terça-feira, 29 de abril de 2014

Natureza das Penas e Gozos Futuros



Análise das questões 965 a 982 do Livro dos Espíritos

Após a morte a vida prossegue para o espírito com a mesma intensidade e vamos deparar com as consequências de nossos atos e pensamentos. O homem pela falta de conhecimento julga os sofrimentos e recompensas como algo material; não podem ser materiais, desde que a alma não é de matéria. Essas penas e esses gozos nada têm de carnal e por isso mesmo são mil vezes mais vivos do que os da Terra.
A Felicidade dos bons espíritos consiste em conhecer todas as coisas: não conhecem o ódio, o ciúme, a inveja, nem angustia e sofrimentos da vida material. Entre os perfeitos e os maus há uma infinidade de graus. 
Os espíritos puros compreendem Deus e o auxilia na construção dos mundos e a supervisioná-los. Quanto aos espíritos inferiores o sofrimento é interno; aí também existem graus, mais e menos penosos. Comprazem-se em tirar do caminho do bem àqueles que tentam melhorar, principalmente os encarnados. O maior sofrimento para eles é o de imaginar que esse sofrimento é eterno.
A ideia do inferno, do fogo eterno é muito antiga e o inferno cristão é cópia do inferno pagão. Geeno era o inferno dos antigos hebreus, sete séculos A.C. Homero, poeta e historiador grego 600 anos A.C. já citava o fogo eterno. Virgílio, poeta latino, guia de Dante Alighieri, autor de A Divina Comédia, também falava do fogo eterno. As visões de Dante sobre o Inferno - Céu e Purgatório, segundo Kardec traduzem o que acreditamos ver e a influência muito grande da época (A Divina Comédia, foi escrita em 1314 a 1321).
Esse tipo de orientação jamais conseguiu refrear os instintos inferiores, somente a fé raciocinada é que consegue. Na concepção da Doutrina Espírita esses sofrimentos são temporários. Podemos verificar na última parte do livro O Céu e o Inferno de Allan Kardec, inúmeros depoimentos de espíritos que falam sobre seus sofrimentos após a morte e a grande esperança em futuras reencarnações. André Luiz no livro Os Mensageiros, cap. 22, “Os que dormem".
Diz André Luiz que num grande salão vê 2.000 espíritos em sono profundo, com fisionomia desagradável, são aqueles que nunca fizeram o bem, outros por indiferença e comodismo não acreditavam na vida após a morte, estão magnetizados pelas próprias concepções negativistas. Só que cada um traz dentro de si os momentos dolorosos e graves que haviam provocado.
Crimes, indiferenças, irresponsabilidade no lar com os filhos e familiares. Irão despertar um dia e regressarão a reajustes necessários. Evidentemente todos serão felizes um dia, pois para isso fomos criados. O sofrimento age como um tratamento e um despertamento aos espíritos mais endurecidos.


Centro Espírita Nosso Lar – Casas André Luis



PORQUE DEVEMOS NOS CONFORMAR COM A MORTE


Muitas pessoas ficam até mesmo revoltadas quando fazem orações com muita fé pedindo pela saúde de um amigo ou parente e os pedidos não são atendidos. Na verdade se revoltar contra Deus quando perdemos um filho é um grande erro. E tudo se resolve quando mudamos a forma como vemos as coisas. Quando passamos a ver as coisas da forma correta.
A primeira coisa que precisamos entender é que nossos filhos não são nossos. Ter um filho significa receber de Deus à responsabilidade temporária de cuidar, amar e educar um ser que pertence a Deus.
Em segundo lugar precisamos entender que a verdadeira vida não é a vida terrena. A vida na Terra é uma situação transitória. Jesus falou sobre isto algumas vezes. A vida real, a felicidade real não pertence a este mundo. A vida na Terra é curta e transitória. A vida do nosso espírito é eterna. Todos nós estamos aqui cumprindo um processo de aprendizagem que tem inicio, meio e fim. É como se matricular em uma escola sabendo que dentro de alguns anos terminaremos o curso e voltaremos para a nossa vida normal longe do universo escolar.
Em terceiro lugar precisamos entender que todos nós já nascemos e morremos inúmeras vezes. Em cada existência aprendemos alguma coisa de útil e subimos um degrau na escada que nos levará a pureza e perfeição do espírito. Esta não foi à única e não será a última existência do seu filho. Com certeza não é a primeira e nem a última vez que você verá seu filho, pois vocês possuem toda a eternidade e inúmeras existências pela frente.
Na maioria das vezes morremos quando nossa missão nesta existência atual se encontra cumprida ou então quando sucumbimos à missão. Nos dois casos não existe mais razão para nossa permanência aqui. Deus felizmente nos poupa de viver desnecessariamente aprisionados dentro deste corpo material limitado sujeito a tantas dores e doenças. Vivemos até o momento em que nossa existência é útil para o nosso aprendizado ou para o aprendizado de terceiros. E assim que possível Deus nos liberta da vida da Terra e retornamos para a nossa verdadeira vida.
A dor que sentimos quando perdemos um parente é fruto de nossa falta de entendimento das coisas divinas. É fruto da educação que recebemos dentro da nossa sociedade. Dependendo da cultura e do povo a dor sentida em uma situação de morte pode ser maior, menor ou mesmo não existir. No máximo devemos sentir aquele mesmo sentimento de saudade que temos quando um parente nosso embarca em uma viagem que irá durar alguns anos. Precisamos ter a certeza que nossa existência é curta e em breve todos nós nos encontraremos inúmeras vezes.


Fonte: Blog Vida e Morte

DESENCARNE POR MORTE VIOLENTA




Cada caso de desencarne é um caso. No desencarne violento, podem ocorrer, dependendo do grau de espiritualidade do espírito:

1 - Não perceber que desencarnou, e continuar tentando viver como encarnado, até que no momento propício possa ter o esclarecimento (nunca ficamos sozinhos).

2 - Ficar psicologicamente preso ao momento de desencarne, ou seja, num grande sofrimento, por tentar evitar o que vai acontecer. 
Neste caso ocorre como uma "fixação" do pensamento naquele momento, e o espírito fica preso, num processo de perturbação e sofrimento.

3 - Notar que desencarnou, e ficar confuso (perturbação normal no momento de desencarne). Tenta viver materialmente, mas já se reconhece espírito, até que a assistência espiritual seja possível.

4 - Adormecer e ser atendido diretamente em postos ou instituições de socorro no plano espiritual, e ser despertado suavemente e esclarecido. 

Tem mais possibilidades, mas nos prendemos no geral. Todo desencarnado passa por um processo de perturbação espiritual, que pode durar minutos ou séculos, tudo dependendo da espiritualidade da criatura.
Em alguns casos, como nos suicidas, por ação da lei de causa e efeito, ele fica ainda muito impregnado entre o perispírito e o corpo físico, fazendo o espírito sentir com muita intensidade o processo de decomposição do corpo físico.
Existem também espíritos, ainda muito materializados que tentam vampirizar a energia dos encarnados, mas tudo depende da proteção espiritual que temos (André Luiz relata em suas obras que às vezes os espíritos superiores retiram estas energias, para evitar o vampirismo). 


