quinta-feira, 13 de junho de 2013

ALLAN KARDEC (03.10.1804 - 31.03.1869)


Depois de dirigir-se aos numerosos missionários da Ciência e da Filosofia, destinados à renovação do pensamento do mundo no século XIX, o Mestre se aproximou do abnegado João Huss e falou generosamente:
- Não serás portador de invenções novas, não te deterás no problema de comodidade material à civilização, nem receberás a mordomia do dinheiro ou da autoridade temporal, mas deponho-te nas mãos a tarefa sublime de levantar corações e consciências.
A assembleia de orientadores das atividades terrestres estava comovida. E ao passo que o antigo campeão da verdade e do bem se sentia alarmado de santas comoções, Jesus continuava.
- Preparam-se os círculos da vida planetária a grandes transformações nos domínios do pensamento. Imenso número de trabalhadores no mundo, desprezando o sentido evolucionário da vida, crê na revolução e nos seus princípios destruidores, organizando-lhe movimentos homicidas. Em breve, não obstante nossa assistência desvelada, que neutralizará os desastres maiores, a miséria e o morticínio se levantarão no seio de coletividades invigilantes. A tirania campeará na Terra em nome da liberdade, cabeças rolarão nas praças públicas em nome da paz como se o direito e a independência fossem frutos da opressão e da morte. Alguns condutores do pensamento, desvairados de personalismo destruidor, convertem a época de transição do orbe em turbilhão revolucionário, envenenando o espírito dos povos. O sacerdócio organizado em bases econômicas não pode impedir catástrofes. A Filosofia e a Ciência intoxicaram as próprias fontes de ação e conhecimento!...
- É indispensável estabelecer providências que amparem a fé, preservando os tesouros religiosos da criatura confiante a sublime tarefa de reacender as lâmpadas da esperança no coração da humanidade.
- O Evangelho do Amor permanece eclipsado no jogo de ambições desmedidas dos homens viciosos!...
Vai, meu amigo. Abrirá novos caminhos à sagrada aspiração das almas, descerrando a pesada cortina de sombras que vêm absorvendo a mente humana. Na restauração da verdade, no entanto, não esperes os louros do mundo, nem a compreensão de teus contemporâneos.
- Meus enviados não nascem na Terra para serem servidos, mas por atenderem às necessidades das criaturas. Não recebem palmas e homenagens, facilidades e vantagens terrestres, contudo, minha paz os fortalece e levanta-os cada dia... Muitas vezes, não conhecem senão a dificuldade, o obstáculo, o infortúnio, e não encontram outro refúgio além do deserto. É preciso, porém, erigir o santuário da fé e caminhar sem repouso, apesar de perseguições, perdas, cruzes e lágrimas!...
Ante a emoção dos trabalhadores do progresso cultural do orbe terrestre, o abnegado João Huss recebeu a elevada missão que lhe era conferida, revelando a nobreza do servo fiel, entre júbilos de reconhecimento.
Daí a algum tempo, no albor do século XIX, nascia Allan Kardec em Lyon, por trazer a divina mensagem. Espírito devotado, jamais olvidou o compromisso sublime. Não encontrou escolas de preparação espiritual, mas nunca menosprezou o manancial de recursos que trazia em si mesmo. E, como se quisera demonstrar que as fontes do profetismo devem manar de todas as regiões da vida para sustentáculo e iluminação do espírito eterno, embora no quadro dos grandes homens do pensamento, estimou desferir os primeiros voos de sua missão divina na zona comum onde permanece a generalidade das criaturas. Consoante à previsão do Cristo, a Revolução Francesa preparara com sangue o império das guerras napoleônicas.
Enquanto os operários da cultura moderna lançavam novas bases ao edifício do progresso mundial, o grande missionário, sem qualquer preocupação de recompensa ou exibicionismo, dá cumprimento à tarefa sublime. E foi assim que o século XIX, que recebeu a navegação a vapor, a locomotiva, a eletrotipia, o telégrafo, o telefone, a fotografia, o cabo submarino, a anestesia, a turbina a vapor, o fonógrafo, a máquina de escrever, a luz elétrica, o sismógrafo, a linotipo, o rádium, o cinematógrafo e o automóvel, tornou-se receptor da Divina Luz da revivescência do Evangelho.
O discípulo dedicado rasgou os horizontes estreitos do ceticismo e o plano invisível encontrou novo canal a fim de projetar-se no mundo, atenuando-lhe as sombras densas e renovando as bases da fé.
Alguns dos companheiros de luta espiritual, embora em seguida às hostilidades do meio, recebiam aplausos do mundo e proteção de governos prestigiosos, mas emissário de Jesus, no deserto das grandes cidades, trabalhava em silêncio suportando calúnias e zombarias, vencendo dificuldades e incompreensões.
Ao fim da laboriosa tarefa, o trabalhador fiel triunfara.
Em breve, a doutrina consoladora dos espíritos iluminava consciências e corações, nos mais diversos pontos do Globo.
É que Allan Kardec se viera dos círculos mais elevados dos processos educativos do mundo, não esquecera a necessidade de sabedoria espiritual. Discípulo eminente de professores consagrados, como Pestalozzi, não esqueceu a ascendência do Cristo. Trabalhador no serviço da redenção compreendeu que não viera a Terra por atender a caprichos individuais e, sim, aos poderes superiores da vida.
Sua exemplificação é um programa e um símbolo. Conquistando a auréola dos missionários vitoriosos, não se incorporou à galeria dos grandes do mundo, por que apenas indicasse o caminho salvador à humanidade terrestre.
Allan Kardec não somente pregou a doutrina consoladora; viveu-a. Não foi um simples codificador de princípios, mas um fiel servidor de Jesus e dos homens.

In Doutrina Escola. Francisco Cândido Xavier – Autores Diversos (Mensagem recebida em 22.9.42).
Fonte: http://robertomacedo.com/autoajuda/
Chico Xavier/Chico_xavier/DOUTRINA%20

ESCOLA/escola_006.htm

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