portadores da hanseníase moral, que é a enfermidade entrando, e dos portadores da hanseníase física, que são aqueles que tem a enfermidade saindo.
Os que hoje estão marcados na alma, pelos danos praticados contra si mesmos, através do seu próximo, a quem prejudicaram em vidas passadas, inevitavelmente serão os portadores da hanseníase, das degenerescência cancerígena de hoje ou de amanhã.   

CONFISSÃO  DE  AMIGO

Era um homem violento,                                    De nada valia a fé
Ligado às trevas do mal,                                     A induzi-lo para o amor,
Espalhando o sofrimento                                    Era o fidalgo cruel,
Em seu caminho triunfal.                                   Terrível, dominador . . .

Dispunha de muitas vidas,                                  Um dia, porém, chegou
Trazendo o chicote do crime,                             Em que veio a se cansar
Era o retrato do crime,                                        De suscitar tanto pranto,
No quadro da ingratidão.                                    Tanta ferida a sangrar . . .

Trazia os olhos em fúria,                                    Humilhou-se em oração,
Mostrando o orgulho na face,                             Rogou aos Céus vida nova,
Decretava a própria morte                                  Desejava renovar-se
A quem o desagradasse.                                      A fogo de angústia e prova.

Revelando-se entre os homens                           Jesus escutou-lhe a prece
O adversário do bem,                                         Viu-lhe a mágoa desmedida
Depois de desencarnado                                     E deu-lhe a bênção da lepra
Era um déspota no além.                                    A fim de amparar-lhe a vida.

Se amigos lhe conseguiam                                 Ninguém supunha na história
Um berço novo no mundo,                                 Outro alguém que conheceu,
Voltava, de novo, a ser                                       Devo dizer claramente
O ódio mordente e profundo.                             Que esse leproso sou eu.

Jésus Gonçalves
Mensagem recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, em reunião de preces na noite de 6/1/1983, em Uberaba, Minas Gerais.

DIVALDO LÊ E RELÊ O LIVRO  DOS  ESPÍRITOS

Conta Divaldo: "Quando eu comecei o exercício da mediunidade - se hoje enfrento dificuldades, imaginem há 30 anos atrás o que é que eu era -, via os Espíritos, sentia-os, mas não compreendia o fenômeno. Certo dia apareceu-me um Espírito e disse-me:
-      Divaldo, você é médium, mas não é espírita, não é verdade?
Ao que confirmei:
-      Não senhor, não sou espírita.
-      Mas deve sê-lo! E a única forma de ser espírita é começar pelo começo: estudar O Livro dos Espíritos.
Eu nunca tinha ouvido falar em O Livro dos Espíritos, em 1948. Procurei-o muito até que o encontrei. Era um livro grosso, bem gordinho - porque os livros lidos engordam; aqueles bonitinhos, na estante, são para decorar, comprados a metro, ficam belos, lustrosos e magros. Quando o olhei, pensei, surpreso:
-      Meu Deus, será que eu vou agüentar ler este livro todo até o fim?
Porque eu estava acostumado a ler "Guri", "Gibi", o "Globo Juvenil", que eram as revistas da época. Como o Espírito me mandara lê-lo, tomei-o e o li. Quando deparei a letra miúda da "Introdução" comecei a saltar trechos que não me pareciam interessantes, tal a minha ignorância. Depois, tomava assim casualmente e virava diversas páginas. Acabei a "Introdução" em alguns minutos. No capítulo do "Prolegômenos", perturbei-me por ignorar o significado da palavra, que perguntei ao Espírito amigo e ele respondeu-me:
-      Compre um dicionário, porque o Espiritismo também é doutrina de cultura. À medida em que você conhecer o Espiritismo, melhorará o seu vocabulário, o seu conhecimento.
Comprei o dicionário, mas fui tão sem sorte que nele não havia a palavra "Prolegômenos".
Adquiri, então, um outro dicionário maior. Em dois dias, eu acabei de ler O Livro dos Espíritos. Quando o Espírito amigo me apareceu - ainda me lembro como hoje - indaguei:
-      E agora, qual o livro que devo ler?
Ele respondeu:
-     O Livro dos Espíritos.
-      Mas, meu irmão - esclareci - eu já o li.
Ele insistiu:
-      Leia-o de novo, Divaldo.
Pensei:
-      Vai ver que ele notou que eu saltei algumas páginas.
Voltei a ler a extraordinária obra. Fui descobrindo tesouros valiosos. Demorei dois meses ou mais e li-o até a última palavra. Quando o Espírito aparecer-me, disse-lhe:
-      Agora eu o li de ponta a ponta. Qual é o livro que deverei ler?
E ele:
-      Volte a ler com mais atenção O Livro dos Espíritos.
Obedeci. Durante a leitura eu tinha que parar para meditar, porque as respostas eram tão extraordinárias que me conduziam a demoradas reflexões.
Demorei-me quase um ano na leitura. Memorizei questões e detive-me a pensar.
Posteriormente, indaguei ao Benfeitor Espiritual:
-      E agora qual o livro que deverei ler?
Ele orientou-me:
-      Bem, agora você pode ler O Livro dos Médiuns, mas vai continuar estudando O Livro dos Espíritos até além da morte. Porque, à medida que você tenha tirocínio, melhor o entenderá. Se você aplicar cem anos da sua vida examinando o conhecimento geral à luz de O Livro dos Espíritos, os cem anos serão insuficientes para penetrá-lo na sua totalidade, já que ele é como a seiva e a síntese da cultura universal, que só daqui há muito tempo o homem entenderá em toda a sua profundidade."

Allan Kardec, pergunta aos espíritos: “Como encontrar a felicidade? Qual metodologia para ensejar paz à criatura humana?”
Os benfeitores responderam que: “Um filósofo da antigüidade já vo-lo disse:  Conhece-te a ti mesmo.”
Este filósofo é Sócrates, que viveu +ou – 500 anos a.C., foi ele que recomendou que conhecêssemos a nós mesmos.
O Livro dos Espíritos é uma obra monumental, marco da Era do Espírito, o antídoto do materialismo, e oferece a bússola que nos orienta à viagem para nosso interior.
Kardec, inspirado pelas Entidades Superiores, dividiu esse livro em 4 partes essenciais, como se desejasse transformá-la nos 4 pontos cardeais da historiografia da humanidade: norte, sul, leste e oeste.
A primeira parte, o norte, é a parte que fala “Das Causas Primárias”, que explica as origens da vida e seus efeitos; nos fala de Deus, dos Seus atributos, da criação, do princípio vital. Quando estudamos as causas primárias, nos deparamos com reflexões, somos levados a questionar, interrogar: Quem somos? Para que vivemos? Que devemos fazer de nossa existência?
Allan Kardec abre a extraordinária cortina que impedia a luz do discernimento, dizendo ao homem que a vida não tem origem no berço, nem término no túmulo. A vida é única, indestrutível, sendo o nascimento a entrada para o corpo e o túmulo a saída do espírito.
“Das Causas Primárias”, o homem aprende a valorizar a vida terrestre.

A segunda parte, o sul, perfeitamente definida em “Do mundo espírita ou Mundo dos Espíritos”, encontramos aí a revelação do mundo espiritual, a realidade do ser dentro e fora da matéria, induzindo o homem a pensar a respeito da imortalidade, esclarecendo que ele é eterno, e viverá depois do túmulo. Nela aprendemos que a vida atual é o resultado de experiências passadas e a existência futura a conseqüência das tentativas presentes; aprendemos que não temos nada, somos apenas mordomos dos valores transitórios, passageiros; somos também arquitetos dos nossos destinos; que felicidade ou infelicidade são efeitos naturais do nosso comportamento; aprendemos que a dor não é punição, mas lição renovadora para as nossas experiências, (se eu tropeçar e machucar meu pé, sentirei dor, da próxima vez que passar por ali desviarei do caminho, porque eu não quero sentir dor novamente, aprendi a lição); a dor é também, como um aparelho que lapida o diamante bruto (que somos nós), até que ele fique bonito, com brilho, perfeito, com valor. . .

A terceira parte, o leste, é a parte que fala “Das Leis Morais”, apoiada na lei divina, iniciando-se pela “lei de adoração”, que nos leva ao amor a Deus sobre todas as coisas, e depois transita pelas leis que nos dão equilíbrio, dignidade, nos estimulam ao progresso espiritual, e nos levam ao trabalho. E por fim, a “lei de justiça”, “de amor” e “de caridade”, nos levando ao encontro pleno com o nosso íntimo.