Fonte: Blog Grandes Médiuns

PESADELO E ESPIRITISMO




Os questionamentos sobre sono e os sonhos são uma constante em nossa página, embora o aspecto espiritual dos pesadelos ainda não tenha sido abordado. Como já dissemos (Sonhos: Sensações do fundo da alma), o corpo espiritual deixa o corpo físico durante o sono. Enquanto um descansa, outro serve-se da momentânea “liberdade” para interagir, aprender ou simplesmente vivenciar novas experiências. Sonhando, somos suscetíveis a impressões provenientes do espírito porque não estamos absorvidos por nosso consciente. Isto quer dizer que a maior parte de nosso controle está repousando, assim como nossa racionalidade. Portanto, é mais fácil captar impressões. No corpo espiritual, somos muito mais capazes de ver as pessoas queridas e nossos mentores e, eventualmente, prever eventos ou rever vidas passadas.
É também quando os espíritos de nossos familiares comunicam-se conosco. Por estarmos mais próximos dos níveis espirituais, quando sonhamos, torna-se, na verdade, mais fácil nos comunicarmos com os que já se foram. Contudo, muitos não lembram as visitas que receberam, ou lembram-se apenas de relances. Normalmente, nossos sonhos não fazem qualquer sentido. Recordar os sonhos requer prática e disciplina.
Você me relata a ocorrência de pesadelos constantes, nos quais se destaca a aflição e o medo. Embora questione sob o ponto de vista espiritual, é bom ressaltar que existem aspectos físicos e psicológicos na ocorrência de sonhos ruins e repetitivos. Quanto ao caráter físico, geralmente está relacionado a alguma disfunção digestiva, que pode ser investigada se você observar relação entre seus pesadelos e a alimentação noturna. No aspecto psicológico, há relatos de pessoas que se livraram de tais ocorrências fixando um pensamento em soluções previsíveis para os dramas enfrentados. Assim, uma jovem que sonhava frequentemente que caía num abismo, resolveu seu drama quando determinou mentalmente pedir ajuda a seu marido, que a salvava. E um jovem, que enfrentava animais lhe devorando, resolveu seu drama imaginando, quando acordado, situações em que se livrava dos bichos. Como vê, para alguns a solução está em resolver distúrbios do sono, para outros na prática de inteligência emocional.
Mas, e quanto ao quadro espiritual? Não se duvida da influência dos espíritos sobre nosso sono e assim desde época remota. A palavra ‘nightmare’, que em língua inglesa significa pesadelo dizia respeito, há quatrocentos anos, exatamente a um “demônio” (os incubus) que vinha e sufocava as pessoas enquanto dormiam. Através do Espiritismo, sabemos da inexistência de demônios ou diabos, mas sim da presença de espíritos, bons e maus, assim como vemos, entre nós, todos os dias, pessoas de boa ou má índole.
Sabemos, sim, que os pesadelos podem significar recordação de vidas passadas, esquecidas em nosso inconsciente ou a ação espiritual do encontro com outros espíritos. Geralmente, causam uma emoção perturbadora e forte aflição. Não há como diagnosticá-los objetivamente. Quando se relacionam a vidas passadas, comum é o desencavar de sentimentos ou sensações de experiências vividas, dramáticas ou violentas, que nos causam medo. Se você recordar os pesadelos, verá que são situações que se repetem e que demonstram um temor íntimo que voltem a ocorrer na vida presente.
O terapeuta Osvaldo Shimoda relata um quadro clínico resolvido por Terapia de Vidas Passadas (TVP). Uma jovem tinha pesadelos desde a infância, quando acordava chorando, sem lembrar-se da experiência que vivera em sonho. Queria entender também o porquê de sua mãe não confiar nela, querendo sempre controlar sua vida. Ocasionalmente era tomada também por uma tristeza profunda sem saber o porquê e uma impaciência e ansiedade constantes. Ao submeter-se à regressão contou passagem de vida anterior onde estava presa pelas pernas. Dizia: “Estou deitada no chão em um cômodo, as minhas pernas estão amarradas com cordas, presas a um barril. Foi a minha mãe que me prendeu. É a minha mãe da vida atual. É o mesmo olhar profundo (os pacientes costumam identificar as pessoas que estiveram com eles em suas vidas passadas através do olhar). Ela não quer que eu fique com o homem que amo. Ela tem medo de me perder, quer me ver sempre por perto. Amarrou-me para que eu não me encontrasse com ele”. Naquela época, a jovem faleceu antes de completar 20 anos e seu mentor espiritual observou que mãe, filha e o rapaz por quem se apaixonara teriam nova experiência juntos, numa encarnação futura. “Nós precisamos completar uma missão juntos”, disse a jovem, ainda em transe.
Ao fim de quatro sessões de regressão, a paciente disse que não tinha mais pesadelos. Aquela tristeza profunda que vinha do nada tinha passado também e estava bem mais calma. Não pensava mais em querer fazer tudo ao mesmo tempo para não ‘perder seu tempo’, pois entendera o porquê dessa ansiedade de querer viver. Eis aí um exemplo do que alguns chamam de “resgate”; um acerto de contas a que todos nos submetemos. Embora tenha particularmente restrições à TVP quando buscada como mera curiosidade, reconheço que é um instrumento eficaz quando trata de dramas encravados no inconsciente de uma vida anterior.
Não posso, infelizmente, determinar as causas de seus pesadelos. Podem ser um temor relacionado a uma experiência traumática de outra encarnação, como, também, a influência espiritual de seres que se ocupam de atormentar o sono de inocentes ou de pessoas que julgam culpadas ou ofensoras. Durante o sono, quando não suficientemente seguros ou esclarecidos, entramos em contato com seres que buscam o mal. Por isto, antes de dormir é conveniente que peçamos a Deus sua proteção para que possamos ter sonhos instrutivos e saudáveis.
Passe a cultivar o hábito de orar antes de deitar-se, dirigindo-se a Deus e aos seus espíritos protetores, pedindo força, discernimento e proteção durante a noite. E, na ocorrência de pesadelos, ao invés de buscar acordar para livrar-se do problema, busque (ainda que seja difícil) dirigir uma prece a Deus e aos mesmos espíritos bons, pedindo auxílio. Afinal, se há obsessores encarnados e desencarnados, não é menos verdade, como diz André Luiz no livro “Nos Domínios da Mediunidade”, que há protetores que nos ajudam e elevam e que igualmente participam de nossas experiências de cada dia. “É imprescindível compreender que, em toda a parte, acima de tudo, vivemos em espírito”, observa. Precisamos, então, dominar esta realidade e viver positivamente no bem para que contornemos nossas imperfeições, nossos medos e enfrentemos nossas dívidas. Pense que precisamos e temos toda a proteção necessária, mas que necessitamos fazer nossa parte para que os bons espíritos possam nos ajudar de maneira eficaz.


