terça-feira, 2 de setembro de 2014

CORAGEM


     A coragem da fé!
    Ante o estrugir das lutas ásperas que espocam em toda parte, a coragem desempenha papel preponderante, sem a qual falecem os ideais e se enfraquecem as forças com que se deve pelejar.
    Muitos fogem atemorizados e perdem as batalhas antes de enfrentá-las.
    Outros se entregam ao desânimo injustificável e se recusam as oportunidades de vitória.
    Diversos meditam, receosos, e refugiam-se na insensatez, aguardando triunfos a que não fazem jus, desarticulando as expressivas construções da Lei, fracassando, por isso mesmo, lamentavelmente.
    Constituem a caravana dos frustrados, assoberbados pela revolta que os sevicia árdua e penosamente.
    Passam em legiões, desarmados de coragem, porque se negam à bênção do esforço em prol da renovação íntima e do entusiasmo sadio.
    Essa energia que sustenta essa força moral que induz ao êxito - a coragem!
    A coragem é consequência natural e legítima da fé. Abastecida pela resistência do amor, consubstancia os valores do ideal e eleva o homem às     culminâncias do triunfo.
    Coragem, porém, não significa irreflexão, desatino, temeridade, mas, denodo, intrepidez. . .
    A coragem é calma, segura, fonte geratriz de equilíbrio que fomenta a vida e eleva o labor às cumeadas da glória.
    Não infiras, como resultado dos desaires em que sucumbes que tais são desavisos ou desarticulações da Providência.
    Nada de fora pode impedir a eclosão da coragem, e principalmente, da coragem da fé, a mais relevante.
    Dizem que há conjunturas impeditivas, que a obstaculizam. Todavia, irmã da liberdade inerente à consciência de que todos somos dotados, é mister eleger a fé e esposá-la. Para tanto, fundamental alicerçá-la na razão que é vital para a coragem desdobrar-se em dádivas santificantes.
    No turbilhão que te envolve, não descoroçoe as concessões da coragem, malbaratando-as na inutilidade.
    Não fosse à coragem, os pioneiros, os heróis, os sacerdotes, os santos, os sábios e os mártires da Humanidade não haveriam logrado a grandeza a que se propuseram, alçando o homem aos zênites das conquistas de vária ordem.
    Experimentaram o ácido da impiedade generalizada, provaram os acicates da zombaria, sofreram a crueza das perseguições sob as quais elevaram os padrões humanos a excelência da solidariedade, do amor, do conforto, da felicidade.
    Hei-la anônima, valorosa em muitas expressões:
   a coragem da paternidade responsável;
   a coragem de perseverar na verdade;
   a coragem de amar desinteressadamente;
   a coragem de ceder, quando poderia deter;
   a coragem de dar a vida para que outros a ganhem;
   a coragem de cultivar a humildade;
   a coragem de sofrer a injustiça, em silêncio, perseverando enobrecido;
   a coragem de vencer-se primeiro. . .
    Diz-se que há guerras e hediondez; apontam masmorras superlotadas de inocentes; referem-se a populações dizimadas pela fome e vencidas pelas enfermidades. . . Sim, há tudo isso e muito mais. . . Todavia, existem os ideais de redenção, os esforços da abnegação, as obras de engrandecimento moral e social, os gestos de heroísmo e sacrifício e, estoico, o bem em todo lugar cantando poemas de beleza, em nome da coragem da fé, na certeza do amor inefável de Nosso Pai, doando-nos a vida, na direção da Vida Perfeita.

Joanna de Ângelis
Divaldo P. Franco

Celeiro de Bênçãos

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