quinta-feira, 4 de setembro de 2014

USO DE ANIMAIS COMO COBAIAS CIENTÍFICAS: UMA VISÃO ESPÍRITA



Desde a antiguidade, pesquisadores valem-se de animais (cobaias) para obter testes científicos e ensaio das mais diversas espécies. O coelho foi uma das primeiras espécies utilizadas em pesquisas e presentemente camundongos e rãs são espécies de eleição para experiências nos laboratórios. Os bichos têm servido de cobaias para a prova de vacinas, medicamentos, produtos e substâncias, antes de sua liberação para o consumo humano, e também alguns procedimentos cirúrgicos, antes de serem aplicados entre os homens.
Andrea Vesalius, fundador da anatomia moderna, usava cães e porcos em demonstrações públicas de anatomia. Hoje em dia, ainda os cães têm sido cobaias para estudos dos sistemas cardiovascular, respiratório, gastrintestinal, endócrino e das técnicas de transplante. Contudo, havemos de convir que as pesquisas só publicam descobertas, porém não revelam fracassos.
O organismo de um animal não é o mesmo que o nosso. O maior fracasso do século XX foi a Talidomida, que foi testada amplamente em animais e depois colocada no mercado. O experimento em animais “não representa apenas um método cruel, e por isso mesmo antiético, mas é também destituído de validade científica.No interesse do homem e do animal, precisa ser abolida o mais rápido possível e substituída por métodos racionais.”
Aproximadamente um terço dos doentes com problemas renais crônicos destruíram sua função renal tomando analgésicos considerados seguros após aplicados em animais. Todos os medicamentos tóxicos retirados do mercado por exigência dos órgãos de saúde foram testados antes em experiências com animais.
Nos últimos anos, as muralhas do silêncio vêm sendo progressivamente demolidas pela imprensa, pelo rádio e pela televisão. Existem importantes movimentos de proteção animal que resistem para findar com a vivissecção.
Graças a Deus! Na atualidade, tem sido atenuado o uso de animais em ensaios científicos, pois foram desvendadas outras possibilidades eficientes. A exemplo de substâncias eficazes à base vegetal, que foram descobertas sem experiências com animais. Ressalte-se que a maioria das técnicas cirúrgicas frequentes não foram desenvolvidas em cobaias animais.
Os avanços em biotecnologia já permitiram substituir os bichos por computadores ou tubos de ensaios. Em diversos campos estão sendo utilizados processos alternativos, como in-vitro, com culturas celulares. As células estaminais já são uma alternativa e vão ser decisivas na substituição das cobaias. Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) desenvolveram um programa de computador que pode substituir o sacrifício de animais durante as aulas de fisiologia. O programa pode substituir o uso de animais nas aulas práticas de Fisiologia e Biofísica, ministradas nos cursos de Medicina, Ciências Biológicas, Enfermagem e Educação Física.
Apesar de milhões de animais torturados e mortos, a dissecação anatômica não conseguiu obter um resultado frente às epidemias do nosso tempo. Os progressos na pesquisa da AIDS não se fundamentam em experiências com animais, porém na epidemiologia, na observação clínica dos doentes e nos estudos in-vitro com culturas celulares. Ante a falácia de que os animais são utilizados em benefício da saúde pública, devemos nos lembrar que eles são seres vivos que sentem dor e que sofrem, por isso somos responsáveis por eles. Como é que experiências toxicológicas – durante as quais os animais são envenenados de forma mais ou menos rápida – podem ocorrer sem tortura e dor, sem sofrimento terrível para o animal atingido? São muitas experiências que representam para o animal um sofrimento atroz, que normalmente só termina com a morte.
O cientista austríaco Friederike Range, da Universidade de Viena, liderou um estudo sobre emoções caninas e atesta que certos animais possuem um sentimento ou emoção mais complexa do que normalmente atribuiríamos a eles. Para além das considerações filosóficas, evidências práticas e científicas sugerem que todos os mamíferos possam sentir algo semelhante à dor e ao prazer humano, embora que qualitativa e quantitativamente diferente.
A ética na experimentação com animais é uma preocupação muito antiga, fundamentando-se na necessidade de se ter consciência de que o animal é um ser vivo que possui hábitos próprios de sua espécie, inclusive o natural instinto de sobrevivência, sendo sensível a dor e a angústia. O que o Espiritismo explica sobre os animais? Eles têm alma? Progridem? Ou serão sempre animais? Eles sofrem? Os Benfeitores do Além afirmam que os animais não têm alma como nós humanos, mas têm um princípio espiritual que “sobrevive ao corpo físico após a morte”, ou seja, a alma dos animais “conserva, após a desencarnação, sua individualidade; porém, não a consciência de si mesma, apenas a vida inteligente permanece em estado latente.”
Quando estivermos mais espiritualizados, enxergando nos animais os irmãos inferiores de nossa vida, o sacrifício dos animais em laboratório não terá mais razão de ser. “O homem espiritual do futuro, com a luz do Evangelho na inteligência e no coração, terá modificado o seu ambiente de lutas, auxiliando igualmente os esforços evolutivos de seus companheiros do plano inferior, na vida terrestre.”
É bem verdade que o instinto domina a maioria dos animais; “mas há os que agem por uma vontade determinada, ou seja, percebemos que há uma certa inteligência animal, ainda que limitada.” Rememoremos que os bichos “não são simples máquinas, embora sua liberdade de ação seja limitada pelas suas necessidades, e, logicamente, não pode ser comparada ao livre-arbítrio humano. Os animais, sendo inferiores ao homem, não têm os mesmos deveres, mas eles têm liberdade sim, “ainda que restrita aos atos da vida material.”
Os animais pensam, mas não raciocinam; os animais têm memória, e recorrem a ela; aprendem com o acerto e com o erro, e não com o raciocínio. Evidentemente, não conseguem teorizar, abstrair, prever eventos, solucionar problemas, mas são, de fato, mais inteligentes do que imaginamos. Estão em processo de evolução e, nesse sentido, devemos considerar que possuem, diante do tempo, um porvir de fecundas realizações, e através de numerosas experiências chegarão um dia ao chamado reino hominal, como, por nossa vez, alcançaremos, no escoar dos milênios, a situação de angelitude.
A escala do progresso é sublime e infinita. Considerando que os animais estão em processo de crescimento espiritual, “busquemos reconhecer a infinidade de laços que nos unem nos valores gradativos da evolução e ergamos, em nosso íntimo, o santuário eterno da fraternidade universal.”


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