Fonte: Associação Espírita de Amor e Caridade André Luiz 

O ACASO NÃO EXISTE; A VIDA É CAUSAL, NÃO CASUAL


O livre-arbítrio quando estamos na erraticidade, ou seja, antes do processo reencarnatório, consiste na escolha do gênero de existência
e da natureza das provas, dois itens fundamentais na chamada programação reencarnatória.
O que rege as nossas existências, ensina o Espiritismo, não é o acaso, mas o livre-arbítrio, uma conquista do ser humano que se desenvolve com a evolução da alma. O livre-arbítrio exercita-se, porém, de modos diferentes quando estamos na erraticidade e quando no plano físico, assunto que Kardec elucida de forma magistral no item 872 d’ O Livro dos Espíritos. 
Reportando-se ao assunto, André Luiz pede que evitemos o uso do vocábulo acaso, tanto quanto as palavras sorte e azar, porque tais termos não têm a significação que lhes atribuímos. 
Depois de uma tempestade, diz o ditado popular, vem a bonança. André Luiz discorda, asseverando: “Depois da tempestade, aguarde outras”. Em compensação, em vez de afirmar que “há males que vêm para bem”, podemos dizer que “todos os males vêm para o nosso bem”.
Joanna de Ângelis confirma a tese exposta por André Luiz ao tratar dos chamados acontecimentos inesperados. “Imprevisível – diz ela – é a presença divina surpreendendo a infração. Insuspeitável é a interferência divina sempre vigilante. Inesperado é a ocorrência divina trabalhando pela ordem.” (Alerta, cap. 3, obra psicografada por Divaldo P. Franco.) 

O CASO DO CZAR ALEXANDRE

Kardec fez, na Revista Espírita de 1866, pp. 167 a 171, interessantes observações a propósito de uma tentativa de assassinato de que fora vítima o czar Alexandre da Rússia (foto). No momento do atentado, um jovem camponês chamado Joseph Kommissaroff interveio, evitando que o crime fosse consumado.
Eis o que Kardec escreveu sobre o assunto: 

1) Muitos atribuirão ao acaso o surgimento do jovem camponês na cena do crime. O acaso, porém, não existe. Como a hora do czar não havia chegado, o moço foi escolhido para impedir a realização do crime, pois as coisas que parecem efeito do acaso estavam combinadas para levar ao resultado esperado. 

2) Os homens são os instrumentos inconscientes dos desígnios da Providência e é por eles que ela os realiza, sem haver necessidade de recorrer para tanto a prodígios. 

3) Se o jovem Kommissaroff tivesse resistido ao impulso recebido dos Espíritos, estes se valeriam de outros meios para frustrar o crime e preservar a vida do czar. 

4) Uma mosca poderia picar a mão do assassino e desviá-la do seu objetivo; uma corrente fluídica dirigida sobre seus olhos poderia ofuscá-lo e assim por diante. Mas, se tivesse soado a hora fatal para o imperador russo, nada poderia preservá-lo. 

Levado o caso a uma sessão espírita realizada na casa de uma família russa residente em Paris, o Espírito de Moki, por meio do Sr. Desliens, explicou que mesmo na existência do mais ínfimo dos seres nada é deixado ao acaso. Os principais acontecimentos de sua vida são determinados por sua provação; os detalhes, influenciados por seu livre-arbítrio. Mas o conjunto da situação foi previsto e combinado antecipadamente por ele e por aqueles que Deus predispôs à sua guarda. 

A ESCOLHA DAS PROVAS

O livre-arbítrio quando estamos na erraticidade, ou seja, antes do processo reencarnatório, consiste na escolha do gênero de existência e da natureza das provas, dois itens fundamentais na chamada programação reencarnatória tão em voga em nossos dias e que a doutrina espírita esmiúça nas questões 258, 262 e 872 d’ O Livro dos Espíritos. 
Duas únicas exceções à tese da escolha são referidas pelos Espíritos Superiores. A primeira, quando o Espírito em sua origem não tem experiência suficiente para exercê-la. A segunda, quando, por sua inferioridade ou má-vontade, não está apto a compreender o que lhe é mais profícuo. Deus pode, então, impor-lhe uma existência sem ouvi-lo, mas o Pai sabe esperar e não precipita jamais a expiação. 
Confirmando o ensino contido na obra fundamental da doutrina espírita, Kardec consignou na Revista Espírita de 1866, pp. 182 a 188, as informações que se seguem: 

1) Ao deixar a Terra, conforme as faculdades ali adquiridas, os Espíritos buscam o meio que lhes é próprio, a menos que, não podendo estar desprendidos, estejam na noite, nada vendo nem ouvindo. 

2) Quando se prepara para reencarnar, o Espírito submete suas ideias às decisões do grupo a que pertence. O grupo discute o assunto, pesquisa, aconselha. 

3) O Espírito pode, então, aconselhado, esclarecido, fortificado, seguir, se quiser, seu caminho, ciente de que terá na jornada terrena uma multidão de Espíritos invisíveis que não o perderão de vista e o assistirão. 

4) Cada pessoa tem no mundo uma missão a cumprir. Seja em grande escala, seja em escala menor, Deus pedirá a todos contas do óbolo que lhes foi entregue. 

5) Nesse sentido, o dever dos espíritas é muito grande, porque o dom que lhes foi concedido é um dos soberanos dons de Deus. Sem se envaidecer por isto, devem os espíritas fazer todos os esforços para merecê-lo. 

6) Que ninguém reserve apenas para si esse talento, mas que o ofereça a todos os irmãos, trabalhando na seara espírita, sob a assistência dos Bons Espíritos, a qual jamais lhe faltará. 

7) Instruir os ignorantes, assistir os fracos, ter compaixão dos aflitos, defender os inocentes, lamentar os que estão no erro, perdoar aos inimigos – eis as virtudes que devem crescer em abundância no caminho do verdadeiro espírita. 

O PLANEJAMENTO DA REENCARNAÇÃO 

A planificação para a reencarnação é quase infinita e obedece a critérios que decorrem das conquistas morais ou dos prejuízos ocasionais de cada candidato. Na generalidade, assevera Manoel P. de Miranda em Temas da Vida e da Morte, existem estabelecidos automatismos que funcionam sem maiores preocupações por parte dos técnicos em renascimento, e pelos quais a grande maioria dos Espíritos retorna à carne, assinalados pelas próprias injunções evolutivas. 
Ao lado desse automatismo das leis da reencarnação, há programas e labores especializados para atendimento de finalidades específicas. Os candidatos em nível médio de evolução, antes de serem encaminhados às experiências terrenas, requerem a oportunidade, empenhando nisso os melhores propósitos e apresentando os recursos que esperam utilizar, a fim de granjear a bênção do recomeço, na bendita escola humana. 

Examinados por hábeis e dedicados programadores, que recorrem a técnicas especiais de avaliação das possibilidades apresentadas, são eles submetidos a demorados treinamentos, de acordo com o serviço a empreender, com vistas ao bem-estar da Humanidade, após o que são selecionados os melhores, o que reduz a margem de insucesso. Os que não são aceitos, voltam a cursos de especialização para outras atividades, especialmente de equilíbrio, com que se armam de forças para vencer as más inclinações defluentes das existências anteriores que se malograram, bem como para a aquisição de valiosas habilidades que lhes repontarão, futuramente, no corpo como tendências e aptidões. 
De acordo com a ficha pessoal do candidato, é feita, concomitantemente, pesquisa sobre aqueles que lhe podem oferecer guarida, dentro dos mapas cármicos, providenciando-se necessários encontros ou reencontros na esfera dos sonhos, ou diretamente, quando for um plano elaborado com antecedência, no qual os membros do futuro clã convivem, primeiro, na erraticidade, de onde partem já com a família adredemente estabelecida. 

