segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Maria troca o ódio por amor


“Estava Maria em sua cidade, Cafarnaum, para onde se mudara, quando o céu começou a se pontilhar de estrelas”. Ela começou a pensar em seu filho, Jesus, Ela andava por todas as terras da Galiléia:

- Onde será que Meu Filho se encontra agora? Com quem estará ele conversando?
As saudades prementes faziam com que seus olhos doces e ternos se nublassem de pranto. Mas, eis que batem, incessantemente, à sua porta e ela perguntou:

-Quem é?
Responderam tão somente:
-Uma mãe muito aflita. Já não sei mais o que fazer para ajudar meu filho!
E ela falou:
-Aguarde um pouco...
Vestiu sua túnica e foi atender ao chamado da mãe ansiosa que, insistentemente, pedia socorro para os seus problemas.
-O que se passa minha irmã, já ia recolher-me!
Ela falou:
-Meu filho rola pelo chão, baba, grita impropérios, está totalmente enlouquecido.
Como Seu Filho está distante, Maria, eu vim pedir que você, de uma certa forma, rogue a Deus, rogue em nome de Seu Filho, para que meu filho seja ajudado.
Maria perguntou:

-Você tem fé? Você acredita, realmente, que eu possa rogar a Meu Filho e seu filho ficar curado?
-Se eu não tivesse fé, não caminharia desesperada pela noite. Porque Jesus, eu já O vi retirar espíritos impuros de muitas criaturas. Meu filho tem apenas quinze anos e está louco a rolar no chão. Desde à tardinha que estamos nesse tormento, não podemos pensar o que será a noite. Ele pode até morrer! O que será do meu filho, enlouquecido daquela forma?

Maria foi caminhando com a mulher e falando:
-Vamos pedir ao nosso Pai que está nos céus, vamos pedir ao Deus Todo Poderoso, pra que nos envie uma luz, um recurso, porque Meu Filho tem poderes dados por Deus, mas eu nada mais sou do que a mãe de Jesus.
-Ah, mas você é a mãe de Jesus! Você representa Jesus em nossos corações!
Quando Maria foi chegando, viu que havia muitas lamparinas acesas, muitos curiosos e o menino a se contorcer, a se retorcer e a xingar impropérios. Ela foi chegando, mansamente, e o menino sentou-se com os olhos extremamente estáticos, arregalados, falou:

-O que temos nós a ver com você, mãe de Jesus, e com Jesus? Nós não pertencemos à luz! Nós somos da sombra! Ele nos pertence, por isso, você vai perder seu tempo. Jesus tenho companheiros! Somos donos desse corpo e aqui vai ser nossa morada!

Maria olhou para o jovem, com seus cabelos empoeirados... Uma dor imensa bateu dentro de seu coração, por ele e por aqueles que o perseguiam. Ela, então, disse, na humildade que a caracterizava:
-Meu irmão, realmente, eu nada sou e nada posso. O que sou eu? Apenas uma serva de Deus. Mas, eu posso pedir a Esse Deus misericordioso, que é meu Pai e que é seu Pai, que envolva você em tal força e em tal luz que esse ódio que está dentro do seu coração se dilua diante do poder imenso da compreensão de Deus. Deus é tanto meu Pai, quanto o seu.

Deus ama a mim, eu sei, mas ama tanto você que virá em socorro, não só desse que aí está, mas em socorro de vocês que, realmente, estão precisando muito. Porque, eu tenho certeza de que, dentro de seu coração existe um imenso amor e uma imensa revolta. Essa revolta, pouco a pouco, vai abandonar o seu coração e de seus companheiros. Onde quer que estejamos os olhos de Deus pousam sobre nós, criaturas que Ele criou criaturas por quem Ele tanto se desvelou se preocupou que mandou Meu Filho, Jesus, para consolar as dores que vocês carregam na revolta, para consolar a dor dessa mãe aflita. Vocês certamente verão que o coração dessa mãe sofre e, na minha fraqueza, porque eu nada sou e nada posso, mas eu tenho muito amor a oferecer a vocês tenho certeza de que querem trocar o ódio que têm no coração pelo amor que eu estou oferecendo. Vamos fazer essa troca? Eu fico com todo o ódio que vocês possuem e dou todo o amor que trago dentro do meu ser.
Naquele instante, sem nada responder, um soluço brotou da garganta daquele menino, que, esfregando os olhos, falou:

- Mãe, mãe, onde estou? O que me aconteceu? Por que tantas pessoas em torno de mim? O que aconteceu comigo, mãe? Eu dormi?

Não viu que Maria, naquele instante, levantou as mãos em direção aos céus e falou:
-Pai de misericórdia, acolha nos seus braços todo o ódio que caminha na Terra, transforma esse ódio em amor, transforma o desespero em esperança, transforma os conflitos em compreensão, porque aquele que odeia é o que mais sofre, ele traz preso na alma, os grilhões que não libertam da criatura, que passa a ser senhor absoluto de todas as suas emoções. Nós, Senhor, queremos ser apenas filhos da luz, filhos do amor, servos fiéis, aonde quer que estejamos. Que se faça nessa casa, Pai amorável, a sua eterna presença e que Meu Filho, Jesus, aonde quer que esteja se alegre, porque a mais humilde de todas as mulheres foi capaz de contribuir, junto com Deus, para que a paz se fizesse nesses corações tumultuados pelos sentimentos de ódio e, mais uma vez, foi demonstrado o poder de Deus, e, acima de tudo, união e amor.

Maria retornou... Retornou para o seu lar olhando o céu pontilhado de estrelas e falou:
-Filho, aonde quer que esteja eu sei que você, dentro do seu coração, ouviu o apelo da sua mãe distante e intercedeu, junto a Deus, para que se fizesse amor, onde o ódio caminhava.
Como nós queremos levar paz, se nós somos permanente tumulto? Como podemos pedir união, se somos permanente desunião, como podemos pedir que os corações se pacifiquem, se nós permanecemos em eternas disputas?

Por isso, cada vez que se instala o desequilíbrio, que sejam, cada um de vocês, primeiro o equilíbrio para, depois, rogar equilíbrio. Porque nos nossos exemplos miram-se todos os espíritos que caminham na sombra, se alegram todos, todos os espíritos que caminham na luz.
Que se faça sobre todos nós, hoje e sempre, o amparo de Jesus e as bênçãos da doce Maria."


Christopher Smith
Psicografia de  Shyrlene Soares Campos
no Núcleo Servos Maria de Nazaré

Fonte:  Doutrina Espírita

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