segunda-feira, 18 de agosto de 2014

FIGUEIRA SECA


“... Deus, então, lhe retirará um dom que se tornou inútil entre as suas mãos; a semente que não souberam semear..." (ESE, cap. XIX).

Uma das parábolas mais controversas do Cristo é aquela em que ele vai até a figueira e a vê sem frutos. Sua atitude é de ordenar que a árvore jamais produza frutos novamente, uma maldição que teria matado a árvore não muito depois.
Mas, Jesus amaldiçoando uma obra de Deus não é compatível com o que dele conhecemos. Ele, que só falou de amor, bondade, caridade, perdão, não desejaria a morte e a infertilidade.
Só podemos concluir que Jesus sabia que a árvore estava doente e quis, como em outras vezes, aproveitar o momento para deixar um alerta, uma lição. E qual seria? O que precisamos enxergar?
Em O Evangelho Segundo o Espiritismo essa parábola é explicada por Allan Kardec. E lendo os textos espíritas podemos perceber que, assim como em outras parábolas (por exemplo, a dos Talentos), Jesus nos fala de produtividade.
Uma árvore nasce para dar flores e frutos, sombra e oxigênio, se não o faz, para que manter-se vivendo e ocupando espaço? Assim é com a natureza em geral, tudo tem o seu sentido, o seu objetivo, seu fruto a dar.
Não é diferente com os homens. Se o espírito, uma vez encarnado, foge à produtividade que eleva que constrói que soma esforços e resultados para seu próprio bem e o bem comum, para que deve manter os dons que a vida lhe forneceu?
Um palestrante espírita que se preocupe mais com a satisfação da sua vaidade que com o conteúdo que divulga, não merece manter o privilégio da voz; um médium que ao invés de se preocupar com o objetivo de ser nobre intermediário entre encarnados e desencarnados, preocupando-se em ganhar admiração para satisfazer-lhe o ego e receber benefícios de ordem material, não tem mérito para continuar fazendo ponte para bons espíritos, ficando a mercê dos que o utilizam para enganar e desviar do caminho reto os incautos; uma instituição que, usando da fachada do serviço solidário, seja mais uma fonte de defesa de interesses pessoais e disseminação de mentiras, não pode continuar indefinidamente existindo e iludindo os fracos de alma.
Quando e como a "maldição" de não dar frutos acometerá a estes e outros que não produzam o fruto do bem como deviam, enterrando seus talentos, não sabemos. Somente quando a alma amadurecer e estiverem aptos para tentar de novo, poderão cogitar de nova oportunidade redentora, com os dons perdidos pelo mau uso.
Por isso, sabendo que os incautos demoram a perceber em que buraco se meteram, confundidos pelo orgulho e pelo egoísmo, é que o Cristo diz que não darão mais frutos... O tempo, conforme o ato pode demorar a passar.
Esse alerta serve para todos nós.
Que frutos andamos produzindo?
Que uso temos feito dos dons que o Criador nos emprestou?


 Vania Mugnato de Vasconcelos

2 comentários:

  1. Boa noite Gisele, frequento uma casa espírita, faço tratamento juntamente com meu marido (tomamos passe, assistimos palestras, etc). Mês que vem iniciarei minhas atividades como voluntária da casa. Tenho 35 anos e meu marido tem 38, estamos tentando engravidar há 5 anos e nada acontece. Já fizemos todos os exames e nenhum médico consegue dar um diagnóstico definitivo. Procuro por maiores explicações na visão espírita, vc poderia me esclarecer algo a esse respeito ? Muito obrigada, abrs,

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  2. Todos os bebes/ crianças são missões dadas por Deus aos progenitores. São mais ou menos penosas consoante a evolução de cada espirito. Quanto maior a prova, maior o beneficio se le-varmos a bom termo essa missão. Ou seja, se conseguirmos com que essa alma progrida.
    Será somente por razoes de saúde que as mulheres não conseguem engravidar?!
    Não! As questões de saúde estão muitas vezes ligadas ao nosso passado. Às vezes, é porque os desígnios do Senhor são outros. Ou porque isso não está programado desde o início da re-encarnação de determinado espirito por ter outro tipo de missão. Ou por motivos que só Ele sabe e são indesvendáveis. Às vezes, pura e simplesmente Ele acha que não é conveniente a este ou aquele casal ter filhos, numa determinada vida. Pode ser expiação, por exemplo, na outra existência ela fez pouco dos filhos, os abandonou, não deu a importância devida, por isso tem muita dificuldade para conceber; às vezes até não consegue de fato, aprendendo assim, a auferir o valor devido à maternidade.
    Mas cada caso é um caso e somente o Pai da Vida tem as respostas corretas para cada situação.
    Fique em paz.
    Abraços fraternos.

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