Agora é a quarta e última parte, o oeste,  que fala “Das Esperanças e Consolações.”
Somente se pode ter esperança quando se crê, somente se crê de maneira consciente quando se sabe, e somente se sabe quando se estuda e se experimenta.
O Livro dos Espíritos é uma obra monumental, marco da Era do Espírito, o antídoto do materialismo, e oferece a bússola que nos orienta à viagem para nosso interior.
Lembrando a figura ímpar de Francisco Cândido Xavier o apóstolo desta viagem interior.  
Enquanto o mundo nos chama para fora, nos puxando para as coisas materiais, Francisco Cândido Xavier, representante da ética da Doutrina Espírita na pureza primitiva do Cristianismo, foi o exemplo que nos ensinou a viajar para dentro.
Enquanto muitos tomavam, ele dava; enquanto vários acumulavam, ele distribuía; enquanto outros se exaltavam, ele se rebaixava.
Ele viveu integralmente o Evangelho do Cristo, na visão espírita, é o modelo do homem-família, do homem-lar, que a todos adotou como filhos do seu suave coração, como irmão de nossa caminhada, como companheiro até daqueles que por acaso o agrediam, mantendo o sorriso gentil a gratuito de quem ama de verdade.
As cartas psicografadas que recebeu, consolava e dava esperança. Levava as pessoas a uma viagem interior.

Do livro: Seara de Luz

AMAR O INIMIGO

Divaldo Pereira Franco, narra em uma de suas palestras, uma emocionante história de amor :
Uma mãe o procurou pedindo socorro, pois o filho havia sido assassinado pelo próprio amigo. Divaldo, sensibilizado disse :
Minha irmã, eu não tenho nada para lhe dizer, porque há dores que são tão pessoais, que o silêncio é a única palavra.
Na hora que ele a abraçou, viu o espírito de Joanna de Ângelis se aproximar e dizer :
Parabenize-a.
Divaldo achou estranho, pois como parabenizar uma mãe cujo filho foi assassinado? Mas ela explicou:
Eu daria pêsames, se ela fosse a mãe do assassino. Seu filho não morreu, mas o criminoso perdeu a reencarnação, seu filho vive.
E Joanna trouxe-o e disse :
Pense na mãe do assassino, coloque-se no lugar dela.
E a mulher respondeu :
Eu a odeio.
E Joanna perguntou :
Que culpa tem ela de ter gerado um filho doente? Que culpa tem a  senhora  de  ter  gerado a vítima da loucura? Pense na dor que ela deve estar experimentando.
E o filho despertou, viu a mãe e começou a falar (através da mediunidade de Divaldo), por uns 15 minutos. No final da mensagem, os espíritos amigos disseram para que a mulher procurasse a mãe do algoz (assassino). A mulher emocionada, atendeu ao pedido, abraçou Divaldo agradecida, e lá se foi em busca da amiga sofredora. E no sábado seguinte, ambas visitaram Divaldo, onde este, sugeriu que elas visitassem o rapaz, e completou dizendo:
Mãe, seu filho está enfermo (da alma), ame-o, e lhe fale do amor. A necessidade que ele tem de ter a mãe nesse momento, é grande. Ele deve estar despertando da loucura e deve ser amado.
Recomendou Jesus: “Aprendestes com as leis de Moisés a: “Amar o vosso próximo e odiar os vossos inimigos.” Eu, porém, vos digo: “Amai os vossos inimigos; fazei o bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos perseguem e caluniam (...) Porque, se só amardes os que vos amam, qual será a vossa recompensa?(...)” (Mateus, V – 43 – 47)

O  SUICIDA  DO  TREM

Conta Divaldo: "Eu nunca me esquecerei que um dia havia lido num jornal acerca de um suicídio terrível, que me impactou: um homem jogou-se sobre a linha férrea, sob os vagões da locomotiva e foi triturado. E o jornal, com todo o estardalhaço, contava a tragédia, dizendo que aquele era um pai de dez filhos, um operário modesto.
Aquilo me impressionou tanto que resolvi orar por esse homem.
Comecei a orar por esse homem desconhecido. Fazia a minha prece, intercedia, dava uma de advogado, e dizia:
-      Meu Jesus, quem se mata (como dizia minha mãe), não está com o juízo no lugar. Vai ver que ele nem quis se matar; foram as circunstâncias. Orava e pedia, dedicando-lhe mais de cinco minutos (e eu tenho uma fila bem grande), mas esse era especial.
Passaram-se quase 15 anos e eu orando por ele diariamente, onde quer que estivesse.
Um dia, eu tive um problema que me fez sofrer muito. Nessa noite cheguei à janela para conversar com a minha estrela e não pude orar. Não estava em condições de interceder pelos outros. Encontrava-me com uma grande vontade de chorar; mas, sou muito difícil de faze-lo por fora, aprendi a chorar para dentro. Fico aflito, experimento a dor, e as lágrimas não saem. (Eu tenho uma grande inveja de quem chora aquelas lágrimas enormes, volumosas, que não consigo verter.)
Daí a pouco a emoção foi-me tomando, e, quando me dei conta, chorava.
Nesse meio tempo, entrou um Espírito e me perguntou:
-      Por que você está chorando?
-      Ah, meu irmão - respondi - hoje estou com muita vontade de chorar, porque sofro um problema grave e, como não tenho a quem me queixar, porquanto eu vivo para consolar os outros, não lhes posso contar os meus sofrimentos. Além do mais, não tenho esse direito; aprendi a não reclamar e não me estou queixando.
O Espírito retrucou:
-      Divaldo, e se eu lhe pedir para que você não chore, o que é que você fará?
-      Hoje nem me peça. Porque é o único dia que eu consegui faze-lo. Deixe-me chorar!
-      Não faça isso - pediu. - Se você chorar eu também chorarei muito.
-      Mas, por que você vai chorar? - perguntei-lhe.
-      Porque eu gosto muito de você. Eu amo muito a você e amo por amor.
Como é natural, fiquei muito contente com o que ele me dizia.
-   Você me inspira muita ternura - prosseguiu - é o amor por gratidão. Há muitos anos eu me joguei embaixo das rodas de um trem. E não há como definir a sensação eterna da tragédia. Eu ouvia o trem apitar, via-o crescer ao meu encontro e sentia-lhe as rodas me triturando, sem terminar nunca e sem nunca morrer. Quando acabava de passar, quando eu ia respirar, escutava o apito e começava tudo outra vez, eternamente. Até que um dia escutei alguém chamar pelo meu nome. Fê-lo com tanto amor, que aquilo me aliviou por um segundo, pois o sofrimento logo voltou. Mais tarde, novamente, ouvi alguém chamar por mim. Passei a ter cessação momentânea em que alguém me chamava, eu conseguia respirar, para agüentar aquele morrer que nunca morria e não sei lhe dizer o tempo que passou. Transcorreu muito tempo mesmo, para escutar a pessoa que me chamava. Dei-me conta, então, que a morte não me matara e que alguém pedia a Deus por mim. Lembrei-me de Deus, de minha mãe, que já havia morrido. Comecei a refletir que eu não tinha o direito de ter feito aquilo, passei a ouvir alguém dizendo: "Ele não fez por mal. Ele não quis matar-se." Até que um dia esta força tão grande que me atraiu; aí eu vi você nesta janela chamando por mim.
-      Eu perguntei - continuou o Espírito - quem é? Quem está pedindo a Deus por mim, com tanto carinho, com tanta misericórdia? Mamãe surgiu e esclareceu-me:
-      É uma alma que ora pelos desgraçados.
-      Comovi-me, chorei muito e a partir daí passei a vir aqui, sempre que você me chamava pelo nome.
Obs: Note que eu nunca o vira, em face das diferenças vibratórias. 
-      Quando adquiri a consciência total - prosseguiu ele - já se haviam passado mais de 14 anos. Lembrei-me de minha família e fui à minha casa. Encontrei a esposa blasfemando, injuriando-me: "Aquele desgraçado desertou, reduzindo-nos à mais terrível miséria. A minha filha é hoje uma perdida, porque não teve comida e nem paz e foi vender-se para tê-la. Meu filho é um bandido, porque teve um pai egoísta, que se matou para não enfrentar a responsabilidade. Deixando-nos, ele nos reduziu a esse estado."  Senti-lhe ódio terrível. Depois, fui atraído à minha filha, num destes lugares miseráveis, onde ela estava exposta como mercadoria. Fui visitar meu filho na cadeia. Aí, Divaldo, eu comecei a somar às dores físicas a dor moral, dos danos que o meu suicídio trouxe porque o suicida não responde só pelo gesto, pelo ato de autodestruição, mas, também, por toda uma onda de efeitos que decorrem do seu ato insensato, sendo tudo isso lançado a seu débito na lei de responsabilidades. Além de você, mais ninguém orava, ninguém tinha dó de mim, só você, um estranho. Então hoje, que você está sofrendo, eu lhe venho pedir: em nome de todos nós, os infelizes, não sofra! Porque se você se entristecer, o que será de nós, os que somos permanentemente tristes? Se você agora chora, que será de nós, que estamos aprendendo a sorrir com a sua alegria? Você não tem o direito de sofrer; pelo menos por nós, e por amor a nós, não sofra mais.
Aproximou-se, me deu um abraço, encostou a cabeça no meu ombro e chorou demoradamente. Doridamente, ele chorou.
Igualmente emocionado, falei-lhe:
-      Perdoe-me, mas eu não esperava comovê-lo.
-      São lágrimas de felicidade. Pela primeira vez, eu sou feliz, porque agora eu me posso reabilitar. Estou aprendendo a consolar alguém. E a primeira pessoa a quem eu consolo é você."
Portanto, deixemos claro que, só Deus tem o direito de retirar a vida.
Deus não castiga o suicida, é o próprio suicida quem se castiga.
O tribunal do suicida (e de todos nós) é a sua própria consciência.
Se o ato do suicida é covarde ou corajoso, não podemos precisar, porque há casos de loucura, onde o suicida, por estar em estado de demência, não pode avaliar o crime que está cometendo.
No caso de Getúlio Vargas, ex-presidente do Brasil, diz Emmanuel, que ele não foi considerado como suicida, uma vez que evitou uma guerra civil com sua morte.
Como vemos, cada caso é um caso.
Por isso, aprendamos a não julgar pela aparência. Pois, não sabemos se já não fomos ou estamos sendo suicidas. Nossos sentidos são primários e não temos direito de julgar. Só há um juiz, perfeito e infalível: Deus.
O tempo que os suicidas ficam presos ao corpo vendo sua decomposição, vagando nas regiões umbralinas ou prisioneiros de obsessores,  não há previsão de tempo. Isso varia de espírito para espírito. É o tempo que levam para harmonizar sua mente e entenderem o apoio que está sendo dado a ele. Pois, há grupos de socorro para os Espíritos que sofrem. No Vale dos Suicidas, o grupo de trabalhadores são chamados de: Legião dos Servos de Maria, pois o Vale é chefiado pelo grande Espírito de Maria de Nazaré.
Para nós, encarnados, cabe a caridade da prece à esses irmãos.
Aliás, o fato que merece ser ressaltado nesta história, é que Divaldo não o auxiliou através da sintonia mediúnica, visto que ele não foi trazido à reunião. O médium, porém, prestou-lhe socorro por meio da prece.
Ah! O refrigério da oração! Possibilitou-lhe, de imediato, uma pausa (no torvelinho de seus sofrimentos), numa fração de tempo, quando ouviu o seu nome e se sentiu balsamizado pelo amor. 

