Sintonia significa, em definição mais ampla,
entendimento, harmonia, compreensão, ressonância ou equivalência. (…) é,
portanto, um fenômeno de harmonia psíquica, funcionando, naturalmente, à base
de vibrações.
PROBLEMAS
DE SINTONIA
Na sua feição de aparelhagem eletromagnética, de extrema e delicada complexidade, o ser humano apresenta a singularidade de não poder jamais desligar-se ou ser desligado. Mesmo nas piores condições de monoideísmo, ou despido da roupagem perispirítica, após os dolorosos eventos da segunda morte da forma, e até nas mais ingratas condições de letargia mental, o espírito humano continua ativo e sintonizado com as noures a que se afina. Sendo o pensamento contínuo uma conquista definitiva da alma, não pode esta, ainda que o queira desligar-se do circuito através do qual se ajusta às forças vivas e conscientes do Universo.
Entretanto, cada qual emitirá e receberá
sensações na faixa de frequência que lhe é própria, e da mesma qualidade que
lhe marca o teor dos interesses.
Embora ondas de todos os comprimentos cruzem
constantemente o ar que respiramos, nenhum aparelho receptor de frequência
modulada consegue captar as emissões de ondas curtas para as quais não foi
programado. Contudo, uma vez que esteja funcionando, captará compulsoriamente
os sons da frequência com que estiver sintonizado. Em razão disso, cada um de
nós conviverá sempre, em toda parte e a todo tempo, com aqueles com quem se
afina, efetuando permanentemente, com os seus semelhantes, as trocas
energéticas que, em face da lei, asseguram a manutenção de todas as vidas.
Atendendo às disposições da afinidade, esse
imperativo substancia igualmente o primado da justiça iniludível que preside a
todos os destinos, na imensa esteira da evolução. Qualquer mudança de sintonia,
ou diferenciação de níveis de troca energética vital, sempre decorrerá
necessariamente de alteração do potencial íntimo de cada espírito e da natureza
de seus pensamentos e emoções.
As forças que nos jungem uns aos outros são,
por isso mesmo, as que emitimos de nós e alimentamos em nosso próprio âmago. Os
compromissos que disso decorrem são mais do que evidentes, pois ninguém
deixará, em momento algum, de integrar e engrossar alguma corrente de forças,
atuante e dirigida para determinado objetivo. Cada qual de nós está, portanto,
trabalhando sem cessar, de momento a momento, seja para o bem ou para o mal, na
construção do amor ou do ódio, da alegria ou da desventura, da felicidade ou do
desequilíbrio.
Claro que o problema da responsabilidade é
sempre proporcional ao nível de consciência de cada um. Em sua grande maioria,
os espíritos terráqueos não são, na atualidade, deliberadamente maus, embora
estejam muito longe de ser conscientemente bons. Vogam, por isso, alternada e
desordenadamente, entre os impulsos superiores e os inferiores, experimentando,
na angústia de sua indefinição, todas as gamas de sensações de uma experiência
multifária, que ainda se processa ao sabor dos improvisos, entre crises de
animalidade e anseios de integração com o Céu. Fazendo e desfazendo,
construindo e demolindo, plantando rosais e espinheiros, a alma humana comum é
qual folha batida por todos os ventos e arrastada por todas as correntezas.
Quando, porém, um coração já ascendeu a planos
mais altos e já se acostumou ao pão divino de ideais elevados e de sensações
sublimadas, não sintonizará, sem terríveis padecimentos interiores, as faixas
de emoções mais deprimentes da experiência humana. Independentemente das
responsabilidades que assuma e dos males que semeie, e que terá de colher, essa
consciência amargurada sentirá vibrar, nos seus mais tristes acentos, a nostalgia
do paraíso perdido. E como ninguém atraiçoa impunemente a lei, nem a si mesmo,
esse espírito infeliz corre ainda o risco enorme de, pelo seu maior poder de
percepção e de sintonia, cair vitimado por processos demoníacos de hipnose
obsessiva, sob o guante impiedoso do poder das Trevas.
