segunda-feira, 14 de outubro de 2013

O SUÍCIDIO NÃO RESOLVE NADA


Os jornais anunciam a dolorosa notícia de que mais de mil criaturas por dia, em todo o mundo, praticaram o crime do suicídio.
Sem dúvida, trata-se de uma trágica estatística.
Criaturas atravessando as densas sombras da morte através de uma violência contra o próprio organismo físico. E tudo isso fruto do total desconhecimento das leis de Deus! Só mesmo uma criatura que ignore inteiramente a justa e misericordiosa mecânica do Universo é que poderá atirar-se ao negro mar da autodestruição, a falsa ilusão de que aniquilado o corpo somático aniquilada estaria também à causa maior de seus sofrimentos.
Não, amigos, por Deus, não é bem assim que resolveremos os nossos problemas angustiantes. O suicídio nunca os resolverá. Muito ao contrário, apenas os complica mais e mais sob todos os pontos de vista. Não reside no corpo a razão de nossos infortúnios. Até mesmo nos amargos casos de moléstias incuráveis, não está na carne à raiz de nossas desventuras. Por isso, lesado mortalmente o corpo, persistirá por mais tempo ainda a nossa angústia, o nosso desespero, agravando-se muito a violência da morte premeditada!
Sim, meu amigo e meu irmão, eu sei, há momentos em que tudo parece andar para trás. Nossos mais queridos sonhos se transformam em dolorosos pesadelos. Nossas mais ansiosas esperanças se reduzem a cinzas mortas levadas pelo vento da dor. E sentimos a solidão na velhice, suportamos o aguilhão da enfermidade crônica, encaramos o azedume da desilusão, notamos a nosso lado à presença da revolta, somos envolvidos pelo abraço traiçoeiro do desânimo!
Eu sei disto tudo, meu irmão! Tudo sugere a deserção, a fuga, o desejo de mergulhar no nada e no esquecimento. Eu sei disto tudo muito bem.
Entretanto, a maior surpresa que o suicida tem, do outro lado, é perceber que ainda arrasta as mesmas dores, verte as mesmas lágrimas, ainda está sob o jugo dos mesmos sofrimentos. Quis morrer para esquecer e vê claramente que não morreu, que de nada se esqueceu, que da dor ainda não se libertou. Ao contrário, está sua situação espiritual bem mais agravada com o seu gesto tresloucado.
Portanto, se você que me lê, pensa que irá ser exceção, pode ir desde já pensando no que acaba de ler acima. Nossas dificuldades, todas elas, têm um fundo espiritual.
Já que não se mata o Espírito, na se pode matar, desta maneira, as referidas dificuldades. Importa volver os olhos para dentro de nós mesmos. Para o nosso íntimo. Para o nosso coração. E com coragem, com desassombro, com humildade e com fé em Deus — reconhecer em nossos refolhos mais ocultos as causas de nosso padecimento. O orgulho, a vaidade, a presunção, a impulsividade, o ódio, a preguiça, o egoísmo, tudo isso que tanto infelicita a família humana — também é a raiz de nossos males interiores.
Após este acurado exame, elevemos nosso pensamento até Deus suplicando-lhe alento necessário para ir levando de vencida a nossa cruz, feita por nós mesmos com o madeiro pesado de nossas imperfeições.
Orando com fervor e sinceridade, estaremos angariando a simpatia e a proteção do Grande Além. Sem demora, estaremos rodeados de amigos invisíveis interessados em nossa vitória nos caminhos difíceis da vida na Terra. Importante desintoxicar a atmosfera emocional inclusive para afastar a perniciosa sugestão de suicídio da parte de entidades sofredoras que nos querem ver derrotados também.
E assim, com persistente vontade de acertar — haveremos de vencer, embora a cair aqui e ali, pois ainda estamos todos cobertos de mazelas morais. Mas haveremos de vencer, haveremos de andar no caminho certo, para a frente e para o alto, expiando com galhardia as faltas por nós cometidas no passado.
Amigos, milhares de criaturas estariam em situações melhores se tivessem este conhecimento espiritista.
Por não terem estas noções, fugiram da vida corporal pela porta falsa do suicídio, o que, ao invés de resolver suas angústias, simplesmente às agravou em mil por cento.
Não embarquemos nessa canoa furada: o suicídio não resolve as angústias de ninguém. E você não seria exceção!

Heloisa Pires, do livro "Educação Espírita", capítulo 14.
Fonte: Orientação Espírita


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