A INFLUÊNCIA DA LEI DE CAUSA E EFEITO 

O direito de programar a própria reencarnação nos é conferido por uma lei: a que concede aos seres humanos o livre-arbítrio, a liberdade de escolha e de conduta, que Kardec estuda minuciosamente em suas obras. O livre-arbítrio sofre, porém, limitações por força de uma outra lei: a lei de causa e efeito, segundo a qual cada um de nós recebe da vida o que dá à vida, visto que a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória. 
Vê-se, pois, que o comportamento do homem afeta de maneira rigorosa a programação de sua vida. São de duas classes – adverte Manoel P. de Miranda em Temas da Vida e da Morte – as causas que influem na existência humana: as próximas, ocasionadas na encarnação presente em que a pessoa se movimenta, e as remotas, que procedem das ações pretéritas. 
As causas próximas, situadas na presente existência, geram novos compromissos que, se negativos, podem ser atenuados de imediato por meio de atitudes opostas, e, se positivos, ampliados na sua aplicação. O tabagismo, o alcoolismo, a toxicomania, a sexolatria, a glutoneria, entre outros fatores dissolventes e destrutivos, são de livre opção, não incursos no processo educativo de ninguém. Aquele que se vincula a qualquer deles padecer-lhe-á, inexoravelmente, o efeito prejudicial. 
O tabagismo responde por cânceres de várias procedências, na língua, na boca, na laringe, e por inúmeras afecções e enfermidades respiratórias, destacando-se o terrível enfisema pulmonar. O alcoolismo é gerador de distúrbios orgânicos e psíquicos de inomináveis consequências, gerando desgraças que de forma nenhuma deveriam suceder. É ele o desencadeador da loucura, da depressão ou da agressividade, na área psíquica, sendo o responsável por distúrbios gástricos, renais e, principalmente, pela irreversível cirrose hepática. 

O LIVRE-ARBÍTRIO NO ESTADO DE ENCARNADO 

Feita a programação reencarnatória no estado de erraticidade, o livre-arbítrio consiste, depois que estamos encarnados, na faculdade que temos de ceder ou resistir aos arrastamentos, às tentações e às influências a que somos voluntariamente submetidos. Muitos cedem, poucos resistem. É nisso que o papel da educação e o período da infância são fundamentais ao ser humano, como Kardec adverte no item 872 d’ O Livro dos Espíritos. 
Estamos, pois, em nossa existência corpórea, sujeitos a mudanças, por força do livre-arbítrio que Deus nos outorgou. Muitos matrimônios precipitados nascem disso, porque uma pessoa pode perfeitamente envolver-se com outra pessoa, fora da sua programação reencarnatória, podendo daí até mesmo nascer filhos. O fato não significa que os filhos venham por acaso. Significa apenas que os protetores e amigos espirituais aproveitam toda oportunidade, mesmo as equivocadas, para semear o bem. O filho que nasce de uma ligação dessa natureza possui, evidentemente, ligações com um dos pais. 
Os matrimônios precipitados geralmente têm vida muito curta. A razão é simples: se nos programados existe toda uma equipe de mentores e amigos do casal ajudando para que as coisas deem certo, nos outros nem sempre isso ocorre. 
Existem ainda os casos de reprogramação, em que, para atender a uma emergência, pode ser dado novo rumo à história de uma pessoa. Exemplos disso, inúmeros, encontramos nas obras de André Luiz. Um dos casos é quando o esposo se suicida, deixando mulher e filhos sem o arrimo necessário ao cumprimento de suas tarefas. Um segundo matrimônio na vida dessa mulher pode perfeitamente ser estabelecido, com a ajuda dos protetores espirituais. Eis aí uma hipótese até comum de reprogramação da existência corpórea.

A EXPERIÊNCIA DE OTÁVIO 

O exemplo seguinte, extraído do cap. 7 do livro Os Mensageiros, obra de André Luiz psicografada por Francisco Cândido Xavier, mostra o que pode acontecer na vida de uma pessoa que se rebela ante o programa traçado. É o que ocorreu com Otávio, cuja existência foi de absoluto fracasso. 
Após contrair dívidas enormes em outro tempo, Otávio havia sido recolhido por irmãos dedicados de "Nosso Lar", que se revelaram incansáveis para com ele. Preparou-se, então, durante trinta anos consecutivos, para voltar a Terra em tarefa mediúnica, desejoso de saldar suas contas e elevar-se na senda da perfeição. O Ministério da Comunicação favoreceu-o com todas as facilidades e, sobretudo, seis entidades amigas movimentaram os maiores recursos em benefício do seu êxito. 
O matrimônio não estava nas suas cogitações; seu caso particular assim o exigia. Não obstante solteiro, deveria receber aos vinte anos os seis amigos que muito trabalharam por ele em "Nosso Lar", que chegariam ao seu círculo como órfãos. No início, ele enfrentaria dificuldades crescentes; depois viriam socorros materiais, à medida que fosse testemunhando renúncia, desprendimento, desinteresse por remuneração. 
Aos treze anos de idade, Otávio ficou órfão de mãe, espírita desde a juventude, e aos quinze começaram os primeiros chamados da esfera superior. O pai casou-se segunda vez e, apesar da bondade e cooperação que a madrasta lhe oferecia, Otávio colocou-se num plano de falsa superioridade em relação a ela, passando a viver revoltado, entre queixas e lamentações descabidas. 
Levado a um grupo espírita de excelente orientação evangélica, faltavam-lhe as qualidades de trabalhador e companheiro fiel. Nutria desconfiança com relação aos orientadores espirituais e revelava acentuado pendor para a crítica dos atos alheios. E tanto duvidou que os apelos espirituais foram levados à conta de alucinações. Um médico lhe aconselhou experiências sexuais e, aos dezenove anos, Otávio entregou-se desenfreadamente ao abuso do sexo, fato que o afastou gradativamente do dever espiritual.
O pai desencarnou quando ele contava pouco mais de vinte anos. Dois anos depois, a madrasta foi recolhida a um leprosário, deixando na orfandade seis crianças, que Otávio abandonou definitivamente, sem imaginar que lançava seus credores generosos de "Nosso Lar" a um destino incerto. Mais tarde, casou-se e recebeu como filho uma entidade monstruosa ligada a sua mulher, criatura de condição muito inferior à sua. Seu lar passou a ser um tormento constante até que desencarnou, mal tendo completado 40 anos, roído pela sífilis, pelo álcool e pelos desgostos, sem nada haver feito de útil para o seu futuro eterno.