Do livro: O Semeador de Estrelas
De: Suely Caldas Schubert                    

A  OMISSÃO  DOS  BONS

Divaldo conta que quando era funcionário de uma firma, um dia, chegou do Rio de Janeiro um alto funcionário para inspeção do serviço. Depois das apresentações, ele lhe disse:
-      Divaldo, quando acabar o expediente vamos a uma boate, está bem? Às 16 horas você passa no hotel, porque eu não conheço nada aqui.
Divaldo nunca tinha passado na porta, nem sabia direito o que era. Naquele tempo era chamado “cabaret”. Então, Divaldo pensou: “Meu Deus, como é que eu vou entrar?” Então, Divaldo foi se informar com um colega onde ele deveria levar o chefe. O rapaz indicou o “Rumba Dancing”. Agradecido, foi se preparar para levar o chefe ao passeio.
Na boate, o chefe dançou uma rumba, uma cucaracha, e Divaldo vendo aquilo pensou: “Meu Deus como as pessoas são ridículas!”  Porque, segundo Divaldo, não pode haver nada mais ridículo do que ficar sentado, olhando outra dançar. E o homem entusiasmado, perguntou:
-      Vai um Whisky?
-      Não senhor, não bebo.
Às 3 da madrugada sairam, Divaldo o levou ao hotel e foi para casa.
No dia seguinte, o homem propôs:
-      Divaldo, hoje outra!
O colega informante sugeriu o “Tabaris Night Club. Foram. No terceiro dia, foram em outra boate, em outra e outra . . .
No Sábado, ele falou a Divaldo:
-      Hoje é a despedida, porque amanhã retorno ao Rio de Janeiro. Você sabe, lá, vamos ao “Night and Day”.
-      Só que hoje não posso levar o senhor.
-      Mas, como?
-      Não posso, porque tenho um compromisso e gostaria de convidá-lo ao meu compromisso.
-      Mas, Divaldo, é festa?
-      Mais ou menos; não é tão animada . . . Mas é boa. É uma surpresa.
-      Hoje eu quero distrair-me muito.
-      Termina às 22 horas o meu compromisso, e creio que o senhor não vai me negar . . . Porque eu detesto boate e fui com senhor prazerosamente durante 4 noites, sem dizer nada. Não posso admitir que um carioca, meu chefe, uma pessoa culta do Rio de Janeiro, venha opor-se a ir comigo a um lugar onde quero levá-lo. Afinal, como o senhor vê, tenho bom gosto. Levei-o às melhores boates.
Ele silenciou, aquiesceu e Divaldo o levou ao Centro Espírita. Reservou para ele a primeira fila. Quando ele chegou, percebeu o ambiente, o povo. Ficou meio desconfiado, sentou-se e ouviu, aliás atentamente, a palestra. Abriram “O Evangelho Segundo o Espiritismo” de Allan Kardec, e Divaldo leu o texto e comentou, mas sem ferir, naturalmente . . . Mostrou a beleza da vida . . . Como se pode ser feliz, etc. Quando terminou, ele abraçou Divaldo e disse:
-      Foi o melhor lugar que alguém já me levou. Onde você me recomenda, no Rio de Janeiro? Sou ovelha desgarrada, já fiz de tudo . . . A minha família era espírita. Cheguei à adolescência, morando em Copacabana, você sabe . . . Mas, diga-me onde eu poderia freqüentar com tranqüilidade.
Divaldo deu um endereço. Até hoje são amigos. Ele dirige uma Casa Espírita.
Depois Divaldo perguntou-lhe:
-      Por que lhe comoveu as minhas palavras?
Ele respondeu:
-      Antes me comoveu a sua conduta. Porque você, um rapaz de 29 anos, acompanhou-me sem puritanismo, sem ser nem melhor nem pior; estava nas boates com a mesma naturalidade que estava no Centro. Nem fingia ser puro, nem dava a impressão de ser corrompido. Eu fiquei atento, com vergonha de você, mas não queria perguntar porque você era assim. Achei-o diferente.
Divaldo disse:
-      Os homens normais são diferentes, são autênticos.
O mundo necessita de exemplificadores, ou seja, pessoas que dê exemplos.
Devemos levar a Moral Cristã para o mundo, e não trazer o mundo imoral para dentro de nossa vida ou  da nossa Casa religiosa..
O exemplo é nosso cartão de visita.
O cristão é reconhecido pelas suas obras.
O espírita é um cidadão dinâmico e não um alienado. Nós devemos cooperar nas atividades que engrandeçam o mundo.
Nós devemos demonstrar nas atividades públicas a conduta espírita, assumindo os deveres do mundo sem nos tornarmos mundano, ser cristão na liça movimentada das realizações sociais.  Isolamento é egoísmo. O homem tem que progredir. O progresso só virá quando buscarmos auxiliarmos uns aos outros. É inútil e pernicioso nos queixarmos, se somos omissos.

Na questão 932  os espíritos disseram para Kardec que: “Por fraqueza dos bons é  que vemos com freqüência no mundo, a influência dos maus vencerem a influência dos bons. Porque os maus são intrigantes e audaciosos, e os bons são tímidos. E que, quando os bons quiserem, predominarão.”

