segunda-feira, 6 de abril de 2015

ALÉM DA MORTE



Saída do corpo, travessia de um túnel, visão de luzes sobrenaturais: os relatos de quem voltou do “lado de lá”.
O medo da morte já fez com que muita gente perdesse a alegria de viver. E, até recentemente, as correntes religiosas, filosóficas e científicas dominantes pareciam ter pouco a oferecer a essas pessoas angustiadas. Para as gerações mais velhas, era melhor nem pensar na morte. Pois o que isso trazia à memória eram as aulas de religião da escola primária, com suas descrições apavorantes do inferno e do purgatório, ou os livros materialistas lidos na adolescência, nos quais toda a consciência se extinguia com o último suspiro. Entre os cenários punitivos e a falta de qualquer perspectiva, havia pouco espaço para o conforto e a esperança.
Os jovens de hoje têm o privilégio de respirar uma atmosfera bem menos opressiva.
Graças ao fantástico progresso dos procedimentos médicos e das técnicas de reanimação, cada vez mais pessoas vêm sobrevivendo a episódios de morte clínica (caracterizados pela parada cardíaca). E os relatos que muitos fazem dessas situações-limite, daquilo que viram, ouviram e sentiram na trajetória interrompida para o “lado de lá”, apresentam uma nova visão da morte e da própria vida. Em lugar da angústia de caminhar para o completo aniquilamento, eles falam da certeza absoluta de que estavam apenas transitando de um plano a outro da existência. E, embora alguns reportem vivências aflitivas, talvez provocadas por memórias carregadas de culpa, a maioria descreve extraordinárias experiências de luz e plenitude, sábias reavaliações dos momentos vividos, encontros com seres carregados de compreensão, compaixão, amor e até mesmo bom humor.
Nos Estados Unidos, essa vivência incomum foi batizada com a sigla NDE, formada pelas iniciais da expressão Near Death Experience – Experiência Próxima da Morte, às vezes também traduzida como Experiência de Quase-Morte. Desde a década de 70, ela vem sendo estudada, com todos os requintes do método científico, por médicos, psiquiatras, psicólogos e tanatólogos – como são chamados os pesquisadores do fenômeno da morte. E foi feito até um levantamento de todos os casos de NDE registrados no território americano. Segundo essa enquete, realizada pelo Instituto Gallup, 5,2% da população adulta dos Estados Unidos já passou por esse tipo de experiência. Em números atuais, essa porcentagem corresponde a aproximadamente 13 milhões de indivíduos.
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Cumprida mais uma jornada na terra, seguem os espíritos para a pátria espiritual, conduzindo a bagagem dos feitos acumulados em suas existências físicas. Aportam no plano espiritual, nem anjos, nem demônios. São homens, almas em aprendizagem despojadas da carne. São os mesmos homens que eram antes da morte. A desencarnação não lhes modifica hábitos, nem costumes. Não lhes outorga títulos, nem conquistas.
Não lhes retira méritos, nem realizações. Cada um se apresenta após a morte como sempre viveu. Não ocorre nenhum milagre de transformação para aqueles que atingem o grande porto. Raros são aqueles que despertam com a consciência livre, após a inevitável travessia. A grande maioria, vinculada de forma intensa às sensações da matéria, demora-se, infeliz, ignorando a nova realidade. Muitos agem como turistas confusos em visita à grande cidade, buscando incessantemente endereços que não conseguem localizar. Sentem a alma visitada por aflições e remorsos, receios e ansiedades. Se refletissem um pouco perceberiam que a vida prossegue sem grandes modificações. Os escravos do prazer prosseguem inquietos. Os servos do ódio demoram-se em aflição. Os companheiros da ilusão permanecem enganados. Os aficionados da mentira dementam-se sob imagens desordenadas. Os amigos da ignorância continuam perturbados.
Além disso, a maior parte dos seres não é capaz de perceber o apoio dispensado pelos espíritos superiores. Sim, porque mesmo os seres mais infelizes e voltados ao mal não são esquecidos ou abandonados pelo auxílio divino. Em toda parte e sem cessar, amigos espirituais amparam todos os seus irmãos, refletindo a paternal providência divina.
Morrer, longe de ser o descansar nas mansões celestes ou o expurgar sem remissão nas zonas infelizes, é, pura e simplesmente, recomeçar a viver. A morte a todos aguarda. Preparar-se para tal acontecimento é tarefa inadiável. Apenas as almas esclarecidas e experimentadas na batalha redentora serão capazes de transpor a barreira do túmulo e caminhar em liberdade. A reencarnação é uma bendita oportunidade de evolução. A matéria em que nos encontramos imersos, por ora, é abençoado campo de luta e de aprimoramento pessoal. Cada dia de que dispomos na carne é nova chance de recomeço. Tal benefício deve ser aproveitado para aquisição dos verdadeiros valores que resistem à própria morte. Na contabilidade divina a soma de ações nobres anula a coletânea equivalente de atos indignos. Todo amor dedicado ao próximo, em serviço educativo à humanidade, é degrau de ascensão.
Quando o véu da morte fechar os nossos olhos nesta existência, continuaremos vivendo, em outro plano e em condições diversas. Estaremos, no entanto, imbuídos dos mesmos defeitos e das mesmas qualidades que nos movimentavam antes do transe da morte. A adaptação a essa nova realidade dependerá da forma como nos tivermos preparado para ela. Semeamos a partir de hoje a colheita de venturas, ou de desdita, do amanhã. Pense nisso.”

Site: www.espirito.org.br
espírito: Otília Gonçalves
psicografia: Divaldo Franco

FONTE: https://aprendizadoespirita.wordpress.com/page/3/

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