sábado, 14 de dezembro de 2013

MEDO DE PERDER



Um rapaz estava namorando uma jovem, mas no fundo, essa jovem só estava interessada em seu dinheiro. Muito rico, o rapaz adorava a menina. Apesar de trata-la como uma princesa, ela o esnobava e só aceitava sua companhia na medida em que ela podia usufruir de seu patrimônio e sua riqueza.
O tempo passou, e todos a volta do rapaz, parentes e amigos, o alertavam sobre essa situação. A mãe dizia:
- Filho largue essa moça. Ela só está interessada em seu dinheiro.
- Mas eu gosto dela mãe, e não quero perdê-la.
Seus amigos diziam a mesma coisa:
- Meu caro, essa garota não gosta de você de verdade, ela só gosta de dinheiro.
- Mas eu gosto dela, e não quero perde-la, reafirmava sempre o rapaz.
Sua irmã mais velha, vendo aquela situação, também entrou no coro alertando:
- Você está deixando de aproveitar uma parte importante de sua vida por causa dessa menina. Acorda irmão!
- Mas eu gosto dela. E não quero perde-la. Insistiu o rapaz, repetindo a mesma frase.
Num outro dia, o rapaz estava andando na rua, pensando seriamente sobre seu relacionamento, e sempre lhe vinha o mesmo pensamento, o de que "não queria perde-la".
Passando por um homem maltrapilho na rua que distribuía panfletos, o homem aproximou-se e entregou ao rapaz uma folha de papel com alguns dizeres. O homem, um religioso que convidava as pessoas para o seu templo, costumava entregar as pessoas folhetos com ensinamentos de vida, lições e provérbios.
O rapaz pegou o folheto, leu, e sentiu-se tonto, quase desmaiou. O homem o interpelou perguntando se ele estava bem. O rapaz ficou alguns minutos parado, pensando, com olhar distante, e disse ao homem.
- Muito obrigado. O senhor abriu a minha mente.
- Isso acontece algumas vezes. Disse o homem, com um sorriso no rosto e com a alegria de quem havia entendido que cumprira sua missão do dia.
No dia seguinte, o rapaz marcou um encontro com a jovem. Logo que os dois se encontraram, a jovem disse:
- Então, hoje eu estava a fim de ir ao shopping comprar uns vestidos novos, sapatos e outras coisinhas. Depois pensei em passearmos com seu carro pela cidade, e irmos para um hotel de luxo. O que acha?
O rapaz olhou profundamente nos olhos da jovem e disse:
- Tenho uma ideia melhor. Hoje decidi que não viverei pelo medo de perder, mas pelas infinitas possibilidades que a vida a todo o momento nos oferece. Não há motivo para eu continuar nessa prisão. Estamos terminando aqui nosso namoro. Tome isso é para você (O rapaz entregou o folheto a jovem).
A jovem ficou chocada com a atitude do rapaz. Nunca o havia visto tão confiante. Depois que o rapaz foi embora, sem olhar para trás, a jovem abriu o folheto e viu escrito:
 “Não se pode perder algo que nunca nos pertenceu.”

Autor: Hugo Lapa 


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