quinta-feira, 25 de junho de 2015

Aula de Evangelização: HUMILDADE


Objetivo: Conscientizá-los da importância que a humildade tem na elevação da criatura humana e do fato de que todos têm sua relevância no universo. Ajudá-los a ver que não existe superioridade verdadeira de um sobre o outro, só por causa da função exercida, do dinheiro, da posição ou das aparências.
1. Prece;
2. Colocar para eles a historinha "O burro de carga", faixa cinco do CD "Momento espírita para crianças", volume I.
* Verificar o entendimento da história. Em seguida, perguntar o que acharam da atitude do cavalo árabe, do inglês, do alemão, do jumento espanhol, do burro de carga e do rei.
2.1. Que sentimento levava os outros animais a tratarem mal o burrinho de carga? E este, por que não reagia?
* Ajudá-los a perceber que eles se sentiam muito superiores a ele. Esse sentimento tem o nome de orgulho. Já o burro que era humilhado era humilde, tinha consciência das suas fraquezas e não desprezava ninguém.
Ele não era simplesmente um fraco, como pensavam. Não reagia porque sabia ser falsa ou exagerada às acusações e passageira a glória dos outros.
2.2. Trazendo para nossa vida essa história, quem o rei e o burrinho representam?
* Ouvir e comentar respostas. Auxiliá-los a ver que o rei pode ser entendido como Deus e o burrinho como aquela pessoa humilde e trabalhadora, disposta à tarefa do bem a qualquer tempo.
2.3. Perguntar-lhes: na opinião de vocês, por que os outros animais contavam tanta vantagem a respeito de si mesmos?
* Após as respostas das crianças, comentar que provavelmente eles mesmos não estavam muito certos de terem as virtudes que alardeavam. Quando ficamos contando vantagem sobre alguma virtude, frequentemente queremos convencer a nós mesmos de que a temos. Quem é de verdade não precisa dizer: os outros simplesmente vêem. Assim, quem é inteligente de fato não precisa dizer que é, porque qualquer um pode perceber isso; quem é honesto, responsável ou bondoso não necessita gritar isso, ou tentar convencer os outros de que é muito menos desmerecer os méritos alheios para elevar os seus. Se as virtudes forem verdadeiras, elas se imporão por si. Observar que, muitas vezes, aquele que faz propaganda de uma virtude tem pouco mais do que ela de que se orgulhar.
3. Pedir que dêem exemplos de atitudes humildes.
* Após ouvi-los, dar alguns exemplos: reconhecer que nós também erramos.
Há muitas pessoas que pensam que os outros erram, mas que elas estão sempre certas. Em uma discussão, raramente conseguem perceber que o outro pode ter alguma razão. Em várias situações na vida, acham que a culpa pelos problemas é sempre de outras pessoas ou de Deus. Pedir desculpas, mesmo que não estiver totalmente convencido de que errou. Às vezes, erramos sem querer e não notamos, mas outras pessoas nos mostram nosso equívoco e é nosso dever moral pelo menos nos desculpar. Tratar com respeito àqueles que, teoricamente, são inferiores a nós. Se, em uma matéria, somos muito melhores que um nosso colega, não é certo que fiquemos "jogando isso na cara dele". Não ficar falando para os outros que somos isso e aquilo de bom. Tratar os que têm menos que a gente com o mesmo respeito que gostaríamos de ser tratados pelos que têm mais.
Aceitar ajuda - ninguém consegue fazer tudo sozinho. Reconhecer que não sabemos alguma coisa. Ouvir o que os outros estiverem falando. Mesmo que, em nossa opinião, eles estiverem falando besteira, pode ser que algo de proveitoso tenham a expor.
3.1. Pedir que citem atitudes orgulhosas.
* Todas as contrárias às que citamos no item acima, além de outras, tais como olhar com desprezo para uma pessoa mal vestida, não aceitar fazer um trabalho tido como inferior, como lavar vasos sanitários ou louças, não admitir críticas, não admitir nossa própria inferioridade. Não acreditar em Deus é um ato de extremo orgulho, porque faz com que a pessoa se julgue superior, sem ninguém acima dela. Querer que todos
tenham a nossa opinião. Achar que nossa palavra não pode ser contestada, que os outros devem fazer tudo como nós fazemos ou mandamos. Tratar as pessoas como se não precisássemos delas. Achar que os outros não merecem ter coisas boas que nós temos.
4. Existe vantagem em ser humilde? Qual?
* A pessoa humilde evolui mais depressa, porque reconhece seus defeitos e isso é o primeiro passo para os eliminar. A humildade leva a pessoa a cultivar outras virtudes, como o respeito, a paciência, a tolerância e a compreensão dos erros dos outros, esta porque sabemos sermos nós mesmos cheios de falhas. O humilde aceita com mais facilidade a vontade de Deus, o que faz com que seja mais tranquilo para ele cumprir sua missão aqui na Terra.
Por outro lado, o orgulhoso mente para si mesmo, porque se acredita muito melhor do que verdadeiramente é. Ele pode ofender muitas pessoas no caminho, porque seu orgulho não lhe permite ver que elas não são seres inferiores, que merecem ser tratados como tal. Aquele que alimenta o orgulho tem dificuldades na convivência com os outros, além de preparar para si mesmo momentos de sofrimentos, sendo vários deles ligados à percepção de quem realmente são, que muitas vezes vem de forma amarga.
Quem é humilde sabe servir ao próximo. Isso contribui não só para a evolução daquele que serve, mas também para a melhoria do planeta, para a paz na Terra.
5. Pedir que citem o nome de alguma pessoa muito humilde que conheçam ou de quem já tenham ouvido falar.
* Conduzi-los à percepção de que Jesus, além de ensinar a humildade através das palavras, exemplificou-a o tempo todo. Ele, o maior homem que já passou pela Terra, não humilhou ninguém com seu poder, com sua superioridade. Poderia, certamente, ter escolhido nascer rico, em meio a ouro e roupas bonitas. Teria todas as possibilidades de assumir o poder, de mandar nas pessoas da época, se assim quisesse. Se fosse orgulhoso, não quereria andar no meio de pobres, prostitutas, cegos e estropiados.
Não trataria a todos como seus iguais. Não chamaria a todos de irmãos, nem se curvaria diante do que percebia ser a vontade do Pai.
O Mestre nos disse que "Bem-aventurados são os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos Céus". Quis dizer com isso que a felicidade é para os humildes, aqueles que não procuram rebaixar os outros, que sabem se colocar na sua posição exata diante de Deus, de si e dos homens.
Jesus, ao pregar a humildade, sabia que ela é a mãe de outras virtudes muito importantes para o nosso crescimento.
Ele disse também que "Os exaltados serão humilhados e os humilhados serão exaltados". Isso significa que aqueles que buscam se elevar acima dos homens acabam se tornando os mais baixos diante de Deus, enquanto aqueles que fazem a vontade deste e aceitam servir ao semelhante elevam-se diante do criador.