Oração Para Afastar Maus Espíritos


“Em nome de Deus Todo-Poderoso, que os maus Espíritos se afastem de mim,
e que os bons me defendam deles.
Espíritos malfazejos, que inspirais os maus pensamentos aos homens;
Espíritos enganadores e mentirosos, que os enganais;
Espíritos zombeteiros, que zombai da sua credulidade, eu vos repilo com todas as minhas forças e fecho os meus ouvidos, ás vossas sugestões, mas peço para vós a misericórdia de Deus.
Bons espíritos que me assisti, dai-me a força de resistir à influência dos maus espíritos,
e as luzes necessárias para não cair nas suas tramas.
Preservai-me do orgulho e da presunção, afastai-me de meu coração o ciúme, o ódio,
a malevolência e todos os sentimentos contrários à caridade, que são outras tantas portas abertas aos Espíritos maus."


Allan Kardec

ANNA PRADO - A grande médium de efeitos físicos


A Grande médium de efeitos físicos Anna Prado desencarnou em 24 de abril de 1923 na cidade de Belém no estado do Pará. 
A médium Anna Prado foi casada com Eurípedes Prado, um guarda-livros da firma Albuquerque & Cia., de Belém do Pará. 
A senhora Anna Prado foi uma extraordinária médium que possibilitou a realização de não menos extraordinários fenômenos de materialização em Belém do Pará. As sessões aconteciam na residência da família, sendo a filha do casal, Antonina Prado, médium psicografa. 
Pioneira da prática de efeitos físicos no país, Anna Prado foi uma das maiores colaboradoras do escritor espírita Raymundo Nogueira de Faria, para a preparação de sua obra "O Trabalho dos Mortos", publicada em 1921. A obra detalha os fenômenos de efeitos físicos de materialização dos espíritos nos quais Anna Prado era o agente mediúnico, sendo ilustrada por fotografias de autoria do maestro Ettore Bosio. 
Durante os anos de 1918 e 1921, uma gama de surpreendentes fenômenos sacudiram o Brasil, e, especialmente, a cidade de Belém do Pará. 
As primeiras manifestações tiveram lugar em 12 de junho de 1918. Num fenômeno de transporte, os Espíritos fizeram aparecer, sob pequena mesa situada na sala devidamente fechada, uma bela flor, que, de forma poética, simbolizava a avalanche de prodigiosas comprovações da imortalidade da alma que aquele pequeno grupo assistiria ao longo de três anos. 
Muitas vezes, os Espíritos repetiram o transporte, de flores, que chegaram ao número de vinte numa só sessão. Porém, também as moldagens em parafina ali aconteceram, quando, em dada ocasião, um molde perfeito de mão humana com dedos curvados fora produzido, ostentando, ainda, um lido ramalhete de rosas. 
Um dos feitos mediúnicos mais expressivos de Anna registrou-se em 28 de abril de 1921, quando o espírito de Rachel Figner se materializou na presença de seu pai, Frederico Figner, diretor da conceituada Casa Edison, no Rio de Janeiro. Além das fotografias das materializações, foram produzidas moldes em parafina de flores, mãos e pés materializados. O fenômeno teve ampla cobertura da imprensa regional à época, muito contribuindo para a divulgação do Espiritismo. 


“A Ressurgida” cujo Espírito se materializou com admirável perfeição em 4 de Maio de 1921. 
Ela apareceu, por primeira vez, no dia 2 de maio de 1921. Acompanhemos o registro do meu conterrâneo Carlos Bernardo Loureiro de tão importante episódio: 

 “... Surgiu, junto à cortina, uma jovem, com todas as aparências e gestos de Raquel a tal ponto que D. Ester, sua mãe, exclamou: ‘É Raquel! ’. Os gestos eram absolutamente os da filha dos Figner, e mesmo o corpo, a forma “o vestidinho acima do tornozelo, de mangas curtas e um pouco decotado”. Apresentou-se, assim, diante dos assistentes na reunião de Anna Prado, e, muito especialmente, face a face com os seus pais. “

Foram, aqueles, momentos de grande contentamento para pai e mãe, e para esta em especial. Em uma das manifestações, Raquel pede à mãe que deixe de usar o luto, pois, como ela afirmara, era “muito feliz” em sua nova condição. 

 “Os fenômenos que ocorreram em Belém, Pará, através da fantástica faculdade mediúnica de Anna Prado, ombreiam-se aos mais notáveis já obtidos em várias partes do mundo. Anna Prado, sem nenhum favor, integra a galeria dos grandes médiuns que contribuíram, com sofrimento e profundos desgostos, para o engrandecimento e consolidação da causa do Espírito, Senhor do Tempo e dos Elos Perdidos...” 

FONTE: 
http://www.autoresespiritasclassicos.com/

segunda-feira, 28 de abril de 2014

BENEVOLÊNCIA


Traduzindo benevolência por fator de equilíbrio, nas relações humanas, vale confrontar as atitudes infelizes com os obstáculos que afligem o espírito, na caminhada terrestre.
Aprendamos sinonímia de ordem moral, no dicionário da Natureza:
Crítica destrutiva – labareda sonora.
Azedume – estrada barrenta.
Irritação – atoleiro comprido.
Indiferença – garoa gelada.
Cólera – desastre à vista.
Calúnia- estocada mortal.
Sarcasmo – pedrada a esmo.
Injúria – espinho infecto.
Queixa repetida – tiririca renitente.
Conversa desnecessária – vento inútil.
Preconceito – fruto bichado.
Gabolice – poeira grossa.
Lisonja – veneno doce.
Engrossamento – armadilha pronta.
Aspereza – casca espinhosa.
Pornografia – pântano aberto.
Despeito – serpente oculta.
Melindre – verme dourado.
Inveja – larva em pencas.
Pessimismo- chuva de fel.
Espiritualmente, somos filtros do que somos.
Cada pessoa recebe aquilo que distribui.
Se esperamos pela indulgência alheia, consignemos as manifestações que nos pareçam indesejáveis e, evitando-as com segurança, saberemos cultivar a benevolência, no trato com o próximo, para que a benevolência se nos faça auxílio incessante, através dos outros.

Pelo espírito Emmanuel
Francisco Cândido Xavier/Carlos A. Baccelli,

Do livro Brilhe a Vossa Luz

Oração de Madre Teresa de Cálcuta


Senhor, quando eu tiver fome, dê-me alguém que necessite de comida. 
Quando tiver sede, dai-me alguém que precise de água. 
Quando sentir frio dê-me alguém que necessite de calor.
Quando tiver um aborrecimento, dai-me alguém que necessite de consolo.
Quando minha cruz parecer pesada deixe-me compartilhar a cruz do outro.
Quando me achar pobre, ponde a meu lado alguém necessitado. 
Quando não tiver tempo, dai-me alguém que precise de alguns dos meus minutos. 
Quando sofrer humilhação dê-me ocasião para elogiar alguém.
Quando estiver desanimada, dai-me alguém para lhe dar novo ânimo.
Quando sentir necessidade da compreensão dos outros, dai-me alguém que necessite da minha. 
Quando sentir necessidade de que cuidem de mim, dai-me alguém que eu tenha de atender.
Quando pensar em mim mesma voltai minha atenção para outra pessoa.
Tornai-nos dignos, Senhor, de servir nossos irmãos que vivem e morrem pobres e com fome no mundo de hoje.
Dai-lhes, através de nossas mãos, o pão de cada dia, e dai-lhes, graças ao nosso amor compassivo, a paz e a alegria.

