quarta-feira, 30 de outubro de 2013

BENDITO SEJAS

Bendito sejas, coração amigo,
Pelo pão que dás, à porta,
Ao companheiro que se desconforta,
Na aflição da penúria sem abrigo.

Deus te faça feliz pela roupa que ofertas
Aos torturados do caminho,
Que tanta vez se vão no desalinho
Das feridas que trazem descobertas...

Deus te conceda o prêmio da ventura
Pela ternura sorridente
Com que levas ao doente
O amparo do remédio e a esperança da cura.

Deus te guarde na fonte da alegria,
Para lenir, no esforço a que te dês,
A orfandade e a viuvez
Que vivem para a dor de cada dia.

Deus, porém, te abençoe, coração brando e pasmo,
Com a mais sublime recompensa, 
Quando olvidas a intromissão da ofensa,
O golpe da injustiça e a pedra do sarcasmo.

Deus te exalte no santo esquecimento
Do mal que te golpeia,
Reduzindo a extensão da chaga alheia
Sem cogitar do próprio sofrimento.

Bendito sejas, coração submisso,
Embora sábio entre os mais sábios,
Pela palavra boa de teus lábios,
No exemplo da bondade e do serviço,
Porque o amor transforma a sombra em luz
E o perdão, onde ampare, nunca erra,
Auxiliando a vida em toda a Terra
Para o Reino Divino de Jesus.

Maria Dolores


XAVIER, Francisco Cândido. “Poetas Redivivos” Por diversos Espíritos. 2.ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1982, Capítulo 8.

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