Quando desenvolvemos o bem, neutralizamos o mal; e quando desenvolvemos o mal neutralizamos o bem.  E, se somos imagem e semelhança de Deus, somos bons.
Porque, como disse Divaldo P. Franco: “o mal é o bem ausente, isto é, o mal não existe. A treva é a luz apagada. Ao invés de amaldiçoarmos na escuridão, acendamos uma luz.”  Nem que nossa luz seja uma luz de 5 Watts, pois numa escuridão, qualquer luz clareia, e o que é melhor, atrai outros para perto desta  luz.
Em conflito com o Bem e o Mal, o Apóstolo Paulo disse: “o querer o Bem está em mim, mas não sou capaz de fazê-lo. Não faço o Bem que quero, e sim o Mal que não quero.”
Semelhante desvio é típico de um planeta de expiação e provas como a Terra, habitada por Espíritos em estágios primitivos de evolução, onde o egoísmo predomina, ou seja, a pessoa só pensa em seu próprio bem-estar, por isso, o Bem fica esquecido, adormecido, tímido . . .
Por isso, muitas  vezes, ouvimos os obsessores encarnados e desencarnados nos sugerirem o Mal. Por exemplo:
-      Você não vai beber ? Você é bobo  . . .
-      Você não vai usar drogas ? Você é babaca., . . .
Agora, perguntemos:
-      Por que eu tenho que ceder para o que é errado ?
-      Por que o errado não cede para o que é certo ?
Porque, como disseram os espíritos, o bem é tímido e o mal audaciosos.
Respeitemos o livre arbítrio dos que querem seguir o mal, mas vamos exigir respeito quanto ao nosso livre arbítrio.
Devemos expor o Bem, e não ceder ao Mal.

Mas afinal, o que é o Bem e o Mal?
O Bem é proceder de acordo com a Lei de Deus; e o Mal é desrespeitá-la.
Por isso, Jesus disse que a porta da perdição é larga, porque as más paixões são numerosas, e o caminho do mal é freqüentado pela maioria. E o da salvação é estreita, porque o homem que quer ultrapassa-la deve fazer grandes esforços sobre si mesmo para vencer as más tendências. Porque o egoísmo não nos deixa ver nossas chagas para que possamos curá-las.
Nesta frase, Joanna de Ângelis explica como o Mal se agrava: “Acostumado à lei da selva, o espírito atormentado retorna à carne enfurecido pelas paixões que o torturam e das quais não deseja se libertar, favorecendo facilmente para que as lembranças assomem ao consciente e se reincorporem à personalidade atual, causando as trágicas manifestações da barbárie que ora aterra todas as criaturas.”

A  FELICIDADE  DE  BEZERRA  DE  MENEZES


Conta Divaldo Franco: Um dia perguntei ao Dr. Bezerra de Menezes qual foi a sua maior felicidade quando chegou ao plano espiritual. ele respondeu-me:
-      A minha maior felicidade, meu filho, foi quando Celina, a mensageira de Maria Santíssima, se aproximou do meu leito em que eu ainda estava dormindo (após a desencarnação), e, tocando-me, falou, suavemente:
-      Bezerra, acorde, Bezerra!
Abri os olhos e vi-a, bela e radiosa.
-      Minha filha, é você, Celina?!
-      Sim, sou eu, meu amigo. A mãe de Jesus pediu-me que lhe dissesse que você já se encontra na Vida Maior, havendo atravessado a porta da imortalidade. Agora, Bezerra, desperte feliz.
Chegaram os meus familiares, os companheiros queridos das hostes espíritas que me vinham saudar. Mas eu ouvia um murmúrio, que me parecia vir de fora. Então, Celina, me disse:
-      Venha ver, Bezerra.
Ajudando-me a erguer-me do leito, amparou-me até uma sacada , e eu vi, meu filho, uma multidão que me acenava, com ternura e lágrimas nos olhos.
-      Quem são, Celina? - perguntei - não conheço a ninguém. Quem são?
-      São aqueles a quem você consolou, sem nunca perguntar-lhes o nome. São aqueles Espíritos atormentados, que chegaram às sessões mediúnicas e a sua palavra caiu sobre eles como um bálsamo numa ferida em chaga viva; são os esquecidos da Terra, os destroçados do mundo, a quem você estimulou e guiou. São eles, que o vêm saudar no pórtico da eternidade . . .
E o Dr. Bezerra concluiu:
-      A felicidade sem lindes (limites) existe, meu filho, como decorrência do bem que fazemos, das lágrimas que enxugamos, das palavras que semeamos no caminho, para atapetar a senda que um dia percorreremos.
Bezerra de Menezes - nome amado e respeitado por todos - singelamente narra a Divaldo a sua mais comovente surpresa ao despertar no Mundo Maior.
Tem, a seu lado, Celina, a mensageira de Maria, o que por si só, basta para aquilatarmos a recepção merecida por ele. Celina ali está, radiosa, como nunca. Entre sorrisos e lágrimas de emoção ele vê chegar os entes queridos do coração, mas ouve um murmúrio que vem de fora. Celina o conduz até a sacada e o bondoso "médico dos pobres" depara-se com uma cena realmente comovedora.
Bezerra de Menezes foi Presidente da Federação Espírita Brasileira, no ano de 1895. Na sua gestão, Bezerra imprimia o cunho evangélico, a orientação pautada nos ensinamentos de Jesus, que eram por ele não apenas ressaltados, mas eminentemente sentidos e vividos.
Além dessa atuação decisiva à frente do Movimento Espírita, no final do século, Bezerra exercia várias outras atividades. Uma delas, a de doutrinador e dirigente de reuniões mediúnicas. A todas essas tarefas alia-se, evidentemente, a sua ação caritativa no desempenho de sua atividade profissional (médico) e na vivência em geral.
Pode-se imaginar Bezerra de Menezes atendendo aos desencarnados e encarnados com o mesmo e imenso amor que o caracterizava. Amor que o leva a permanecer entre nós e prosseguir no mesmo amorável atendimento aos que ainda estão jornadeando pela Terra e aos que estão em regiões de sofrimentos e de sombras no plano espiritual.
Ele mesmo, esse Espírito de escol, tem vindo ditar a Divaldo e outros médiuns as suas experiências no resgate de almas transviadas, que, padecentes, colocam-se em condições de receber a sua palavra permeada de amor.
Para quem resolve seguir a Jesus, a estrada é aspérrima, todavia, as bênçãos alcançadas transformam-se em felicidade indescritível que transcende ao nosso - por enquanto - estreito entendimento.

SUICÍDIO

No livro “Vida e Obra de Divaldo Pereira Franco”, Fernando Worm conta um episódio da mocidade de Divaldo, quando ele, recém entrando na Doutrina Espírita, torna-se presa da idéia obsessiva de suicidar-se. Subindo ao alto do Elevador Lacerda, em Salvador, aproximou-se do imponente parapeito daquela famosa edificação. No instante que ele cometeria a loucura, aparece-lhe Nair, sua irmã consangüínea desencarnada (também por suicídio), e diz com voz imperativa: “Pare, peço-lhe, não faça isto!”
Sacudido pelo impacto da visão, Divaldo desmaia e é salvo por populares.
Em O Livro dos Espíritos, o tema SUICÍDIO é abordado nas questões 943 a 957. Lá, os Espíritos esclarecem que os fatores que levam uma pessoa a perder a vontade de viver é:   “a ociosidade, a falta de fé, e a saciedade.
Quanto à ociosidade, Joanna de Ângelis nos recomenda que: “Tomemos cuidado com a hora vazia, sem objetivo, sem atividade. Cabeça ociosa é perigo a vista. Mãos desocupadas facultam o desequilíbrio que se instala. Preenche-a com uma leitura salutar, ou uma conversação positiva, ou trabalho que aguarda oportunidade para execução, ou uma ação que te proporcione prazer . . . O homem, quanto mais preenche os espaços mentais com as idéias do bem, mediante o estudo, a ação ou a reflexão, mais aumenta a sua capacidade e conquista mais amplos recursos para o progresso. Estabelece um programa de realizações e visitas para os teus intervalos mentais, nas tuas horas vazias, e te enriquecerás de desconhecidos tesouros de alegria e paz. Hora Vazia, nunca!”

