terça-feira, 22 de abril de 2014

Mãe salva da forca homem que matou seu filho no Irã






O perdão veio segundos antes da execução.
Um assassino iraniano foi salvo da forca pela mãe de sua vítima segundos antes da execução. A mulher foi até o acusado, lhe deu um tapa na cara e depois retirou a corda de seu pescoço. De acordo com o marido, ela teria tomado a decisão após ter um sonho com o filho assassinado.
Um assassino condenado a ser enforcado em praça pública no Irã foi perdoado pela mãe da vítima quando a corda já havia sido amarrada a seu pescoço, segundo revelou a mídia estatal.
A mãe deu o perdão após dar uma bofetada na cara do assassino. A cena ocorreu diante de uma multidão na última terça, em Nowshahr.
O culpado, identificado como Balal Abdullah, estava com os olhos vendados e as mãos amarradas quando foi içado em cima de uma cadeira por policiais.
Uma corda foi colocada em seu pescoço. A cadeira deveria ser removida em seguida, de maneira a deixar o corpo pendurado até sufocar.
Balal implorava por perdão enquanto Samereh Alinejad, mãe de um jovem que teria sido morto por ele a facadas em 2007, perguntava, aos gritos, se a multidão sabia o que era "viver numa casa vazia".
Segundos antes da aplicação da sentença, ela aproximou-se de Balal e lhe deu um tapa na cara. Disse então que o perdoava e desamarrou a corda com ajuda do marido.

Segundo o pai da vítima, três dias antes da execução sua esposa sonhou com o filho morto que dizia estar em um lugar bom e pedia para a família não fazer retaliações. O sonho teria acalmado a esposa e motivado a decisão de retirar o assassino da forca no dia da execução. O pai revelou que não acredita que Balal quisesse matar seu filho. Para ele, foi uma reação.
"Abdollah o ofendeu e chutou, nesse momento, o assassino tirou uma faca de cozinha das meias. Balal não sabia como manusear uma faca, ele foi ingênuo", afirmou.

A reviravolta ocorreu em meio a um movimento no Irã que visa incentivar famílias de pessoas assassinadas a perdoar os matadores para livrá-los da pena capital.
A lei iraniana diz que a possibilidade de perdão cabe somente à família da vítima. De praxe, os perdoados fornecem uma compensação financeira, conhecida como "dinheiro do sangue".
O movimento visa diminuir o número de execuções no país, recordista na aplicação da pena, ao lado da China.
Nos quatro primeiros meses de 2014, ao menos 170 pessoas foram executadas por autoridades iranianas, segundo a ONU. A maior parte das sentenças são aplicadas contra acusados de assassinato, estupro e narcotráfico.
Após ter a vida poupada, Balal fez um apelo a uma emissora de TV para que pessoas não carreguem armas brancas --o porte de armas de fogo é extremamente restrito.

"Eu queria que alguém tivesse me esbofeteado na cara quando saí carregando uma faca", disse Balal.



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