* Contar-lhes a cena da Santa Ceia, em que Jesus lava os pés e as mãos dos doze apóstolos, que estavam com ele. Na época, essa tarefa era feita por escravos e, antes da chegada do nazareno, os seus companheiros discutiam à cerca de quem faria tão subalterna atividade. Após lavar-lhes os pés e as mãos, Jesus falou-lhes:
"Aquele que quiser ser o maior dentre vós, seja o menor", deixando claro que a verdadeira virtude está na humildade.

                                               O BURRO DE CARGA
No tempo em que não havia automóveis, na cocheira de famoso palácio real, um burro de carga curtia imensa amargura, em vista das pilhérias (piada, graças) e remoques (insinuação indireta e maliciosa) dos companheiros de apartamento (aposento separado; quarto; cerca). Reparando-lhe o pelo maltratado, as fundas cicatrizes no lombo e a cabeça tristonha e humilde, aproximou-se formoso (de forma bonita; belo) cavalo árabe, que se fizera detentor de muitos prêmios. Junto com o cavalo árabe, veio um potro de fina origem inglesa e falou ao burro de carga: 


- Triste sina (sorte, destino) a que você recebeu! Não inveja minha posição nas corridas? Sou acariciado por mãos de princesas e elogiado pela palavra dos reis! - Pudera! Como conseguirá um burro entender o brilho das apostas e o gosto da caça? O infortunado animal recebia os sarcasmos resignadamente. Outro soberbo (orgulhoso ao extremo; altivo, arrogante) cavalo, de procedência húngara, entrou também a comentar: - Esse burro é um covarde! Sofreu nas mãos do bruto amansador, sem dar ao menos um coice. É vergonhoso suporta lhe a companhia. 


Um jumento espanhol acercou-se e acentuou, sem piedade: Lastimo reconhecer neste burro um parente próximo. É um desonrado, um fraco, um inútil... Desconhece o amor-próprio! Eu só aceito deveres dentro de um limite. Se abusarem, pinoteio e sou capaz de matar. 


As observações insultuosas (injúria, ofensa) não haviam terminado, quando o rei penetrou o recinto, em companhia do chefe das cavalariças (ou, cocheira). 


Disse então o rei: - Preciso de um animal para serviço de grande responsabilidade – informou o monarca –, animal dócil e educado, que mereça absoluta confiança. O empregado perguntou: - Não prefere o árabe, Majestade? 



Não, não! É muito altivo (arrogante, presunçoso) e só serve para corridas em festejos semmaior importância. - Não quer o potro (cavalo novo) inglês? 




- De modo algum. É irrequieto (que não fica quieto, não para nunca) e não vai além das extravagâncias da caça. - E o húngaro? Não deseja o húngaro? 


- Não, não. É bravio (bruto, selvagem, bravo) e sem educação. É apenas pastor de rebanhos. 



 O jumento serviria? - De maneira alguma. É manhoso e não merece confiança. Decorridos alguns instantes de silêncio, o soberano indagou: 




- Onde está o meu burro de carga? Indicou o empregado ao rei: - Lá majestade? 


O próprio rei puxou-o carinhosamente para fora, mandou ajaezá-lo (enfeitá-lo) com as armas resplandecentes de sua Casa e confiou-lhe o filho, ainda criança, para longa viagem. 



Assim também acontece na vida. Em todas as ocasiões, temos sempre grande número de amigos, de conhecidos e companheiros, mas somente nos prestam serviços de utilidade real aqueles que já aprenderam a suportar servir e sofrer, sem cogitar de si mesmos.


Fonte: A Vida Fala II - "O burro de carga” de Francisco C. Xavier, pelo Espírito Neio Lúcio.




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