sexta-feira, 21 de março de 2014

TENHO ESPERANÇA

  


Há, talvez, quem pense que eu esteja a esnobar ou assumindo alguma espécie de estrelismo, quando me refiro a mim, reconhecendo a minha própria desvalia.
Certa vez, alguém me disse: "Chico, você precisa parar de se comparar a um cisco: isto é exagero de sua parte... Onde é que já se viu?!" 
Lembro-me que respondi: "Eu não me comparo: eu sou um cisco!”
E agora com mais convicção, eis que lhes digo: Nem sequer um cisco fui ou sou...
O que posso fazer, se é assim que me sinto?
Que ninguém se sinta obrigado a nivelar-se a mim, que permaneço ao rés do chão.
Um dia, com certeza, o Senhor há de se compadecer de mim...
Não é, no entanto, porque admita a minha insignificância, que vou me sentir impedido de trabalhar.
Tenho grande alegria em estar sendo utilizado como sou...
Os Espíritos Amigos nunca me cobraram perfeição.
Durante mais de sete décadas, no labor da mediunidade, toleraram-me como eu era...
Por que, sendo um traço de treva, eu haveria de querer a luz deles para mim?
Ninguém brilha com a luz dos outros.
Sou o que sou, mas tenho muita esperança de ser, um dia, o que o Senhor espera que eu seja!

FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

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