 DIVALDO   E   CHICO  CONVERSAM    SOBRE   SEXO

Gostaria de falar a vocês o que desejaria ter ouvido, quando estava na adolescência. Jovem de dezesseis anos, na transição da adolescência, saído da Igreja Católica, não sabia como comportar-me. O sexo, para mim, era uma coisa horrível, pecado mortal, porque tive lavagem cerebral desde os quatro anos. Com essa idéia que me colocaram, era como se eu fosse assexuado e achava que as pessoas também o seriam, pois que, à época, pensar em sexo, era tido como algo imundo.
Com essa mentalidade, posteriormente, conheci Chico Xavier. Ele me convidou a almoçar na sua casa, em Pedro Leopoldo, com outros amigos. Eu olhava aquele homem calmo – à época Chico Xavier deveria ter trinta e oito anos ou quarenta, no máximo – bondoso, enquanto eu estava ardente, inquieto . . . Automaticamente, desejei atingir aquele estado . . . Na minha ingenuidade, perguntei-lhe:
-       Chico, será que um dia serei uma pessoa calma por dentro, sem estas ansiedades? Porque é horrível a gente querer liberar-se de um problema e ele estar dentro de nós . . .
Ele pôs a mão no meu ombro e me respondeu:
-       Aos dezesseis, dezoito anos, se você estivesse na minha condição de quase  quarenta  seria  um  prodígio . . . O fruto verde não tem sabor; o fruto maduro é saboroso, pois que realizou o seu ciclo, está salvo pela semente que vai perpetuar-lhe a espécie. Posso afiançar-lhe que chegará um dia em que você terá tanta tranqüilidade quanto a deseja . .
Fomos almoçar e, ao terminar, saindo da mesa, entre o seu e o quintal da casa de D. Luíza, sua irmã, havia uma laranjeira em flor. Tinha uma flor, e quando aspirei o perfume, Chico pegou-a, olhou-a, sorriu e disse-me:
-       Aí está a maravilha do sexo.
Fiquei surpreso. Ele prosseguiu:
-       Tudo na Natureza é sexo. A raiz que se introduz na intimidade da terra realiza o milagre da fecundação no subsolo, do qual extrai a seiva da vida para dar lenho, folhagem, flor e fruto. Tudo quanto se mescla da vida universal é sexo.
E começou a falar do sexo transcendente (muito elevado, sublime):
-       O lavrador que se dobra sobre a terra com a enxada que abre a cova no chão, para guardar a semente, é o preparador do tálamo nupcial para o milagre do desenvolvimento do grão . . .
Alongou-se em considerações, enquanto eu permanecia embevecido . . .
Meia hora, mais ou menos, depois, ele concluiu:
-       Aí estão suas respostas, meu filho, que André Luiz lhe veio trazer.
Peguei-lhe a mão, beijei-a e perguntei:
-       Como foi que você passou pela “ventania”?
Ele me olhou com ternura e me falou:
-       Um dia, que me pareceu muito difícil, fui para uma floresta em Pedro Leopoldo, onde mantinha contatos com Emmanuel, e lhe mostrei a minha deplorável situação de criatura humana. Pedi ao meu querido Benfeitor alguma palavra, algum conselho à alma. Ele, amoroso, narrou-me:
“Havia um rei que morava em um país de abundância e tudo ali era fecundo. Ele era nobre e generoso. A corte respirava opulência (abundância). Um sábio, porém, homem de idade, conversando com o monarca, sugeriu:
-        Senhor, está na hora de descer ao povo. É verdade que o povo está alimentado, mas necessita também de palavras . . . Fale ao povo para que ele o ame.
O rei respondeu:
-       Mas eu? Eu sou o rei! Descer ao povo é uma situação desagradável, indigna de mim.
-       Senhor . . . Dia chegará em que Sua Majestade desejará falar-lhe, mas o povo não quererá ouvi-lo . . .
        O rei não deu importância. Ocorreu uma grande seca na região e os grãos desapareceram, os celeiros diminuíram e o povo começou a gritar com fome.
        O sábio ministro voltou à carga:
-      Senhor, vamos ter uma guerra civil, exceto se Sua Majestade  for  à  praça e disser  ao  povo  que  está preocupado, que a corte também vive dificuldades. É verdade que há grãos, mas é para o exército, para a defesa do país, para manter-se a paz.
-       Mas eu, falar ao povo?
-       Senhor, o povo tem fome . . .
O rei não cedeu.
A fome cresceu, veio uma epidemia, o povo em desespero invadiu os jardins do palácio, e o rei se deu conta que estava sitiado (cercado), sob ameaças cruéis.
O rei chamou o sábio e perguntou-lhe:
        -  E agora?
        -  Embora tarde, ainda há uma solução: falar ao povo, da sacada da janela.
        -  Eles me apedrejarão, as pessoas . . .
        -  É o risco que deve correr.
Como a situação piorasse, sem outra alternativa, o rei foi à janela, recebeu algumas pedradas, porém o povo, ao vê-lo, acalmou-se, enquanto alguém gritou:
        -  Ouçamos o que o miserável tem a dizer . . .
        No grande silêncio, o monarca falou:
        -  Calma . . . Todos dizem que o rei está feliz. Estarei? Alguém pode dormir  em  paz  com  o  sofrimento gritando ao lado? Só porque eu não me venho queixar? Dizem que nós temos celeiros abarrotados. Deverei dar toda a comida  que se acabará em uma semana, para que o inimigo entre na cidade e nos destrua, enquanto nossos soldados famintos vendam a alma? O rei também tem problemas . . . O palácio é uma ilusão . . . Cheio de hipócritas, também hipócrita é o rei. Eu tenho necessidades, ajudem-me! Nem eu ficarei no trono, nem vocês me apedrejarão, e juntos deixaremos passar esse período difícil até que volte a abundância.
O povo, que nunca tinha pensado nos problemas do rei, anuiu (concordou). Fizeram um pacto; abriram-se as portas do palácio e os alimentos foram repartidos equanimemente (de maneira justa). Passou a época da seca e o reino foi salvo.”
Então redargüi:
 – Eu não entendi!
Emmanuel explicou-lhe:
-       O reino é o corpo, o rei é o espírito, o trono é a consciência. Enquanto se é jovem, os automatismos (movimento maquinal) nutrientes mantêm todas as células – que são o povo – alimentadas. À medida que o corpo amadurece e os fenômenos biológicos passam a ser exigentes, vem a fome. De repente, o aparelho genésico tem fome e começa a pedir o seu alimento. Negar-lhe, é provocar a guerra. Dar, é provocar-lhe a consumição (enfraquecimento). Tem que haver diálogo. Dialogar para que haja paz, armistício. Tem-se que amar os revoltados, para que, eles amem a quem os absorve.
O médium explicou-me:
-       Eu fechei os olhos e comecei a descer do meu trono. Fui descendo, e quando cheguei à área genésica tinha a impressão que cada célula fazia lembrar-me um caroço de feijão agitando-se, protestando. Aí, eu disse:
-       Gente, o que é que há? Vocês estão pensando que estou contente com essa situação? Vocês revoltados, e eu com sede? Vim aqui para negociarmos. Vocês querem hormônios. Eu também preciso de hormônios. Vocês querem eliminar os excessos, e eu desejo receber ajuda. Vou fazer-lhe uma proposta: como tudo é sexo, vou pedir que os excessos subam até aos centros da mediunidade psicográfica, para serem aplicados no trabalho das tarefas mediúnicas. Não será necessário eliminar. Eu entrarei em êxtase de outra natureza, intercambiaremos a paz e, juntos, teremos os nossos filhos, que são os livros. Então, as células balançaram a cabeça e disseram: - Vamos ver se dá certo. – Começaram a subir, eu senti-lhes o calor . . . Daí, toda vez que surge atrapalhação lá em baixo eu digo: - Subam em paz!

Aprendamos a permutar (trocar) ternura. Não pode haver nada mais delicioso que um olhar com um toque de ternura. Se estiver no programa, una-se a alguém. Ame. O amor é o alimento da alma. Feliz é quem ama. É extraordinário poder-se amar e ser amado. Todas as filosofias transcendentais recomendam: Amor sem apego, amor pelo amor, amor pelo prazer de amar . . .”
Deixo para vocês, como mensagem, nestes dias de tédio, de ansiedade, de violência, este apelo: o espírita é alguém que encontrou o ‘mapa do tesouro’. Sejam felizes até na dor. Não permitam que a tristeza tisne (manche) a alegria, nem a decepção os aflijam. Só o bem tem existência real e perene. Sejam felizes com a consciência tranqüila pelo dever bem cumprido. Muita Paz.

(Do livro: Elucidações Espíritas – Divaldo P. Franco)

AS PROVAS CIENTÍFICAS DA EXISTÊNCIA DE DEUS

Divaldo responde:

1)   Existe estudos ou obras recentes no campo científico sobre a existência de Deus?
R: Em Nova York apareceu uma obra literária perturbadora (As 7 provas científicas da existência de Deus) firmada por um homem admirável, o dr. Cressey Morrison, que durante 40 anos foi diretor do Museu de História Natural de Nova York. Diante da calamidade do ceticismo, que voltou a crescer na década de 60, ele resolveu fazer a sua colaboração. Assim, o dr. Cressey Morrison afirmou, na sua postura de acadêmico e homem de cultura, que acreditar em Deus não diminui a dignidade da criatura humana. E que Deus já não é mais entidade mitológica, mas a única fonte para explicar a realidade do Universo.