É assim que se criam, frequentemente, doridos e
complicados processos de resgate e recuperação de Espíritos substancialmente
nobres, que se deixaram voluntariamente imergir em densos lagos de lama. Essa a
razão da advertência do Divino Mestre, que há dois mil anos repercute no mundo:
“Aquele que comete pecado faz-se escravo do pecado.” Nem é por diverso motivo
que o Cristo nos convida, compassivo, há vinte séculos, a sermos “filhos da
Luz”.
O
PODER DAS TREVAS
Espantam-se alguns companheiros de aprendizado com as demonstrações de força do chamado Poder das Trevas, capaz de organizar verdadeiros impérios, em zonas umbralinas e nas regiões subcrostais, de onde consegue atuar organizada e maleficamente sobre pessoas e instituições na Crosta da Terra. O espanto, porém, é descabido, não só por motivos de boa lógica, mas, igualmente, por motivos de ordem técnica.
Por mais intelectualizados que possam ser os
gênios do mal, e por mais sofisticados que sejam os seus recursos tecnológicos,
não podem eles, nunca puderam e jamais poderão afrontar a sabedoria e o Poder
do Cristo e de seus grandes mensageiros, que controlam, com absoluta segurança,
todos os fenômenos ocorrentes no planeta e no sistema de que este é parte. Tudo
o que as Inteligências rebeladas podem fazer é rigorosamente condicionado aos
limites de justiça e tolerância que o Governo da Vida estabelece, no interesse
do sumo bem.
É fora de dúvida que os “Dragões” e seus
agentes possuem ciência e tecnologia muito superiores às dos homens encarnados,
e, sempre que podem, as utilizam. Entretanto, os Poderes Celestes sabem mais e
podem mais do que eles. A Treva pode organizar, e organiza infernos de vasta e
aterrorizadora expressão; contudo, sempre que semelhantes quistos ameaçam a estabilidade
planetária, a intervenção superior lhes promove a desintegração.
Os “demônios”, que se arrogam os títulos de “juízes”,
e que há muitíssimo tempo utilizam, em larga escala, processos e instrumentais
de desintegração que nem a mais moderna ficção científica dos encarnados ainda
sequer imagina, realmente conhecem muito mais do que os homens sobre a
estrutura e a dinâmica dos átomos e das partículas elementares. Eles sabem
consideravelmente mais do que os cientistas e pesquisadores terrenos, acerca de
muito mais coisas do que massa, carga, spin, número bariônico, estranheza e
vida média de lambdas, sigmas, csis, ômegas, etc., e conseguem verdadeiros
“milagres” tecnológicos, a partir de seus conhecimentos práticos avançados
sobre ressonâncias e recorrências, usando com mestria léptons, mésons e
bárions, além de outras partículas, como o gráviton, que o engenho humano
experimentalmente desconhece.
Apesar disso, os operadores celestes não
somente varrem, com frequência, o lixo de saturação que infecta demasiado
perigosamente certas regiões do Espaço, aniquilando-o através de interações de
partículas com antipartículas atômicas, como se valem de outros recursos,
infinitamente mais poderosos, rápidos e decisivos, para além de todas as forças
eletromagnéticas e físico-químicas ao alcance das Trevas.
Também a capacidade de destruição do homem
encarnado permanece sob o rigoroso controle do Poder Celeste. A energia
produzida pelas reações nucleares, que os belicistas da Crosta já conseguem
utilizar, não vai além de um centésimo da massa total dos reagentes. Eles sabem
que o encontro de um pósitron com um elétron de carga negativa resulta na total
destruição de ambos, pela transformação de suas massas em dois fótons de
altíssima energia. Entretanto, não conseguem pósitrons naturais para essas
reações e não são capazes ainda de produzi-los senão à custa de um dispêndio
energético praticamente insuportável.
Assim, as Trevas podem realmente assustar-nos e
ferir-nos, sempre que nossos erros voluntários nos colocam ao alcance de sua
maldade. Basta, porém, que nossa opacidade refuta um único raio do Amor Divino,
para que nenhuma força maligna possa exercer sobre nós qualquer poder.
Fonte: Aprendizado Espírita
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