quinta-feira, 18 de junho de 2015

Espiritismo e sustentabilidade ambiental



Alguém dirá que não importa a forma de uma instituição espírita, o que conta é a qualidade dos serviços ali prestados nos dois planos da vida. De fato, dentre as funções mais importantes de um centro espírita destacaríamos a promoção dos valores cristãos através do exercício da caridade, do socorro aos necessitados, da divulgação da doutrina espírita e da educação mediúnica. Portanto, as instalações físicas da instituição e outros cuidados alusivos ao uso inteligente dos recursos ficariam em segundo plano. Entretanto, tentarei aqui demonstrar que a preocupação com a sustentabilidade conspira em favor da redução dos custos de manutenção da instituição – algo vital para qualquer organização filantrópica ou voluntária – e do exemplo que a casa espírita deve dar num momento em que experimentamos uma crise ambiental sem precedentes na história da Humanidade.
São muitas as vantagens ao alcance de quem tem a oportunidade de erguer uma nova construção para abrigar um centro espírita. Um projeto que contemple a entrada de luz natural reduz drasticamente o uso de energia para luminárias. Num país tropical, onde o sol brilha 280 dias por ano, em média, desperdiçar essa maravilhosa fonte luminosa é jogar dinheiro fora. Todas as lâmpadas devem ser florescentes. Embora mais caro, este equipamento dura mais e consome bem menos energia ao longo de sua vida útil. Deve-se privilegiar a ventilação natural, de preferência conhecendo previamente a corrente dos ventos da região.
Numa construção sustentável, ventiladores ou aparelhos de ar-condicionado só precisam ser ligados quando há necessidade. Em algumas instituições, as despesas com equipamentos de refrigeração são expressivas, e poderiam ser melhor destinadas a outras frentes de trabalho e assistência. Todos os equipamentos elétricos e eletrônicos eventualmente adquiridos devem ter, de preferência, o selo Procel marcando a letra “A” de máxima eficiência energética.
A coleta de água de chuva a partir do telhado, acumulada na laje em uma cisterna, assegura a disponibilidade desse recurso para múltiplos usos. A instituição poderá continuar usando água clorada e potável para beber, cozinhar e tomar banho. Para todos os demais usos – limpeza de pisos e janelas, rega de jardim, vaso sanitário, desentupimento de ralos ou bueiros etc. – a água da chuva poderá suprir a demanda sem custo financeiro para a instituição.
É recomendável aposentar as válvulas e usar as chamadas ”caixas acopladas” nos vasos sanitários, que reduzem tremendamente a demanda por água. Há equipamentos que liberam três litros de água por descarga, o que já assegura o asseio devido sem riscos para a higiene.
Em instituições espíritas que mantém atividades como creches, orfanatos ou asilos, onde o uso regular de chuveiros elétricos onera sensivelmente os custos mensais de manutenção, vale a pena encomendar um orçamento para a instalação de coletores solares.
São mais caros do que os chuveiros elétricos, mas dependendo da escala e do tamanho da conta de luz, a instalação dos coletores poderá ser compensada em dois ou três anos de uso. Depois, é só comemorar o que se deixa de pagar para a concessionária de luz e destinar esses preciosos recursos para outros fins.
Promover a coleta seletiva é algo simples, fácil, e requer um planejamento prévio que identifique o local adequado onde serão armazenados provisoriamente os recicláveis até a chegada de uma cooperativa ou da própria companhia de limpeza urbana que levará, enfim, esses materiais para o lugar certo.

Por: André Trigueiro
FONTE: 
http://paradigmaespirita.blogspot.com.br/2012_06_01_archive.html 

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