2)  Haverá, dentro da Ciência, evidências desta realidade?
R: O dr.Morrison estabeleceu que facilmente se pode demonstrar a existência de Deus. Ele se utiliza de uma experiência matemática, da chamada Lei das Probabilidades, para demonstrar de uma forma muito simples a realidade de Deus. Para realizarmos uma experiência de casualidade, por exemplo, ele propõe que reunamos 10 moedas e as enumeremos, em ordem crescente, de 1 até 10. Se as colocarmos no bolso, e tentarmos tirar a moeda número um, sem olhá-la, a nossa probabilidade de êxito é de uma vez para 10 tentativas falsas. Se devolvermos a moeda número um e tentarmos, de imediato, retirar a número 2, a nossa probabilidade de êxito será de uma vez em 100. Se devolvermos a moeda número 2 e tentarmos retirar a de número 3, a nossa probabilidade será de êxito em mil possibilidades. E se repetirmos a experiência, até retirarmos em ordem cronológica a moeda de número 10, a nossa probabilidade de êxito será de uma vez em 10 bilhões de experiências fracassadas. Logo, se analisarmos as condições da habitabilidade na Terra, veremos que alguém que pensou sobre elas. Não foi o acaso que criou as condições de nosso habitat.

3)   Em outras palavras, o senhor quer dizer que ocorreu um número muito grande de experiências bem sucedidas que respondem pela existência da vida e que só são explicadas pela existência de uma inteligência superior?
R: Comecemos pelo movimento de rotação do sol, que é de cerca de 1.600 quilômetros horários. Se, por acaso, este movimento fosse 10 vezes menor, o que eqüivale dizer de 160Km/h, a vida na Terra seria impossível. Os dias teriam 120 horas, assim como as noites. E durante as 120 horas de calor, a vida seria totalmente destruída pela excedência de luminosidade, pela ardência. E qualquer forma de vida que sobrevivesse morreria nas 120 horas de trevas, portanto de frio. Logo, alguém pensou sobre isso!
Se, por exemplo, o sol não se encontrasse a 150 milhões de quilômetros de distância, digamos que ele estivesse a 100 milhões, a vida seria impossível, porque os raios caloríficos seriam tão terríveis que absorveriam todas as águas e a vida desapareceria. Mas, se por acaso, o sol estivesse a 200 milhões de quilômetros de distância, a vida também seria impossível por falta de calor suficiente. Se, por acaso, a lua estivesse mais próxima da Terra, a vida seria totalmente impossível, porque a pressão magnética sobre as águas ergueriam marés tão altas que lavariam as cumeadas das montanhas e, através da erosão, destruiriam, duas vezes ao dia, todas formas de vida. Logo, alguém – ou algo – pensou matematicamente em como manter esse equilíbrio.
Se, por acaso, o fundo do mar fosse mais baixo dois metros apenas não haveria a vida na superfície da Terra, pois a água do mar absorveria o oxigênio e o gás carbônico e os seres vivos não poderiam respirar. Se, por acaso, a atmosfera da Terra, que mede 60 quilômetros, fosse menor, a vida seria totalmente impossível porque diariamente caem sobre a Terra milhões de aerólitos, pedaços de planeta. Se a atmosfera da Terra não houvesse sido necessariamente calculada, eles destruiriam a vida e provocariam milhões de incêndios diariamente. Logo, alguém pensou sobre isso!

4)   O instinto dos animais, segundo Morrison, seria outra prova da existência de Deus. Quais as bases argumentativas desta tese?
R: Ninguém sabe qual é a sede do instinto dos animais. É algo tão admirável que a Ciência ainda não localizou. Tomemos como exemplo o “nosso” João de Barro, pássaro que, quando chega a Primavera, sobe no galho mais alto da árvore mais elevada, coloca o bico na direção do vento e ele sabe de que direção virá o vento quando chegar o próximo inverno. Assim, o João de Barro constrói a casa colocando a porta no sentido oposto do vento de inverno. Se a porta for colocada errada, as suas crias morrerão. Mas o João de Barro não erra nunca.
Vamos usar outro exemplo: o instinto das enguias, que sabem que quando procriam, elas morrem. E elas, só podem procriar em águas muito profundas. Quando chega a época da reprodução, elas nadam milhares de milhas marítimas, de todos os lados, de todos os mares, de todos os oceanos onde estão, e vão reproduzir-se nas águas abissais das Bermudas. Ali elas se reproduzem e morrem. E os seus filhos? Sem saberem de onde vieram os seus ancestrais, nadam e voltam às águas de onde vieram os seus genes. E não erram nunca. Jamais foram encontradas enguias européias em águas americanas ou enguias americanas em águas européias. E esse instinto foi tão caprichoso que, sabendo que a enguia européia está mais longe do que a americana das águas das Bermudas, atrasa um ano a reprodução européia para chegarem todas ao momento da reprodução na América Central. É maravilhoso narrar a respeito dos instintos dos animais. Mas quem ensinou primeiro pássaro fez isso. E fazem-no até hoje. E Morrison afirma crer em Deus por causa também dos instintos dos animais.

5)   Nesta linha de raciocínio, o equilíbrio ecológico também evidencia a existência de Deus?
R: Vamos ilustrar este equilíbrio com um fato que ocorreu na Austrália. Os australianos desejavam transformar seu país em uma região agrícola, mas a colocação da Austrália não permitia grandes plantações. Os ventos que sopram do mar, em determinadas épocas, destruiriam as mudas. Surgiu uma idéia: plantar cercas vivas, que se transformariam em paredes contra os ventos. Importaram uma cactácea e naturalmente não havia na Austrália nenhum inimigo natural para este tipo de cactos. O resultado inicial foi excelente. Só que os australianos não se deram conta de que esses cactos se multiplicavam com muita rapidez. E em breve eles constituíram-se em uma verdadeira praga. Os australianos usaram tratores, usaram lança-chamas, e não havia solução, porque o vento carregava o pólen e os cactos continuava a se multiplicar. Dez anos depois, a Austrália havia perdido uma área correspondente à das ilhas Britânicas. Foi dado um alarme internacional e houve um congresso na cidade de Sidney. Entomologistas do mundo inteiro reuniram-se para estudar uma forma de acabar com os cactos e chegaram à conclusão de que só havia uma fórmula: conseguir um besouro que gostasse de cactos e que também se reproduzisse muito. E encontraram este besouro no Brasil, na Amazônia. Os insetos começaram a comer os cactos na Austrália e a multiplicar-se. De repente, os australianos ficaram apavorados: “Quando acabarem os cactos, o que faremos com os besouros?”
Mas a ecologia manteve o equilíbrio. Na medida em que os cactos diminuíram, os besouros também diminuíram, mantendo a harmonia ecológica. E esse fenômeno é tão extraordinário que não ocorre por acaso.

6)  Com base em tudo o que o senhor argumentou, e que Morrison estudou, a que conclusão podemos chegar sobre Deus?
R: O apóstolo João escreveu que Deus é amor. E somente através do amor podemos receber Deus. Allan Kardec, o codificador da Ciência, da Filosofia, e da Religião Espírita, também interrogou aos espíritos: “O que é Deus?” E os espíritos imortais responderam: “É a causa primeira de todas as coisas e a inteligência suprema do universo.” Allan Kardec volta a interrogar: “E que prova nós poderemos ter de Deus?” A resposta é comovedora pela simplicidade: “Tudo aquilo que não foi feito pelo homem, por Deus foi feito.” Eu era jovem quando tive a oportunidade de ouvir uma pessoa contar-me que um materialista, cheio de orgulho e vazio de cultura, chegou certa tarde à periferia de uma cidade e encontrou um camponês que trabalhava a terra. Era um daqueles entardecer em que o sol coroava o planeta por trás das montanhas. Fascinado pela natureza lírica, o materialista perguntou ao homem do campo: “Matuto, tu crês em Deus?” O modesto trabalhador tirou o chapéu de palha, em respeito ao nome pronunciado, e disse: “Eu creio em Deus!” E o orgulhoso, então, perguntou-lhe: “Se tu crês em Deus, mostra-me um lugar aqui onde está Deus?” O homem do campo olhou ao derredor e na sua simplicidade respondeu: “Eu não posso doutor, mas agora eu queria pedir ao doutor que me mostrasse aqui um lugar ‘adonde’ Deus não está."

(Parte da entrevista com Divaldo Pereira Franco em Catanduva, em 30 de setembro de 2002)


Questão 11:

Kardec perguntou: Será que um dia compreenderemos o mistério da Divindade?

