segunda-feira, 14 de outubro de 2013

A VIDA NO MUNDO ESPIRITUAL


Nosso Lar é o nome de uma Colônia Espiritual que André Luiz apresenta em seu primeiro livro (de uma série de dezesseis), revelando um mundo palpitante, pleno de vida e atividades, organizado de forma exemplar, onde espíritos desencarnados passam por estágio de recuperação e educação espiritual. Ao longo da narrativa autobiográfica encontramos preciosos ensinamentos, dentre os quais selecionamos alguns, reproduzindo-os em duas partes, nesta e na próxima edição.

Mensagem de Emmanuel

André Luiz vem contar que a maior surpresa ante a morte carnal é a de nos colocar face a face com nossa própria consciência, onde edificamos o céu, estacionamos no purgatório ou nos precipitamos no abismo infernal; vem lembrar que a Terra é oficina sagrada, e que ninguém a menosprezará, sem conhecer o preço do terrível engano a que submeteu o próprio coração. Não basta à criatura apegar-se à existência humana, é necessário saber aproveitá-la dignamente.

O Umbral 

É uma região que começa na crosta terrena e funciona como um lugar destinado ao esgotamento de resíduos mentais. Uma espécie de Zona Purgatorial, onde se queima, aos poucos, o material deteriorado das ilusões terrestres. É lá que se concentra tudo o que não tem finalidade para a vida superior. Para onde são levados os espíritos que não são suficientemente perversos para serem enviados às colônias de reparação mais dolorosas, nem bastante nobres para serem conduzidos a planos mais elevados. Mesmo assim, cada espírito permanece só o tempo necessário, e por isso há muitas instituições como Nosso Lar, com a finalidade de trabalho e socorro espiritual.

Diante da dor

A dor significa possibilidade de enriquecer a alma. A luta constitui caminho para a divina realização. Na terra, muitos têm a ilusão de que não há dor maior que as suas. A dor não edifica pelos prantos ou pelas feridas que sangram, mas pela porta de luz que oferece ao espírito, para que seja mais compreensivo e mais humano. Ao enfermo é indispensável criar pensamentos novos, disciplinar os lábios e aprender a não falar excessivamente de si mesmo, nem comentar a própria dor. Lamentação denota enfermidade mental de tratamento difícil. No entanto, quando as lágrimas não se originam da revolta, sempre constituem remédio depurador.

Ante as ofensas. 

Ninguém está isento de faltas, assim, é essencial entender os adversários, não propriamente como inimigos, mas como benfeitores, por servirem de instrumento da justiça divina. É importante aproveitar as oportunidades para restabelecer a simpatia interrompida, recompondo os elos da corrente espiritual.

Diante dos erros

É fundamental reconhecer os próprios erros, sem lastimar-se ou ficar relembrando-os; aproveitar os tesouros do arrependimento, guardar a bênção do remorso, embora tardio, sem esquecer que a aflição não resolve problemas.

A ajuda Divina

Deus nos ama sem esperar por rogativas, mas aguarda posição receptiva para encaminhar ajuda. Assim, quando alguém deseja algo ardentemente já se encontra a caminho da realização, mas há três requisitos, a saber: 1º desejar, 2º saber desejar e 3º merecer ou trabalhar persistentemente para ter merecido. O socorro sempre está ao alcance do espírito, basta que se submeta, de forma humilde e resignada, aos desígnios da Providência Divina. A ajuda chega quando, efetivamente, cada um está disposto a ser ajudado, quando a dor promoveu o despertamento necessário.

O lar (Nosso Lar)

É instituição essencialmente divina. É conquista sublime que os seres humanos vão realizando vagarosamente. Na fase atual evolutiva do planeta, existem, na esfera carnal, raríssimas uniões de almas gêmeas, reduzidos matrimônios de almas irmãs ou afins, e esmagadora porcentagem de ligações de resgate. As pessoas não são umas das outras, mas umas com as outras para as experiências do conviver. O verdadeiro casamento é das almas e essa união ninguém poderá quebrantar. O matrimônio espiritual realiza-se, alma com alma, representando os demais simples conciliações indispensáveis à solução de necessidades ou processos retificadores, embora todos sejam sagrados.

O pão divino

O grande alimento das almas é o amor, que está acima da união física. O espírito encarnado saberá, mas tarde, que a conversação amiga, o gesto afetuoso, a bondade recíproca, a confiança mútua, a luz da compreensão, o interesse fraternal - patrimônios que se derivam naturalmente do amor profundo - constituem sólidos alimentos para a vida em si.

O trabalho no bem

O verdadeiro bem espalha bênçãos em nosso caminho.Toda a tarefa na Terra, no campo das profissões, é convite de Deus para que o espírito penetre os templos divinos do trabalho. O título é apenas uma ficha, que habilita a aprender nobremente a servir ao Senhor. A experiência humana, em hipótese alguma, poderá ser levada à conta de brincadeira. Na Terra, o maior trabalhador é o próprio Cristo e Ele não desdenhou o serrote pesado de uma carpintaria. A ciência de recomeçar é das mais nobres que nosso espírito pode aprender. Trabalhar para o bem dos outros, para encontrar o próprio bem, pois o trabalho é tônico divino para o coração. É indispensável converter toda a oportunidade da vida em motivo de atenção a Deus. O gesto de amor ao desiludido, o olhar de compreensão ao culpado, a promessa evangélica aos que vivem no desespero, a esperança ao aflito, constituem bênçãos de trabalho espiritual, que o Senhor observa e registra. As leis divinas concedem sabedoria ao que gasta tempo em aprender e dá mais vida e mais alegria aos que sabem renunciar no trabalho ao semelhante.

As oportunidades

Quando o discípulo está preparado, o Pai envia o instrutor. O mesmo se dá, relativamente ao trabalho. Quando o servidor está pronto, o serviço aparece. Assim, é importante estar atento a circunstâncias aparentemente casuais, pois quando o Criador convoca a determinado lugar é por que há alguma tarefa a realizar. Mas jamais esquecer de dar de si mesmo, em tolerância construtiva, em amor fraternal e divina compreensão.

O sentido da vida. A vida não cessa

A vida é fonte eterna e a morte é jogo escuro das ilusões. O grande rio tem seu trajeto, antes do mar imenso. A alma percorre igualmente caminhos variados e etapas diversas, também recebe afluentes de conhecimentos, aqui e ali, avoluma-se em expressão e purifica-se em qualidade, antes de encontrar o Oceano Eterno da Sabedoria. Cerrar os olhos carnais constitui operação demasiadamente simples. Permutar a roupagem física não decide o problema fundamental da iluminação, como a troca de vestidos nada tem que ver com as soluções profundas do destino e do ser.

O conselho de André Luiz. "Oh! Amigos da Terra! Quantos de vós podereis evitar o caminho da amargura com o preparo dos campos interiores do coração? Acendei vossas luzes antes de atravessar a grande sombra. Buscai a verdade, antes que a verdade vos surpreenda. Suai agora para não chorar depois."

André Luiz

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