Madre Teresa de Cálcuta


APRESENTAÇÕES




Em se vendo objeto de apresentação, não deve enunciar seus títulos e lances autobiográficos, mas se você apresenta alguém, é justo lhe decline o valor sem afetação.
Diante de algum comportamento desairoso para com os ausentes, recorde o impositivo do respeito e da generosidade para com eles.
Nunca é impossível descobrir algo de bom em alguém ou em alguma situação para o comentário construtivo.
Qualquer criatura que se mostre necessitada de pedir-lhe um favor, é um teste para a sua capacidade de entendimento e para os seus dotes de educação.
Um mendigo é um companheiro no caminho a quem talvez amanhã tenhamos de solicitar apoio fraterno.
A criança desprotegida que encontramos na rua não é motivo para revolta ou exasperação, e sim um apelo para que trabalhemos com mais amor pela edificação de um mundo melhor.
Não adianta reprimenda para o irmão embriagado, de vez que ele, por si mesmo, já se sabe doente e menos feliz.
Toda vez que você destaque o mal, mesmo inconscientemente, está procurando arrasar o bem.
Não critique, auxilie.
Para qualquer espécie de sofrimento é possível dar migalhas de alívio ou de amparo, ainda quando semelhante migalha não passe do sorriso de simpatia e compreensão.

André Luiz

NA VIA PÚBLICA


A rua é um departamento importante da escola do mundo, onde cada criatura pode ensinar e aprender.
Encontrando amigos ou simples conhecidos, tome a iniciativa da saudação, usando cordialidade e carinho sem excesso.
Caminhe em seu passo natural ou dentro da movimentação que se faça precisa, como se deve igualmente viver: sem atropelar os outros.
Se você está num coletivo, acomode-se de maneira a não incomodar os vizinhos.
Se você está de carro, por mais inquietação ou mais pressa, atenda às leis de trânsito e aos princípios do respeito ao próximo, imunizando-se contra males suscetíveis de lhe amargurarem por longo tempo.
Recebendo as saudações de alguém, responda com espontaneidade e cortesia.
Não detenha companheiros na via pública, absorvendo-lhes tempo e atenção com assuntos adiáveis para momento oportuno.
Ante a abordagem dessa ou daquela pessoa, pratique a bondade e a gentileza, conquanto a pressa, frequentemente, esteja em suas cogitações.
Em meio às maiores exigências de serviço, é possível falar com serenidade e compreensão, ainda mesmo por um simples minuto.
Rogando um favor, faça isso de modo digno, evitando assovios, brincadeiras de mau gosto ou frases desrespeitosas, na certeza de que os outros estimam ser tratados com o acatamento
que reclamamos para nós.
Você não precisa dedicar-se à conversação inconveniente, mas se alguém desenvolve assunto indesejável é possível escutar com tolerância e bondade, sem ferir o interlocutor.
Pessoa alguma, em são consciência, tem a obrigação de compartilhar perturbações ou conflitos de rua.
Perante alguém que surja enfermo ou acidentado, coloquemos-nos, em pensamento, no lugar difícil desse alguém e providenciemos o socorro possível.

André Luiz

VER E OUVIR


A visão e a audição devem ser educadas, tanto quanto as palavras e as maneiras.
Em visita ao lar de alguém, aprendamos a agradecer o carinho do acolhimento sem nos determos em possíveis desarranjos do ambiente.
Se ouvimos alguma frase imperfeitamente burilada na voz de pessoa amiga, apreciemos a intenção e o sentimento, na elevação em que se articula, sem anotar-lhe o desalinho gramatical.
Veja com bondade e ouça com lógica.
Saibamos ver os quadros que nos cercam, sejam eles quais forem sem sombra de malícia a tisnar-nos o pensamento.
Registrando anedotas inconvenientes, em torno de acontecimentos e pessoas, tenhamos suficiente coragem de acomodá-las no arquivo do silêncio.
Toda impressão negativa ou maldosa que se transmite aos amigos, em forma de confidência, é o mesmo que propinar-lhes veneno através dos ouvidos.
Em qualquer circunstância, é preciso não esquecer que podemos ver e ouvir para compreender e auxiliar.


André Luiz

DIVALDO E CHICO

 

Quem teve a ventura de assistir a uma das palestras de Divaldo Franco em Teresópolis, na Faculdade de Medicina, ficou conhecendo também um dos mais lindos casos de Chico Xavier...
Contou Divaldo, em meio aos ensinamentos que sempre transmite que em sua recente estada na África, cumprindo longo e ininterrupto roteiro de palestras, enfrentou logo de início, surpreendentes mudanças climáticas. Pois ele saíra de Salvador, com seu primo Nilson de Souza Pereira, com os termômetros marcando quase 40 graus à sombra. 
No dia seguinte, em Pretória, cidade em que fez a primeira palestra, os termômetros já marcavam temperaturas negativas. Um dia após, em outra cidade africana, a temperatura já era positiva. As bruscas mudanças foram sentidas pelo Nilson. Tarde da noite ele estava com febre alta e Divaldo tentou, inclusive, chamar um médico. Não havia telefone. Ele ignorava também onde estavam os anfitriões que, tão generosamente, propiciaram aquela hospedagem tão acolhedora.
Divaldo contou que orou, aplicou passes magnéticos em Nilson e, subitamente lembrou que, àquela hora, Chico Xavier deveria estar em Uberaba atendendo aos sofredores que vindos de toda parte, lhe solicitam orações, notícias de familiares desencarnados, e pedem também uma palavra bondosa e amiga.
Divaldo, então, buscou mentalmente, o socorro de Chico Xavier. De repente, eis que lhe surge à frente o Chico. Põe a mão na testa do Nilson e acalma Divaldo, dizendo tratar-se de um simples choque térmico. Aplica um passe no enfermo e diz que, em duas horas tudo se normalizará. "E foi isso mesmo que ocorreu, antes mesmo das duas horas tão esperadas" - acrescentou Divaldo.
Na manhã do dia seguinte, encantado com o fato, Divaldo telefonou lá da África para Altiva Noronha, sua amiga, em Uberaba, que frequenta as reuniões, realizadas aos sábados pelo Chico Xavier. Relata o próprio Divaldo:
“Eufórico, eu queria contar tudo a ela”. Mas Altiva falou primeiro e, foi dizendo:
- Olhe Divaldo, tenho um recado do Chico para você. Ele manda avisar que se lembra da sua grande preocupação com Nilson. Pediu-me que, quando você chegasse, eu dissesse...
E Altiva foi contando tudo o que aconteceu. Quando terminou perguntou:
Mas, Divaldo o que é que você queria me contar?
Uai, você já está no Brasil? Já chegou?
Não, Altiva. Era tudo, isso que você me contou que eu queria contar. Ainda estou na África.


Ana Maria Spranger Luiz.
(Extraído - SEI número 1245)

Fonte: Centro Espírita Vinhas do Senhor

SOU MÉDIUM, SÃO ESPÍRITOS QUE ESTÃO ME USANDO OU SOU EU?


