quinta-feira, 22 de outubro de 2015

DEOLINDO AMORIM


Deolindo Amorim nasceu no dia 23 de janeiro de 1908, embora em seus documentos conste 1906, na cidade de Baixa Grande, Estado da Bahia e desencarnou no Rio de Janeiro, em 24 de abril de 1989. Filho de Deolindo Antônio de Amorim e Maria Flora de Amorim casou-se com Delta dos Santos Amorim, com quem teve os filhos: Paulo Henrique Amorim (jornalista e correspondente no exterior), e Marília dos Santos Amorim.
Nascido em família católica, converteu-se ao protestantismo, pela Igreja Presbiteriana da Bahia, nos anos de 1925/1926, tendo participado na grande campanha que os Crentes Evangélicos realizaram no Sul da Bahia em defesa da liberdade Religiosa, contra as emendas que na época se discutiam no Congresso Nacional. Chegou a ser selecionado para estudar em seminário evangélico para ser pastor, mas não chegou a fazer profissão de fé. Deixou o protestantismo ao ser admoestado por um pastor, quando lia um livro de literatura não evangélica, com as seguintes palavras: Olhe meu irmão, quem se dedica ao Ministério do Senhor, deve desprezar todas essas coisas.
Autodidata, sua vocação pela literatura manifestou-se cedo. Seus primeiros trabalhos sobre temas evangélicos foram editados quando contava 17 anos de idade, numa publicação protestante de Canavieiros, Bahia, denominada Noroeste Evangélico. Porém, foram anos de procura; tornou-se agnóstico, mas dúvidas e depressões estavam sempre presentes. Até que em 1935, foi convidado por um amigo, para assistir a uma reunião no Centro Espírita Jorge Niemeyer, no Rio de Janeiro, cidade onde morava desde quando serviu o Exército. Deolindo não só gostou da palestra e dos conceitos ali ouvidos, como tornou-se frequentador assíduo do Centro, passando a estudar também as obras básicas. Na primeira eleição, realizada após a sua conversão, foi eleito 1º Secretário da Entidade.
Aos 23 anos, já exercia atividades jornalísticas. No Rio colaborou com o Jornal do Comércio, passando depois para A Vanguarda. E, já, como jornalista profissional sindicalizado passou para O Radical. Foi fiel ao jornalismo até o fim de sua vida física.
Com sua vasta cultura e talento, somados à humildade que lhe era peculiar, foi redator do Mundo Espírita, jornal lançado no Rio de Janeiro, depois transferido para Curitiba, Paraná, e foi seu correspondente no Rio até os últimos dias de vida física. Colaborou com a maioria dos jornais e revistas espíritas do Brasil e exterior.
Em 1939, juntamente com Lins de Vasconcelos, participou da Coligação Pró-Estado Leigo. Foi também em 1939, em 15 de novembro, quando o Brasil comemorava o cinquentenário da Proclamação da República, que instalou e presidiu o I Congresso Brasileiro de Jornalistas e Escritores Espíritas.
Em 1948, juntamente com Leopoldo Machado e outros confrades, organizou o I Congresso de Mocidades Espíritas do Brasil. Foi secretário do 2º Congresso Espírita Pan-Americano, realizado no Rio de Janeiro, em 1949 e, posteriormente, eleito secretário da Confederação Espírita Pan-Americana (CEPA), durante o triênio em que esta Organização Internacional funcionou no Brasil. Deolindo Amorim lançou, no Brasil, métodos didáticos para a divulgação do Espiritismo e, com este objetivo, fundou a Faculdade de Estudos Psíquicos, que por sua vez, seria sucedida pelo Instituto de Cultura Espírita do Brasil (ICEB). Enquanto viveu, foi seu presidente. Dedicou os melhores anos de sua vida ao ICEB, implantando, ali, os Cursos Regulares do Espírito, como preconizava Allan Kardec.
Escreveu, entre outros, os livros: O Espiritismo e as Doutrinas Espiritualistas; Espiritismo e Criminologia; Africanismo e Espiritismo; Ideias e Reminiscências Espíritas; O Espiritismo e os Problemas Humanos; O Espiritismo à Luz da Crítica e os opúsculos O Sentido Imortalista do Pensamento de Leôncio Correia; 18 de Abril − Grande Data Espírita; Allan Kardec − o Homem, a Época, o Meio, as Influências, a Missão e O Pensamento Filosófico de Léon Denis.
Muitas de suas obras foram vertidas para diversos idiomas. Teve, também, alguns livros escritos em parceria com outros confrades e, após a sua desencarnação, mais alguns foram publicados, por iniciativa do jornalista e escritor espírita Celso Martins, que tem feito meticulosa pesquisa na imprensa nacional, reunindo os trabalhos de Deolindo e enfeixando-os em livros.
Formado em Sociologia pela Faculdade Nacional de Filosofia, da Universidade do Brasil, Deolindo Amorim possuía também os diplomas dos cursos de técnico de publicidade e de serviços sociais, além de ter sido funcionário do Ministério da Fazenda, onde ocupou altos cargos. Foi também membro da Academia de Letras do Estado do Rio de Janeiro, da Sociedade Brasileira de Filosofia, do Instituto Histórico e Geográfico da Bahia e da Associação Brasileira de Imprensa.
Ainda, no VI Congresso Brasileiro de Jornalistas e Escritores Espíritas, realizado em julho de 1976, em Brasília, foi fundada a Associação Brasileira de Jornalistas e Escritores Espíritas (ABRAJEE), ideal que ele e outros confrades acalentavam há anos. Deolindo foi o 1º Presidente dessa entidade.
Não é sem razão que Deolindo Amorim é o escritor e jornalista espírita brasileiro mais difundido no exterior. Sua cultura e dinamismo, a maneira clara de colocar os conceitos da Doutrina para o público, aliados à sua humildade, respondem por seu sucesso nos quatro cantos do mundo e, certamente, também no Plano Espiritual.


O Consolador
Revista Espírita

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