sábado, 7 de setembro de 2013

Obsessão, masturbação e equilíbrio

Estudo 

Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas me convém.
Iniciamos nosso tema trazendo a abordagem do que seria sexo virtual: aquele praticado em salas de bate-papo, através de canais como o MSN e o PALTALK, entre casal ou mais pessoas, sempre de forma descompromissada, frenética e até compulsiva.
Deixamos claro que estamos sempre enfocando o desequilíbrio da situação e lembramos a todos que sexo é algo que faz parte do ser humano, algo inclusive de sublime, pois é através das relações sexuais que o homem e a mulher proporcionam a oportunidade do reencarne através da fecundação e posterior nascimento de um novo ser, processo semelhante ocorre nos animais e até nos vegetais, mas ao homem a quem foi dada a inteligência, muito é cobrado em relação à seriedade com que se entrega ás relações sexuais.
Falamos da subjugação, processo em que o obsessor domina sua 'vítima' de várias formas, que compreendem desde uma forma leve até uma forma totalmente manipuladora. Lembrando que este fato ocorre também de encarnado para desencarnado e encarnado para encarnado, fato que nos chamou muito a atenção e que suscitou comentários sobre as atitudes manipuladoras que encontramos no meio internético. Essa manipulação pode ser desde ofertar a crença de que estar sexy em fotos, de que falar coisas que nos vem á telha é usar da nossa liberdade, até o fato de que pessoas se utilizam de situações imaginárias para cativarem e manterem a outra criatura atrelada a si. Casos de dramalhões que são contados e que por compaixão nos sentimos no dever de auxiliar a pessoa. Quando vemos, ela já se diz envolvida por nós e desejosa de 'algo mais'. 
Dissemos sobre a moralidade necessária para que se pudesse lidar com esta situação, em que se afastar de determinadas arapucas requer a nossa vigilância e a nossa atenção, sobretudo aos avisos 'amigos' que nos chegam.
Abordamos a abstinência sexual através dos séculos e a forma errônea como ela foi imposta em diversos setores, inclusive no religioso e no espírita.
O desequilíbrio emocional gerado em situações em que parceiros se separam e estavam unidos apenas por interesses momentâneos ou passageiros, criadores de expectativas e apoios infundados, quando uma das partes se propõe a sanar as carências, a solidão e o ego alheio, retirando-se assim que obtém aquilo que deseja e que, em muitos casos, não é o bem-estar alheio, mas sim a satisfação de suas necessidades egoístas.
Conhecemos um pouco mais do que ocorre com as mentes viciosas e que se prendem a imagens grosseiras, necessitando desse 'alimento' para seu ser. Passeamos por situações até chegarmos à denominada vampirismo ou parasitarismo, aonde irmãos desequilibrados e desarmonizados, mas detentores de enorme inteligência e potencial magnético se juntam a nós sugando-nos nossas energias. Vimos que o mesmo pode ocorrer com nossos alimentos, por exemplo, o que mais uma vez nos mostrou não ser a abstinência o caminho correto, mas sim o equilíbrio e a sensatez na prática das relações sexuais.
Pudemos compreender a diferença existente entre aqueles irmãos que necessitam dos fluídos produzidos por nós encarnados, por ainda se acharem próximos à materialidade e a diferença existente para aqueles que se comprazem de maneira abusiva e anticristã da mesma situação.
Abordamos as formas de obsessão que passam inclusive pela fascinação e pela possessão e
finalizamos os subtemas trazendo um pouco das características e modus operandis do manipulador.
Ficou enfatizado em todos os momentos que o ato de sugar o próximo ocorre não só em relação ao sexo, mas em relação também às nossas relações interpessoais, seja no trabalho, seja no lar, seja no comércio e em tantos outros setores. 
Refletimos sobre a importância de nossos exemplos e da orientação que devemos dar aos jovens acerca do que envolve não apenas o mundo material, mas como também o espiritual.
Enfim, diante de tudo o que foi abordado, vimos como a sintonia é nossa grande aliada ou nossa maior perdição. 
E em termos espirituais, o que seria a manipulação e aonde ela estaria próxima à obsessão? Vamos relembrar conceitos e entendermos os caminhos que a obsessão e a manipulação percorrem que são muito similares. De forma clara e simples, Allan Kardec em A Gênese, nos mostra sobre obsessão e possessão, conceitos que abordávamos no encontro anterior, através das palavras de Gabriel Delane (aliás, já estou com o áudio dos estudos anteriores e, assim que me for possível, vou colocá-lo por escrito no site e, junto ao tema de hoje, teremos o tema sexo na internet abordado de forma ampla e disponível aos que assim desejarem. Lembro-lhes que forma ampla não significa total, ok?) o que seria obsessão e os seus variados graus. Só quero enfatizar o seguinte que consta de a Gênese:
“No caso de obsessão grave, o obsedado está como que envolvido e impregnado de um fluido pernicioso que neutraliza a ação dos fluidos salutares, e os repele. É do fluido que será preciso desembaraçar-se; ora, um mau fluido não pode ser repelido por um mau. Por uma ação idêntica à do médium curador no caso de moléstia, será preciso expulsar o fluido mau com o auxílio de um fluido melhor.
Esta é a ação mecânica, porém que nem sempre basta; será preciso, também, e acima de tudo, agir sobre o ser inteligente ao qual é preciso ter o direito de falar com autoridade, e esta autoridade não é dada senão á superioridade moral; quanto maior é esta, maior a autoridade.” 130 e 131 curas do Livro dos Médiuns....