Às vezes tenho dúvidas se realmente são os espíritos que estão me usando (médium) para falar... Ou se sou eu mesmo que estou falando... Me sinto inferior quando estou na casa espírit
a, parece que me olham com diferença...

".. vou preparar-vos lugar." - Jesus, (JOÃO, 14:2.)

Sabia o Mestre que, até à construção do Reino Divino na Terra, quantos o acompanhassem viveriam na condição de desajustados, trabalhando no progresso de todas as criaturas, todavia, "sem lugar" adequado aos sublimes ideais que entesouram.
Efetivamente, o cristão leal, em toda parte, raramente recebe o respeito que lhe é devido.
Por destoar, quase sempre, da coletividade, ainda não completamente cristianizada, sofre a descaridosa opinião de muitos.
Apesar de semelhantes conflitos, porém, prossigamos agindo e servindo, em nome do Senhor.
Reconhecendo que o domicílio de seus seguidores não se ergue sobre o chão do mundo, prometeu Jesus que lhes prepararia lugar na vida mais alta.
Continuemos, pois, trabalhando com duplicado fervor na sementeira do bem, à maneira de servidores provisoriamente distanciados do verdadeiro raro "Há muitas moradas na Casa do Pai."
E o Cristo segue servindo, adiante de nós.
Tenhamos fé.

Emmanuel
(Fonte Viva, cap. 44) 
Fonte: Revista Auta de Souza


DIANTE DA LUTA


Mestre, que jamais maldigamos a luta que não nos poupa esforço e sacrifício.
Não fosse por ela, é possível que estivéssemos mergulhados em abismos de maior dor...
É a luta de cada dia que espiritualmente nos fortalece e que nos mantém de pé.
Que possamos enfrentá-la com coragem e determinação, investidos da necessária humildade para superá-la.
Não importa o nome e as características da prova que faceamos no cotidiano.
Seja ela qual for, sabemos que é do tamanho exato de nossa carência de reajuste.
Abençoada, pois, toda dificuldade que nos motiva a lembrar-nos de Ti através da oração.
Bendita a provação que nos torna inseguros diante do mundo e nos induz a procurar-Te por abrigo.
Mestre, as nossas lutas são as nossas bênçãos!...

Pelo Espírito: Irmão José
Do livro: Preces e Orações
Psicografia: Carlos A. Baccell

EDUCAÇÃO






Educa o terreno e terás o pão farto.
Educa a árvore e receberás a bênção da fartura.
Educa o minério e obterás a utilidade de alto preço.
Educa a argila e plasmarás o vaso nobre.
Educa a inteligência e atingirás a sabedoria.
Educa as mãos e acentuarás a competência.
Educa a palavra e colherás simpatia e cooperação.
Educa o pensamento e conquistarás a ti mesmo.
Sem o alfabeto anoitece o espírito.
Sem o livro falece a cultura.
Sem o mérito da lição a vida seria animalidade.
Sem a experiência e a abnegação dos que ensinam, 
o homem não romperia as faixas da infância.
Em toda parte, vemos a ação da providência Divina, 
no aprimoramento da Alma Humana.
Aqui é o amor que edifica. 
Além, é o trabalho que aperfeiçoa.
Mais adiante é a dor que regenera.
A Terra é nossa escola milenária e sublime.
Jesus é o Nosso Divino Mestre.
O Espiritismo sobretudo, é obra de educação.
Façamos da educação com o Cristo o culto de nossa vida, para que 
nossa vida possa educar-se e educar como o Senhor, hoje e sempre.

Emmanuel

DEVER CRISTÃO



Rossi e Alves eram diretores de conhecido templo espírita e davam-se muito bem na vida particular. Afinidade profunda.
Amizade recíproca. Sempre juntos nas boas obras, integravam-se perfeitamente no programa do bem.
Alves, com desapontamento, passou, a saber, que Rossi, nas três noites da semana sem atividades doutrinárias, era visto penetrando a porta de uma casa evidentemente suspeita, lugar tristemente adornado para encontros clandestinos de casais transviados.
Persistindo semelhante situação por mais de um mês, Alves, certa noite, informado de que o amigo entrara na casa referida, veio esperá-lo à saída. Dez, onze, meia-noite...
Minutos depois de zero hora, Rossi saiu calmo e o amigo abordou-o.
- Meu caro - advertiu Alves, sisudo, - não posso vê-lo reiteradamente neste lugar. Você é casado, pai de família e, além de tudo, carrega nos ombros a responsabilidade de mentor em nossa Casa.
Nada podemos condenar, mas você não ignora que álcool e entorpecentes, aí dentro, andam em bica...
Rossi coçou a cabeça num gesto característico e observou:
- Não há nada. Estou apenas cumprindo um dever cristão.
- Dever cristão?
- Sim, a filha de um dos meus melhores amigos está frequentando este círculo. Jovem inexperiente. Ave desprevenida em furna de lobos.
Enganada por lamentável explorador de meninas, acreditou nele...
Mas a batalha está quase ganha. Convidei-a a pensar. Há mais de um mês prossegue a luta. Hoje, porém, viu com os próprios olhos o logro de que é vítima. Acredito que amanhã surgirá renovada...
E, ante os olhos desconfiados do amigo:
- Você sabe. É preciso agir, sem rumor, sem escândalo. Quem sabe?
Talvez em futuro próximo a invigilante pequena possa encontrar companheiro digno. E ser mãe respeitada.
Alves riu-se às pampas, de maneira escarninha, e falou: - Vou ver!
- Não, não! Não vá! - pediu Rossi, em súplica ansiosa.
- Tem medo de ser apanhado em mentira? - disse Alves, com a suspeita no rosto. E, sem mais nem menos, entrou casa adentro, encontrando, num pequeno salão, sua própria filha chorando ao pé de um cavalheiro desconhecido...

Waldo Vieira

COM TODO AMOR


Eu era a teimosia em pessoa. 
Lembra-se, Mãezinha, de quando me ocultava para fugir de você?
Escutava seus gritos, suas palavras ternas:
- Venha cá, Mamãe está chamando...
Ouvia tudo e arrancava-me para longe.
E quando me achava de novo em casa, era bastante que o seu olhar indagador me fitasse para que me pusesse a agredir:
- Você, Mamãe, não me entende... Nunca entendeu... Nada.
Quero viver minha vida que é diferente da sua. Deixe-me em paz...
Percebia que os seus olhos se erguiam para mim, molhados de lágrimas que não chegavam a cair, sem qualquer palavra de reprovação ou de queixa.

Hoje que a experiência me renovou, creio que o seu silêncio devia ser uma conversa com Deus a meu respeito, que não procurava nem queria compreender.
Agora, porém, anseio confessar que todas as minhas frases tocadas de aspereza e de ingratidão, eram mentira pura.
Por que passaria tanto tempo sem que eu lhe dissesse isto?
Em verdade, nunca encontrei um amor igual ao seu.
A vida nos separou com a rudeza da tesoura que corta um ramo florido da árvore em que nasceu.