Os Espíritos responderam: “Quando vocês não mais estiverem obscurecidos pela matéria e, pela sua imperfeição, se tiverem aproximado d’Ele, então vocês O compreenderão e O verão.” E Allan Kardec, comentando esta resposta, nos diz: “A inferioridade das faculdades do homem não lhe permite compreender a natureza íntima de Deus. Na infância da Humanidade, o homem O confunde muitas vezes com a criatura, cujas imperfeições lhe atribui; mas, à medida que seu senso moral se desenvolve, seu pensamento penetra melhor o fundo das coisas; e ele faz então a respeito d’Ele uma idéia mais justa e mais conforme com a boa razão posto que sempre incompleta.”


JESUS É O GOVERNADOR DO NOSSO PLANETA?

Segundo Divaldo Pereira Franco, os Espíritos amigos lhe contaram que num determinado período da Guerra Fria (entre os anos 50 e 60), quando Estados Unidos e União Soviética estavam a ponto de um confronto nuclear, os Mentores que administram a economia moral na Terra recorreram a Jesus, apresentando a paisagem vergonhosa da cultura e da civilização, as ameaças de extermínio. Nos armazéns de artefatos nucleares havia, em depósito, armamentos que poderiam destruir a Terra inúmeras vezes, reduzindo o planeta a asteróides, à semelhança das partículas de gelo que giram em torno de Saturno, formando os seus anéis luminosos. O Senhor, Autor da Terra, então, destacou mensageiros especiais para impedirem a calamidade que se agigantava, mediante ameaças contínuas. Nesse momento, aquelas disputas foram desviadas, e os cientistas passaram a concentrar-se na Lua, como sendo o lugar estratégico para a deflagração da guerra. Estados Unidos e Rússia começaram a pesquisar, aplicar verbas, criar artefatos mais sofisticados, apostando quem primeiro chegaria a Lua. Nesse meio tempo, as visitas diplomáticas, a maturidade dos povos aumentaram; enquanto as guerras do Sudeste asiático foram diminuindo de intensidade e, já a partir de 1969, quando o primeiro homem pousou na Lua, surgiu maior interesse pela conquista do Sistema Solar, aplicando-se verbas para se conhecer melhor o Universo.
Mais tarde, (entre os anos 70 e 80) o presidente norte-americano, alucinado pelas vaidades hollywoodianas, estabeleceu o programa militar “Guerra nas Estrelas”, cujo princípio era o de salvar ou exterminar o planeta, gerando um tipo  de destruição na qual  não houvesse nenhum  sobrevivente, mas, também, nenhum  vencedor. . .
Os Estados Unidos utilizariam o satélite para detectar mísseis, e poderia assim, destruí-los no ar, antes que ele alcançasse o alvo, ou então, apertaria um botão para disparar mísseis e exterminar o planeta. O que parecia coisa de filme, passou a ser realidade.
Disse Pietro Ubaldi, com muita propriedade, que “uma guerra nuclear será a desgraça do vitorioso.”
Vimos os danos derivados do problema da grande usina soviética de Chernobil que, apresentando uma falha, produziu uma onda radioativa que por pouco não cobriu toda a Europa, e a sua contaminação chegou quase ao Canadá. Numa guerra dessa natureza, o vencedor tombaria sobre o vencido, por causa da radiação das moléculas, espalhando a morte em toda parte.
Nesse momento, quando se planejava a “Guerra nas Estrelas”, a Divindade apresentou um homem da envergadura de Gobarchev que, sendo considerado ateu, e que poderia destruir o Ocidente, sugeriu a paz. Em Helsinque, ele propôs o desarmamento dos foguetes de pequeno alcance, e depois deslumbrou o mundo, ao abraçar as pessoas no meio da rua, desprezando a vigilância da guarda. Este homem, que tem carisma semelhante ao de Gandhi, veio exterminar a guerra nuclear, começando a desarmar as ogivas intercontinentais, de grande alcance.
Assim, a Divindade interferiu, enviando missionários à Terra, para mudar a estrutura feroz dos sonhadores da anarquia e da destruição.
Muitos, ainda pensam que, Deus e Jesus estão sentados em tronos de ouro sem trabalhar . . .
Em João 5:17, Jesus disse: "Meu Pai continua trabalhando até agora e eu também trabalho."
A casa do Pai é o Universo, e é de lá que Ele administra as várias moradas, controlando as ações dos vaidosos, orgulhoso, e egoístas que acham-se donos do mundo.

ESPÍRITAS NÃO COBRAM PELA MEDIUNIDADE

O médium Divaldo P. Franco fala sobre a venda da mediunidade: "A venda de recursos mediúnicos não se consuma exclusivamente por dinheiro, porque se pode trocá-la por presente, por concessões, pelo envaidecimento e por várias outras modalidades mais ou menos sob disfarce. Nós, médiuns, devemos acautelar-nos, constantemente, contra os perigos da SIMONIA INDIRETA (venda ilícita das coisas sagradas), inclusive para com aqueles que fazem parte do nosso círculo íntimo, ou os que nos propiciam conforto e facilidades.
Lembro-me, aqui, de um querido confrade, médium seguro, que exerceu a mediunidade caritativa por largos anos numa modesta construção no fundo do quintal de sua casa. Esse homem de vida santificada carregava uma prova dolorosa: a esposa era alienada mental, a filha sofria de ataques epilépticos e o filho vivia atormentado por Espíritos vingativos. Granjeava recursos para a manutenção daquele lar com a execução de modestos serviços em profissão humilde, que ele executava um sua casa mesmo. Um dia, após atender pessoa portadora de um problema muito grave, notou que tal pessoa deixava boa soma de dinheiro num envelope aberto em cima da mesa, retirando-se em seguida. Levantou-se às carreiras e foi ter com a pessoa: "SENHOR, ACHO QUE ESQUECEU ESTE DINHEIRO NA MESA EM QUE TRABALHO." Resposta do doador: "NÃO, NÃO ESQUECI. PERCEBI QUE O SENHOR TEM PROBLEMAS FINANCEIROS E DE SAÚDE DE SEUS FAMILIARES E, COMO DISPONHO DE MUITOS RECURSOS, QUIS AJUDÁ-LO A AMENIZAR AS DIFICULDADES COM QUE SE DEFRONTA."  Respondeu o médium: "NÃO BONDOSO AMIGO, NÃO POSSO ACEITAR." O doador não entendia a recusa e argumentou: "MAS, POR QUE NÃO PODE? O SENHOR NÃO ME PEDIU NADA, ESTOU DANDO É PARA SUA FAMÍLIA, SUA ESPOSA E OS FILHOS ENFERMOS; COM ESTE DINHEIRO E SENHOR PODE MINORAR O SOFRIMENTO DELES." O médium respondeu: "PERDOE-ME SE NÃO CONSIGO FAZER-SE ENTENDER. SE MINHA MULHER E MEUS FILHOS ESTÃO AO MEU LADO PASSANDO PROVAÇÕES E VICISSITUDES, É PORQUE DEVEM ÀS JUSTAS LEIS DIVINAS QUE NOS LEVAM AO RESGATE, PARA NOSSO BENEFÍCIO. POR FAVOR, NÃO INSISTA, NÃO DESTRUA, NUM SEGUNDO, O QUE LEVEI 30 ANOS PARA EDIFICAR." Dito isso, passou o envelope para as mãos do doador e voltou ao barraco onde exercia a mediunidade com verdadeiro amor e santidade."
Portanto, devemos lembrar que, há médiuns espíritas e médiuns que não são espíritas. Os médiuns que querem exercer sua mediunidade dentro da Doutrina Espírita, devem seguir as regras trazidas pelos Espíritos, através de outros médiuns e organizado por Allan Kardec. A mediunidade é uma faculdade concedida por Deus às criaturas, que nada pagam por ela. Por isso, quando desenvolveu a mediunidade nos seus discípulos e os mandou trabalharem com ela em favor da humanidade, Jesus lhes disse: "De graça recebestes, de graça daí." (Mt. 10). O mestre não somente recomendou o exercício gratuito da mediunidade, Ele o exemplificou, nada cobrando dos discípulos pelo desenvolvimento mediúnico que neles promoveu e jamais cobrando nada de ninguém por qualquer das obras espirituais que realizou, inclusive as curas. E, ao expulsar os vendilhões do Templo de Jerusalém, deu enérgica demonstração de que não se deve comerciar com as coisas espirituais, nem torná-las objeto de especulação ou meio de vida. Deus quer que a luz chegue a todos, não quer que o mais pobre dela fique privado e possa dizer: "não tenho fé, porque não a pude pagar; não tive o consolo de receber encorajamentos e os testemunhos de afeição dos que pranteio, porque sou pobre." Os médiuns são apenas os intermediários mas, os espíritos é que falam, escrevem, ensinam, produzem fenômenos. Como vender o que não se originou de nossas idéias, pesquisas ou qualquer outra espécie de trabalho pessoal? Como receber pelo trabalho dos espíritos uma paga em coisas materiais, que só a nós beneficia e não a eles? No caso de serem espíritos familiares e amigos, não nos repugna expô-los para, com isso, lucrar alguma coisa material? Como os bons espíritos não se prestam a esse comércio e se afastam, os que ficam junto do médium mercenário são espíritos levianos, pseudo-sábios ou até malévolos mas, no mínimo, ignorantes. Isto faz, muitas vezes, com que as informações não sejam corretas, sérias. O médium que vende seu trabalho mediúnico expõe-se à influência dos espíritos inferiores, dos quais se fez comparsa e cúmplice, e com isso compromete sua situação espiritual, presente e futura. "A mediunidade é coisa santa, que deve ser praticada santamente, religiosamente".
                                   