Que desejo eu enfatizar com essa passagem? Que não basta ir em uma Casa Espírita, por exemplo e encontrar um tratamento de desobsessão; encontrar um médium que tenha autoridade moral suficiente para dirigir-se a este irmãozinho que nos perturba e sair feliz, livre de um fardo. Em muitos momentos a autoridade do médium pode ir por água abaixo, se por exemplo, o espírito obsessor responder: Mas o ser encarnado que eu acompanho, adora jogos de azar ou caluniar a vizinha. É ele mesmo quem, em se comprazendo em inferioridades, me chama para junto dele ou abre portas para que eu me cole em sua pessoa e de vazão ás minhas próprias inferioridades.
O espírito Manoel Philomeno de Miranda, no livro Análise das obsessões e fronteiras da Loucura, nos mostra as seguintes conclusões acerca de obsessão:
“A obsessão simples é parasitose comum em quase todas as criaturas, em se considerando o natural intercurso psíquico vigente em todas as partes do Universo”. 
Tendo-se em vista a infinita variedade das posições vibratórias em que se demoram os homens, estes sofrem, quanto influem em tais faixas, sintonizando, por processo normal, com os outros comensais aí situados. ( * -pág.11) 
Quando as criaturas, sob o jugo de obsessão simples, dormem, encontram-se com os seus afins — encarnados ou não — com os quais se identificam, recebendo mais ampla carga de necessidades falsas (...). 
Quando despertam, trazem a mente atribulada, tarda, sob incômodo cansaço físico e psíquico, encontrando dificuldade para fixar os compromissos e lições edificantes da vida. ( * -pág.12) 
Na obsessão simples, sempre há uma idéia fixa que conduz ao intercâmbio mental com outros Espíritos afins. ( * -pág.12) 
Surgem como efeito natural, as síndromes da inquietação: as desconfianças, os estados de insegurança pessoal, as enfermidades de pequena monta, os insucessos em torno do obsedado que soma as angústias, dando campo a incertezas, a mais ampla perturbação interior. ( * -pág.12) 
Nesse período podem-se perceber os estereótipos da obsessão, que facilmente se revelam pelas atitudes inusitadas, pelo comportamento ambivalente — equilíbrio e distonia, depressão e excitação —, alienando a criatura. ( * -pág.13) " 
Se pensarmos em que dia é hoje, nos lembraremos que comemora-se o dia da libertação dos escravos. Já imaginaram, por exemplo, quantos e quantos senhores de engenho não foram perversos, arbitrários e tantas outras coisas com seus escravos, crendo-os seres inferiores e ‘feitos’ para apanhar ou existirem tais quais animais? Estes, em sua santa ignorância tiveram muitos atenuantes, mas e aqueles que castigavam, torturavam e faziam atrocidades pelo simples prazer?
Mas e no momento da obsessão: será que se ligaram ao primeiro senhor de engenho somente obsessores ingênuos e necessitados de dar vazão às suas sensações presas à matéria ou se ligaram a ele espíritos perversos e desejosos de toda sorte de atrocidades?
E nós, quando alimentamos posturas ligadas à obscenidade e à depravação, estaremos nos consorciando a quem? Quando falamos alguma obscenidade ou vibramos em busca de prazeres efêmeros, estaremos nos ligando à quem? Às mesmas criaturas que admiram uma flor, que valorizam um riacho ou que se solidarizam ante a dor do semelhante? 
Bom gente, confesso que para cada encontro que preparo este tema, encontro novas situações que poderiam ser acrescidas e ele poderia se estender ainda por algumas semanas, pois é um tema amplo, envolvente e que pode ser comparado a muitas situações de nossos dia-a-dia.
Finalizá-lo sem comentar de uma pergunta feita tempos atrás, sobre a masturbação, seria quase falta de respeito de nossa parte. No encontro anterior dissemos como as demais religiões se manifesta nesse quesito e no da prática sexual, por exemplo, antes do casamento. De nossa parte, encontramos pouco material que fale diretamente sobre o assunto, mas um muito interessante que encontramos, está no site CVDEE e trata-se de uma entrevista com Walter Barcelos e, embora ele aborde o tema homossexualidade e reencarnação, traz muitas considerações importantes sobre o tema sexo e sexualidade. Está no endereço
No tocante à pergunta se masturbação é algo que deve ser praticado, embora existam inúmeros conceitos trazidos pela área médica, principalmente aqueles que desmentem os folclores criados sobre o mesmo, temos a acrescentar apenas que a masturbação, assim como o ato sexual, proporciona a emanação de energias, haja vista o efeito que produz em nosso organismo desencadeando hormônios. Se ela é recomendada, do bem ou do mal, não nos cabe abordar. 
Cabe sim, de forma fraterna, convidar a todos que se encontram com esta energia, a sexual, desequilibrada e desarmonizada (seja pelo excesso ou pela carência de utilização da mesma) a buscarem atividades físicas que envolvam desgaste salutar de energia, que tragam bem-estar e sensação prazerosa. De nada adianta fazermos ou praticarmos mínimo ato que seja, se nos sentirmos culpados ou se o fizermos, principalmente, pensando e vibrando em desarmonia. 
Servindo-me ainda da entrevista de Walter Barcelos, tenho duas coisas a acrescentar ao término de nosso tema: 
A primeira é a de que a bibliografia sobre a temática sexual à luz do Espiritismo, por enquanto, ainda é pequena. Relacionamos algumas obras:

1 – Vida e Sexo, Emmanuel – Francisco Cândido Xavier, edição FEB.
2 – Sexo e Destino, André Luiz – Francisco Cândido Xavier, edição FEB.
3 – Sexo e Evolução, Walter Barcelos, edição FEB.
4 – No Mundo Maior, André Luiz - Francisco Cândido Xavier, cap. 11: “Sexo”, edição FEB.
5 – Outra Face do Sexo, Emídio Brasileiro/Marislei Brasileiro, AB Editora 
6 – Sexualidade à luz da Doutrina Espírita, Américo Domingos Nunes Filho, Edição CELD

E a segunda é que não adianta querermos nos impor a abstinência sexual como solução para tudo. Precisamos sim criar um conjunto de atitudes e pensamentos que haverão de nos fortalecer e salvaguardar das exposições às situações que vimos nestes estudos. Dentre elas, eis as que foram colocadas por Walter Barcelos, de forma fraterna e lúcida:
Aprender a amar a si mesmo, cuidando de seu mundo interior; amar com respeito, gratidão e afabilidade os queridos pais; desenvolver com dedicação algum talento pela música, pintura, literatura, artesanato, etc.; ouvir com os ouvidos da alma as notas celestes da música suave e relaxante; amar a Deus – o Pai Criador, com todas as forças da inteligência, da alma e do coração; interessar-se por conquistar, passo-a-passo, as virtudes ensinadas pelo Mestre Jesus; estudar com aplicação a Doutrina Espírita; amar o próximo como a si mesmo, a começar pelos próprios familiares mais difíceis; amar a Natureza com a alma cheia de respeito e gratidão, ante sua exuberância; Cuidados de amor de plantas e flores, Amar e tratar bem todos os animais; amar com carinho, ternura e atenção as crianças, os idosos e os doentes; cultivar a amizade sincera com criaturas de todos os níveis da sociedade humana; Privilegiar a conversação edificante;Manter o exercício da meditação superior; trabalhar com alegria em benefício dos mais pobres, desprotegidos e necessitados. 
Abrir sem medo o coração para dar e receber, amar e ser amado, na divina simbiose do amor incondicional. Aprender a ser feliz, em todas as circunstâncias, extraindo alegria e paz das coisas e acontecimentos mais corriqueiros do cotidiano. Trabalhar para ter a mente equilibrada e o coração evangelizado. 
Buscar, diariamente, o sentido superior de crescer de forma incessante na conquista dos tesouros do espírito, aplicando amor cristianizado, humildade sincera e fé iluminada. 
Conviver com a abstinência sexual, mantendo a alma vazia de ideal superior, de conhecimento espiritual e o amor praticado é caminhar tristemente para o fosso sombrio da frustração e fracasso, desânimo e desilusão, desequilíbrio e viciação. 
Não queiramos viver inconscientemente com tal caminho de sombras, desorientação e desequilíbrio. O esforço pela prática do amor fraternal será bem mais importante para a nossa vida íntima do que todos os prazeres da união sexual fisiológica. 
Bom, eis o amor, o trabalho, o empenho, a confiança em Deus e a fé no provir nos servindo de referencial e de caminho. Fico feliz pela vossa paciência em me acompanhar neste estudo, pelo respeito por vocês demonstrado diante da pesquisa e do empenho que tivemos ao realizá-lo. Incompleto está, com certeza e nem era nossa pretensão torná-lo algo irretorquível ou não sujeito a erros, mas sim era de nossa sincera intenção trazer aos companheiros aqui presentes e aos demais que haverão de consultá-lo no site, uma visão um pouco mais ampla do que simplesmente a grande verdade da sintonia e do cada um colhe daquilo que planta.
Sejamos todos vigilantes e operantes no bem e na caridade; sejamos todos trabalhadores na Seara do Mestre, mas antes de qualquer coisa, sejamos diletos e fiéis lapidários de nosso próprio ser.


Sob a Ótica Espírita

Um comentário:

  1. Interessantissimo artigo que trouxe informações importantes acerca do tema. Ajudou a esclarecer bastante. Grato.

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