Qual sucede à flor arrebatada aos braços da fronde, muito disseram que eu ia para a festa... Entretanto, de todas as festas a que o mundo me conduziu, sempre me retirei com mais sede da sua ternura, da sua ternura transitoriamente perdida.
Seu amor está em meu coração como a vida que se entranha em minha alma, seus gestos de carinho permanecem comigo como estrelas no céu noturno.

Perdoe-me pelas cruzes de aflição que dependurei no seu peito, mas ouça Mãezinha: Deus não permitirá que o seu sacrifício tenha sido em vão.
Venho beijar-lhe os cabelos que a prata do tempo começou a enfeitar de luz e, ao rever-me no espelho cristalino do seu olhar, observo quanto mudei!...

Ampare-me, não me abandone... E se posso pedir alguma coisa com o pranto de meu reconhecimento, rogo incline os ouvidos para os meus lábios. Anseio revelar um segredo... Unicamente entre nós. Você e eu... Isto agora é tudo quanto quero falar:
- Você, Mamãe, sempre me compreendeu... Sei agora que nunca nos separamos. Abrace-me... Está sentindo? Meu coração está pulsando pelo seu coração... Abrace-me... Mais ainda!... 
Tenho fome do seu amor... Abençoe-me, ensine-me a conversar também com Deus e deixe que eu diga que nunca serei feliz sem você.

Maria Dolores

DESENCARNAÇÃO DE CRIANÇAS (2)



CAUSAS DAS MORTES PREMATURAS

Como explicar a situação da criança, cuja vida material se interrompe? E por que esse fato ocorre? Duas indagações que surgem naturalmente ao nos depararmos com a morte na infância.
Allan Kardec [Livro dos Espíritos – questão nº199] registra o pensamento dos Espíritos Superiores:
"A duração da vida da criança pode ser, para seu Espírito, o complemento de uma vida interrompida antes do tempo devido, e sua morte é frequentemente uma prova ou uma expiação para os pais."

Observamos pelo exposto que a morte prematura está quase sempre vinculada a erro grave de existência pretérita: almas culpadas que transgrediram a Lei geral que vige os destinos da criatura e retornam à carne para recomporem a consciência ante o deslize. São, muitas vezes, ex-suicídas (conscientes ou inconscientes) que necessitam do contato com os fluidos materializados do planeta, para refazerem a sutil estrutura eletromagnética de seu corpo espiritual.
Lembram ainda os Benfeitores que os pais estão igualmente comprometidos com a Lei de Causa e Efeito e, na maioria das vezes, foram cúmplices ou causadores indiretos da falta que gerou o sofrimento de hoje.

Emmanuel [Criança no Além-prefácio] afirma: ”Porque a desencarnação de crianças, vidas tolidas em flor”?

Muitos problemas observados exclusivamente do lado físico assemelham-se a enigmas de solução impraticável; entretanto, examinados do ponto de vista da imortalidade e do burilamento progressivo da alma, reconhecer-se-á que o Espírito em evolução pode solicitar conscientemente certas experiências ou ser induzido a ela em benefício próprio. Nas realizações terrestres, é comum a vinculação temporária de alguém a determinado serviço por tempo previamente considerado.
Há quem renasça em limitado campo de ação para trabalho uniforme em decênios de presença pessoal e há quem se transfira dessa ou daquela tarefa para outra, no curso da existência, dependendo, para isso, de quotas marcadas de tempo. Encontramos amigos que efetuam longos cursos de formação profissional em lugares distantes do recanto em que nasceram e outros que se afastam, a prazo curto, da paisagem que lhes é própria, buscando as especializações de que se observam necessitados. E depois destes empreendimentos concluídos, através de viagens que variam de tipo, segundo as escolhas que façam, ei-las de regresso aos locais de trabalho em cuja estruturação se situam.
Esta é a imagem a que recorremos para que a desencarnação de crianças seja compreendida, no plano físico, em termos de imortalidade e reencarnação."
Casos, no entanto, existem que não estão inseridos no processo de Ação e Reação e configuram sim, ações meritórias de Espíritos missionários que renascem para viverem poucos anos em contato com a carne em função de tarefas espirituais. 

É o que afirma André Luiz:
"Conhecemos grandes almas que renasceram na Terra por brevíssimo prazo, simplesmente com o objetivo de acordar corações queridos para a aquisição de valores morais, recobrando, logo após o serviço levado a efeito, a expectativa apresentação que lhes era costumeira."

CRIANÇAS NO PLANO ESPIRITUAL

Com relação à posição espiritual dos Espíritos que desencarnam na infância, André Luiz informa-nos que todos eles são recolhidos em Instituições apropriadas, não se encontrando Espíritos de crianças nas regiões umbralinas.
Há inúmeras descrições espirituais de Escolas, parques, colônias e instituições diversas consagradas ao acolhimento e amparo às crianças que retornam do Planeta através da desencarnação.
Chico Xavier, analisando a situação espiritual e o grau de lucidez desses Espíritos diz:
"Os benfeitores espirituais habitualmente nos esclarecem que a criança desencarnada no Mais Além, recobra parcialmente valores da memória, quando na condição de Espírito, tenha já entesourado alta gama de conhecimentos superiores, com pouco tempo depois da desencarnação, conseguindo, por isso, formular conceitos e anotações de acordo com a maturidade intelectual adquirida com laborioso esforço.
O mesmo não acontece com o Espírito que ainda não adquiriu patrimônio de experiência mais dilatados, seja por estar nos primeiros degraus da evolução humana ou por essência de aplicação pessoal ao estudo e a observação dos acontecimentos.
Para o Espírito nesse estágio, o desenvolvimento na vida espiritual é semelhante ao que se verifica no plano físico em que o ser humano é compelido a aprender vagarosamente as lições da existência e adiantar-se gradativamente, conforme as exigências do tempo."
André Luiz [Entre a Terra e o Céu] vai pronunciar-se da mesma forma: ”Acreditamos que o menino desencarnado retoma, de imediato, a sua personalidade de adulto”... Em muitas situações, é o que acontece quando o Espírito já alcançou elevado estágio evolutivo.
Contudo, para a grande maioria das crianças que desencarnaram, o caminho não é o mesmo. Almas ainda encarceradas no automatismo inconsciente acham-se relativamente longe do autogoverno. Jazem conduzidos pela Natureza, à maneira de criancinhas no colo materno. “É por esse motivo que não podemos prescindir de períodos de recuperação, para que se afasta do veículo físico, na fase infantil.”

QUADRO XII - Morte Prematura – Possibilidades

- Assumir a forma da última existência
- Conservar a forma infantil que vai se desenvolvendo a semelhança do que ocorre na Terra
- Reencarnar pouco tempo depois do falecimento

Bibliografia
1) O Livro dos Espíritos - Allan Kardec
2) O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec
3) Entre a Terra e o Céu - André Luiz/Chico Xavier
4) Resgate e Amor - Tiaminho/Chico Xavier
5) Escola no Além - Cláudia/Chico Xavier
6) Crianças no Além - Marcos/Chico Xavier
Apostila Original: Instituto de Difusão Espírita de Juiz de Fora - MG


Texto extraído do site AMALUZ em http://www.amaluz.net/prematura.htm