HISTÓRIA  DE  UM  ESPÍRITO

Há muitos anos, um Espírito apareceu a Divaldo (médium espírita, dirigente da instituição Mansão do Caminho da Bahia), e contou-lhe a sua triste história:
“Eu era  uma mulher bela, casada, também, com um homem muito atraente. Éramos felizes . . . até que um dia a beleza física dele nos desgraçou. Simpático, jovial e atraente, arranjou outra mulher mais bela e mais jovem do que eu. Uniu-se a ela, e disse-me:
A partir de hoje irei transferir-me de casa. Por você estar velha e desgastada, procurei outra mulher mais jovem para me estimular e dar colorido à minha vida.
Dizendo isso, arrumou suas malas e saiu.
Enquanto ele saía, dei um tiro em minha cabeça, para que ele ouvisse e tivesse remorso para o resto da vida. Suicidei-me . . . Não posso lhe dizer quanto tempo se passou . . . Senti o tormento que me veio depois do suicídio, a crueldade do ato impensado, o desespero que me proporcionou . . .
Tudo quanto posso lhe dizer é que agora eu me libertei, momentaneamente do tiro, da bala que partira minha cabeça. E meu primeiro pensamento foi ver o homem por quem eu destruí minha vida. Quis visitá-lo, e uma força estranha como um magneto  atraiu-me à uma casa majestosa, a uma mulher de meia idade e a um homem que estava atormentado e deitado em uma cama especial. Era meu antigo marido, portador agora de uma doença degenerativa. Estava desmemoriado, deformado, hebetado, teve também, derrame cerebral, estava sem cabelos, sem dentes, trêmulo sobre a cama . . . Uma verdadeira pasta de carne!
Então eu olhei, e pensei: - Meu Deus! Foi por isso que eu me matei!? Como fui tão apegada à matéria, que murcha e se decompõe mesmo em vida.
Hoje estou sofrendo moralmente! Como pude dar tanto valor à matéria! . . . Não confiei em Deus, e cheguei ao extremo de tirar minha vida por um homem que não a merecia, enceguecida por sua beleza física. Apeguei-me muito, a ponto de anular minha personalidade. Não podia viver sem ele.
Tem piedade de mim e de todos aqueles que estão presos às pastas de carnes que irão se decompor e morrer em breve tempo, mais breve do que esperamos.”
E o Espírito, saiu depressa, sem dar tempo de Divaldo falar com ela.

Dessa história, podemos tirar 3 lições:

1ª - Sobre o suicídio. A recomendação Espírita é: “Não se mate você não morre.” Suicidar-se pensando que vai fugir dos problemas, das aflições, das dores, é um grande engano. Além dos problemas, das dores e aflições atuais, arrumaremos mais um outro problema no futuro. Basta ler obras que contam as aflições dos suicidas no plano espiritual, e as conseqüências do ato na próxima encarnação. Colheremos o que plantamos.

2ª  - Procurar parceiros (as) visando beleza física e não espiritual, é outro engano. É uma ilusão. A beleza física acaba, mas a beleza espiritual permanecerá para sempre. Além da beleza física, muitos procuram o parceiro (a) pelo dinheiro e pelo sexo. Basta uma noite de prazer efêmero e já dizem estar “amando”. Não é amor, é paixão. A paixão é passageira, só o amor permanece em qualquer circunstância. Vemos muitos cultuando o corpo físico, mas acabam com a saúde nas bebidas, nas comidas, nas noites, nas drogas, no sexo desregrado, suicidam-se lentamente. Querem a beleza física para atrair um parceiro (a). Vivem de ilusão.
Na questão 969, os Espíritos disseram para Allan Kardec que:  “Muitos são os que acreditam amar perdidamente, porque apenas julgam pelas aparências, e que, obrigados a viver em comum, não tardam a reconhecer que só experimentaram um encantamento material! Não basta uma pessoa estar enamorada de outra que lhe agrada e em quem supõe belas qualidades. Vivendo realmente com ela é que poderá apreciá-la. Cumpre não se esqueça de que é o espírito quem ama e não o corpo, de sorte que, dissipada a ilusão material, o espírito vê a qualidade.”

3ª  - Ninguém é de ninguém. Ninguém é posse de ninguém. Quando amamos verdadeiramente a outra pessoa, nós queremos vê-la bem, feliz, seja lá com quem for. 

Divaldo com muita propriedade nos exorta:

-      É necessário libertar-nos dos apegos, das coisas escravocratas e seguirmos a direção do alvo, porque somos a flecha que o grande Arqueiro disparou.

DIVALDO QUASE CAI NUMA SILADA

Divaldo Franco (médium espírita) conta que foi pregar numa cidade, e hospedou-se numa residência onde havia predominância feminina. Era uma casa rica e ampla. Duas filhas casadas e outras solteiras. A família toda estava reunida para me receber. Logo notou o distúrbio na filha mais velha. Aquela ansiedade, a insatisfação, o desequilíbrio... Registrou a aura muito carregada e, pelo tom, interpretou o seu problema. Notou o drama de esposa que estava vivendo. Mas, foi à tarefa, retornou e deitou-se. Mais tarde, ouviu um ruído na porta e acordou assustado. Uma voz o chamava:
- Divaldo, Divaldo, me ajude! Abra a porta!
Levantou-se, vestiu o paletó do pijama e, quando segurou a maçaneta da porta, viu a mão de Joanna de Ângelis, muito alva, segurando a dele. Ela o alertou dizendo:
-      Não abra essa porta e fale muito alto.
Então exclamou:
-        Um minutinho, estou me vestindo.
Do outro lado vinha o sussurro:
-        Abra a porta!
Ele respondeu quase gritando:
-        Um momento, já vou. Vá chamar sua mãe.
Enquanto falava, ouviu o clique do interruptor na sala e o estalar de um golpe. Abriu a porta rapidamente: era o pai, que estava de vigília e esbofeteara a filha. Colocou-se à frente do genitor e indagou:
-        Mas, o que é isto?
O pai revoltado disse:
-        Minha filha é uma indigna! O marido está dormindo e ela veio te perturbar. Não podemos ter um hóspede em casa porque ela . . . E usou expressões muito vis.
Para defende-la ele disse:
-        Todavia, o senhor está enganado. O senhor me respeite! A sua menina está doente, me pediu socorro, mas, esqueci. Estava tão cansado! Você veio me pedir passe, minha filha?
-        Foi. – disse a moça.
Então, deu-lhe a mão, pediu ao pai que fosse chamar a esposa, e disse para que orassem. Fizemos o culto do Evangelho. Enquanto isso, ele via o obsessor – um espírito de baixa vibração moral que vampirizava a moça. Era uma obsidiada do sexo, assaltada por volúpia sem-fim; quanto mais buscava, pior ficava. Havia perdido a dignidade perante si mesma, odiando-se, porque o obsessor tramava o seu suicídio ou assassínio pelo marido. Era um drama do passado.  Após a leitura evangélica, magnetizou a água, aplicou-lhe um passe demorado. Quando terminou, ela deu um grito dizendo:
-        Mamãe, saiu algo de mim. – e abraçou a mãe chorando.
Até hoje são amigos. Ela é avó, educou aquela força negativa e canalizou os excessos para aplicar passes.
Revelou uma bela mediunidade curativa.
Imaginemos se Divaldo não tivesse Joana de Ângelis para alertá-lo. Quantos, dentro do meio espírita mesmo, não duvidariam de sua reputação. Quantos casos não vemos por aí de pessoas que dizem que “uma voz o mandou cometer um ato comprometedor”, quantos não se suicidam por incentivo espiritual.



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